Fonoaudióloga do Hospital CEMA explica quais são os
principais sinais e formas de tratamento
Praticamente todo mundo já conheceu um
caso. A criança vai falar e ao invés de dizer "que engraçado", diz
"que engaçado", ou então "amaglelo" ao invés
de "amarelo". A língua presa é um problema que afeta uma em cada
cinco crianças, segundo estimativas dos especialistas. Além da dificuldade em
falar alguns fonemas com t, d, z, s, n e l, o distúrbio pode atrapalhar o
processo de amamentação, comprometer a mastigação e até a socialização, na fase
escolar. Causada pelo encurtamento do freio lingual, membrana que fica embaixo
da língua, pode ter origem congênita, ser causada por uso de chupetas,
mamadeiras ou hábito de chupar o dedo. Nesses casos, a língua não chega ao céu
da boca, movimento essencial para deglutição e fala.
"A mãe deve ficar atenta a problemas de sucção e amamentação,
e, depois, na fala. Também deve observar quando a membrana está muito próxima
da ponta da língua - que pode aparecer bifurcada ou em forma de coração. Esses
sinais podem indicar língua presa", explica a fonoaudióloga do Hospital
CEMA, Thaís Palazzi. Desde 2014, hospitais e maternidades são obrigados a fazer
o Teste da Linguinha, que serve justamente para verificar a ocorrência do
problema. No entanto, é sempre bom observar a criança, principalmente
quando ela começa a falar.
Há duas formas de tratamento: intervenção cirúrgica ou
exercícios fonoaudiológicos. "A avaliação deve ser sempre feita pelo
médico, pois a forma de tratamento vai depender do comprometimento na
deglutição e fala", detalha a fonoaudióloga. Outra dica importante: a
criança que troca muito as letras ou tem dificuldade para falar certas palavras
deve ser encaminhada para um especialista, caso contrário ela vai
"acostumar" a falar dessa forma e depois, na vida adulta,
dificilmente vai conseguir corrigir o problema de modo completo. Como em outros
casos, a correção do problema na infância é sempre mais efetiva.