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terça-feira, 30 de julho de 2024

Volta às aulas: pediatra defende restrição de celulares nas escolas

Quando se descobre que, após olhar o celular, o cérebro humano leva 14 minutos para entrar em atenção plena de novo, torna-se natural pensar medidas que estanquem este e outros sintomas até piores causados principalmente em crianças e adolescentes. Dr. Paulo Telles explica o Movimento Desconecta na sala de aula para preservar a saúde.

 

"Vivemos em uma era digital, em que a tecnologia faz parte do nosso dia a dia, mas infelizmente temos que assumir que fomos negligentes quanto ao letramento digital, nosso e de nossos filhos", reflete o Dr. Paulo Telles, Pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Ele lembra que, segundo dados do IBGE, 90% das crianças e adolescentes estão conectadas à internet, dos quais 95% usam celular como fonte principal de navegação. 

O médico faz parte do Movimento Desconecta, que debate a regulamentação do uso de celulares nas escolas, visando barrar os efeitos negativos na formação das crianças e adolescentes."O uso adequado pela escola é importante e pode ajudar no processo educacional, mas, da forma que temos visto, certamente atrapalha o desenvolvimento emocional, cognitivo e social dos nossos filhos", observa. 

Em sua visão, o assunto abarca a necessidade de muitas frentes conjuntas de ação, e o pontapé inicial é dado em casa. "Precisamos de muito mais que um simples alerta na capa dos aparelhos ou jogos, afinal já temos isso e seria só olhar a faixa etária indicativa de cada jogo ou app antes de baixar. Mas, a realidade é outra: os pais não checam e nem seguem as orientações. Letramento digital também é essencial para que pais possam iniciar toda esta proteção dentro de casa", enfatiza o Dr. Paulo.

 

Atuação conjunta com a escola

Na esfera da educação, dados da Unesco informam que um em cada quatro países já baniu o uso de celulares nas escolas, depois do relatório da própria Unesco mostrar uma relação negativa entre o uso excessivo de tecnologia e o desempenho dos alunos. 

"Não podemos mais uma vez falhar neste processo, como fizemos ao liberar o uso para nossos filhos, é absolutamente primordial educar, orientar, informar e conduzir este processo com pais, alunos, e escola, estabelecendo limites, restrições e regras para garantir um ambiente saudável e propício ao desenvolvimento de nossos filhos", pontua o pediatra.

 

Sociabilização e saúde mental em risco 

Dr. Paulo reflete que a escola é um lugar de convívio, interação e aprendizado, onde crianças e adolescentes devem desenvolver habilidades sociais e emocionais fundamentais para a vida. Ele enxerga o celular como uma distração, um obstáculo para a concentração e o aprendizado. É nosso papel como pais e educadores orientar nossos filhos sobre o uso responsável da tecnologia", convida o médico. 

"Vamos incentivar mais momentos de contato humano, mais conversas olho no olho, mais interações reais. Vamos ajudar nossos filhos a enxergarem a importância de estabelecer conexões verdadeiras, de viver o momento presente e de se desenvolver plenamente, longe das telas.", receita o Dr. Paulo. 

Por fim, o especialista em pacientes infantis e adolescentes lembra a complexidade que é característica da própria vida e precisa ocupar seu espaço na vivência do ser humano desde pequeno. "A vida real tem um algoritmo muito mais complexo, com frustrações, emoções variadas, relações boas e ruins, quedas, acertos e erros, ganhos e perdas. Estar muito conectado atrapalha a forma que as crianças encaram o mundo real, deixando a realidade parecer dura, triste e muito abaixo das suas expectativas. Em um momento de mudanças emocionais e neurológicas como a infância e adolescência, é preciso presença para aprender a lidar com sentimentos que ainda não são capazes de suportar e administrar", enfatiza o pediatra.

 

PRINCIPAIS MALEFÍCIOS DO USO PRECOCE DE CELULAR: 

Dependência digital | Ter um celular na mão pode reduzir em 25% a atenção do adolescente, mesmo que não esteja acessando o aparelho, ele fica com o que chamamos de Fear Of Missing Out (FOMO), ou medo de estar perdendo algo nas redes, nos chats, o que invariavelmente atrapalha a atenção na hora das aulas. 

Problemas de saúde mental | Irritabilidade, ansiedade e depressão; 

Transtornos do sono | Dificuldades para dormir, que afetam o rendimento escolar; 

Problemas de alimentação | Sobrepeso, obesidade, anorexia e bulimia; 

Sedentarismo | Vontade de ficar com o corpo parado e diminuição da prática de exercícios; 

Bullying | Potenciação através do cyberbullying; 

Riscos de abuso sexual | Exposição precoce a pornografia, sexting, sextorsão, abuso sexual e estupro virtual; 

Transtornos posturais e músculo-esqueléticos | Devido às horas nos dispositivos, sem atenção à postura, em plena fase de construção a amadurecimento da musculatura e estrutura óssea; 

Problemas visuais e auditivos | Miopia, síndrome visual do uso excessivo de tela e perda auditiva induzida pelo ruído excessivo dos fones de ouvido. 

Transtornos da imagem corporal e autoestima | Automutilação e até suicídio; 

Aumento do uso de substâncias | Nicotina, vaping, bebidas alcoólicas, maconha, anabolizantes e outras drogas; 

Interferência no desempenho escolar | Piora do desempenho cognitivo e dificuldades de concentração.

 

PRINCIPAIS MEDIDAS PARA SOLUCIONAR O PROBLEMA:

 Educação e orientação | Educar, orientar, informar e conduzir o processo de uso do celular com pais, alunos e escola; 

Estabelecimento de limites | Determinar limites, restrições e regras para o uso de celulares; 

Diálogo aberto | Manter um diálogo aberto e honesto sobre o uso do celular na escola; 

Promoção de interações reais | Incentivar mais momentos de contato humano, conversas olho no olho e interações reais; 

Regulação e controle | Regular adequadamente as redes sociais e controlar a venda de aparelhos e uso de aplicativos e jogos; 

Avisos sobre riscos | Expor avisos obrigatórios sobre os potenciais riscos para a saúde mental dos adolescentes; 

Proibição em escolas | Considerar a proibição do uso de celulares em escolas, como já feito em alguns países; 

Apoio governamental | Cobrar ações dos governantes para proteger os jovens de assédio, abuso e exploração online; 

Letramento digital | Promover o letramento digital para que pais possam iniciar a proteção dentro de casa; 

Restrição de recursos prejudiciais | Limitar o uso de recursos como notificações push, reprodução automática e rolagem infinita; 

Compartilhamento de dados | Obrigar as empresas a compartilhar dados sobre os efeitos à saúde com cientistas independentes e o público; 

Auditorias de segurança | Permitir auditorias de segurança independentes nas plataformas. 

 

Dr. Paulo Nardy Telles - CRM 109556 @paulotelles. Formado pela Faculdade de medicina do ABC. Residência médica em pediatra e neonatologia pela Faculdade de medicina da USP. Preceptoria em Neonatologia pelo hospital Universitário da USP. Título de Especialista em Pediatria pela SBP. Título de Especialista em Neonatologia pela SBP. Atuou como Pediatra e Neonatologista no hospital Israelita Albert Einstein 2008-2012. 18 anos atuando em sua clínica particular de pediatria, puericultura.



Julho Roxo: Oncologista relata principais tratamentos e cuidados no caso de câncer de bexiga

Freepik
Segundo o INCA, cerca de 11 mil pacientes sofrem com essa doença no Brasil

 

No mês de conscientização sobre o câncer de bexiga, conhecido como Julho Roxo, devemos destacar as melhores formas de prevenção e tratamento desse problema que afeta milhões de pessoas pelo mundo todo. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que no ano de 2024 deverão ser registrados mais de 11.000 novos casos de câncer de bexiga, sendo aproximadamente 7.800 em homens e 3.500 em mulheres. Esse é o sétimo câncer mais incidente entre os homens, representando cerca de 3% dessa doença no sexo masculino 

A detecção precoce e o tratamento adequado são essenciais para aumentar as chances de cura e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O Dr. Dácio Quadros, oncologista do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC) destaca as principais opções de tratamento e medidas preventivas para essa condição.
 

Principais tratamentos para o câncer de bexiga 

1. Cirurgia: A cirurgia é uma das principais formas de tratar o câncer de bexiga. Dependendo do estágio e da localização do tumor, diferentes tipos de cirurgia podem ser realizados, como a ressecção transuretral do tumor da bexiga (RTU), cistectomia parcial ou cistectomia radical. "A escolha do tipo de cirurgia depende do tamanho e da localização do tumor. A ressecção transuretral é frequentemente usada para remover tumores superficiais, enquanto a cistectomia radical pode ser necessária para casos mais avançados," explica o Dr. Dácio.
 

2. Terapia intravesical: Este tratamento envolve a aplicação direta de medicamentos na bexiga através de um cateter. O BCG (Bacillus Calmette-Guérin) é uma forma comum de terapia intravesical usada para tratar tumores superficiais. "Essa terapia é uma opção eficaz para prevenir a recorrência do câncer de bexiga em estágios iniciais. O BCG é uma das terapias mais utilizadas, ajudando a estimular o sistema imunológico a combater as células cancerígenas,".
 

3. Quimioterapia: A quimioterapia pode ser administrada antes (neoadjuvante) ou após (adjuvante) à cirurgia para reduzir o tamanho do tumor ou eliminar células cancerígenas remanescentes. Também pode ser utilizada em casos avançados para controlar a disseminação do câncer.
 

4. Radioterapia: A radioterapia utiliza radiações de alta energia para destruir as células cancerígenas. Pode ser usada como tratamento principal ou em conjunto com a cirurgia e quimioterapia. "É uma opção importante para pacientes que não podem se submeter à cirurgia ou que necessitam de tratamento adicional para controlar a doença," explica o especialista.
 

5. Imunoterapia e terapia-alvo: Duas escolhas de tratamentos baseados em medicações usadas em casos selecionados para os pacientes com doenças mais avançadas. “A Imunoterapia age de forma distinta das quimioterapias e das terapias-alvo moleculares. Enquanto essas últimas baseiam-se em atacar as células tumorais diretamente, a Imunoterapia auxilia o próprio sistema imunológico do paciente a identificar e combater a doença”.
 

Prevenções eficazes para evitar o câncer de bexiga 

Prevenir o câncer de bexiga envolve adotar hábitos saudáveis e estar atento a fatores de risco. O IPC recomenda as seguintes medidas de prevenção:
 

1. Evitar o tabagismo: O tabagismo é o principal fator de risco para o câncer de bexiga. Parar de fumar é essencial para reduzir significativamente o risco de desenvolver a doença. "O tabaco contém substâncias químicas que danificam o revestimento da bexiga, aumentando o risco de câncer. Abandonar o hábito de fumar é uma das melhores formas de prevenção” ,alerta o Dr. Dácio.
 

2. Beber bastante água: Manter-se bem hidratado ajuda a diluir substâncias nocivas na urina, reduzindo o risco de irritação na bexiga e formação de câncer. "A ingestão adequada de água auxilia na eliminação de toxinas e substâncias potencialmente carcinogênicas do organismo, diminuindo o risco de desenvolver essa condição”.
 

3. Adotar uma alimentação saudável: Uma dieta rica em frutas, vegetais e fibras pode ajudar a proteger contra o câncer. Alimentos ricos em antioxidantes são especialmente benéficos. "Uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes é fundamental para fortalecer o sistema imunológico e prevenir diversos tipos de câncer, incluindo o de bexiga," 


4. Evitar exposição a substâncias químicas: Certas substâncias presentes no ambiente de trabalho podem aumentar o risco de câncer de bexiga. É importante utilizar equipamentos de proteção e seguir as normas de segurança. "Profissionais que trabalham com produtos químicos devem tomar precauções adequadas para minimizar a exposição e, assim, reduzir o risco de câncer," finaliza o Dr. Dácio. 


Câncer de pulmão: doença vem crescendo e acende alerta sobre tabagismo e hábitos de vida

Pneumologista da Rede Mater Dei de Saúde fala sobre a doença, que deve impactar 700 mil brasileiros até 2025

  

Agosto é escolhido o mês de conscientização sobre o câncer de pulmão – o dia 1º é o Dia Mundial da doença e o 29º dia é marcado no nosso país o Dia Nacional de Combate ao Fumo, já que ele é o principal fator para o desenvolvimento desse tipo de câncer. Estima-se que haverá uma média de 1,7 milhão de novos casos de câncer de pulmão por ano em todo o mundo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê 704 mil novos casos desse tipo de câncer entre os anos de 2023 e 2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência.

“Há um crescimento exponencial desse tipo de câncer no mundo todo e é preciso estarmos atentos, orientando as pessoas, principalmente para a redução do tabagismo. Além do cigarro tradicional, nos últimos anos as pessoas adotaram o uso do vape, o cigarro chamado eletrônico, que não emite cheiro, mas contém tabaco. Ele pode parecer inofensivo, só que acredita-se que apresente riscos similares ao cigarro comum. Além disso, o tabagismo tem relação direta com a qualidade de vida da pessoa, geralmente acompanhada de perda da prática esportiva, baixa qualidade na alimentação, que também são fatores de risco para diversas doenças incluindo o câncer de pulmão”, explica o pneumologista da Rede Mater Dei de Saúde, Bruno Horta Andrade.

Apesar de aspectos genéticos e predisposição da pessoa em desenvolver o câncer de pulmão, o fumo ainda é o grande e principal gatilho. “Fumar aumenta em 20 vezes a chance da pessoa para desenvolver o câncer do pulmão. Isso porque o cigarro contém milhares de produtos de degradação da combustão do tabaco, grande parte deles cancerígenos. O cigarro em vapor é uma estratégia de modernizar o consumo do tabaco e atrair novos consumidores, novas gerações, num novo formato. Ele avança na medida em que não incomoda a sociedade por não gerar cheiro, mas ameaça por manter o consumo do tabaco em alta”, acrescenta o médico.

Segundo Bruno Horta, o câncer de pulmão é um dos considerados pela população em geral como o de maior mortalidade, por isso, tão temido. Ele explica que esse tipo de patologia tem uma característica: é silenciosa, por isso, diagnosticada tardiamente.

“Durante uma parte da evolução, a doença é despercebida e quando chega a emitir algum sintoma e permitir o diagnóstico, comumente já está em fase tardia. A taxa de cura varia amplamente, mas as chances de recuperação dependem de do diagnóstico precoce, mas também do histórico de vida e de saúde do indivíduo. Geralmente, o tratamento requerer cirurgia, tratamento oncológico com radioterapia, quimioterapia e imunoterapia. Outra razão de temor para esse tipo de câncer é que como os números têm crescido a cada ano, é uma ameaça à vida da população de forma muito relevante”, comenta o pneumologista. Ele ressalta ainda que nos últimos anos, os avanços da medicina permitiram uma evolução dos recursos de tratamento, permitindo taxas de cura cada vez maiores.

Segundo o médico, o estilo de vida influencia muito no surgimento de cânceres em geral. Uma pessoa sedentária, com  má qualidade de alimentação, está exposta a fatores de poluição ambiental, como ambientes insalubres, com alto índice de gases poluentes, e outros agressores que podem representar fatores de risco para esse tipo de câncer.

Fique de olho nos sinais do seu organismo - A prevenção é a maior e melhor arma: se você faz uso de cigarro, deve acompanhar o pulmão anualmente, com médico pneumologista, com realização de tomografia. Além disso, é importante ficar atento a alguns sinais, que podem ser confundidos com outras condições respiratórias comuns. Entre eles estão a tosse persistente (que não melhora ou piora com o passar do tempo, especialmente se for acompanhada de expectoração de sangue ou muco com sangue); falta de ar, com dificuldade crescente em respirar ou respiração ofegante que não está relacionada a atividades físicas extenuantes; dor no peito constante, sem relação com tossir ou respirar profundamente; rouquidão, com alterações na voz, e que não desaparece após algumas semanas; infecções respiratórias recorrentes, como pneumonia ou bronquite, que não melhoram com tratamentos convencionais; fadiga e cansaço excessivo; e perda de peso sem motivo aparente. Equipe multidisciplinar - “É importante destacar que esses sintomas também podem ser causados por outras condições menos graves. Contudo, se você ou alguém que conhece apresentar esses sinais persistentes, é fundamental consultar um médico para investigação adequada e diagnóstico precoce. Nossa rede trabalha de forma multidisciplinar com os casos de câncer de pulmão, com médicos especializados em oncologia e pneumologia para acompanhar e dar diagnóstico para cessão do tabagismo. Há ainda profissionais em radiologia, radioterapia e cirurgia torácica bem estruturadas. Fazemos reuniões semanais, entre esses profissionais que atuam nos hospitais da Rede Mater Dei, inclusive de outros estados, em busca de melhorias e precisão nos diagnósticos e também na troca de estudos de caso sobre as melhores condutas médicas a serem adotadas – tanto para fazer a prevenção do câncer de pulmão como para os casos em que a doença já foi identificada”, diz o pneumologista.


Rede Mater Dei de Saúde 

 

Os benefícios da prática esportiva para o cérebro

A prática de atividades físicas regulares e os cuidados adequados com a saúde têm efeitos profundos não apenas no corpo, mas também na saúde do cérebro

 

 

As Olimpíadas 2024 começaram em Paris com mais de 10 mil atletas em 48 modalidades esportivas. Os Jogos levantam o tema sobre a interface entre a saúde física e mental, que é amplamente reconhecida nos estudos científicos.

 

Segundo a dra. Thais Bento, coordenadora do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo (GETCUSP) e parceira científica do SUPERA – Ginástica para o Cérebro, com a condução de ensaios clínicos em treino cognitivo, “a prática de atividades físicas regulares e os cuidados adequados com a saúde têm efeitos profundos não apenas no corpo, mas também na saúde do cérebro e no bem-estar psicológico”.

 

Ela ressalta que a atividade física, além de fortalecer o corpo, também proporciona uma série de benefícios para as habilidades mentais. “Estudos demonstram que o exercício regular pode melhorar o desempenho de memória, de atenção e a capacidade de aprender novas informações. Conforme um estudo desenvolvido na pesquisa realizada por Bezerra e equipe (2024), a atividade física regular está associada a melhorias significativas na função cognitiva e na neuroplasticidade (capacidade do cérebro de se adaptar e reorganizar). Além disso, os autores identificaram que a prática regular de atividade física esteve relacionada a uma redução no risco de desenvolvimento da Doença de Alzheimer, além de terem encontrado benefícios significativos nas habilidades cognitivas e na qualidade de vida de pessoas diagnosticadas com a doença de Alzheimer”, conta Thais.

 

Ela explica ainda que a saúde mental é igualmente beneficiada pela atividade física. “O exercício promove a liberação de neurotransmissores, como endorfinas e serotonina, que estão associados a uma melhora no humor, redução dos níveis de estresse e de ansiedade e na sensação de bem-estar. De acordo com estudos de Nortel e colaboradores (2024) e Bond et al. (2020), a prática regular de exercícios pode reduzir os sintomas de depressão e ansiedade, e a intensidade e a frequência do exercício estão correlacionadas com a melhoria do estado emocional.”

 

A pesquisadora afirma que o treinamento de força foi considerado o mais eficaz, pois ajuda a melhorar a resistência física e a promover mudanças estruturais no cérebro que estão associadas a uma maior resiliência emocional e redução dos sintomas de estresse.

 

“É importante destacar que o exercício também melhora a qualidade do sono, que desempenha um papel essencial na consolidação da memória e na saúde cognitiva global. Um sono adequado é essencial para a recuperação do corpo e da mente, facilitando a aprendizagem e a formação de novas memórias”, diz.

 

Assim, para manter um cérebro saudável, além da prática regular de atividade física, é fundamental adotar uma rotina que inclua:

 

-         Alimentação equilibrada e saudável;

-         Exercícios de estimulação cognitiva;

-         Sono de boa qualidade;

-         Práticas que reduzam o estresse;

-         Atividades sociais e de lazer.

 

“Adotar esses hábitos no dia a dia potencializa um cérebro saudável e também contribui para uma vida mais equilibrada e plena, com benefícios que se estendem para diversas áreas da saúde e do bem-estar. Promovendo a longevidade, com boa qualidade de vida, autonomia e independência no decorrer dos anos adquiridos”, conclui.

 


Dra. Thais Bento - gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG), parceira científica do Método SUPERA – Ginástica para o Cérebro, deixa algumas dicas para manter o cérebro ativo e saudável.



SUPERA
www.metodosupera.com.br

 

Agosto Dourado: Fechando as lacunas, apoio à amamentação para todas

No Brasil, 46% dos bebês de até 6 meses se alimentam exclusivamente de leite materno. Campanha atual quer difundir informações e envolver pessoas para elevar a taxa aos 70% previstos pela OMS até 2030 

 

O mês de agosto foca as atenções na importância do aleitamento materno: há 76 anos, desde 1948, os primeiros dias do mês formam a Semana Mundial da Amamentação (SMAM), declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de promover a amamentação e a sua importância para o desenvolvimento saudável dos bebês. 

Cinthia Calsinski, Consultora Internacional de Lactação pela IBCLC e Enfermeira Obstetra, lembra que a proposta do Agosto Dourado simboliza a luta pelo incentivo à amamentação. "E a cor dourada tem a ver com o padrão ouro de qualidade do leite materno, que é incomparável, em termos de qualidade, a qualquer outro tipo de alimentação para lactentes", frisa ela. 

Todos os anos, a campanha aborda um aspecto diferente, sempre focando na conscientização de que o aleitamento materno deve ser exclusivo até os seis meses de vida do bebê, podendo continuar até os dois anos ou mais. 

"No Brasil, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reforça o foco no aumento das taxas de aleitamento materno, chancelada pela Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU)", explica a especialista, ao ressaltar que as metas para amamentação na primeira hora de vida e a amamentação exclusiva estão longe dos índices atuais. "É preciso um forte movimento de conscientização para conseguirmos atingir esta meta em 6 anos", avalia ela.

 

Objetivos #SMAM2024: 

De acordo com a especialista em amamentação, a atual campanha tem como tema "Fechando as lacunas: Apoio à amamentação para todas", com o objetivo de diminuir as desigualdades que existem hoje no apoio ao aleitamento materno. "Será dada atenção a cenários vulneráveis, ​​como a primeira semana de vida, populações desfavorecidas e amamentação em tempos de emergências e crises", detalha Cinthia, ao listar os objetivos oficiais: 

• Informar as pessoas sobre as desigualdades que existem no apoio e prevalência da amamentação;

• Difundir a amamentação como um equalizador para reduzir lacunas na sociedade;

• Envolver-se com indivíduos e organizações para melhorar a colaboração e o apoio à amamentação;

• Mobilizar ações para reduzir as desigualdades no apoio à amamentação, concentrando-se nos grupos vulneráveis.

 

Brasil hoje 

Os dados mais recentes do Ministério da Saúde brasileiro dão conta de que, em 2022, 45,8% dos bebês brasileiros recebiam leite materno como único alimento até os seis meses de vida. A meta da OMS para 2030 é de 70%. 

Sobre Cinthia Calsinski Enfermeira Obstetra e Consultora Internacional de Lactação

  • Enfermeira Graduada pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp
  • Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp
  • Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp
  • Enfermeira Obstetra pelo Centro Universitário São Camilo
  • Consultora Internacional de Lactação pela IBCLC - International Board Certified Lactation Consultant
  • Consultora do Sono Materno-Infantil formada pelo International Maternity e Parenting Institute (IMPI)


Cinthia Calsinski - Enfermeira Obstetra e Consultora Internacional de Amamentação
Facebook.com/cinthiacalsinskienfermeiraobstetra
cinthia.calsinski


Quando a dor no joelho avisa que o tempo vai esfriar

Parece lenda, mas quem não conhece alguém que sabe que vai chover ou que o tempo vai virar porque alguma dor no corpo aumentou? Médico especialista em dores crônicas explica o que acontece e dá dicas para quem sofre mais com dores no inverno

 

Pessoas que têm dores crônicas - aquelas dores que persistem -, sofrem mais com elas nos períodos frios. O Dr. André Mansano, especialista no tratamento desse tipo de dor e pós-doutor pela Faculdade de Medicina da USP, informa que um número alto, entre 60% e 90%, dos pacientes com esta queixa relatam piora durante o inverno. "Até mesmo na internet aumenta as buscas por termos como dores e rigidez nas articulações", observa o médico. 

Para quem conhece alguém que consegue "fazer a previsão do tempo" observando o aumento das dores, o Dr. André explica o que há por trás do fenômeno: "Há pacientes que acreditam prever mudanças climáticas pela alteração do padrão de suas dores. Mas, nem tudo é culpa da queda da temperatura em si, as alterações da umidade do ar e da pressão atmosférica no inverno também desempenham um papel nessa piora". 

Os motivos que ele aponta são diversos. Um deles é a diminuição da viscosidade do líquido sinovial (o lubrificante que fica dentro das articulações) "Isso, por si só, já tem o poder de aumentar a rigidez e as dores, principalmente de quem sofre com artrose ou artrite", aponta o especialista. 

Outro ponto importante, segundo ele, é que os tecidos do corpo sofrem uma espécie de encurtamento (contração) com a queda da temperatura. "Isso pode ocorrer com os vasos sanguíneos, em especial os mais superficiais, causando uma diminuição do fluxo de sangue para músculos, por exemplo, facilitando o acúmulo de substâncias inflamatórias nessa região, piorando as dores", detalha. 

Em sua experiência, o médico observa que condições como, dores de cabeça, artroses, artrite reumatoide ou outros reumatismos, gota, dores neuropáticas (ex. Neuralgia do trigêmeo, neuropatia diabética), dores generalizadas (ex. Fibromialgia), dores cervicais e lombares são as mais propensas a se intensificarem no tempo frio. 

Diante disso, o Dr. André aconselha sobre como minimizar esses efeitos do inverno: 

  1. Continue com as atividades físicas: "Muitas pessoas diminuem a quantidade de atividades físicas praticadas nessa época do ano, mas elas são fundamentais para o controle de diversos quadros dolorosos".
     
  2. Mantenha o corpo aquecido: "Caso more em cidades com temperaturas muito baixas, não se esqueça da possibilidade de luvas, cachecóis e roupas térmicas".
     
  3. Deixe seus locais com bom aquecimento: "Ar-condicionado ou aquecedores elétricos podem ajudar, mas jamais utilize aquela prática antiga de acender um recipiente com álcool dentro de casa".
     
  4. Cuide da hidratação: "É comum beber menos líquido no frio, o que pode piorar dores. "Já que estamos no inverno, por que não abusar de bebidas quentes e aconchegantes como um chá?".
     
  5. Siga com os tratamentos: "Faça conforme as orientações do(a) médico(a) que conhece seu caso e mantenha a equipe médica informada em caso de piora das dores, para eventuais ajustes de doses.

 

Dr. André Marques Mansano - MD, Ph.D, FIPP, CIPS. Área de Atuação em Dor - AMB Hospital Israelita Albert Einstein – SP. Fellow of Interventional Pain Practice - World Institute of Pain Certified in Interventional Pain Sonologist - World Institute of Pain Diplomate of American. Interventional Headache Society Board. Membro do Comitê de Educação do "World Institute of Pain”. Pós-Doutor HC/FMUSP


O que não te contaram sobre orgasmo?

Sexóloga revela 11 mitos desse tema em comemoração ao Dia do Orgasmo – 31 de julho 

 

Enquanto não dominamos as 529 posições sexuais do Kama Sutra, vamos quebrar 11 tabus sobre orgasmo com a sexóloga Stephanie Seitz, idealizadora do perfil @prazer.ste?

“Criada em 1999, a data surgiu para motivar as vendas nos sex shops britânicos, também como o objetivo de desmistificar assuntos sobre sexualidade. Vale destacar que o orgasmo é uma experiência máxima de prazer, que conecta o corpo e a mente e oferece vários benefícios para a saúde, pois aumenta a imunidade, diminui o estresse, equilibra hormônios e traz bem-estar”, ressalta Stephanie.

 

Curiosidades sobre o orgasmo feminino

1- Todos os orgasmos são iguais?

Stephanie: os orgasmos podem variar muito em intensidade e sensação, e a experiência de cada pessoa é única.

 

2- Somente mulheres fingem orgasmos?

Stephanie: embora seja mais comum discutir no contexto das mulheres, homens também podem fingir orgasmos.

 

3- Por que as mulheres demoram mais para sentir orgasmo?

Stephanie: a mulher precisa ser estimulada por mais tempo para que os vasos sanguíneos irriguem a região da vulva (cerca de 200 ml de sangue) e ela esteja plena para sentir prazer. Quanto ao homem 10ml já são suficientes para estar prontinho para o seu apogeu!

4- Para atingir o orgasmo a mulher precisa ser penetrada?

Stephanie Seitz:  Uma correta estimulação do clitóris, através de toques massagens ou sexo oral é que vai garantir o êxtase. Afinal, o clitóris é a chave poderosa do prazer da mulher. Mas é importante sabe que o orgasmo não necessariamente vem apenas do clitóris, pois tem muita gente que chega ao clímax, por exemplo, sem toca na região íntima, com uma massagem em zonas erógenas.

 

5- Um orgasmo deve acontecer toda vez que você faz sexo?

Stephanie: nem todo mundo tem orgasmo todas as vezes que faz sexo, e isso é perfeitamente normal. A satisfação sexual não depende apenas do orgasmo.

 

6- Os homens sempre querem atingir o orgasmo rapidamente?

Stephanie: alguns homens preferem levar seu tempo durante o sexo, e nem todos estão focados em alcançar o orgasmo o mais rápido possível.

 

7- Mulheres não podem ter orgasmos múltiplos?

Stephanie: pelo contrário, muitas mulheres são capazes de experimentar múltiplos orgasmos em um único encontro sexual.

 

8-Somente certas posições podem levar ao orgasmo?

Stephanie: diferentes posições funcionam para diferentes pessoas, e o que funciona melhor pode variar de pessoa para pessoa.

 

9- Orgasmos são puramente físicos?

Stephanie: fatores psicológicos e emocionais desempenham um papel significativo na capacidade de alcançar o orgasmo.

 

10- Orgasmos ficam menos intensos com a idade?

Stephanie: com uma função sexual saudável e comunicação, os orgasmos podem continuar sendo satisfatórios ao longo da vida de uma pessoa.

 

11- Há algo errado se a pessoa não consegue ter um orgasmo?

Stephanie: muitos fatores podem influenciar a capacidade de ter um orgasmo, incluindo estresse, medicação e condições de saúde. É importante abordar isso com compreensão e procurar aconselhamento profissional, se necessário.


Risco de amputações em pessoas com diabetes aumenta no inverno

 Diabetes é a principal causa de amputação não
 traumática de membros inferiores no Brasil.
 PXHere

O frio afeta o sistema cardiovascular e pode levar a pessoa com diabetes a perder a sensibilidade nas extremidades do corpo, como nas mãos e pés

 

O inverno traz consigo um aumento significativo no risco de amputações em pessoas com diabetes. A combinação de temperaturas mais baixas e o impacto do diabetes na saúde vascular e neurológica torna essencial que os pacientes que possuem a doença, seja ela do tipo 1 ou do tipo 2 - redobrem os cuidados durante essa estação. 

Segundo o Dr. André Vianna, médico endocrinologista referência no tratamento do Diabetes, o risco de amputação em pessoas que têm a doença aumenta no inverno devido a uma série de fatores. “O diabetes mal controlado pode causar neuropatia, que afeta os nervos dos membros inferiores e também gera o comprometimento vascular. No inverno, a vasoconstrição causada pelo frio reduz ainda mais o fluxo sanguíneo, aumentando o risco de isquemia e infecções”, explica o Dr. André.

 

Controle do Diabetes é fundamental

Pessoas que por muito tempo não controlam adequadamente o diabetes, explica o endocrinologista, desenvolvem a hiperglicemia. E quando ela é crônica e prolongada, agrava o risco de neuropatia e doença arterial periférica, que pode levar a ulceração, infecção e evoluir para amputação. 

Além disso, o uso de calçados fechados e a umidade elevam o risco de infecções por fungos e bactérias. “As pessoas com neuropatia têm menos sensibilidade e não percebem pequenas lesões que podem evoluir para úlceras. Pessoas com diabetes também possuem imunidade mais baixa e ficam com a cicatrização prejudicada, o que dificulta o combate a infecções e aumenta o risco de complicações graves”, completa André Vianna. 

O médico ainda alerta que, se o pé começar a ficar vermelho, inchado, aumentar a temperatura, apresentar secreção, estes são sinais de que precisa procurar um médico urgentemente.

 

Circulação sanguínea

A Dra. Andrea Corleto, cirurgiã vascular do Hospital Sugisawa, enfatiza a importância de revisar sempre os pés em busca de bolhas e lesões. “A pessoa com diabetes pode perder a sensibilidade nos pés e acaba só percebendo uma lesão quando ela já está profunda. Por isso, tem que olhar todos os dias”, ressalta a médica. 

Ela ainda faz um alerta às pessoas que costumam colocar os pés na frente de aquecedores para se esquentar ou para secar após o banho. “No inverno, a pele resseca com mais facilidade. E expor a pele ao aquecedor causa mais ressecamento e rachaduras, que são portas de entrada para infecções. Sem contar que ela pode gerar bolhas e queimaduras sem sentir”, alerta a Dra. Andrea, dizendo ainda que os escalda pés também não são recomendados.

 

Amputações no Brasil

Conforme dados do Sistema Único de Saúde (SUS), entre janeiro e agosto de 2023, foram registradas 6.982 amputações de membros inferiores causadas por diabetes, ou seja, mais de 28 por dia, em média. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o diabetes é a principal causa de amputação não traumática de membros inferiores no Brasil. A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) destaca que 10% dos pacientes que sofrem amputação morrem no período perioperatório, e a mortalidade aumenta para 30% no primeiro ano, 50% no terceiro ano e 70% no quinto ano após a amputação.

 

Como prevenir amputações e complicações no inverno

Os especialistas recomendam uma série de cuidados que a pessoa com diabetes deve ter para prevenir complicações e reduzir o risco de amputações:

  • Controle rigoroso da glicemia: Mantenha os níveis de açúcar no sangue dentro da faixa-alvo. Não negligencie o controle.
  • Cuidados com os pés: Examine os pés diariamente. Use calçados adequados que não machuquem os pés e meias de algodão que absorvem o suor. Nunca ande descalço.
  • Hidratação da pele: aplique hidratante nos pés e nas pernas após o banho para evitar rachaduras.
  • Evite aquecedores diretos: Não coloque os pés diretamente na frente dos aquecedores para evitar queimaduras.
  • Atividade física: Realize exercícios para melhorar a circulação. Caminhadas são altamente recomendadas para pessoas com diabetes. E é justamente no frio que o corpo precisa se mexer mais, nem que seja dentro de casa.
  • Agasalhe-se bem, para manter a temperatura corporal.
  • Hidratação corporal: Beba bastante água e evite bebidas alcoólicas e tabagismo. Só hidratar a pele com hidratantes não é suficiente.
  • No salão de beleza: Não tente remover calos e escolha bem o pedicure e o salão. Vá a um local bem especializado, onde tudo é bem higienizado. Evite tirar cutícula, só corte as unhas.
  • Consultas regulares: Visite regularmente o endocrinologista e o cirurgião vascular para monitorar a saúde dos pés e prevenir complicações. 

O Dr. Carlos Gosalan, cirurgião vascular do Hospital Sugisawa, ressalta a influência do frio no sistema vascular. Ele indica atividades físicas e cuidados durante os exercícios que podem ser feitas em casa, para melhorar a circulação sanguínea nos membros inferiores e evitar amputações em pessoas diabéticas:

  • Exercícios na ponta dos pés, flexão plantar. Apoie-se em uma parede e faça o movimento de subir e descer com as panturrilhas sem encostar os calcanhares no chão.
  • Realizar extensão e flexão, movimentos para alongar as pernas, mesmo estando sentado.
  • Nas baixas temperaturas, o aquecimento e alongamento antes das atividades físicas são mais importantes do que em períodos de calor.

É indicado acompanhar os batimentos cardíacos durante o exercício, pois é comum que no frio o coração trabalhe mais intensamente para gerar e manter o calor do corpo. Ao perceber os batimentos muito acelerados, deve-se fazer uma pausa ou diminuir.


Agosto Dourado: qualidade do leite materno depende da alimentação e hidratação da lactant

Nutricionista do CEUB indica dieta balanceada associada à hidratação como forma de manter a quantidade e qualidade do leite materno 

 

A amamentação é um dos processos mais valiosos e naturais que existem, fornecendo ao bebê os nutrientes necessários para um desenvolvimento saudável. No Brasil, o mês de agosto celebra a campanha do Aleitamento Materno. Paloma Popov, mestre em Nutrição e docente do Centro Universitário de Brasília (CEUB), enfatiza os benefícios nutricionais do leite materno e sua relevância para fortalecer o sistema imunológico dos bebês, com indicação para as lactantes priorizarem uma alimentação balanceada associada à hidratação adequada.  

A nutricionista destaca que o leite materno é uma fonte completa de nutrientes para os bebês nos seis primeiros meses de vida. Ele contém todos os elementos necessários para o crescimento adequado da criança, incluindo água, proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e sais minerais. "O leite materno auxilia no desenvolvimento do imunológico, neurológico e metabólico da criança", explica. "Além de suprir todas as necessidades do bebê, as imunoglobulinas presentes no leite materno fortalecem o sistema imunológico da criança, ajudando-a a combater infecções e doenças", acrescenta. 

Em relação às lactantes com restrições alimentares, como veganismo, Paloma Popov destaca que, desde que a mãe tenha uma alimentação adequada e hidratação suficiente, a amamentação pode ser mantida. "Existem muitos mitos em relação à força do leite produzido pelas mães, mas a única coisa que pode aumentar a quantidade e qualidade do leite materno é a mãe priorizar uma alimentação balanceada associada à hidratação. 

Para além de nutrir o bebê de forma necessária e saudável, a professora de Nutrição do CEUB descreve a amamentação como um ato cuidado que fortalece o vínculo entre mãe e filho, contribuindo para o crescimento e saúde da criança nos primeiros meses de vida. "Amamentar ajuda a reduzir os riscos de câncer de mama e colo do útero, além de promover a contração uterina, auxiliando na recuperação pós-parto", destaca.

 

Aleitamento materno

Agosto Dourado, também conhecido como Mês do Aleitamento Materno, é dedicado à promoção da amamentação. Nesse mês, é comemorada a Semana Mundial de Aleitamento Materno, criada pela OMS e UNICEF para conscientizar sobre seus benefícios. O leite materno é considerado um alimento completo para o crescimento saudável dos bebês, o que explica a escolha da cor dourada para representar sua importância. Tanto a OMS quanto o Ministério da Saúde recomendam a manutenção do aleitamento materno até os dois anos de idade ou mais, oferecendo exclusivamente leite materno até o sexto mês de vida.

 

Cenário no Brasil

De acordo com o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil realizado pelo Ministério da Saúde, cerca de metade das crianças brasileiras são amamentadas por mais de 1 ano e 4 meses. O levantamento aponta que quase todas as crianças do país já foram amamentadas em algum momento (96,2%), sendo que dois em cada três bebês recebem amamentação na primeira hora de vida (62,4%).


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