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quarta-feira, 10 de abril de 2024

"Eu achava que ficaria inválida": o medo do envelhecimento feminino

  

Envato
Ginecologista explica que envelhecimento feminino e menopausa sempre foram um tabu, mas não há porque temê-los 

 

Aos 48 anos, Maria Augusta Andrade sentia o corpo mudar. Ondas de calor a consumiam, a insônia a perseguia, e a névoa cerebral (episódios de esquecimento constantes) a deixava desorientada. O medo se instalou: era a menopausa, um fantasma que ela nunca havia parado para encarar.

Como muitas mulheres, Maria carregava o peso de tabus e desinformação. A menopausa era vista como o fim da vida fértil, a porta para a velhice e invalidez. Sem referências ou apoio, ela se viu mergulhada em um mar de dúvidas e angústias.

"Eu tinha medo de me tornar invisível, não só para a sociedade, mas também para o mercado de trabalho", confessa Maria. "A sociedade nos ensina que a mulher só tem valor enquanto é jovem, fértil. E a menopausa parecia ser o fim de tudo isso. Eu achava que ficaria inválida".

Hoje, aos 52 anos, Maria se sente melhor do que nunca. Após buscar ajuda profissional, ela entendeu que a menopausa não era um fim, e sim um novo começo. “Iniciei a terapia de reposição hormonal (TH) e me senti revigorada, ajudou muito no tratamento dos sintomas”, cita.

De acordo com a Dra. Alexandra Ongaratto, médica ginecologista especializada em ginecologia endócrina e climatério e Diretora Técnica do primeiro Centro Clínico Ginecológico do Brasil, o Instituto GRIS, a menopausa é uma fase que deve ser tratada como qualquer outra na vivência da mulher.

"É fundamental destacar que isso não deve ser encarado como um obstáculo intransponível na vida das mulheres. Muitas vezes, o receio de entrar nesse momento da vida está associado ao medo de se sentirem menos capazes”. No entanto, a médica ressalta que existem diversas opções de tratamento e terapias hormonais que podem não só amenizar, mas também eliminar os efeitos da menopausa no corpo da mulher.


O que dizem as pesquisas

Segundo as informações apresentadas pelo Silicon Valley Bank (SVB) no compilado anual "Innovation in Women's Health" de 2023, os sintomas não tratados da menopausa, incluindo ondas de calor, ressecamento vaginal, confusão mental, insônia e ansiedade, têm um impacto substancial no bem-estar e na produtividade diária das mulheres. 

Com 20% da força de trabalho nos Estados Unidos composta por mulheres na menopausa, os custos associados à perda de produtividade no trabalho atingem a cifra de US$ 1,8 bilhão anualmente, conforme relatado pela Mayo Clinic (organização sem fins lucrativos da área de serviços médicos e de pesquisas médico-hospitalares sediada nos Estados Unidos) no documento do SVB.

Além disso, o compilado demonstra que 73% das mulheres na menopausa não buscam ajuda para seus sintomas. Entretanto, Alexandra estima que esse número possa ser ainda maior no Brasil. “O tratamento ainda é um tabu por aqui, muitas pessoas ainda consideram ‘frescura’, quando na verdade os sintomas têm impacto significativo na qualidade de vida das mulheres. Além disso, nem toda a população tem acesso devido ao custo”, afirma.


Investimentos na saúde feminina 

Ainda de acordo com o relatório "Innovation in Women's Health" de 2023, o investimento na saúde feminina cresceu nos últimos anos nos Estados Unidos e Europa. Contudo, dentre as áreas, a menopausa ocupa apenas a oitava posição. Os setores que envolvem fertilidade, gravidez e saúde reprodutiva ocupam as primeiras posições, somando um total de US$ 3.233 bilhões desde 2019. Enquanto a menopausa possui um valor de apenas US$ 223 milhões. 

A médica ginecologista aponta uma incoerência entre dados do IBGE, que demonstram que as mulheres passam mais de um terço de suas vidas na menopausa, e a falta de incentivo financeiro da área, que possui um dos menores índices. “Isso só demonstra uma insensibilidade. Não voltamos o nosso olhar a um período significativo na vida de tantas pessoas”, fala. No Brasil, o tratamento pelo SUS pode ser uma solução para a falta de investimento na área. A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal aprovou um projeto de lei que prevê tratamento para mulheres em climatério e menopausa pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A iniciativa também institui a Semana Nacional de Conscientização para Mulheres na Menopausa ou em Climatério.

O projeto, agora encaminhado para análise na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), prevê que o SUS deve oferecer serviços de saúde específicos para mulheres que enfrentam esse período de transição, utilizando sua rede de unidades públicas ou conveniadas. Entre os serviços estão medicamentos hormonais e não hormonais, o SUS vai passar a disponibilizar os principais hormônios aprovados para a terapia de reposição hormonal, além de alternativas para mulheres com contraindicações.


Instituto GRIS


Dia do Obstetra: você conhece a importância desse profissional?

Obstetra explica o trabalho dessa especialidade durante a gravidez

 

No dia 12 de abril, é celebrado o Dia do Obstetra, uma data que destaca a importância vital desses profissionais na saúde materna e no cuidado com a vida que está por nascer. Os médicos, enfermeiros e outros profissionais especializados na obstetrícia desempenham um papel crucial em todas as fases da gravidez, desde o pré-natal até o parto e o pós-parto, garantindo o bem-estar da mãe e do bebê em cada etapa do processo. 

Com formação especializada em obstetrícia, esses profissionais dedicam suas vidas ao cuidado das gestantes, realizando exames, acompanhando o desenvolvimento fetal, oferecendo orientações sobre a saúde da gestante e do feto, e intervindo quando necessário para garantir uma gravidez saudável e um parto seguro. 

“A importância do médico obstetra vai além do aspecto clínico. Nosso papel acaba por nos tornar também confidentes, conselheiros e apoio emocional para as mulheres durante a jornada da maternidade. As habilidades técnicas aliadas à sensibilidade e empatia fazem toda a diferença, proporcionando às gestantes tranquilidade e confiança em um momento tão especial e delicado”, explica a Dra. Anucha Schindler, médica ginecologista e obstetra, parceria da DKT South America, empresa líder em planejamento familiar. 

Além do acompanhamento durante a gravidez, os médicos obstetras também são responsáveis por conduzir o parto, seja ele normal ou cesárea, sempre priorizando a segurança e o bem-estar da mãe e do bebê. Sua expertise e treinamento os capacitam a lidar com situações complexas e emergências obstétricas, tomando as medidas necessárias para preservar a vida e a saúde de ambos.“Além disso, é possível investigar quando alguma coisa não vai bem e buscar promover a melhor assistência possível para aquela mãe e para aquele ou aqueles bebês”. 

Por fim, a doutora finaliza resumindo que o obstetra é o profissional que cuida de duas ou mais vidas durante 9 meses, e que graças a ele é possível ter um pré-natal e um parto adequado e respeitoso com tudo de melhor para mãe e para o bebê.


DKT South America
Para saber mais, acesse o site
DKT Salú
DKT Academy
Use Prudence


Espermidina: substância encontrada no corpo humano e em determinados alimentos pode prolongar a vida

 

Diversos estudos apontam resultados promissores com o consumo de substância encontrada em leguminosas, cereais, sementes e até alimentos fermentados; além de contribuir com a melhora da saúde celular e proteção do DNA, expectativa de vida pode aumentar de 10 a 25% 

 

Sabe-se que a expectativa de vida tem aumentado no mundo inteiro. No Brasil, de acordo com IBGE, esse crescimento é visto anualmente e diversos estudos apontam os motivos que podem contribuir com uma vida mais longa. Saneamento básico, avanço da medicina, maior acesso à saúde e informação e uma dieta rica em substâncias que combatem o envelhecimento são alguns dos principais fatores que ajudam na longevidade.

E cada vez mais são descobertos ingredientes e substâncias em alimentos que também são capazes de ativar mecanismos que contribuem com o aumento da expectativa de vida, como é o caso da espermidina - encontrada em cogumelos, lentilha, nozes, sementes, ou seja, em grãos integrais -, que é uma substância natural e que faz parte dos compostos chamados poliaminas, que desempenham diversos papeis importantes nas células, incluindo a regulação do crescimento celular e a manutenção da integridade genômica, ou seja, a integridade do DNA e, consequentemente, a sobrevivência da célula. 

 

Espermidina x longevidade 

Com isso, estudos publicados em 2018 pelo Instituto Guido Kroemer: Centre de Recherche des Cordeliers, na França, relataram que a absorção nutricional de espermidina está associada à redução da mortalidade geral, cardiovascular e relacionada ao câncer em humanos.

“Os estudos se basearam na utilização de questionários alimentares que permitiram calcular, para cada indivíduo, a absorção nutricional de poliaminas, incluindo espermidina. Os resultados apontaram um prognóstico favorável independente para a redução da mortalidade, o que significa que esta variável previu uma incidência reduzida de morte mesmo após correção de fatores de confusão, como idade, índice de massa corporal, consumo de álcool ou aspirina, diabetes, síndrome metabólica, atividade física, sexo, status socioeconômico e até mesmo qualidade da dieta, apoiando a ideia de que a espermidina pode, de fato, estar causalmente envolvida na redução da morbidade e mortalidade geral”, explica Dr. Maurizio Pupo, farmacêutico e professor especialista em cosmetologia.

O estudo também apontou que a espermidina é capaz de estimular e induzir a autofagia, que é um processo que envolve a reciclagem de células danificadas, envelhecidas ou não funcionais, fazendo com que haja a regulação do equilíbrio celular e, também, o rejuvenescimento de importantes porções da célula. “Por esta razão, a autofagia tem um vasto potencial antienvelhecimento, sendo capaz também de eliminar células defeituosas ou cancerígenas”, ressalta o farmacêutico.

Outro estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Texas A&M, em 2017, mostraram que aqueles que receberam espermidina, tiveram menos câncer de fígado e fibrose hepática, mesmo nos casos em que o organismo já apresentava uma predisposição natural para essas doenças. “Os resultados ainda apontaram que a longevidade com o consumo de espermidina pode aumentar de 10 a 25% (sendo possível a porcentagem mais alta para indivíduos que iniciam o consumo desde a infância), e que os efeitos colaterais da substância são mínimos, já que ela é encontrada no próprio esperma humano”, diz Dr. Maurizio.


Como tirar proveito da esperimidina?

Conforme citado acima, essa substância pode ser encontrada em diversos alimentos, o que facilita seu consumo no dia a dia de qualquer pessoa. “Leguminosas, como ervilha, feijão e lentilha, cereal integral, sementes, como a de girassol e abóbora, alguns tipos de cogumelos, algumas frutas, como a maçã, além de alimentos fermentados são algumas das fontes alimentares ricas em espermidina. Desta forma, é possível ter uma dieta diversificada e com opções para toda a família, lembrando que quanto mais jovem se inicia o consumo dessa substância, mais chances de aumentar a longevidade”, explica o farmacêutico.

Ainda é importante ressaltar que a quantidade exata de espermidina pode variar em diferentes alimentos e, também, pode ser influenciada pelo método de preparação desses alimentos. “Por isso, é importante manter um cardápio variado e com fontes alimentares naturais sempre que possível, para poder absorver o máximo de quantidade de espermidina nas refeições diárias”, diz o especialista.


Mecanismos beneficiados pela espermidina

Além da autofagia, citada anteriormente, que é um processo essencial para a manutenção da saúde celular, a espermidina ainda pode contribuir com outros mecanismos no nosso organismo capazes de prolongar a vida, como:

  • Proteção do DNA: A espermidina pode ajudar a proteger o DNA contra danos, o que é crucial para prevenir mutações genéticas que podem levar ao envelhecimento celular e a várias doenças.
  • Regulação da expressão genética: A espermidina pode influenciar a expressão de genes relacionados ao envelhecimento e a longevidade, uma vez que, ela pode estar envolvida na regulação de vias metabólicas e moleculares que afetam o processo de envelhecimento.
  • Redução do estresse oxidativo: A espermidina pode ter propriedades antioxidantes, o que significa que ela pode ajudar a neutralizar os radicais livres e reduzir o estresse oxidativo nas células. O estresse oxidativo está associado ao envelhecimento celular.
  • Modulação do sistema imunológico: Alguns estudos sugerem que a espermidina pode modular o sistema imunológico, promovendo uma resposta imunológica saudável, o que pode ser relevante para a longevidade.

“Atualmente, existem diversos estudos e pesquisas sobre as evidências promissoras da espermidina, principalmente, com relação aos efeitos positivos no aumento da expectativa de vida. Porém, a longevidade é um fenômeno complexo, influenciador por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida. De qualquer forma, os alimentos com essa substância são opções saudáveis e que podem ser incluídos facilmente na dieta, contribuindo não só com a possibilidade de uma vida mais longa, mas com a proteção das células e DNA do nosso corpo”, finaliza o farmacêutico. 



Dr. Maurizio Pupo - farmacêutico ítalo brasileiro, pesquisador e professor especialista em cosmetologia. É autor de vários livros na área cosmética como: Tratado de Fotoproteção, Luz Azul | Luz Visível e Impactos na Dermatologia, DIFENDIOX® OPP’s Antioxidantes Biologicamente Ativos e Estabilizados em Sistema Hydromicelar, entre outros. Além disso, é CEO e responsável pelo desenvolvimento dos produtos marca de dermocosméticos ADA TINA.


Estudo revela que apenas 0,3% dos pacientes adere de forma plena às recomendações que reduzem o risco cardiovascular

 O tratamento efetivo vai além do uso das medicações apropriadas; mudanças de hábitos são fundamentais para diminuir as chances de óbito

 

Principal causa de morte no Brasil e no mundo, a aterotrombose é uma doença do sistema circulatório que compromete a passagem de sangue pelas artérias e pode causar diversas complicações, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Na maioria das vezes, é tratada apenas com um arsenal medicamentoso. Ainda que as pessoas possam se beneficiar de mudanças comportamentais, poucas aderem às boas práticas, conforme revelou o estudo NEAT (The NEtwork to Control ATherothrombosis), publicado pelo Scientific Reports do grupo Nature (Link). 

Os achados mostram que apenas 0,3% dos pacientes aderem à prevenção secundária que reduz o risco cardiovascular, o que inclui controle do colesterol, da pressão arterial e do peso, prática de atividade física e cessação do tabagismo. Participaram do estudo mais de 2.000 pacientes com doença arterial coronária e/ou periférica, sendo 65,7% do sexo masculino, com uma média geral de idade de 66,3 anos. 

“Diferentes barreiras foram identificadas. Em termos de prescrição dos medicamentos que reduzem o risco cardiovascular, o julgamento médico foi a barreira mais comum. Isso reforça a importância da educação para melhorar práticas médicas, as quais, de forma associada, poderiam reduzir o risco anual de óbito e complicações cardiovasculares, que é próximo a 4% nesta população, para um risco próximo a 1%”, ressalta o Dr. Pedro Barros, principal autor do estudo e pesquisador do Instituto de Pesquisa do Hcor. 

O NEAT é um estudo observacional, prospectivo, nacional e multicêntrico, desenvolvido para documentar a prática atual de terapias utilizadas para prevenção secundária entre pacientes com doença aterotrombótica nas artérias coronárias e leitos arteriais periféricos. Um total de 25 locais de todas as cinco regiões brasileiras incluíram pacientes, sendo 56% em centros públicos e 44% privados.

  


 

Hcor



ALERTA: Doença crônica também é fator de risco para cegueira

Condições como hipertensão e diabetes aumentam a probabilidade de problemas graves relacionadas à visão, como retinopatia 

 

No mês de prevenção e combate à cegueira, marcado pela campanha Abril Marrom, especialista alerta para a necessidade de ampliar os cuidados para além da saúde dos olhos. Isso porque doenças crônicas não transmissíveis, maior causa de morte na população brasileira, de acordo com o Ministério da Saúde, também são fatores de risco para desenvolvimento de problemas graves relacionados à visão.

 

“Diabéticos, por exemplo, estão sujeitos a complicações como a retinopatia diabética, lesão da retina que pode levar à perda de visão. Da mesma forma, pacientes com hipertensão têm um risco de retinopatia hipertensiva, onde o aumento da pressão afeta o fluxo sanguíneo e gera uma atrofia da vascularização da área, resultando em danos permanentes”, alerta Dr. Alfonso Nomura, coordenador da oftalmologia do Hospital e Maternidade São Luiz São Caetano do Sul, no ABC paulista.

 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual no Brasil, sendo 500 mil cegas e cerca de 6 milhões com baixa visão.

 

 Entre as principais doenças que causam cegueira estão catarata, responsável por quase metade (47%) dos casos de cegueira reversível no mundo, glaucoma, que atinge quase 80 milhões de pessoas, além de retinopatia diabética, descolamento de retina e degeneração macular etária.

 

Cada uma possui definições, características, tratamentos e sintomas singulares, mas, de modo geral, manifestam-se através de problemas como visão turva, dor intensa e repentina nos olhos, flashes de luz ou pontos flutuantes no campo visual e dor de cabeça.

 

“Indivíduos em grupos de risco, como os que possuem doenças crônicas, enfrentam uma probabilidade aumentada de desenvolver questões graves na visão e, portanto, devem ser monitorados com regularidade. O ideal é fazer um acompanhamento multiprofissional periódico, manter hábitos saudáveis e, ao sentir mudanças ou a visão ruim, procurar um médico imediatamente”, orienta Dr. Alfonso Nomura.

 

O médico destaca ainda que, diferentemente do censo comum, de que os cuidados com a visão são uma preocupação apenas para pessoas em idade avançada, os cuidados preventivos devem começar desde cedo, já que o diagnóstico precoce é a chave para barrar o avanço das doenças e preservar a visão.

 

“Para portadores de doenças crônicas e outras comorbidades o cuidado oftalmológico não é apenas uma questão de garantir uma boa visão, mas também de evitar contratempos que podem afetar significativamente sua qualidade de vida, tornando-se algo obrigatório”, complementa o especialista do São Luiz São Caetano. 


O hospital da Rede D’Or, e primeiro da bandeira São Luiz fora da capital paulista, conta com um Ambulatório Oftalmológico para realização de consultas e exames. Com equipe especializada e equipamentos de ponta, o serviço possui uma linha de cuidado completa para saúde ocular.


Ginecologista alerta sobre o HTLV, vírus que acomete cerca de 800 mil brasileiros

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Identificada na década de 1980, a infecção ainda é um desafio considerável para a comunidade científica

 

O vírus HTLV, sigla para Vírus Linfotrópico de Células T Humanas, é um retrovírus conhecido, assim como o HIV, por infectar células do sistema imunológico humano. 

Embora identificado na década de 1980, ainda é um desafio considerável para a comunidade científica, por sua prevalência global. No contexto brasileiro, há indícios de que o país possa liderar em quantidade de casos em escala mundial. 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, no Brasil, entre 800 mil e 2,5 milhões de pessoas vivem com o vírus. Cerca de 5% e 10% das pessoas infectadas podem manifestar doenças graves, como mielopatia, doença neurológica degenerativa grave ou leucemia das células T, um câncer agressivo que pode ser fatal. 

“Esse vírus pode ser transmitido de várias maneiras, como por meio de relações sexuais desprotegidas, transfusões de sangue contaminado, compartilhamento de agulhas infectadas e da mãe para o filho durante a gestação, parto e amamentação”, afirma a Dra. Camille Risegato, ginecologista da Associação Mulher Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR). 

O controle da disseminação do HTLV envolve práticas de prevenção, como o uso de preservativos e o descarte seguro de material médico, além da realização de testes de triagem em doadores de sangue e transplantes de órgãos. 

No intuito de minimizar a transmissão vertical, que ocorre de mãe para filho, o Ministério da Saúde, incluiu em sua política o exame para HTLV durante o pré natal e a notificação nacional da doença. Assim, quando a infecção for diagnosticada, a mãe será orientada a não amamentar, e será oferecido pelo SUS fórmula artificial para esses bebês.

“Atualmente, não há cura. O foco está em tratar os sintomas e complicações decorrentes das doenças associadas ao vírus”, diz a ginecologista. “Por isso, é importante manter os padrões de uma saúde equilibrada, se prevenir e ressaltar que mais pesquisas são necessárias para desenvolver terapias direcionadas ao próprio vírus”, finaliza a ginecologista da AMCR. 

 


AMCR – Associação Mulher Ciência e Reprodução Humana do Brasil
Para saber mais informações, acesse o site.


Posso tomar vitaminas sem orientação médica?

 

Saúde, energia, disposição, prevenção de doenças, melhora da concentração e aumento da imunidade são algumas das promessas oferecidas pela suplementação de vitaminas. No entanto, fica a dúvida: suplementar é realmente necessário?  

Essa indústria cresce a cada dia e pode ser uma aliada no desempenho físico e mental. Porém, especialistas alertam sobre as necessidades individuais e os riscos de uma suplementação em excesso.  


Perigos à vista 

Existem vários tipos de vitaminas. A, E, D e K, por exemplo, são armazenadas no organismo. Já as vitaminas C e do complexo B são eliminadas rapidamente. Em ambos os grupos, a saúde pode ser afetada quando há excesso no organismo. Se ingeridas sem a orientação de um especialista, podem causar problemas como reações alérgicas, náuseas e vômitos.  

O uso exagerado de vitamina D ainda pode ocasionar sonolência, confusão mental e até depressão. Já o excesso de vitamina C pode gerar cálculos renais. O organismo não consegue absorver tudo o que tem nesses compostos e grande parte acaba sendo eliminada pela urina. Se usadas por muito tempo, essas substâncias também podem comprometer o funcionamento dos rins e do fígado, causar dor no estômago e até elevar o risco de problemas cardiovasculares.  

A recomendação é procurar um médico para identificar se há deficiências nutricionais. A partir de uma avaliação e de exames, o especialista vai indicar se existe ou não a necessidade de suplementação.  

Vale lembrar que, em casos de gestantes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde indicam o consumo de ferro e ácido fólico para prevenir má formação e favorecer o desenvolvimento do bebê. Para idosos, em casos de doenças, a suplementação com recomendação médica também é importante. 

 

Alimentação balanceada e bons hábitos  

Cápsulas não substituem a ingestão diária de frutas e verduras. De forma geral, se a pessoa se alimenta bem, com ingredientes saudáveis em meio a refeições equilibradas, não precisa recorrer ao uso de suplementos, pois esse hábito já é capaz de fornecer todas as vitaminas necessárias para o organismo.  

A vitamina C, por exemplo, pode ser encontrada em frutas como laranja, limão, mexerica e goiaba. Alimentos como batata, inhame e ovos cozidos também oferecem bons nutrientes para o sistema imunológico. Já a vitamina D pode ser produzida até mesmo com a exposição ao sol.   



Phillip Ji - co-CEO da Orient Mix, empresa pioneira em fitoterápicos no Brasil desde 1993 – orientmix@nbpress.com.br



Orient Mix
https://www.orientmix.com.br/


Futuro da Pílula Anticoncepcional é longo, ainda mais depois das suas últimas evoluções

 

A primeira aprovação de uma pílula contraceptiva já foi, por si só, um marco na história. Criada nos anos 60, década revolucionária para as mulheres e marcada por vários movimentos, como o clássico "a queima dos sutiãs", a pílula fez parte desse movimento feminista de liberdade porque, apesar de já existirem outros métodos contraceptivos, com a pílula elas dependiam apenas delas. Isso trouxe autonomia para a mulher decidir o momento certo da sua gravidez, o que foi fundamental, também, na liberdade das mulheres e permanece até hoje em dia, como um movimento super importante do liberalismo, da feminilidade e do feminismo. Aqui no Brasil a pílula chegou por volta de 1962, cerca de dois anos depois de seu lançamento, e até hoje é o método mais utilizado pelas brasileiras. 

Porém, as primeiras versões continham uma dose alta de estrogênio, inicialmente Mestranol, e com o passar do tempo, surgiu o Etinilestradiol, estrogênio semisintético, em doses altas e, com isso, os casos de tromboembolismo cresceram. Por isso a dose foi diminuída para 50mcg, o que foi considerada dose baixa (Atualmente, praticamente todas as pílulas possuem de 30 microgramas para baixo). Até este momento todas as versões eram combinadas, ou seja, com estrogênio e progestogênio. 

No início dos anos 2000, várias inovações foram apresentadas ao mercado de contracepção, como: pílulas com estrogênio natural, que, em termos de modificação de eficácia, não teve alteração, mas que têm um risco um pouco menor de Trombose. Além dos LARCs(contracepção de longa ação), estamos falando dos DIUs com hormônio e os implantes. 

Nesse mesmo período, aconteceu o lançamento da primeira pílula de progestogênio efetiva, fora da amamentação, com desogestrel, e antes disso já haviam sido lançadas as mini pílulas, que são eficazes apenas na amamentação e, também, são produzidas somente com progestagênio. 

Mas a grande revolução da pílula só aconteceu em 2021, com a descoberta da drospirenona de 4 miligramas, porque, diferentemente do desogestrel, ela tem outros benefícios extra contraceptivos, como um excelente controle de ciclo (com sangramento programado) e, por ser antiandrogênica, é um grande facilitador para a parte estética, pensando principalmente em acne. Essa formulação, também é antimineralocorticoide, ou seja, isso não traz edema e retenção de líquido, fazendo com que as mulheres não ganhem peso e não se sintam inchadas com o uso. 

Por mais que existem diversos outros métodos, até com mais eficácia, a tomada diária dá uma confiança muito grande nas pacientes e, por essa confiança e por essa sensação de controle e eficácia, acredito que a pílula tem um grande futuro não só no Brasil, como no mundo inteiro. Até porque, muitas mulheres não querem ou confiam em um método que, que seja colocado e retirado apenas meses ou anos após. Além disso, hoje em dia, o método também é utilizado para controlar sintomas de doenças como endometriose e ovários policísticos... Ou seja, ele ainda continuará sendo usado por muitos anos!



Dr. Ricardo Bruno - Mestre e Doutor em Medicina (pela Universidade Federal do Rio de Janeiro), Chefe do Serviço de Reprodução Humana do Instituto de Ginecologia da UFRJ e Diretor Médico da Exeltis Brasil.


PEC do Plasma: Especialistas respondem às principais dúvidas

A PEC do Plasma virou polêmica, e uma verdadeira enxurrada de fake news tomou conta do debate causando insegurança, medo e até podendo afetar a vida de milhares de pacientes que dependem dos medicamentos produzidos com plasma humano.

Sendo assim, o Departamento Científico de Erros Inatos da Imunidade da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) reuniu as principais dúvidas e mitos, visando esclarecer e contribuir para que a informação chegue a todos, beneficiando pacientes com imunodeficiências/erros inatos da imunidade e suas famílias.

 

1-          Qual a diferença de sangue e plasma e qual a vantagem de captar plasma para produzir imunoglobulina?

 

O sangue é composto de células (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas) e um líquido contendo uma série de substâncias, entre elas fatores de coagulação e anticorpos. Esse líquido é o plasma.

 

A doação de sangue não pode ser feita sempre, pois o indivíduo que doa não consegue repor todos esses componentes rapidamente.

 

Já a captação exclusiva de plasma requer aparelhos especiais, que separam esse componente líquido das células do paciente. Quando o indivíduo doa apenas o plasma, isso pode ser feito com mais frequência, pois esses componentes se reconstituem rapidamente.


 

2-          Se a PEC do Plasma for aprovada, as pessoas vão receber dinheiro em troca de doação de sangue e, consequentemente, do plasma?

 

Não é disso que trata a PEC. Ela apenas abre a possibilidade de que empresas privadas, sob demanda do Ministério da Saúde, atuem na captação de plasma. A captação de plasma sem que seja doado sangue demanda investimentos altos que, possivelmente, o governo não terá condições de assumir.


 

3-          No Brasil já existe compensação para doação de sangue. É verdade?

 

Sim, uma das compensações mais conhecidas para quem tem o hábito de doar sangue é o direito à folga, garantido em lei. Os estados têm independência para propor em seus municípios outras formas de recompensa. Na Paraíba, por exemplo, doadores regulares de sangue podem realizar exames de hemogramas gratuitos. 


 

4-          Tem algum risco de contrair alguma doença através do plasma?

 

A doação de sangue é totalmente diferente da doação de plasma. Na doação de sangue, você vai doar tudo, o seu sangue total, suas células, suas hemácias. Isso faz com que a doação de sangue seja feita a cada três meses no máximo, porque é preciso refazer as células.

 

Quando trabalhamos com sangue e células, não temos como fazer inativação de bactérias, vírus e outros componentes que estão nele, já que isso mata as células, que é foco principal.

 

Quando trabalhamos com plasma, existe a inativação, principalmente de vírus. Então, o risco de contaminação desse material é muito menor do que o risco em uma doação de sangue, na verdade, o risco é ínfimo.


 

5-          Com a aprovação da PEC o comércio do plasma vai abrir portas para comercialização de órgãos.

Não. A PEC deixa claro que está vedada a comercialização de órgãos.


 

6-          Com a aprovação da PEC do Plasma os doadores de sangue vão preferir doar plasma e vai faltar sangue.

 

Como não está previsto pagamento para doação de plasma, a preferência de doar plasma pode ocorrer por decisão pessoal e não por interesse econômico.

Além disso, como tem sido feito em outros países, pode-se definir que um doador somente poderá doar plasma caso realize doação de sangue total a cada três ou mais doações de plasma, por exemplo.


 

7-          Se tiver comércio de plasma, vai ter comércio de sangue e o risco de começarem a cobrar por transfusões.

 

Não existe essa previsão na PEC. Importante frisar que no texto da PEC está explicitado que a participação da iniciativa privada na captação e processamento do plasma ocorrerá sob demanda do Ministério da Saúde.


 

8-          Qual é o papel da iniciativa privada na PEC do Plasma?

 

O papel será definido pelo Ministério da Saúde: pode ser o de investir na estrutura para captação apenas de plasma e não de sangue total, pode ser o de produzir produtos a partir do plasma captado e fornecer a menores preços para o mercado brasileiro. Isso ainda não está regulamentado na PEC. Na PEC está apenas explicitado que o Ministério da Saúde controlará essa participação.


 

9-          Com a aprovação da PEC do Plasma o número de doação de sangue vai diminuir?

 

Não há motivo para isso acontecer. Porém, uma medida que pode ser tomada é atrelar a doação de plasma à doação periódica de sangue. Mas isso tem que estar explicitado na lei, que será aplicada após a aprovação da PEC do Plasma.

 

Com a necessidade, principalmente, de imunoglobulinas, a Organização Mundial de Saúde fez o chamado para que vários países começassem a incentivar os programas de doação de plasma. E, nesse sentido, é preciso entender que a doação de sangue pode ser feita a cada 3, 4 meses, e o que sobra do plasma não é de uma qualidade boa, nem é suficiente para produzir hemoderivados.

 

Na doação de plasma, você doa só plasma. As células são devolvidas para o seu corpo. Como as hemácias são devolvidas para o corpo, você doa água, proteínas e alguns sais minerais, substâncias que o corpo consegue repor rapidamente. Então, o doador de plasma pode até doar toda semana. Com grande quantidade de plasma é possível produzir uma grande quantidade de hemoderivados, especialmente a imunoglobulina, aumentando a possibilidade de se dar conta da crescente demanda por esse hemoderivado e reduzindo a dependência das importações.

 

São sistemas de captação distintos, um não vai interferir no outro. Canadá, Alemanha, Polônia, Hungria, Finlândia e República Tcheca são países que já fazem captação de plasma em separado da doação de sangue total.


 

10-       Atualmente, o Brasil consegue suprir a necessidade de plasma para atender a produção de imunoglobulina? (o medicamento salva vidas de pessoas com imunodeficiências/erros inatos da imunidade).

 

O Brasil não produz nenhuma gota de imunoglobulina a partir do plasma de seus cidadãos. Trata-se de um hemoderivado fundamental para manter e recuperar a saúde, prevenindo o adoecimento e morte de muitos brasileiros.

 

Infelizmente, hoje, não há perspectiva de que as medidas atualmente propostas pelo governo sejam capazes de suprir essa necessidade que é crescente não só no Brasil, mas no mundo.

 

Muitos países, de todos os continentes, estão preocupados com o assunto e procurando formas para se tornarem independentes do mercado internacional e, principalmente, da doação de plasma dos Estados Unidos.

 

O consumo de imunoglobulina cresce exponencialmente no mundo e muitos países estão buscando parcerias público/privadas para dar conta da demanda. Por que no Brasil deveria ser diferente?


 

11-       Por que precisa ter a iniciativa privada envolvida? A Hemobrás, quando estiver funcionando, não poderá produzir os medicamentos com o plasma captado pelos hemocentros?

 

A Hemobrás foi criada há quase 20 anos e ainda não produziu uma gota de imunoglobulina em solo nacional. A empresa ainda não possui a tecnologia para produzir derivados do plasma, tampouco imunoglobulina e demais medicamentos feitos a partir do plasma humano". Isso requer tempo e é um tempo que os pacientes não dispõem.

 

Após aquisição dessa tecnologia, por limitações estruturais não há previsão de que se consiga dar conta das necessidades atuais desses derivados do plasma, muito menos das necessidades que serão ainda maiores quando essa produção estiver acontecendo.


 

12-       Se a iniciativa privada for autorizada a captar o plasma (além dos hemocentros), o valor dos medicamentos feitos a partir do plasma poderão ter reajustes?

 

A iniciativa privada necessita do plasma para produzir os medicamentos. Sendo possível captar o plasma em território brasileiro, os custos podem até ser reduzidos. Isso depende da política de impostos aplicados sobre essa produção, distribuição e comercialização. Se o governo estimular o estabelecimento de empresas internacionais no país, o custo pode ser ainda menor.


 

13-       Só o Brasil quer colocar a iniciativa privada para captar plasma. Nos outros países não funciona assim, é verdade?

 

Em muitos países a captação de plasma é realizada por empresas privadas. Naqueles em que isso ainda não ocorre, o tema tem sido motivo de amplo debate. Muitos governos, inclusive de países ricos, não pretendem ou consideram assumir os custos de implementação da captação de plasma.


 

14-       Se a captação e processamento do plasma hoje são insuficientes para atender a demanda brasileira, de onde vem os medicamentos feitos a partir do plasma, os chamados hemoderivados?

 

Os medicamentos vêm de empresas privadas internacionais, ou seja, de produção fora do Brasil, pagam impostos e geram empregos fora do Brasil. São medicamentos importados, com todos os custos implicados nessa importação. O comércio de plasma hoje já é uma realidade no Brasil, apenas participamos da maneira mais inadequada possível: importamos, pagando a peso de ouro, praticamente 100% da imunoglobulina que consumimos. O que tem sido feito para reduzir esse custo é permitir a importação pelo Ministério da Saúde de produtos não aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).


 

15- Recentemente temos visto inúmeras notícias de apreensão de imunoglobulina falsificada, se o sistema atual fosse eficiente, isso estaria acontecendo?

 

Se tivéssemos captação de plasma e uma empresa de ponta para a produção dos medicamentos, com certeza isso seria minimizado, pois haveria imunoglobulina disponível em quantidade suficiente para suprir a demanda. O controle de medicamentos falsificados é uma outra questão a ser trabalhada pela administração federal. O governo não tem uma política pública que garanta o fornecimento de imunoglobulina de qualidade para os pacientes. Faz repetidas compras emergenciais, muitas vezes de medicamentos sem aprovação da Anvisa, o que gera enorme insegurança entre os pacientes e seus médicos.

 



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