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segunda-feira, 8 de abril de 2024

Cirurgiões estão criteriosos ao escolher onde realizar cirurgias

 Pesquisa indica lista de motivos através dos quais os médicos avaliam e escolhem para qual instituição levarão seus pacientes de procedimentos eletivos

Bons padrões de qualidade e facilidade são necessidades procuradas pelos médicos brasileiros no momento de escolher em qual instituição realizar suas cirurgias eletivas. Ao menos é o que revelou uma pesquisa condicionada a operadora Alice e publicada pelo site Medicina SA, especializado em pautas médicas.

O estudo ouviu 106 cirurgiões na cidade de São Paulo e chegou à conclusão sobre dez tópicos que são determinantes para a seleção. Em primeiro lugar aparece a disponibilidade de horários, citada por 18% dos profissionais. Em seguida, vem a localização geográfica do hospital, mencionada por 15% dos cirurgiões. Já em terceiro lugar ficou a equipe de transporte do hospital, com 14% das respostas.

Outros fatores como qualidade da Sala Conforto, equipamentos de qualidade de acordo com a especialidade, equipe de enfermagem e a pontualidade da sala no horário agendado também foram bastante lembrados. Esse padrão bastante seletivo é uma exigência de mercado. Ao menos é o que explica Flávia Nápoles, diretora executiva do Hospital São Rafael.

“Como gestora em saúde, compreendo por que os médicos são tão seletivos na escolha de hospitais para cirurgias eletivas. Essa seleção criteriosa reflete a responsabilidade dos cirurgiões em garantir o melhor ambiente e suporte para seus pacientes durante os procedimentos. Portanto, a seletividade dos médicos na escolha de hospitais reflete seu compromisso em oferecer o melhor cuidado possível aos seus pacientes, considerando todos os aspectos que impactam diretamente na experiência e nos resultados clínicos”, justifica.

Flávia ainda detalha o porquê destes pontos serem tão relevantes. “A disponibilidade de horários é essencial para otimizar a programação das cirurgias, garantindo um fluxo eficiente e minimizando a espera dos pacientes e médicos. Além disso, a localização geográfica influencia na acessibilidade e na conveniência tanto para os pacientes quanto para os profissionais. A qualidade dos equipamentos e da equipe de enfermagem é fundamental para assegurar a segurança e o conforto dos pacientes durante todo o processo. Quando uma instituição consegue oferecer tudo isso, a chance de a mesma saltar para o topo da lista de favoritas é grande”, salienta.

Em Belo Horizonte, o Hospital São Rafael está instalado em um prédio de 12 andares e estes são ocupados por Centro Cirúrgico, Serviço de Terapia Hiperbárica, Unidades de Internação, setores de backoffice e uma praça de alimentação com franquias renomadas. Em um futuro próximo investirão também em um Hotel, que ocupará o último andar. O empreendimento nasceu a partir de um investimento inicial de R$ 70 milhões, e com o propósito de oferecer o que há de melhor nessas áreas. Já para 2024 a expectativa é de que o hospital realize 6.600 atendimentos.

“Acreditamos que a escolha por um bom padrão de atendimento é algo motivador para acolher tanto o médico quanto o paciente. Até porque, quando falamos em cirurgias eletivas, que são aquelas passíveis de agendamento e sem necessidade de urgência, o tempo pode ser um favor que fará o profissional mudar de ideia. Portanto, não pecamos em manter um bom padrão de atendimento”, finaliza a Diretora Executiva do Hospital São Rafael.

 

Dia Mundial da Saúde: evoluções e empatia a serviço da vida

 No Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, temos a oportunidade de refletir sobre a importância fundamental da saúde em nossas vidas e na sociedade. Como médico e diretor técnico do Vera Cruz Hospital, tenho visto de perto os desafios e as conquistas no campo da saúde, e gostaria de compartilhar algumas reflexões sobre este dia tão significativo. 

A saúde vai além da ausência de doenças; ela representa o bem-estar físico, mental e social . Neste dia, é crucial reconhecer a importância do atendimento humanizado. O cuidado com o paciente não se limita apenas ao tratamento de suas condições físicas, mas também ao suporte emocional e psicológico. A empatia, o respeito e a compreensão são fundamentais nesse processo, tornando a jornada de recuperação mais acolhedora e eficaz. 

Além disso, o setor da saúde está em constante evolução, com inovações que transformam a forma como cuidamos da saúde. A tecnologia tem sido uma grande aliada, permitindo diagnósticos mais precisos, tratamentos personalizados e uma melhor gestão da saúde pública e privada. A transformação digital, por sua vez, tem facilitado o acesso a informações de saúde, aprimorando a comunicação entre médicos e pacientes e otimizando os processos hospitalares. 

A integração da tecnologia na saúde também destaca a importância da empatia. À medida que avançamos para um futuro cada vez mais digital, devemos nos lembrar de que a tecnologia deve complementar, e não substituir, o toque humano. A empatia no atendimento médico fortalece a confiança e o vínculo entre profissionais de saúde e pacientes, essencial para uma jornada de cura bem-sucedida. 

No Dia Mundial da Saúde, faço um convite a todos a refletirem sobre como podemos contribuir para um sistema de saúde mais humanizado, inovador e empático. Seja por meio da adoção de novas tecnologias, da prática do atendimento humanizado ou do simples ato de ouvir e compreender as necessidades dos pacientes., Cada um de nós tem um papel a desempenhar na construção de um futuro mais saudável. 

 

Gabriel José Redondano Oliveira - CRM 116688), (RQE 30533 - diretor técnico médico do Vera Cruz Hospital


Dia Internacional da Saúde – Pesquisas mostram que trabalho híbrido melhora a produtividade e a saúde mental

 

No novo mundo do trabalho, as prioridades das pessoas mudaram, com uma ênfase cada vez maior na saúde mental, física e emocional, além da expectativa de que o trabalho deve se adaptar à vida, e não o contrário. A adoção de novos modelos de trabalho, que permitem trabalhar de qualquer lugar, tem trazido uma série de benefícios aos trabalhadores, incluindo um impacto positivo na saúde mental e física. Os efeitos desse novo modelo de trabalho estão sendo analisados por diversas instituições de renome, reforçando a crença de que essa mudança veio para ficar. 

Um exemplo é o estudo realizado pelo IWG – líder global e nacional em locais de trabalho flexíveis como coworkings e escritórios – junto ao Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido. Os dados obtidos em 2023 mostram que: 

  • 66% dos trabalhadores que atuam no formato híbrido afirmam ter sentido uma melhora na saúde mental;
  • Com o modelo híbrido, trabalhadores têm mais tempo para família e amigos (55%), atividade física (52%) e caminhadas (67%);
  • 54% têm mais tempo para o preparo de refeições saudáveis ao longo da semana;
  • Redução no tempo de deslocamento garante até 71 horas a mais de sono por ano;
  • 79% notaram aumento na produtividade em comparação com o período pré-pandemia, como resultado de menos estresse relacionado ao trabalho;
  • 88% consideram a opção pelo trabalho híbrido tão importante quanto benefícios financeiro. 

Para Tiago Alves, CEO do IWG no Brasil, o modelo de trabalho híbrido é uma das principais megatendências de trabalho para 2024 e está mudando a forma como as pessoas trabalham em todo o mundo. O formato, segundo ele, traz benefícios significativos, como aumento da felicidade dos funcionários, melhoria da produtividade e maior retenção e atração de talentos. “Os profissionais do regime híbrido podem ajustar seu trabalho às suas vidas, inclusive reduzindo a necessidade de longos deslocamentos diários. Oferecer a opção de trabalho híbrido é uma maneira importante e simples para as empresas mostrarem que se importam com seus funcionários. Isso permite que eles tenham mais controle sobre seus horários e tenham mais tempo livre. As empresas que adotam o trabalho híbrido percebem não apenas uma equipe mais saudável, mas também mais comprometida e produtiva”, pontua Tiago Alves, CEO do IWG Brasil. 

Em recente relatório levantado pelo IWG, para determinar as melhores cidades do mundo para realizar o “Workation” (uma tendência que une trabalho a viagens), os dados mostram que: 

  • 88% dos trabalhadores híbridos atuaram de locais distantes de suas sedes em 2022;
  • 71% considerariam entrar para um novo trabalho, apenas se oferecesse a flexibilidade para trabalhar remotamente, em parte do tempo.
  • A pesquisa também aponta o Rio de Janeiro como uma das melhores cidades do mundo para realizar o "workation”.

 

Como benefícios do trabalho híbrido:

  • 76% destacaram equilíbrio entre vida pessoal e o trabalho,
  • 47% economizar dinheiro viajando em dias de menor movimento
  • 30% desfrutar de férias mais longas


IWG, International Workplace Group –
Para conhecer melhor visite o site ou clique aqui para obter mais informações sobre a parceria.


Crianças no Brasil estão mais obesas: perspectivas para a vida adulta

Maior estudo já realizado no país revelou aumento do sobrepeso e obesidade entre crianças de 3 a 10 anos de idade. As projeções para o futuro são graves e merecem atenção

 

Pesquisa da Fiocruz, em parceria com UFMG e University College London, observou mais de 5 milhões de crianças de 3 a 10 anos. Dados foram publicados em revista referência em saúde. 

As crianças no Brasil estão mais obesas, segundo pesquisa que analisou mais de 5 milhões de crianças de 3 a 10 anos ao longo de 13 anos. Foi o primeiro estudo a analisar o peso e a altura de crianças em uma trajetória de tempo e com um grupo tão extenso no Brasil. O resultado foi publicado na semana passada na The Lancet Regional Health – Americas (vol. 32, abril 2024), revista referência na área de saúde. 

No caso da obesidade, o aumento da prevalência passou de 11,1% para 13,8% entre os meninos e de 9,1% para 11,2% entre as meninas.

 

A prevalência da obesidade reabre a discussão sobre o padrão da dieta das crianças, como o aumento do consumo de ultraprocessados, e do comportamento, com o sedentarismo.

 

O que esperar para o futuro destas crianças? 

A obesidade infantil é um problema de saúde pública global com graves consequências para a saúde e longevidade na vida adulta. Segundo o Dr. Daniel Lerario, médico endocrinologista, mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina, crianças obesas têm maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares, como hipertensão, infarto do miocárdio, AVC, além de diabetes tipo 2, alguns tipos de câncer, doenças respiratórias: asma, apneia do sono, entre muitas outras. 

“Ter pais obesos aumenta o risco da obesidade, mas hábitos alimentares e o sedentarismo são determinantes para que estejamos observando resultados como este do estudo da Fiocruz”, alerta.  

Para a vida adulta, caso não haja mudanças substanciais na rotina destas crianças, podemos esperar diminuição da expectativa de vida, surgimento de doenças crônicas associadas à obesidade e prejuízos na qualidade de vida, com limitação da capacidade de realizar suas atividades diárias cada vez mais precoce.

 

Podemos reverter esta situação? 

O Dr. Daniel explica que promover uma alimentação saudável, oferecendo frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras, substituindo alimentos calóricos e processados e evitando refrigerantes, doces, salgadinhos e fast food são a primeira medida. 

“Também incentivar a atividade física. Uma criança em idade escolar deve ter pelo menos 60 minutos de atividade física moderada-intensa por dia. Para completar, manter um ambiente familiar saudável, oferecendo aos filhos exemplos de hábitos saudáveis”.

 

Para conferir o estudo completo, acesse https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2667193X24000486


Uso indiscriminado de psicoestimulantes e os impactos na saúde

 

imagem - senivpetro on Freepik

Cirurgião dentista aponta para aumento nos casos de bruxismo, erosão dentária, e nas queixas de pacientes com dores crônicas na cabeça, pescoço, ombros e cervical.

 

De 2018 a 2022, a quantidade de caixas do dimesilato de lisdexanfetamina passou de 618 mil para 1,4 milhão (dados do Sindicato da Indústria de Produtores Farmaceuticos - Sindusfarma). A substância é o princípio ativo do Venvanse, medicamento que estimula o sistema nervoso central, indicado para o tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH).

É sabido que em regiões de maior concentração de empresas, principalmente do mercado financeiro, a venda de psicoestimulantes é expressiva em comparação a outros pontos do país. O público cativo é formado por executivos que miram potencializar o foco e a produtividade. Estudantes em fase pré-vestibular também fazem parte dos usuários.

 

Dores crônicas e deficiência na musculatura

O impacto do uso indiscriminado e sem prescrição desses medicamentos tem sido percebido no consultório odontológico. O cirurgião dentista do Ateliê Oral, Marcelo Kyrillos, aponta para o crescimento dos casos de bruxismo e de erosão dentária em pacientes executivos.

O especialista destaca ainda para o aumento de pacientes com dores crônicas nos músculos relacionados à mastigação, na musculatura da face e do pescoço, e com deficiências na função mastigatória e na articulação temporomandibular (ATM). Segundo ele, as ocorrências são diagnosticadas majoritariamente em executivos que fazem uso desses medicamentos.

O neurocirurgião do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Wanderley Cerqueira, explica a relação apontada por Kyrillos: “O bruxismo está como uma das consequências mais comuns dos psicoestimulantes, quando não tomados de forma prescrita, o que explica os casos relatados nos consultórios odontológicos. Com a grande carga elétrica, o indivíduo dorme mal, ou tem um sono muito leve. Esse período de supressão do sono REM (que é o sono de maior qualidade), é o momento no qual o bruxismo atua intensamente. Fora isso, todo o enrijecimento do corpo causado pela hiperatividade leva a um apertamento da região da face, desencadeando as queixas de erosão dentária e de dores articulares e cervicais observadas”, explica.

 

Reprogramação para salvar os dentes

O executivo Raphael Soares (41) tomou Venvanse durante alguns meses. Não sendo diagnosticado com TDAH ou transtorno similar que pudesse justificar o uso do medicamento, seu consumo – que não era diário – tinha como único objetivo aumentar a concentração e a produtividade. “O uso potencializou uma ansiedade já existente. Comecei a ter aquela dor tensionada na cabeça, no pescoço e na cervical, boca seca, enxaqueca, e até dificuldade para abrir o maxilar, que chegava a estalar”, conta.

Após um ano de ter deixado o estimulante, Raphael segue fazendo tratamentos para liberação neurofacial, incluindo desprogramação neuromuscular no consultório odontológico para permitir ao cérebro criar novas ligações para tirar a sobrecarga da musculatura da face e do pescoço, além de reprogramar a respiração nasal e a qualidade do sono.

Kyrillos salienta que esse tipo de tratamento é feito nos consultórios odontológicos por ser diretamente atrelado a um sistema chamado Estomatognático “esse sistema está relacionado aos músculos da mastigação, às articulações temporomandibulares (ATMs), e ao nervo denominado trigêmeo, que é um dos principais nervos responsáveis pela sensação na face e pela função motora dos músculos da mastigação. Esse sistema é fundamental para a fala, a mastigação e a deglutição”, explica.

Esse tipo de tratamento pode minimizar o ranger os dentes, que é o bruxismo propriamente dito. Porém, ele destaca que não haverá efetividade se o paciente continuar tomando esses estimulantes indiscriminadamente. “Nada que é feito sem orientação médica sai ileso. O corpo vai cobrar, e é nosso papel apontar até onde esses efeitos colaterais graves estão chegando: em nossa cadeira”, frisa.


Diagnóstico tardio é um dos principais desafios para o enfrentamento do câncer no Brasil, alertam oncologistas

Para 31% dos participantes do Censo SBOC da Oncologia Clínica, o atraso no diagnóstico é um dos principais problemas para o controle da doença no país

 

No Dia Mundial de Luta Contra o Câncer, 8 de abril, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) faz um alerta sobre a importância do diagnóstico precoce para o enfrentamento da doença. De acordo com dados do Censo SBOC da Oncologia Clínica, realizado em parceria com o Instituto Datafolha com mais de 760 oncologistas clínicos de todas as regiões do país, 31% dos especialistas entrevistados consideram o diagnóstico tardio como um dos principais problemas para o controle do câncer no Brasil. 

Ainda de acordo com o Censo SBOC, 19% dos oncologistas apontaram falhas no acesso e qualidade dos exames de detecção e controle do câncer, 5% queixaram-se da falta de campanhas ou programas eficientes de conscientização e prevenção, assim como da baixa adesão da população aos programas de prevenção e tratamento já existentes. O maior problema apontado pela pesquisa realizada no ano passado foi a dificuldade de acesso a novos tratamentos oncológicos. 

“Com o primeiro Censo SBOC, conseguimos extrair dos profissionais que atendem diariamente pacientes com câncer aquilo que eles consideram como maiores desafios na profissão”, explica a Presidente da SBOC, Dra. Anelisa Coutinho. “A partir dessas informações, a SBOC tem buscado ampliar parcerias para auxiliar o governo e demais tomadores de decisão em diferentes ações voltadas ao acesso a novas terapias. Em nossos eventos e canais de comunicação com a sociedade, também temos promovido diferentes ações de conscientização e prevenção do câncer”, acrescenta. 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estão previstos para o país cerca de 700 mil novos casos de câncer por ano no triênio 2023-2025, sendo o câncer de mama (10,5%) e o de próstata (10,2%) os mais incidentes, excluindo o câncer de pele não melanoma. Além da adesão da população em ações preventivas, a adoção de políticas públicas é importante para garantir ao paciente o acesso à saúde.


DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA O CÂNCER

CAR-T Cell: nova terapia gera esperança na luta contra o câncer Para especialista, Brasil deve se preparar para democratizar acesso a procedimento

 

Entre 2029 e 2030, o câncer deve superar as doenças cardiovasculares como principal causa de morte no País, cenário que já é realidade em ao menos 606 municípios brasileiros. Os dados do Observatório de Oncologia do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer reforça a convicção de que o enfrentamento ao câncer configura, na atualidade, um dos maiores desafios da saúde pública. 

À medida que as estimativas de casos aumentam, avança a busca por novos métodos para diagnosticar e tratar cânceres. Entre estes, estão os estudos com as células CAR-T Cell, técnica que combate certos tipos de câncer (como leucemias e linfomas), e cujo princípio consiste em modificar algumas células boas (T) do organismo do paciente e as reintroduzir a fim de combaterem a doença. 

O tratamento vem sendo amplamente estudado entre a comunidade médica. Desde os primeiros ensaios clínicos da CAR-T, nos Estados Unidos, em 2010, mais de 10 mil pacientes já foram submetidos à tecnologia em todo o mundo e muitos alcançaram remissão da doença. “É um sopro de esperança”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal. 

Para o especialista em Direito Médico e mestre em Ciência, Tecnologia e Gestão aplicadas à Regeneração Tecidual, a terapia celular avançada, promovida por meio das células-tronco, é o segredo da medicina do amanhã. “A expectativa é de que, no futuro, o procedimento possa ser adaptado para outros tipos de câncer. Com a medicina do futuro, aliás, todas as doenças degenerativas serão tratadas com células-tronco, remédio biológico que carregamos em nosso organismo”, diz. 

No Brasil, diversos testes em desenvolvimento demonstram resultados promissores. Existe o desafio do alto custo do tratamento frente à realidade do sistema de saúde brasileiro, e o procedimento ainda não está disponível a todos os casos aptos à tecnologia na rede pública, ainda que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já tenha concedido liberação para uso de algumas incorporações. 

Canal pontua que as autoridades precisam se organizar e buscar alternativas para incluir a terapia entre os serviços disponíveis à população, via Sistema Único de Saúde (SUS), tão logo sejam concluídos os estudos e possibilitados os próximos passos para que o tratamento efetivamente alcance quem depende da abordagem inovadora para um desfecho positivo. 

“Há um grande caminho a ser pavimentado, mas a esperança é renovada quando observarmos os resultados conquistados até aqui. O princípio dessa terapia, que parte do uso das técnicas imunológicas para recuperar pacientes, vai revolucionar a área da saúde. Precisamos estar atentos e preparados para democratizar o acesso a essa inovação”, conclui o presidente da Anadem. 

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são esperados 704 mil novos casos da doença no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. Estudos da instituição projetam que, se nada for feito e a tendência de aumento de casos se mantiver na mesma velocidade, a União gastará R 7,8 bilhões em 2040 com procedimentos hospitalares e ambulatoriais no SUS em pacientes oncológicos.

 

Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética – Anadem
Para saber mais, clique aqui.


Você sabe se comunicar? Aprenda como elaborar estratégias e um planejamento de comunicação eficaz

A arte de comunicar-se eficazmente vai além da mera troca de informações. A comunicação assume um papel crítico, não apenas na esfera pessoal, mas também no âmbito profissional. A comunicação é uma ferramenta poderosa.

“Quando bem planejada e executada, tem o potencial de transformar percepções, construir relações de confiança e fomentar um ambiente de entendimento mútuo. Este princípio é crucial para especialistas que auxiliam outras pessoas a desenvolver suas habilidades de comunicação, às ensinando a compreender o efeito de suas interações comunicativas.", destaca a fonoaudióloga e especialista em comunicação Mirna Abou Rafée.


Planejamento, um pilar importante 

No coração de uma estratégia de comunicação bem-sucedida está o planejamento. Assim como planejamos nossas finanças, saúde e desenvolvimento pessoal, a comunicação requer uma abordagem estratégica que alinhe nossa mensagem aos nossos objetivos. Isso significa entender profundamente não apenas os mecanismos da comunicação humana, mas também como esses mecanismos podem ser melhor utilizados para fortalecer a própria imagem e alcançar metas profissionais e pessoais.

 

Estratégias acessíveis e ferramentas 

Embora o conceito de planejar nossa comunicação possa parecer uma tarefa complexa, é uma habilidade acessível com as ferramentas certas e um conhecimento profundo de nosso próprio negócio ou objetivos pessoais. Utilizando técnicas e ferramentas adequadas, podemos desmistificar esse processo e torná-lo uma parte integrante de nosso desenvolvimento pessoal e profissional.

A chave para um planejamento de comunicação eficaz reside na seleção de ferramentas adequadas e no conhecimento profundo do campo de atuação. Quer dizer que, uma compreensão aprofundada das nuances da comunicação humana, combinada com o uso de tecnologias e metodologias que podem ampliar o alcance e a eficácia de suas mensagens.


Aqui estão os pontos principais para elaborar um planejamento de comunicação eficaz: 

Conheça seu público-alvo: Entenda quem são, o que precisam e preferem, e como gostam de receber informações. 

Mensagem consistente: Sua mensagem deve ser clara e consistente em todos os canais que você usa para se comunicar. 

Crie conteúdo de qualidade: Produza informações que sejam úteis, interessantes e relevantes para o seu público. 

Monitore e avalie: Use ferramentas para acompanhar como sua comunicação está sendo recebida e faça ajustes conforme necessário. 

Seja autêntico e transparente: As pessoas valorizam a autenticidade e a honestidade, o que pode fortalecer a confiança na sua imagem. 

Adapte-se e seja flexível: Esteja aberto para mudar sua estratégia com base no feedback e nas mudanças do ambiente. 

Objetivos claros: Definir objetivos claros e mensuráveis é crucial em qualquer plano de comunicação. Isso nos permite monitorar o progresso e ajustar estratégias conforme necessário. Esses objetivos podem variar desde aumentar a conscientização sobre a importância da saúde vocal até promover serviços especializados em comunicação.

“Se você quer inspiração e ajuda, fazer um plano de comunicação é um bom caminho para o sucesso. É uma chance de pensar sobre como nos comunicamos e adotar maneiras de falar e ouvir que melhoram nossa imagem e ajudam a criar uma sociedade onde as pessoas se entendem e se conectam melhor.”. Conclui Mirna Abou Rafée.

 

Mirna Abou Rafée - Idealizadora da Yutter, tagarela por vocação e apaixonada por comunicação. Acredita que tão importante quanto o que se diz é como se diz. Defende que uma comunicação autêntica e bem desenvolvida faz você sair na frente e garantir um lugar de destaque, seja onde for. Afinal, uma boa fala tem o poder de valorizar qualquer discurso. Fonoaudióloga formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Especialista em voz pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia com duas pós-graduações. Mentora de comunicação de líderes e executivos de empresas de diversos segmentos. Participação no programa de neurociências na Universidade de Yale em Connecticut/USA.


Inadimplência volta a subir em São Paulo após seis meses, aponta FecomercioSP

Atualmente, quase 1 milhão de famílias têm contas em atraso; fenômeno é resultado da alta da inflação em itens cotidianos, como alimentos e transportes


 
Após seis meses, a inadimplência das famílias paulistanas voltou a subir no mês de março. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) aponta que, no mês passado, 921,2 mil famílias tinham algum tipo de conta em atraso na metrópole. Assim, o porcentual de lares inadimplentes saltou para 22,7% (em fevereiro, era de 21,8%) [gráfico 1].



Embora o número de famílias endividadas esteja abaixo do registrado em março de 2023, o comprometimento da renda delas com dívidas segue preocupante. Hoje, um terço (31,7%) de tudo o que os lares recebem é destinado a pagamentos dessas despesas — que, em média, se prolongam por oito meses.
 
Os fatores que compõem esse fenômeno também se elevaram na análise quantitativa: o cartão de crédito, que endividava 85,8% das casas paulistanas, em fevereiro, agora o faz em 86,1% desses lares. O crédito pessoal, por sua vez, passou de 15,6% para 16,6%, enquanto o crédito consignado apontou aumento mais significativo: de 7,7% para 9%. Na percepção da Federação, esses dados sugerem que há uma demanda mais aquecida das famílias por recursos utilizados, posteriormente, para manter o consumo cotidiano, como alimentos e combustíveis. É assim que um dos principais motivos para o aumento da inadimplência em março, após meses de queda, foi justamente a inflação mais forte nesses dois grupos de produtos.
 
Esse fenômeno impacta mais fortemente as classes de renda mais baixa: entre as famílias com rendimentos abaixo de dez salários mínimos, sete em cada dez estão endividadas (71,3%), e mais de um quarto (26%) está inadimplente. Nas classes mais altas (acima de dez salários mínimos), as taxas são de 60,5% e 13,2%, respectivamente.
 
Essa conjuntura pode se consolidar caso a previsão do retorno da inflação, principalmente sobre alimentos e preços de transportes, se confirme no médio prazo. Se isso acontecer, ficará mais difícil para os paulistanos adiarem o pagamento das suas dívidas em favorecimento ao consumo diário — uma prática que a FecomercioSP observa desde o ano passado. Hoje, 2,78 milhões de famílias estão endividadas em São Paulo, das quais 921 mil estão inadimplentes e 391 mil, sem condições de pagar as despesas atrasadas no momento (9,6%).

 
Nota metodológica

PEIC
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela FecomercioSP desde fevereiro de 2004. São entrevistados aproximadamente 2,2 mil consumidores na capital paulista. Em 2010, houve uma reestruturação do questionário para compor a pesquisa nacional da Confederação Nacional do Comércio (CNC), e, por isso, a atual série deve ser comparada a partir de 2010.O objetivo da PEIC é diagnosticar os níveis tanto de endividamento quanto de inadimplência do consumidor. O endividamento é quando a família possui alguma dívida. Inadimplência é quando a dívida está em atraso. A pesquisa permite o acompanhamento dos principais tipos de dívida, do nível de comprometimento do comprador com as despesas e da percepção deste em relação à capacidade de pagamento, fatores fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais agentes econômicos, além de ter o detalhamento das informações por faixa de renda de dois grupos: renda inferior e acima dos dez salários mínimos.

 
FecomercioSP

Lifelong learning e sua importância para profissionais de todas as gerações

Já ouviu falar em lifelong learning? 

Em seu significado, garanto que sim, caro leitor. O termo remete ao aprendizado contínuo, que considero a chave para a produtividade e o sucesso profissional, independentemente da idade. 

Longe vão os dias em que a educação era vista como uma etapa concluída na juventude. Na época de meu avô, íamos até os 20 estudando. Dos 20 aos 60, trabalhávamos; após essa idade, restava apenas aposentar e aguardar o fim. No entanto, a expectativa de vida cresceu demais; com isso, temos a oportunidade de nos mantermos vivos – se tudo der certo! – por muito mais tempo. 

Nesse cenário, a atualização constante é um imperativo para todas as gerações, inclusive profissionais mais experientes que desejam manter sua relevância no mercado de trabalho. 

O aprendizado contínuo é fundamental para a adaptação às novas tecnologias, metodologias e tendências de mercado. Ele não só aumenta a empregabilidade e a competitividade dos profissionais, mas também contribui significativamente para a produtividade das empresas. Organizações que incentivam a educação contínua de seus colaboradores tendem a ser mais inovadoras, flexíveis e bem-sucedidas. 

Para muitos profissionais mais experientes, retomar o aprendizado pode parecer um desafio. No entanto, é importante reconhecer que a idade traz consigo uma riqueza de experiência e perspectiva que pode ser valiosa no processo de aprendizado. Para isso, destaco cinco estratégias para facilitar o processo: 

1- Adote uma mentalidade de crescimento, encarando o aprendizado como uma oportunidade para expandir seus horizontes, e não como uma tarefa árdua;

2- Aproveite a tecnologia: plataformas de aprendizado online oferecem flexibilidade para aprender no seu próprio ritmo e de acordo com seus interesses;

3- Aplique o aprendizado na prática, buscando oportunidades para concretizar novos conhecimentos em seu trabalho atual ou em projetos paralelos;

4- Busque comunidades de aprendizado, como grupos de estudo ou redes profissionais;

5- Mantenha a curiosidade: ao explorar áreas fora de sua zona de conforto, você mantém sua mente ágil e aberta a novas ideias. 

E, por falar em curiosidade, caso esteja motivado em aplicar o lifelong learning em sua vida profissional e queira estudar algo novo, recomendo começar por cinco temas relevantes para qualquer carreira na atualidade: 

1- Transformação digital, já que entender as tecnologias emergentes e sua aplicação nos negócios é crucial para manter a relevância profissional;

2- Gestão ágil: metodologias ágeis estão revolucionando a forma como os projetos são gerenciados e entregues, tornando-se uma habilidade essencial;

3- Inteligência emocional, pois a capacidade de gerenciar emoções e relacionamentos é cada vez mais valorizada no ambiente de trabalho;

4- Sustentabilidade e responsabilidade social, algo altamente valorizado pelas empresas atualmente, já que buscam práticas mais sustentáveis e éticas;

5- Inovação e criatividade: ao pensar fora da caixa, você propõe soluções inovadoras e aumenta suas chances de se diferenciar em um mercado tão dinâmico como o atual. 

Adotar uma abordagem proativa em relação à educação é uma forma poderosa de garantir uma carreira longa e gratificante. Encorajo você, querido leitor, a abraçar o desafio do aprendizado constante e a explorar as infinitas possibilidades que ele oferece.

 

Virgilio Marques dos Santos - um dos fundadores da FM2S, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.


O que são doenças do trabalho e quais enfermidades podem ser caracterizadas desta forma?

 

As doenças do trabalho, também conhecidas como doenças ocupacionais ou profissionais, são aquelas que resultam das atividades laborais e das condições de trabalho. Elas podem ser causadas ou agravadas pelos fatores presentes no local de trabalho e pela natureza das tarefas desempenhadas, o que é chamado de nexo de causalidade entre a doença diagnosticada e o labor exercido. 

No Brasil, o conceito de doenças do trabalho está previsto na Lei 8.213/1991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social. De acordo com esta lei, considera-se doença do trabalho “a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social”. Confira aqui as doenças relacionadas ao trabalho. 

A referida lei também dispõe o que não se considera como doença do trabalho, sendo elas: a doença degenerativa; a inerente a grupo etário; a que não produza incapacidade laborativa; e a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. 

As doenças do trabalho são muito mais comuns do que se imagina e ela pode se desenvolver nos mais variados tipos de trabalho, podendo se manifestar de duas formas: de maneira física e/ou psicológica. Algumas das enfermidades mais comuns que podem ser caracterizadas como doenças do trabalho incluem:

Lesões por esforço repetitivo (LER) e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), como tendinite, bursite e síndrome do túnel do carpo, resultantes de movimentos repetitivos ou posturas inadequadas durante o trabalho.

Doenças respiratórias, como asma ocupacional e pneumoconioses (doenças pulmonares causadas pela inalação de poeiras ou partículas no ambiente de trabalho).

Problemas de pele, como dermatites e queimaduras químicas, causadas pelo contato com substâncias irritantes ou alérgenos presentes no ambiente de trabalho.

Transtornos mentais, como estresse, ansiedade, depressão e síndrome de burnout, relacionados à pressão no trabalho, sobrecarga, assédio moral, entre outros fatores.

Perda auditiva induzida por ruído, resultante da exposição a níveis elevados de ruído no ambiente de trabalho ao longo do tempo, comum em ambientes industriais e de construção.


Atualmente as doenças referentes ao transtorno mental são muito comuns, principalmente pelos avanços da tecnologia que tornou o mundo mais imediatista e dinâmico, causando mais estresse, ansiedade, depressão, síndrome do pânico, entre outras doenças. 

Essas são apenas algumas das doenças que podem ser classificadas como doenças do trabalho. A identificação e prevenção dessas enfermidades são essenciais para proteger a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. 

O cumprimento das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e da legislação trabalhista são essenciais para evitar as doenças relacionadas ao trabalho e seu agravamento, bem como garantir ambientes de trabalho seguros e saudáveis. 

Algumas estratégias importantes que as empresas podem adotar para prevenir doenças ocupacionais, são:

Avaliação de riscos e controle dos riscos: Identificar e avaliar os riscos presentes no ambiente de trabalho e implementar medidas para controlar e reduzir tais riscos.

Jornada de trabalho: Respeito à jornada de trabalho dos empregados, bem como observar os intervalos intrajornada e interjornada, períodos de descanso e férias.

Treinamento e conscientização: Fornecer treinamento adequado aos trabalhadores sobre os riscos de seu trabalho, bem como sobre as medidas de prevenção e os procedimentos de segurança a serem seguidos.

Ergonomia: Projetar os postos de trabalho de forma a minimizar o risco de lesões, utilizando o mobiliário ergonômico, com ajustes na altura das mesas e cadeiras, implementar pausas regulares para descanso e alongamento, ainda que o empregado trabalhe no sistema de home office.

Cuidado com a saúde mental: Adotar medidas para promover a saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores, disponibilizando até mesmo serviços psicológicos e psiquiátricos e incentivando a atividade física.

Monitoramento da saúde ocupacional: Realizar avaliações periódicas da saúde dos trabalhadores para detectar precocemente qualquer sinal de doença relacionada ao trabalho.

Canais de denúncia e opinião dos trabalhadores: Envolver os trabalhadores na identificação e prevenção de riscos é fundamental. Eles devem ser encorajados a relatar quaisquer preocupações com a segurança e a saúde no local de trabalho e a contribuir com ideias para melhorias.
 

Essas são algumas das medidas que podem ser adotadas para prevenir doenças ocupacionais. É importante que as empresas estejam comprometidas com a promoção de um ambiente de trabalho seguro e saudável, e que os trabalhadores sejam incentivados a tomar medidas para proteger sua própria saúde e segurança. 

Caso o empregado adquira uma doença do trabalho ou agrave alguma doença preexistente por causa do trabalho, ele poderá ajuizar uma ação trabalhista em face de seu empregador, para pleitear indenização por danos morais e materiais decorrentes da doença ocupacional. É possível também, caso seja verificada que a incapacidade do autor é permanente, que ele perceba até mesmo uma pensão mensal vitalícia ou até quando perdurar a incapacidade. O critério do cálculo da indenização deve levar em consideração a capacidade financeira do ofensor e a gravidade do dano. 

Nesse caso, é importante que o trabalhador faça o exame médico realizado por um profissional de saúde qualificado para a referida doença. Importante que o empregador se atente ao histórico ocupacional daquele empregado para que se possa verificar se aquela doença surgiu de fato em suas dependências ou não. O tempo de serviço também é um fator importante a ser observado, a depender da doença que está sendo discutida. O histórico da vida pessoal do trabalhador também deve ser observado para que se possa afirmar se a doença foi agravada pela vida pessoal dele. De toda forma, ao ajuizar uma ação trabalhista, o juiz necessariamente encaminhará o empregado para uma perícia médica com um perito a ser nomeado por ele, e que possa afirmar se há ou não nexo de causalidade entre a doença e o labor, bem como, se for o caso definir o grau de incapacidade daquele empregado. 

Em recente julgamento em um caso (Processo 0010405-39.2022.5.15.0113) de um empregado que sofreu burnout, a empresa foi condenada ao pagamento de indenização no valor de R200.000,00, pois o juiz entendeu que “o autor se encontra esgotado, exausto, pela quantidade de trabalho e pela forma como ela foi se avolumando, e que a causa de seu esgotamento está diretamente relacionada a tudo isso.” Cabe recurso em face dessa sentença. 

Mas para que isso não ocorra, é importante que a empresa preze pela saúde e ambiente do trabalho, bem como que os empregados respeitem também as normas de saúde e segurança impostas pela empresa, tudo com intuito de preservar a saúde, bem como reduzir os riscos do passivo trabalhista das empresas. Ademais, é importante que a empresa implemente programas e incentive o cuidado com a saúde física e mental dos trabalhadores.
 

Giovanna Tawada - advogada formada e pós-graduada em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, ambos pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, e conta com mais de 9 anos de experiência na área trabalhista, sempre atuando em grandes e renomados escritórios de São Paulo. Tawada é, atualmente, sócia do escritório Feltrin Brasil Tawada com atuação voltada tanto para área consultiva quanto para o contencioso trabalhista.


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