CAR-T Cell: nova terapia gera esperança na luta contra o câncer Para especialista, Brasil deve se preparar para democratizar acesso a procedimento
Entre 2029 e 2030, o câncer deve superar as doenças cardiovasculares como principal causa de morte no País, cenário que já é realidade em ao menos 606 municípios brasileiros. Os dados do Observatório de Oncologia do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer reforça a convicção de que o enfrentamento ao câncer configura, na atualidade, um dos maiores desafios da saúde pública.
À medida que as estimativas de casos aumentam, avança a busca por novos métodos para diagnosticar e tratar cânceres. Entre estes, estão os estudos com as células CAR-T Cell, técnica que combate certos tipos de câncer (como leucemias e linfomas), e cujo princípio consiste em modificar algumas células boas (T) do organismo do paciente e as reintroduzir a fim de combaterem a doença.
O tratamento vem sendo amplamente estudado entre a comunidade médica. Desde os primeiros ensaios clínicos da CAR-T, nos Estados Unidos, em 2010, mais de 10 mil pacientes já foram submetidos à tecnologia em todo o mundo e muitos alcançaram remissão da doença. “É um sopro de esperança”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal.
Para o especialista em Direito Médico e mestre em Ciência, Tecnologia e Gestão aplicadas à Regeneração Tecidual, a terapia celular avançada, promovida por meio das células-tronco, é o segredo da medicina do amanhã. “A expectativa é de que, no futuro, o procedimento possa ser adaptado para outros tipos de câncer. Com a medicina do futuro, aliás, todas as doenças degenerativas serão tratadas com células-tronco, remédio biológico que carregamos em nosso organismo”, diz.
No Brasil, diversos testes em desenvolvimento demonstram resultados promissores. Existe o desafio do alto custo do tratamento frente à realidade do sistema de saúde brasileiro, e o procedimento ainda não está disponível a todos os casos aptos à tecnologia na rede pública, ainda que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já tenha concedido liberação para uso de algumas incorporações.
Canal pontua que as autoridades precisam se organizar e buscar alternativas para incluir a terapia entre os serviços disponíveis à população, via Sistema Único de Saúde (SUS), tão logo sejam concluídos os estudos e possibilitados os próximos passos para que o tratamento efetivamente alcance quem depende da abordagem inovadora para um desfecho positivo.
“Há um grande caminho a ser pavimentado, mas a esperança é renovada quando observarmos os resultados conquistados até aqui. O princípio dessa terapia, que parte do uso das técnicas imunológicas para recuperar pacientes, vai revolucionar a área da saúde. Precisamos estar atentos e preparados para democratizar o acesso a essa inovação”, conclui o presidente da Anadem.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são esperados 704
mil novos casos da doença no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. Estudos
da instituição projetam que, se nada for feito e a tendência de aumento de
casos se mantiver na mesma velocidade, a União gastará R$ 7,8 bilhões em
2040 com procedimentos hospitalares e ambulatoriais no SUS em pacientes
oncológicos.
Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética – Anadem
Para saber mais, clique aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário