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quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Ganho de peso e dificuldade em perdê-lo: a culpa é do cortisol elevado?

Médico alerta para o modo correto de se fazer o diagnóstico de cortisol elevado

 

“Já é sabido que o estresse pode levar ao aumento de peso. O cortisol é conhecido como o hormônio do estresse. Entretanto, na grande maioria dos casos, o cortisol não é o vilão desse ganho excessivo de peso tampouco da dificuldade em perdê-lo. Além da predisposição genética, que varia de uma pessoa para outra, o estilo de vida do indivíduo é o que pode explicar essa facilidade em ganhar peso e ou a dificuldade em perdê-lo”, explica Dr. Sonir Antonini, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).

 

O endocrinologista alerta para o modo correto de se fazer o diagnóstico de cortisol elevado (síndrome de Cushing), já que uma única medição não pode confirmar esse diagnóstico. “A produção desse hormônio em níveis acima dos normais só pode ser considerada quando é feito um exame de sangue com medição de cortisol em diferentes momentos do dia, para averiguar o ritmo circadiano, associada a outros testes hormonais. Além disso, alguns outros métodos para dosar cortisol, como o teste pelo fio de cabelo, por exemplo, não têm eficácia na prática clínica e não são recomendados por nós endocrinologistas”.

 

Causas comuns de cortisol elevado – Quando o organismo passa a produzir excesso de cortisol, que é causado por tumores na glândula hipófise ou na suprarrenal, ocorre a síndrome de Cushing. Esta doença é rara e muito grave. Por outro lado, muitos pacientes precisam de doses elevadas de glicocorticóides (como o cortisol) como medicamento para tratar doenças reumáticas, autoimunes e alguns tipos de cânceres. O uso de doses altas e por tempo prolongado desses medicamentos também causa síndrome de Cushing. Neste caso a causa é externa (exógena). Seja qual for a causa, uma vez detectado produção excessiva de cortisol, o passo seguinte é descobrir a causa, que pode ser um tumor. É importante que este diagnóstico seja feito apenas por profissional experiente. O tratamento padrão é a cirurgia, na grande maioria dos casos.

 

Para que serve o cortisol? Secretado pelas glândulas suprarrenais, esse hormônio é muito importante, pois prepara o corpo para as ações do dia a dia, gerando energia, além de regular nosso sistema imunológico, entre muitas outras funções. “A nossa produção de cortisol é alta de manhã, ao longo do dia ela vai gradativamente se reduzindo - durante as refeições há um pequeno aumento de cortisol - e já à noite, quando vamos dormir, o cortisol está bem baixo, esse é o ritmo circadiano do cortisol”, explica Dr. Sonir.

 

SBEM-SP - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo
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Cinco formas de lidar com a enxaqueca no dia a dia

Doença está entre as complicações mais incapacitantes do mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) 


A enxaqueca afeta cerca de 30 milhões de brasileiros, que diariamente precisam driblar os efeitos da patologia para conseguir seguir com as atividades habituais. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a enxaqueca está entre as complicações mais incapacitantes do mundo e, em 31% dos seus portadores, provoca grande impacto negativo na qualidade de vida, nas relações, no trabalho e no lazer.

 

Lidar com a enxaqueca no dia a dia pode ser desafiador, mas existem algumas estratégias que podem ajudar a minimizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

 

1) Conheça o seu corpo

Segundo a Dra. Jackeline Barbosa, Vice-presidente da área médico-científica da Herbarium, indústria farmacêutica líder e referência em Fitoterapia no Brasil, o primeiro passo para evitar as crises de enxaqueca é conhecer o seu próprio organismo. “Fique atento aos hábitos alimentares, atividades e ocasiões que acompanham as crises de dor de cabeça para identificar possíveis fatores que, em você, desencadeiam a dor. Desta maneira, será possível evitar esses disparadores, limitando as chances de uma nova crise”, orienta.


 

2) Alimentação

Alimentos ricos em magnésio, como nozes, sementes de abóbora e girassol, além de legumes verdes, como espinafre e couve, e grãos integrais, podem ajudar a relaxar os vasos sanguíneos e reduzir a excitação nervosa, podendo ser benéficos para quem sofre de enxaqueca”, explica Dra. Jackeline Barbosa.

 

A especialista ainda ressalta que outra indicação são os alimentos ricos em ômega-3, encontrados em peixes, como salmão e sardinha, chia, linhaça e nozes, que possuem ação anti-inflamatória e ajudam a aliviar a dor associada à enxaqueca.


 

3) Estilo de Vida

Fatores emocionais, como estresse excessivo, ansiedade, depressão e mudanças de humor, estão ligados à enxaqueca. Gatilhos ambientais também influenciam, como luzes intensas, ruídos altos, odores fortes e mudanças climáticas. “Pequenos hábitos do dia a dia devem ter uma atenção especial para se evitar a dor. É muito importante manter uma rotina com alimentação balanceada, sono regular e hidratação”, explica a médica.


 

4) Sono

É preciso manter uma rotina de sono regular, garantindo uma quantidade adequada de horas de sono. "Desenvolva uma rotina para a hora de dormir, definindo horários para um sono regular e evitando hábitos estimulantes, como uso de eletrônicos e consumo de cafeína", destaca.


 

5) Atividade

Ter uma rotina regular de atividade física contribui para uma melhor saúde física e mental; porém, durante a crise de enxaqueca, é recomendado evitar exercícios intensos. Opte por técnicas de relaxamento, como meditação e ioga, por exemplo.

 


Herbarium
www.herbarium.com.br
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Janeiro Branco: quebrar preconceitos é o passo mais importante para uma sociedade mentalmente saudável

 

Vencer, literalmente, um preconceito, pode ser a grande resposta para a melhora da saúde mental coletiva. Em tempos de Janeiro Branco, de conscientização sobre o problema, a atitude individual de se deixar de lado certa hostilidade diante da necessidade de qualquer pessoa de se fazer um tratamento adequado, sem ser (auto) taxada de “louca”, é o início de algo extremamente promissor. 

Hoje em dia, temos uma sociedade, amplamente falando, cada vez mais preocupada com a saúde física: regrando rotinas alimentares, de exercícios físicos e de desligamento de vícios tóxicos e prejudiciais. O que explica, portanto, o tabu de não se ter a mesma consideração quanto à saúde mental? A resposta é simples: o estereótipo citado acima. 

Por que um cardiologista, apenas para citar um exemplo dentre tantas especialidades importantes, pode indicar ao paciente um tratamento psicológico? A resposta também é simples: além de a saúde mental ter o mesmo peso da física na hora de cuidar-se, a primeira pode interferir na segunda. Doenças mentais, como ansiedade, depressão, pânico, burnout e outros transtornos, podem atingir qualquer pessoa, em qualquer idade, e são como quaisquer outras patologias: ninguém “pede” para tê-las, ou está “maluca”, ou “com frescura”. Os sinais de que uma pessoa está tendo sua saúde mental afetada aparecem, geralmente, de forma sutil, e reverberam negativamente na integridade física do ser humano. A saúde mental descarrega e somatiza no corpo. 

Por isso, é importantíssimo que escolhamos a empatia em detrimento dos julgamentos e de rótulos descabidos. A todo momento precisamos estar em alerta sobre como estamos emocionalmente, quais são os nossos gatilhos, como pensamos e agimos diante de situações específicas (seja em casa, socialmente, no trabalho ou no lazer) e, ainda, fazer o mesmo por todos aqueles que queremos bem. Atente a eventuais mudanças na forma de se expressar, de sentir; alterações de humor e físicas, por exemplo. Não é preciso ser da área da saúde, mas sim sensível, a fim de identificar quando amigos, colegas, familiares, funcionários, colaboradores, quem quer que seja, incluindo nós mesmos, precisamos de ajuda. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde mental como um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar sua própria habilidade para se recuperar do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com sua comunidade, seja em casa, no trabalho ou na sociedade de maneira geral. 

Para que isso seja possível, é preciso encontrar um equilíbrio: de nada adianta estar bem financeiramente, em um trabalho maravilhoso, com a saúde física em dia se há depressão, ansiedade, burnout... As coisas boas para a mente têm a mesma relevância de se praticar exercícios todos os dias. Quem estiver em equilíbrio terá a saúde prolongada por meio da qualidade de vida. 

É importante, porém, entender a dinâmica de cada família, de cada rotina, de cada indivíduo. Há pessoas, por exemplo, que trabalham à noite e descansam de dia; outras, puxam dois turnos; algumas têm até três empregos para garantir o sustento. Mas alguns hábitos podem ajudar no alívio das tensões: ter momentos de tranquilidade, seja sozinho ou com uma companhia leve; ouvir músicas que gosta, ver filmes, programas de TV, ir ao cinema, passear ao ar livre, participar de algum momento na cozinha, regular o sono. Pequenas atividades propiciam momentos de alegria, descontração, desestresse e ajudam a relaxar a mente. Temos que buscar o que gostamos de fazer para amenizar o processo pesado do trabalho, do cuidado com os filhos, do trânsito, das doenças com as quais precisamos lidar (sejam nossas ou de familiares), entre outros exemplos. Podem ser pequenas coisas, mas efetivas e constantes. 

Não há um momento certo específico para se buscar ajuda. Ao perceber que você não tem mais empatia com determinados compromissos, tem dificuldade em ficar algum tempo em comunidade e em interação pessoal, mesmo que do seu círculo próximo, que o trabalho está causando ansiedade ou mal-estar, é preciso ficar atento. Se esse comportamento se tornou rotineiro, o ideal é procurar um profissional especializado para verificar se é algo que necessita de cuidados. Algo simples pode se tornar uma patologia grave. O Janeiro Branco serve justamente para conscientizar sobre isso. 

Com a disseminação de informações cada vez mais ágeis, avançamos muito nesse sentido. Preocupados com as doenças do século, executivos municipais, estaduais e federais, além do segundo setor, promovem cada vez mais ações de apoio ao ser humano, agregando profissionais especializados na área. Não se trata de ajudar o “contribuinte” ou o “funcionário”, mas sim a figura humana. Quanto mais isso crescer nas empresas, nas escolas, nos nichos governamentais, melhor para o futuro, principalmente no Brasil, um país de população muito emotiva. Caso seja fomentado, isso pode firmar cada vez mais a saúde mental no país. 

O indivíduo não nasceu para ficar sozinho, ele precisa de auxílio e essa mudança de visão, de quebrar tabus e avançar contra os preconceitos por meio da disseminação de informações confiáveis e de conhecimento real sobre o que é cuidar da mente, é de extrema relevância para quebrar paradigmas do tipo “se não tem remédio, não resolve”. A mente é subjetiva e isso pode acontecer com qualquer um. A sociedade, de forma geral, beneficia-se quando todos estão bem.

 

Roberta Von Zuben - psicóloga do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP)


Coalizão Vozes do Advocacy lança Campanha sobre Imprecisão dos Glicosímetros



Alguns dispositivos para medir a glicemia fornecem resultados irreais, que podem interferir no controle da glicemia das pessoas com diabetes e levam a tomada de decisões erradas


Números divulgados pela Federação Internacional de Diabetes mostram que mais de 16 milhões de adultos no país são afetados pela doença. O gasto com saúde relacionado ao diabetes no Brasil atingiu 42,9 bilhões de dólares em 2021, o terceiro maior do mundo. Parte destes problemas pode estar relacionado com a imprecisão dos glicosímetros.

Este ano, a Coalizão Vozes do Advocacy lançou a Campanha sobre a Imprecisão dos Glicosímetros, o dispositivo responsável por fazer a leitura da glicemia em pessoas com diabetes. Desde 2016, as associações de diabetes têm conversado com a Anvisa sobre esta questão. As reclamações iniciaram por volta de 2015 com a denúncia de seus associados.

Em 2017, a Anvisa, responsável pela regulamentação dos produtos de saúde no Brasil, reconheceu a importância de inserir a Instrução Normativa Número 24, que dispõe da obrigatoriedade das empresas fornecedoras dos glicosímetros a adaptarem os mesmos à ISO 15.197 de 2013. Esta medida fez com que 16 deles fossem retirados do Brasil.

Em 2013, o estudo de avaliação dos glicosímetros da UNICAMP, realizado em 2013, obtido por meio de pedido formulado via Lei de Acesso à Informação, constatou a reprovação de quatro deles, pois as diferenças de resultados encontrados variaram entre 19% a 139%, inviabilizando a utilização em serviços de triagem e conduta clínica. Está acessível neste link: https://drive.google.com/file/d/0B0AZbGbsYxyTZVkzYkNtS202SW8/view?resourcekey=0-hPU0J--u5XUFmyqEumsx6A

Segundo a American Diabetes Association, os resultados exibidos nos monitores de glicemia capilar – ou seja, dos testes de ponta de dedo – não podem variar mais do que 20% (https://diabetes.org/healthy-living/medication-treatments/blood-glucose-meters-important-role-in-diabetes-care)

Após a audiência pública ocorrida, em Brasília, no dia 8 de novembro do ano passado, a técnica da Anvisa solicitou que a Coalizão fizesse uma campanha, para que as pessoas pudessem denunciar problemas nos glicosímetros nos canais da Anvisa. A mesma pode ser visualizada nas redes sociais do @vozesdoadvocacy. Ela ressaltou, durante a audiência, que há 116 glicosímetros no Brasil e que a instituição no ano passado analisou somente cinco deles.

Mas para as 24 associações de diabetes, integradas pela Coalizão Vozes do Advocacy, este problema continua. Elas se uniram e estão divulgando a Campanha, para que as pessoas denunciem nos canais da Anvisa. Hoje no Brasil, há mais 116 glicosímetros e parte deles apresenta valores incorretos da glicemia, o que pode levar uma pessoa a ter complicações, que vão desde episódios de hiperglicemia e hipoglicemia, como também pode levar à morte.

O canal da Anvisa está disponível aqui: https://falabr.cgu.gov.br/web/manifestacao/criar?idFormulario=4&tipo=1&origem=idp&modo=&ouvidoria=&servico=&assunto=. Em seguida enviar a reclamação com cópia para o e-mail: secretaria.abad1@gmail.com, para que a Coalizão possa entrar em contato com a Anvisa e solicitar os testes nos dispositivos.

 

Sobre a Coalizão Vozes do Advocacy em Diabetes e em Obesidade

Com a participação de 21 associações e de 2 institutos de diabetes, o projeto promove o diálogo entre os diferentes atores da sociedade, para que compartilhem conhecimento e experiências, com o intuito de sensibilizar a sociedade sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces do diabetes da obesidade e das complicações de ambas as doenças, além de promover políticas públicas, que auxiliem o tratamento adequado destas doenças no país.

 

Menopausa precoce: como identificar e o que fazer após o diagnóstico

Tratamentos de terapia hormonal e fisioterapia pélvica são indicados para as mulheres 

 

A menopausa ocorre normalmente entre os 45 e 55 anos de idade, é um processo natural do corpo de toda mulher e corresponde ao último ciclo menstrual. Nesta etapa, os hormônios femininos, como a progesterona e o estrogênio, caem de forma permanente. Mas para algumas mulheres, a menopausa pode chegar de maneira precoce e trazer alguns problemas para a saúde. Segundo a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), ela se caracteriza pelo fim permanente da menstruação antes dos 40 anos de idade e por conta da interrupção de produção de hormônios ovarianos, pode ser percebida pela ausência de menstruação, por pelo menos um ano.

Para a ginecologista da Clínica Ginelife e especialista em saúde da mulher, Dra. Fernanda Lellis, as mulheres devem ficar atentas aos sintomas que são incomuns aos 40 anos de idade ou antes. “Ondas de calor, insônia, ganho de peso, alterações de humor, ressecamento e alteração menstrual são os principais sintomas das mulheres que estão passando por uma menopausa precoce. Elas devem ficar atentas e procurar um especialista o quanto antes, para receber o diagnóstico e começar o tratamento adequado”, comentou. “Lembrando que não tem cura, mas o tratamento ajuda nos sintomas e proporciona uma maior qualidade de vida para as mulheres que estão passando por esse problemas”, completou a ginecologista. 

Quando não tratada da maneira correta, a menopausa precoce pode trazer alguns problemas de saúde, por conta da diminuição dos níveis de alguns hormônios, como doença cardíaca, depressão, ansiedade, osteoporose, hipotireoidismo, problemas oculares e também infertilidade, mas ainda é possível que a mulher engravide com as técnicas de reprodução assistida. O diagnóstico pode ser feito por meio de exames de dosagem hormonal ou até mesmo ultrassom, para averiguar os ovários. 

“As mulheres podem aliviar os sintomas realizando alguns tratamentos, que podem variar de paciente para paciente. Pode ser feita a terapia hormonal, para repor os hormônios que estão em baixa produção, o uso de suplementos, também a realização de exercícios físicos e uma boa alimentação. Todos estes fatores podem promover uma melhor qualidade de vida”, explicou a Dra. Fernanda. 


Fisioterapia pélvica pode ser aliada do tratamento

A fisioterapia pélvica pode auxiliar e combater alguns sintomas da menopausa, seja ela precoce ou não, como incontinência urinária, atrofia vaginal, lubrificação, falta de libido e flacidez. É importante entender que todas estas mudanças são naturais e fazem parte do envelhecimento íntimo, que podem acabar interferindo na autoestima feminina, mas existem formas de amenizar os desconfortos. No caso de atrofia, a dilatação vaginal também é uma técnica essencial e muito importante.

“Por meio das técnicas da fisioterapia pélvica, podemos realizar um ‘rejuvenescimento íntimo’. O uso da radiofrequência junto com microagulhamento e o exercícios para a musculatura do assoalho pélvico, ajuda a melhorar o aspecto da vulva e o seu funcionamento”, ponderou a fisioterapeuta pélvica na Clínica Ginelife, Laura Barrios. “Como são feitos exercícios para melhorar a musculatura do períneo, a mulher pode também sentir uma melhora no orgasmo, porque a paciente tem uma maior quantidade de sangue no local, por conta da tonicidade dos músculos da região”, finalizou.



Dra. Fernanda Lellis - ginecologista na Clínica Ginelife. Médica pela Faculdade de Medicina de Mogi das Cruzes. Residência de Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade de Medicina do ABC. Especialização de Videoendoscopia Ginecológica pela Faculdade de Medicina do ABC. Título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira e FEBRASGO. Título de especialista em Endoscopia Ginecológica pela Associação Médica Brasileira e FEBRASGO. Preceptora do setor de Videoendoscopia Ginecológica no Hospital Mario Covas.

Laura Barrios - fisioterapeuta pélvica na Clínica Ginelife. Formada em fisioterapia pela Universidade do Grande ABC, com pós-graduação em Fisioterapia Respiratória pela UNICID e em Fisioterapia Pélvica pela Faculdade Inspirar. Mestrado em UTI pela Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva. Instagram: @clinicaginelife


DIGNIDADE MENSTRUAL

Ministério da Saúde disponibiliza absorventes pelo Farmácia Popular

Programa está presente em 4,6 mil municípios. População beneficiada tem entre 10 e 49 anos e pode retirar os absorventes em mais de 31 mil farmácias credenciadas em todo Brasil
 

O programa Farmácia Popular disponibiliza absorventes para população em situação de vulnerabilidade social em mais de 31 mil unidades credenciadas em todo país. A iniciativa é decorrente das ações do Programa de Proteção e Promoção da Saúde e Dignidade Menstrual já executadas pelo Governo Federal em 2023. A equidade de gênero e acesso aos absorventes, combatendo as desigualdades causadas pela pobreza menstrual, é tema prioritário tratado de forma interministerial desde o início da atual gestão. 

O acesso pelo Farmácia Popular contempla a maioria da população beneficiada e este é um importante avanço para garantir o acesso à dignidade menstrual. A implantação do programa ocorre de forma interministerial. A iniciativa é conjunta entre as pastas da Saúde; Direitos Humanos e Cidadania; Justiça e Segurança Pública; Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; Mulheres e Educação. A oferta é direcionada aos grupos que vivem abaixo da linha da pobreza e estão matriculados em escolas públicas, em situação de rua ou em vulnerabilidade extrema. A população recolhida em unidades do sistema prisional também será contemplada. O público-alvo do programa abrange 24 milhões de pessoas entre 10 e 49 anos em todas as regiões do País

Para garantir o benefício, as pessoas que se encaixam nos critérios já estabelecidos precisarão apresentar um documento de identificação pessoal e uma autorização na farmácia credenciada. Essa autorização será emitida pelo aplicativo ‘Meu SUS Digital’a nova versão do Conecte SUS já disponível para download […].

Acesse aqui a matéria completa.

 

Cinco tratamentos dentários mais recomendados para fazer em 2024

 

Freepik
As facetas de porcelana e a prótese protocolo estão entre os mais indicados 


Início de ano é o momento ideal para organizar as metas, fazer um check up na saúde e colocar os planos em prática. Se resolver algum problema dentário ou cuidar mais do sorriso está nessa lista, então chegou a hora de dar início nesse novo objetivo. A dentista Fernanda Oliani, consultora técnica da Oral Sin, selecionou cinco tratamentos mais indicados para fazer em 2024. Confira:


Implante dentário: perda unitária

A prótese sobre implante é utilizada quando há necessidade de repor um ou mais dentes na boca do paciente. Ela é fixada sobre o pino de titânio e confeccionada em porcelana, material altamente estético e resistente.  Durabilidade e estabilidade de cor, a prótese promove conforto para o paciente durante a mastigação, um resultado bastante natural, sem sofrer alterações em sua cor com o passar dos anos.


Prótese protocolo

Neste tratamento, a prótese pode ser colocada tanto na maxila (parte superior da boca) como na mandíbula (parte inferior). Ela fica fixada aos implantes e é uma ótima solução para pacientes que perderam todos os dentes e desejam ter a sua “dentição” fixa novamente, deixando de lado a dentadura. O protocolo oferece estabilidade e segurança aos pacientes para mastigar qualquer tipo de alimento. 


Facetas de Porcelana

Conhecida também como lentes de contato, é um tratamento indicado para a melhoria de diastema (espaço entre dentes), até o restauro de dentes que sofreram algum trauma. Elas podem corrigir imperfeições dentárias, como dentes manchados, com alteração de cor, desgastados e desalinhados. A estrutura feita em porcelana é recomendada para diferentes casos, como: restauração de dentes fraturados ou lascados, complementar ao tratamento ortodôntico, correção da coloração alterada e formato dos dentes, em comprimento e largura. “É possível também que esse paciente tenha uma melhora na autoestima, já que a pessoa se sente mais confiante para sorrir, deixando de lado a vergonha, insegurança”, alerta a dentista. 


Clareamento dentário

A coloração dos dentes é uma característica que chama muita atenção, pessoalmente ou até mesmo por foto, seja por ser um sorriso branquinho e harmônico, ou por ser muito amarelado. Para quem busca uma melhora na estética e quer deixar um sorriso mais branco e iluminado, o clareamento dental é uma boa opção. Por meio de agentes clareadores que atuam diretamente na estrutura dentária responsável pela coloração, é possível melhorar significativamente a aparência do sorriso.


Tratamento ortodôntico com alinhadores

Para quem sofre com dentes desalinhados, não é preciso conviver a vida inteira com o problema. Com o avanço da Ortopedia Funcional e Ortodontia, é possível intervir ainda na infância, em crianças a partir dos 6 anos de idade; e para quem busca algo mais tecnológico, existe no mercado o alinhador invisível, que é transparente e mais discreto: “Ele é removível e proporciona maior conforto durante as refeições e higienização. O uso do aparelho melhora o posicionamento dental, promovendo autoestima e melhora na mastigação dos alimentos”, alerta Fernanda Oliani.

 

 Oral Sin

 

Psiquiatra do CEUB alerta sobre adoecimento mental silencioso dos agentes de forças policiais

A Polícia Militar foi a que mais registrou suicídios entre 2022 e 2023, com um aumento percentual de 54% 

 

O cotidiano dos profissionais da segurança pública no Brasil exige muito mais do que resiliência. Jornadas exaustivas, admissão do papel de “policial herói” e condições de serviços são causas apontadas para o adoecimento silencioso das forças policiais. O autoextermínio, assistido no caso recente da PMDF, é a segunda maior causa de morte entre policiais no Brasil, conforme revela o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023. Psiquiatra e professor de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Lucas Benevides alerta que a saúde mental dos profissionais de segurança pública requer atenção. 

Devido à constante exposição a situações de alto estresse, trauma e risco de vida, os agentes enfrentam uma série de problemas de saúde mental, incluindo transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), depressão, ansiedade, distúrbios do sono e um aumento preocupante no risco de suicídio, conforme explica o psiquiatra: “O constante estado de alerta e a exposição a eventos traumáticos têm um impacto significativo em sua saúde mental, afetando não apenas o aspecto pessoal, mas também o desempenho profissional”. 

Segundo o professor de Medicina do CEUB, as causas desses problemas são diversas, estando intrinsecamente ligadas à natureza do trabalho. Para além dos eventos traumáticos, o adoecimento mental está atrelado à pressão constante, longas jornadas de trabalho, o estigma associado à ajuda psicológica e, em alguns casos, à falta de apoio institucional. “A cultura dentro das forças de segurança muitas vezes desencoraja a discussão aberta sobre questões de saúde mental, criando um ambiente desfavorável para a busca de ajuda”. Os efeitos dos problemas de saúde mental impactam diretamente o desempenho profissional, manifestando-se na maior incidência de erros, diminuição da capacidade de tomar decisões, aumento do absenteísmo e dificuldades nas relações interpessoais.  

Para prevenir casos de adoecimento psíquico nas forças de segurança, o psiquiatra do CEUB indica a implementação de programas de apoio à saúde mental, visando mitigar o estresse desses profissionais. Ele recomenda o acesso facilitado a aconselhamento e terapia, treinamento em gestão de estresse e a criação de um ambiente de trabalho que promova a abertura e aceitação da discussão. “Também é fundamental garantir períodos adequados de descanso e recuperação, treinamento em resiliência e a promoção de uma cultura organizacional que valorize e apoie a saúde mental”, frisa o especialista.

 

Lucas Benevides lista iniciativas para melhorar a saúde mental dos agentes de segurança pública brasileiros: 

   - Programas específicos: cada corporação deve ter programas adaptados às suas realidades. Por exemplo, a Polícia Militar, devido ao policiamento ostensivo, pode focar em como lidar com situações de confronto direto, enquanto a Polícia Civil, envolvida em investigações, pode precisar de suporte para lidar com casos prolongados de estresse. 

   - Treinamento para superiores: treinar oficiais superiores para identificar sinais de problemas de saúde mental em seus subordinados e encorajá-los a buscar ajuda. 

   - Intervenções preventivas e reativas: oferecer suporte não só após a ocorrência de incidentes traumáticos, mas também como medida preventiva. 

   - Integração com serviços de saúde mental locais: estabelecer parcerias com hospitais e clínicas de saúde mental para fornecer suporte adicional. 

O psiquiatra afirma que as instituições de segurança pública precisam reconhecer a importância da saúde mental de seus agentes e investir em programas efetivos de suporte. “Isso não apenas ajuda a proteger a saúde mental dos policiais, mas melhora a qualidade do serviço prestado à comunidade”, completa.

 

Tecnologia como aliada da saúde: soluções engajam e melhoram a experiência dos pacientes

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 Longo tempo de espera e dificuldades no agendamento de consultas são alguns desafios enfrentados por pacientes em instituições de saúde

  

 

O cenário da saúde é constantemente desafiado por questões que assustam os pacientes e os afastam, imprudentemente, de consultórios e clínicas médicas, levando a um declínio na confiança e na satisfação com os serviços oferecidos. Nesse contexto, a tecnologia surge como aliada capaz de superar barreiras e proporcionar um ambiente mais seguro e confiável.

 

“A integração eficaz da tecnologia na prática clínica pode melhorar significativamente a experiência dos pacientes, promovendo um atendimento eficiente e personalizado. No entanto, é importante lembrar que ela deve sempre ser utilizada de forma ética e responsável, respeitando a privacidade e segurança das informações dos pacientes”, comenta Elton Tognon, head de estratégias da Nuria, healthtech com autoridade em interoperabilidade no setor da saúde e pioneira no desenvolvimento de soluções digitais para melhorar o engajamento do paciente.

 

À medida que nos aprofundamos na transformação digital, a saúde deve acompanhar esse progresso. Pensando nisso, o executivo traz cinco pontos de atenção que podem ser beneficiados com o auxílio da tecnologia. Confira: 

 

Dificuldades no agendamento de consultas


Longos períodos de espera ou complexidade no agendamento de consultas, exames e avaliações clínicas podem frustrar os pacientes. Hoje, a tecnologia já proporciona soluções que facilitam e otimizam a marcação dos procedimentos, o que inclui agendamento online, lembretes automáticos, integração de calendários e o gerenciamento eficiente da agenda de profissionais de saúde. 

 

Comunicação ineficaz


Um dos principais desafios na saúde é a comunicação clara entre profissionais e pacientes. Isso pode resultar em mal-entendidos, falta de adesão ao tratamento proposto e até aplicação do tratamento de forma incorreta. A tecnologia entra em cena com soluções como as que facilitam o onboarding do paciente nas instituições de saúde. Além disso, os prontuários digitais possibilitam o compartilhamento de informações entre diferentes especialidades médicas, evitando ruídos e interações medicamentosas. 


 

Falta de acesso a informações clínicas


Os pacientes, por muitas vezes, se sentem desamparados ao não terem acesso fácil aos seus próprios registros médicos. A interoperabilidade bem implementada facilita a consolidação de dados da jornada do paciente em portais e aplicativos de saúde, assim, fornece acesso instantâneo a informações específicas, permitindo que cada um monitore seu progresso e tome decisões informadas sobre sua saúde.

 

Tempo de espera excessivo 


A longa espera por consultas médicas é uma fonte comum de frustração. Nesse caso, a tecnologia pode ser aplicada através de sistemas de agendamento online, que permitem aos pacientes escolher horários convenientes e receber notificações sobre a disponibilidade de consultas. Além disso, soluções de gerenciamento de filas virtuais podem diminuir o tempo de espera no local. A previsibilidade pode tornar o tempo mais proveitoso.

 

Falta de acompanhamento pós-consulta


Muitas vezes, após uma consulta ou tratamento, os pacientes se sentem deixados à própria sorte. A tecnologia pode ser utilizada para implementar sistemas de envio automatizados, como lembretes de medicamentos, notificações de consultas de acompanhamento e monitoramento remoto de condições crônicas.

 



Nuria - healthtech brasileira com autoridade em interoperabilidade no setor da saúde e pioneira no desenvolvimento de soluções digitais para melhorar o engajamento do paciente.


Estresse e ansiedade são os principais gatilhos emocionais da compulsão alimentar

Tema volta a ser abordado após revelações de Yasmin Brunet durante o Big Brother Brasil 2024. A Dra. Elaine Dias JK, PhD em endocrinologia pela USP e metabologista, explica os sinais e ressalta que 4,7% dos brasileiros sofrem com transtornos alimentares, segundo dados da OMS

 

De acordo com números divulgados pela Organização Mundial da Saúde, ao menos 4,7% da população brasileira sofre com transtornos alimentares. A compulsão alimentar é um distúrbio caracterizado pelo consumo de uma grande quantidade de alimentos em um curto espaço de tempo. A Dra. Elaine Dias JK, PhD em endocrinologia pela USP e metabologista, afirma que esse distúrbio periódico está muito relacionado a gatilhos emocionais como estresse e ansiedade.

Segundo a médica, a exaustão emocional leva as pessoas a perderem o controle de seus hábitos, a procurarem por comida o tempo todo e alimentos mais palatáveis, como gorduras e açúcares. Porém, logo na sequência elas se arrependem. “A compulsão surge quando a pessoa está se sentindo mal, cansada, desanimada, descompensada. E, quando ela se dá conta de que precisa de auxílio médico, muitas vezes já desencadeou outros problemas de saúde, como diabetes, hipertensão, artrose, colesterol elevado e esteatose hepática”, explica a Dra. Elaine.

O caso da participante do Big Brother Brasil 2024, Yasmin Brunet, é um clássico sinal de transtorno emocional que leva a modelo a comer para preencher o vazio que sente internamente. “Esse comportamento precisa ser tratado adequadamente para evitar outras complicações à saúde”, opina a médica. 

No dia a dia, são diversos os gatilhos da compulsão alimentar para quem possui algum tipo de transtorno emocional. A médica PhD em endocrinologia listou algumas práticas que podem ser incorporadas à rotina para amenizá-los. São elas:

- Realizar atividades físicas de forma regular: a sensibilidade de neurotransmissores se torna uma aliada para diminuir a vontade de consumir alimentos ruins e o tempo todo;

- Criar um ambiente magro em casa e no trabalho: evitar um ambiente obesogênico, pois no episódio de compulsão, se tiver acesso somente a alimentos magros, automaticamente irá comê-los no lugar de opções prejudiciais à saúde.

- Dormir de 7 a 9 horas por noite: focar na qualidade do sono;

- Evitar ir tarde da noite para a cama: o ideal é que o indivíduo durma no máximo até às 23h, isso porque a partir desse horário acontecem várias alterações no ciclo circadiano de vários hormônios, como testosterona, cortisol, GH, a Grelina, a leptina, entre outros que ficam alterados durante o dia, e essas alterações levam ao aumento da fome, irritabilidade, dificultam o ganho de massa magra e músculo, pioram a composição corporal;

- Realizar a higiene do sono: criar uma rotina que ajude a preparar o corpo e a mente para o sono, como evitar luzes de aparelhos tecnológicos, estudar ou comer na cama. Dessa forma, o psicológico irá associar o quarto com a hora de dormir, promovendo a qualidade do sono;

- Ingerir comidas mais saudáveis: alimentação rica em fibras é uma grande aliada. Além da sensação de saciedade, ajuda a diminuir os níveis de açúcar;

- Inserir a meditação no dia a dia: reduz o estresse e a ansiedade, evitando a compulsão;

- Terapia Cognitivo-Comportamental é uma grande aliada para o tratamento de compulsão alimentar periódico.

A Dra. Elaine acrescenta que há muitos estudos indicando a necessidade de medicamentos para a eficácia do tratamento em casos mais complexos, já que os transtornos estão ligados a alterações na quantidade de neurotransmissores no sistema nervoso central.

A médica também enfatiza que, em relação ao consumo de alimentos, uma dica para saber se eles são ideais ou não é ter em mente a importância do descascar mais e abrir menos. “Ingerir o máximo possível de alimentos não industrializados, que sejam frescos e naturais, evitando opções que são fabricadas e, principalmente, os ultras processados e ricos em gordura trans. Esses alimentos levam à inflamação do nosso corpo, piorando o hormônio do estresse, que é um dos principais gatilhos da compulsão alimentar”, finaliza a Dra. Elaine. 



Dra. Elaine Dias JK - PhD em endocrinologia pela USP, também é membro ativo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, onde foi professora no curso de USG de Tireoide. Em sua clínica-boutique na Oscar Freire, atua com uma equipe de profissionais multidisciplinares em um espaço acolhedor e humanizado, com tecnologias de última geração. É uma das poucas no Brasil a realizar o exame de epigenética, que permite a personalização do tratamento com a orientação de dieta e atividade física ideal para cada paciente, apontando os melhores caminhos para resultados mais efetivos.
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Consumo de tabaco cai, mas jovens 'migram' para cigarro eletrônico

Enquanto o consumo de tabaco diminui globalmente, dispositivos eletrônicos ganham popularidade, preocupando comunidade médica

 

Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) celebra uma redução global no consumo de tabaco – passando de 1 em cada 3 adultos em 2000, para 1 em cada 5 no ano passado –, outra preocupação emerge: o uso de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), conhecidos também como cigarros eletrônicos, “vapes” e “pen drive”.

 

Uma análise mais aprofundada revela que o público jovem é particularmente atraído pelos cigarros eletrônicos. A facilidade de acesso, os aromas, sabores e apelos de marketing contribuem para a sua crescente popularidade entre os adolescentes.

 

“Há ainda a falsa sensação de poder fumar sem culpa, pautada na ideia de que o produto consiste apenas em vapor de água, o que é uma ilusão”, destaca Dra. Andrea Sette, pneumologista do Hospital São Luiz Itaim, da Rede D’Or.

 

Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), de 2019, aponta que os maiores índices de experimentação de cigarro eletrônico foram observados entre adolescentes de 13 a 17 anos.

 

O dado citado já tem reflexo nos consultórios. “Notamos um aumento significativo de jovens com quadros de asma exacerbada, tosse, falta de ar e, em casos mais graves, pneumonia e insuficiência respiratória aguda em decorrência do uso desses dispositivos”, revela a médica.

 

Apesar da imagem de alternativa "mais segura", por não conter monóxido de carbono, os cigarros eletrônicos contêm nicotina e dezenas de outras substâncias químicas, incluindo cancerígenos comprovados para pulmão, bexiga, esôfago e estômago.

 

“Eles oferecem ainda perigos específicos, como o vazamento de metais pesados no filamento aquecido, aumentando o risco de câncer, adoecimento por síndrome respiratória aguda e até mesmo explosão do dispositivo”, alerta pneumologista do São Luiz Itaim.

 

A unidade, localizada na zona Sul da capital paulista, acumula mais de 80 anos de tradição e conta com um Centro de Diagnóstico completo para investigação e acompanhamento desses caos, ofertando exames de imagem de alta resolução, laboratório de função pulmonar avançada e atendimentos de alta complexidade em mais de 40 especialidades.

 

No Brasil, desde 2009, uma portaria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA proíbe a venda, importação e propaganda desses produtos, no entanto é fácil realizar a compra online e em lojas físicas.

 

“Está em fase final na ANVISA a elaboração de um posicionamento quanto à liberação desses dispositivos. A situação, que já é alarmante, pode piorar muito”, enfatiza a médica.

 

Estudos apontam que a nicotina persiste como uma das drogas mais utilizadas no mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo matou mais de 100 milhões de pessoas no século XX.


“E poderá matar um bilhão no século XXI, com grande participação dos DEFs. Por isso, é imperativo que a sociedade compreenda os reais riscos envolvidos no uso desses dispositivos eletrônicos e que medidas sejam tomadas para conter essa tendência", finaliza Sette. 



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