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quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Janeiro Branco: cuidados com o corpo e mente

No mês da conscientização sobre a saúde mental, especialistas reforçam a importância da prevenção de problemas associados ao estresse, como depressão, pânico e ansiedade, mal que afeta mais de 9% da população brasileira


A Organização Mundial da Saúde, OMS, apontou que mais de 9% da população do Brasil há recebeu diagnóstico de ansiedade, o que representa que quase 20 milhões de brasileiros já precisou ou precisa de apoio para lidar com o problema. Com tanta gente demandando cuidados com um dos aspectos que prejudicam a saúde mental, com frequência o noticiário tem apontado a preocupação de profissionais da saúde, empresas, autoridades e até celebridades. A realidade refletida nas reportagens alerta para a importância dos cuidados com o bem-estar de mente e corpo.

No mês em que o tema ganha ainda mais evidência, por conta da campanha Janeiro Branco, especialistas no assunto reiteram a importância de observar com mais afinco sintomas que podem passar despercebidos na rotina do dia a dia e se agravam por conta da ausência de tratamento. 
 

“A conscientização sobre os cuidados psicológicos é um convite para priorizarmos o nosso bem-estar emocional e começarmos o ano cientes da importância de investir em uma rotina equilibrada, em meio às crescentes pressões do cotidiano”, comenta Sabrina Abreu, psicóloga da Amparo Saúde, empresa do Grupo Sabin que atua em atenção primária e contribui para a gestão de saúde de grupos populacionais em empresas por meio de programas, linhas de cuidados coordenados e telemedicina dentro de uma jornada híbrida (remota e presencial) de cuidado. 

Outro levantamento, desenvolvido pelo Instituto Data Folha, revelou que três em cada dez brasileiros se sentem ansiosos e reportaram problemas com sono e alimentação. O mesmo report mostrou ainda que apenas 7% da população avalia a sua saúde mental pessoal como ruim ou péssima, enquanto outros 70% dos brasileiros consideram a saúde mental como ótima ou boa. Dessa forma, o percentual dos que consideram a saúde mental regular é de 23%. 

“Estes índices mostram certa contradição e indicam que tipo de percepção as pessoas têm sobre si, mas também nos levam a questionar se estão enxergando com fidedignidade a qualidade da própria saúde mental. Por isso, o Janeiro Branco desempenha um papel importante no entendimento do tema, principalmente para eliminar o estigma associado a questões emocionais. Importante falarmos abertamente sobre a vida emocional. Esta campanha é também sobre compartilhar dores e romper esse paradigma de que quem não está 100% saudável mentalmente é fraco. Porque não é!”, detalhou a especialista.

 

Copo meio cheio: estudos apontam mudanças de comportamento social  

Por outro lado, 85% das pessoas dizem priorizar a saúde mental, além de altos índices também apontarem valorizar a saúde social, espiritual e o bem-estar físico. Essa mudança de comportamento social está refletida no estudo recente do McKinsey Health Institute, feito em 19 países, que apontou ainda que os amigos e familiares são vistos como aspectos fundamentais para alcançar esse bem-estar. 

Outros indicadores, apresentados nos dados assistenciais divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), indicam um aumento significativo na procura por atendimento especializado para cuidados da saúde mental em 2022. Consultas com psicólogos aumentaram 25%, atingindo 35 milhões, enquanto as internações por transtornos mentais cresceram 21%, totalizando 267 mil. Houve também um aumento de 6% nas consultas com psiquiatras, chegando a 5,6 milhões de atendimentos. 

A especialista observa ainda que buscar orientação e informações clínicas pode ser vital para detectar e tratar problemas e traumas de forma correta, para transformar comportamentos e impactar positivamente toda a vida. 

“O apoio profissional é um diferencial, seja de maneira individual ou também dentro do ambiente de trabalho. Precisamos encarar esses problemas assim como qualquer outro relacionado à saúde, indo ao médico, se cuidando, porque a saúde mental é tão importante quanto a física, a combinação das duas que nos faz operar bem. Buscar e encontrar a ajuda e orientações corretas pode revolucionar velhos hábitos e promover, de fato, mudanças significativas a curto prazo, com resultados ao longo da vida”, detalhou. 

Dicas da especialista:

 

Como cuidar da saúde mental  

- Estabeleça metas que provoquem mudanças gradativas de vida, rotina ou hábitos, com planejamento adequado e recursos necessários. Caso contrário, as metas podem se tornar inatingíveis, gerando frustração e consequentemente abalo emocional. 

- Defina objetivos reais com prazos mais curtos e/ou divididos em etapas. 

- Adote um comportamento de auto-observação que seja realizado com generosidade, continuidade e acolhimento. 

- Reconheça seus méritos, habilidades e recursos internos para lidar com as adversidades; 

- Invista em uma rotina de atividades que proporcionem satisfação, com momentos de lazer, prática de hobbies, esportes ou atividade física propiciam bem-estar psíquico 

- Adote bons hábitos alimentares e tente dormir bem também; 

- Mantenha a consciência sobre os sentimentos para detectar emoções e, se preciso, fazer mudanças em direção ao bem-estar e busque ajuda se tiver dificuldade com isso; 

- Dedique atenção ao momento presente, focando em ações possíveis, naquilo que está no controle para aproveitar as experiências atuais. 

“A dor emocional, associada ou não a um transtorno mental, pode ser prevenida ou amenizada, se cada um tiver discernimento sobre as estratégias para cuidar da saúde mental. Reconhecer o problema é o primeiro passo para melhorar a qualidade de vida”. 





Grupo Sabin
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Aedes aegypti: Brasil atinge mais de 1,6 milhão de casos de dengue em 2023

O ministério da saúde atualizou os dados da série histórica,
 apontando que, em 2023, houve um crescimento de 16,8%
nos possíveis casos de dengue em todo o país
  • Altas temperaturas e maior incidência de chuvas podem aumentar a proliferação do mosquito transmissor
  • A população possui papel fundamental para a prevenção da doença

O aumento da temperatura e o acúmulo de água da chuva no verão favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Os dados do ano passado, do Ministério da Saúde, apontam crescimento no número de casos de dengue, representando um possível novo pico de infecções, segundo especialista em pragas urbanas da BASF. 

Os dados divulgados pelo Ministério apontam que houve aumento de 16,8% dos casos prováveis de dengue no país em 2023, com mais de 1,6 milhão de notificações. Em 2024, o caminho para desacelerar o aumento de casos é a conscientização da população. 

Jeferson de Andrade, pesquisador de Desenvolvimento de Produto e Mercado da BASF, destaca a importância da colaboração da sociedade no combate ao mosquito. “As arboviroses, que são as doenças causadas por vírus transmitidos principalmente por mosquitos, são cíclicas, com aumentos e quedas no decorrer dos anos. O crescimento no número de casos prováveis pode apontar para um possível cenário epidêmico. Por isso, medidas simples, como o uso de telas em portas e janelas, areia nos vasos de plantas e a manutenção de ambientes livres de entulhos, são cruciais”. 

O pesquisador ainda destaca alguns pontos importantes sobre a reprodução e os locais utilizados como criadouros do inseto. “Sabemos que os principais focos do mosquito ficam principalmente nas residências e arredores. O Aedes aegypti pode depositar seus ovos em qualquer tipo de recipiente, embalagens e até no lixo descartado incorretamente. Por isso, é importante eliminar objetos com água parada independentemente da exposição ao sol. As piscinas podem se tornar criadouros potenciais, por isso é altamente recomendado que elas sejam esvaziadas quando não estiverem em uso, ou tratadas de forma adequada após as chuvas”. 

O especialista da BASF finaliza: “O controle do mosquito deve ser contínuo, mesmo no inverno, porque os ovos podem sobreviver durante essa estação e retomar o desenvolvimento na primavera. Eles possuem a capacidade de permanecerem ativos por até um ano, mesmo em água suja ou em ambientes secos.”

 

Dicas para manter a sua casa protegida do mosquito da dengue

Manutenção e controle de água parada:

  • Remova todos os recipientes que possam acumular água em sua propriedade, como vasos, pratos, pneus velhos, garrafas e latas vazias.
  • Esvazie piscinas sem uso regularmente.
  • Certifique-se de que as caixas d'água estejam bem vedadas, sem frestas que possam permitir a entrada de mosquitos.
  • Adicione cloro em piscinas e outros produtos para evitar o desenvolvimento das larvas.

 

Cuidados com áreas comuns:

  • Instale telas em portas e janelas para impedir a entrada dos mosquitos adultos.
  • Mantenha o quintal limpo, eliminando folhas e detritos que possam acumular água.
  • Coloque uma camada de areia nos vasos de plantas para evitar o acúmulo de água e criar uma barreira contra a reprodução do mosquito.
  • Faça inspeções regulares em sua propriedade para identificar e eliminar potenciais criadouros.
  • É fundamental adotar práticas de prevenção contínuas para interromper o ciclo de vida do Aedes aegypti e, assim, reduzir a incidência de doenças transmitidas por esse vetor, como dengue, zika e chikungunya.

 


BASF na Agricultura.
Para mais informações, visite Link ou qualquer um de nossos canais nas redes sociais.


BASF
Mais informações acesso o site da BASF

 

Vai viajar nas férias? Não deixe de cuidar da saúde de suas pernas no trajeto

 Hidratação, caminhadas curtas e meias de compressão ajudam no inchaço e no alívio das pernas em viagens longas

 

Durante as férias, muitas pessoas aproveitam os dias de folga para viajar. Seja de avião, carro, ônibus ou trem, algumas viagens podem durar várias horas, fazendo com que o passageiro fique sentado por muito tempo.

Essa falta de movimento pode provocar problemas circulatórios, causando sintomas como a sensação de pernas pesadas e pés inchados. 

Porém, existem algumas ações simples que ajudam a prevenir esses incômodos. Confira abaixo dicas para cuidar da saúde das pernas durante as viagens:
 

- Movimente-se: ao longo do trajeto, faça uma caminhada curta pelo menos a cada duas horas.

- Não cruze as pernas: isso reduz o fluxo sanguíneo, o que pode contribuir para a sensação de pernas pesadas.

- Hidrate-se: durante longos períodos na mesma posição, é fundamental beber água com frequência para manter a circulação do sangue dentro da normalidade. Mesmo não sentindo sede, é importante que a pessoa beba pequenas quantidades de água a cada 30 minutos durante a viagem, já que o ar-condicionado pode ressecar a pele e desidratar.

- Evite o consumo de álcool, cigarro e comidas gordurosas: é fundamental evitar o consumo de tabaco e álcool em excesso antes, durante e após viagens de avião. Isso vale também para alimentos gordurosos e salgados, que contribuem para a retenção de líquidos, o que pode potencializar inchaços nas pernas. Invista em alimentos saudáveis, como frutas, sucos e sanduíches naturais.

- Use meias de compressão: uma maneira simples para ajudar a evitar os sintomas de pernas pesadas, doloridas e inchadas durante e após a viagem é usar meias de compressão graduada. A SIGVARIS GROUP, empresa global com soluções inovadoras e de alta qualidade em terapia de compressão graduada, possui uma linha de meias de compressão especialmente para viagens, chamada Traveno. Além de evitar o inchaço, a meia promove maior segurança à saúde, pois trabalha contra os efeitos causados pela falta de movimento durante o percurso.


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Especialista explica cada um dos 9 tipos de fome e recorda que a alimentação tem múltiplos e profundos significados em nossa vida, inclusive emocional

 Especialista indica quais são os nove tipos de fome, como combater o ato de comer atrelada às emoções, num mundo ansiogênico e pandêmico, e propõe um teste rápido

 

Aquele som crocante, ou seja, o ruído seco que se ouve ao trincar e moer os alimentos com os dentes é, sem dúvida, um dos atrativos de quem come não por necessidade fisiológica, mas emocional. 

Estudiosos afirmam que comemos não apenas para repor energia e nutrientes ou por razões físicas. Segundo a pediatra e monja Dra. Jan Chozen Bays, que trabalha com mindful eating (alimentação/comer consciente), há décadas, a alimentação tem múltiplos e profundos significados na vida. 

Repare que a palavra restaurante se assemelha a reconfortante. Sim! A comida pode trazer sentimentos de conforto, acolhimento, saciedade, tristeza e até plenitude. Mas, ao comer, não se sacia apenas o estômago, ou se preenche o sangue com substâncias essenciais à manutenção da vida. O que se percebe é: come-se por fome dos olhos, do nariz, da boca, das mãos, do ouvido, do estômago, das células, da mente e do coração. Isso mesmo! Todos esses “sentidos” podem movê-lo a comer e é justamente o conhecimento da origem dessa fome que pode ajudar a aceitá-la, cuidá-la, mudá-la ou aperfeiçoá-la. 

Uma das sugestões da médica Paula Pires, endocrinologista pela USP é praticar o mindfulness, ou seja, manter a atenção plena na hora de se alimentar e de reconhecer o que move alguém a abrir a geladeira ou a escolher este ou aquele restaurante ou alimento, na hora de preencher o prato ou beber. 

Vamos aos 9 tipos de fome e às explicações da endocrinologista formada pela USP:

 

1. Fome dos olhos

Nós somos muito estimulados pela visão; uma refeição apresentada com beleza será muito mais atraente que uma refeição ofertada sem capricho, mesmo que os ingredientes sejam os mesmos. Se, durante a refeição, estamos em outra atividade, assistindo TV, no computador ou celular, deixamos de apreciar o alimento, não “enchemos os olhos” e a satisfação desta fome ficará incompleta.

 

2. Fome do olfato (do nariz)

Sentir o aroma dos alimentos é essencial para o nosso gosto. Na maioria das vezes, pensamos que é o gosto que nos atrai, quando, na verdade, é o “cheiro” da comida. Lembre-se das vezes em que teve uma gripe, por exemplo: o que aconteceu com o sabor dos alimentos? A indústria alimentícia utiliza muito deste conhecimento e, ao colocar diferentes aromatizantes, você às vezes come alguns alimentos apenas pelo aroma que realmente nos encanta, mas que não corresponde muitas vezes ao sabor que você encontra ao comê-los. Para satisfazer a sua fome do olfato, experimente sentir o aroma dos alimentos antes de começar a comer.

 

3. Fome da boca

O que classificamos como comida saborosa, atraente, é, muitas vezes, resultado de um condicionamento social, às vezes, influenciado por nossa criação. O que é considerado uma iguaria em um país pode ser abominada em outro. Azedo, doce, salgado, picante, temperos, texturas em nossa boca, que sensações nos trazem? O líquido, o sólido? Sentimos a necessidade de mastigar (“boca nervosa”)? Tudo isso reflete uma necessidade relacionada ao que determinado alimento representa ao ser consumido, mastigado. Estar mais consciente, cultivando a curiosidade e abertura em torno de diferentes sabores e texturas em nossas bocas, pode ajudar a satisfazer nossa fome da boca.

 

4. Fome do tato

Muitas vezes, nossa necessidade está em sentir, com nossas mãos, o alimento, sua temperatura e textura e isso pode influenciar o quanto ficamos satisfeitos e a quantidade que conseguimos consumir. Por exemplo: qual a diferença entre comer pizza com garfo e faca ou segurando com as mãos? Ou mesmo um frango à passarinho? Você já se deu conta disto? Cada um terá uma resposta diferente sobre essa experiência de usar as mãos para colocar o alimento diretamente na boca, sem talheres.

 

5. Fome do ouvido

Ao mordermos e mastigarmos um alimento crocante, ouve-se o barulho da mastigação. Aí pode estar o segredo que explica por que somos capazes de devorar um pacote de salgadinhos motivados por sua crocância.

Já reparou que, normalmente, esses alimentos que fazem “barulho” logo murcham ao entrar em contato com a saliva? Por isso, se você está desatento, no piloto automático, misturado aos seus barulhos internos, você pode não se dar conta do porquê está comendo, consumindo muitas gramas desse alimento.

 

6. Fome de estômago

Um ruído na barriga é uma das principais formas para reconhecermos a fome. No entanto, isto pode ainda não significar, necessariamente, que nosso corpo precisa de comida.

Isso porque podemos confundir essa sensação com outros sentimentos que afetam nosso estômago, tais como ansiedade ou nervosismo (o tal “frio na barriga”). Se não estamos atentos, podemos nos alimentar de forma ansiosa, buscando mais açúcar, sal e gordura e podendo desencadear uma espiral negativa de comer emocional.

Escute o seu estômago e comece a se familiarizar com os sinais que ele traz. Uma opção é utilizar a régua da fome (1: praticamente sem fome e 10, o máximo de fome possível), que sensações surgem quando você está sem comer por duas, três ou cinco horas? Isso pode permitir que você encontre qual o melhor momento para se alimentar e, sobretudo, admitir que, a partir do dia, das emoções, do que comeu na refeição anterior, o tempo que vai precisar para satisfazer sua fome pode variar.

 

7. Fome celular ou do corpo

Quando nossas células precisam de nutrientes, podemos ficar irritados, cansados ou apresentar alguns sintomas, como, por exemplo, dor de cabeça. A fome celular é uma das mais difíceis de serem percebidas. Precisamos estar mais conectados com o nosso corpo para obtermos essa percepção sutil.

Quando éramos crianças, essa sabedoria intuitiva, acerca do que necessitávamos (sabedoria interna), estava presente naturalmente. Porém, ao longo do tempo, fomos perdendo essa capacidade. À medida que crescemos, vamos nos desconectando de nós e buscando fora, nas regras, nas dietas impostas por outros, parâmetros para entender o que está dentro de nós; vamos silenciando nosso corpo, nos distanciando do sentir. Mas, a partir do mindfulness (ou seja, da prática da atenção plena), é possível nos tornarmos mais conscientes dos desejos do nosso corpo por nutrientes específicos.

 

8. Fome da mente

Em nosso mundo moderno, ansiogênico, nos tornamos facilmente comedores ansiosos. Estamos constantemente sendo bombardeados por diferentes alegações nutricionais; o alimento é bom ou é ruim, é certo ou errado comer determinado alimento, eu acho que… E ao priorizar o pensar sobre o alimento e o corpo, deixamos de sentir. Nossa mente “mente”. É muito difícil satisfazê-la; ela é inconstante e sempre encontrará algo novo para focar. Mindfulness pode ajudar a tranquilizar a mente e permitir uma maior consciência sobre como nosso corpo nos avisa sobre o que necessitamos.

 

9. Fome do coração

Não é possível falar de alimentação sem emoção. A vontade de comer certos alimentos e preparações pode estar relacionada à nossa infância, ou porque já acostumamos nossa mente a buscar determinados alimentos para nos sentir melhores (sistema de recompensa do nosso cérebro), a chamada comfort food (comida reconfortante). Comer de forma emocional pode traduzir, muitas vezes, o desejo de ser acolhido, de ser reconhecido, de receber um abraço.

 

À medida que vamos nos tornando mais conscientes, conectados com o nosso corpo (vivendo e comendo menos no piloto automático), podemos expandir essa consciência sobre a forma com a qual nos alimentamos, os porquês de nos alimentarmos assim, de que maneira comemos, o que estamos buscando (reconhecimento, prazer, preenchimento de vazio físico ou emocional etc).

 

O comer emocional 

Dra. Paula acredita que o comer emocional aumentou na pandemia, no mundo todo. “Com certeza absoluta, aumentou no meu consultório”, frisa.

As justificativas começam pelo fato de que as pessoas ficaram dentro de casa por todo o tempo ou por períodos muito mais longos do que estavam acostumadas. “Com o advento da pandemia, surgiu um novo jeito de se relacionar com a comida e com o nosso corpo a partir de:

*Maior exposição às mídias sociais;

*Mudanças das atividades diárias e da rotina como um todo;

*Necessidade do isolamento social;

*Alteração de sono por estresse e emoções negativas;

*Mudanças na prática das atividades físicas;

*Pouco suporte social e regulação das emoções.” 

Esses fatorem podem, então, ter sido a fonte de mudanças na relação emocional com os alimentos de muitos dos pacientes que têm buscado ajuda médica para controlar a ingestão de alimentos. “Podemos comer motivados pela emoção quando nossas escolhas são influenciadas em como nos sentimos naquele momento. Sabe aquela canja de galinha que queremos comer quando estamos doentes? Ou a sopa ou o chá em um dia frio? É isso. E até aqui, está tudo bem”, explica Paula. 

Outra estratégia mental ocorre quando se escolhe uma comida numa tentativa de mudar o seu emocional, ou seja, alterar como alguém se sente naquele dado momento. “Aqui é quando tudo se complica. Comer para ficar menos ansioso, menos frustrado, menos triste, com menos raiva. Esse padrão pode engordar e atrapalhar muito a saúde. E o tratamento não é simples. Não é apenas com uma ‘pílula mágica’. Não se faz em apenas uma consulta para emagrecer. Não se concretiza apenas dentro do consultório médico”, recorda. 

Para o comer emocional, o tratamento indicado pela endocrinologista passa pelo entender e cuidar melhor das próprias emoções. “Isso porque uma emoção assumida, identificada e tratada, não vira comida”, garante a médica. 

Ela propõe um exercício rápido para evitar adquirir peso sem necessidade: 

Você pode se sentir frustrado ou desmotivado após um evento de exagero ou até mesmo compulsão alimentar. Sim, é difícil lidar com essas situações, mas, também é possível aprender com elas. Vamos explorar juntos? 

Reflita como você estava ANTES do comer emocional:

Muita fome

Muito estresse

Muito atarefado

Muito cansado

Outro ______________________________

 

Você estava vulnerável?

Sim

Não

Não sei


Seus pensamentos eram negativos? Tinha expectativas sobre algo na sua vida ou dia que considera irrealistas? Consegue refletir se tinha alguma necessidade ou vontade que não conseguiu se permitir, algo como: 

Permissão para descansar ou fazer nada por um tempo

Traçar limites no meu trabalho, com família ou amigos

Permissão para dizer não

Outro _________________________________

 

 

DURANTE: Você estava consciente e conectado naquele momento? 

Você saboreou a comida, cada pedacinho dela? 

Você conseguiu perceber o momento em que não estava mais sentindo o sabor ou que já estava satisfeito e não conseguiu parar?


DEPOIS: O que você poderia ter feito de diferente?

 

Poderia ter respeitado minha vulnerabilidade

Dito não

Mudado meu ambiente

Dormido / Descansadomelhor

_______________________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

 

Proposta:

Aprender e aceitar essa experiência, mesmo negativa, para aprender a administrá-la até ser capaz de driblá-la e fazer um gol, dando ao seu corpo o que ele realmente precisa e quer. 


Dra Paula Pires – endocrinologista e clínica geral formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)
drapaulapires
paulapiresendocrino܂com܂br

 

A endometriose pode afetar o intestino?

Entre os principais sintomas estão distensão abdominal, constipação ou diarreia, dor ao evacuar e presença de sangue nas fezes 

 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a endometriose afeta uma a cada dez mulheres entre 25 e 35 anos. Trata-se de uma doença progressiva, o que significa que, na ausência de tratamento, os tecidos endometriais ectópicos podem se espalhar e se agravar ao longo do tempo, causando danos a outros órgãos e intensificando a dor. 

Os sintomas gastrointestinais relacionados à endometriose, como dor abdominal, cólicas, alterações intestinais e desconforto durante a defecação, podem causar uma série de desafios físicos, emocionais e sociais. O Dr. Thiers Soares, ginecologista cirurgião especialista em endometriose, adenomiose e miomas, destaca alguns fatores importantes a serem consideradas ao discutir o impacto da endometriose intestinal na qualidade de vida da paciente.

 

·  Restrições alimentares e estilo de vida 

Alguns sintomas intestinais, como diarreia, constipação e distensão abdominal, podem levar as mulheres a fazer modificações na dieta para aliviar os sintomas. Isso pode resultar em restrições alimentares, afetando a qualidade e a variedade da dieta. Além disso, a endometriose intestinal pode limitar a participação em atividades sociais, como sair para comer fora, devido à preocupação com os sintomas, sendo necessário seguir uma dieta específica.

 

·  Impacto emocional 

A dor crônica, a incerteza sobre os sintomas, a preocupação com a progressão da doença e os impactos nas atividades cotidianas podem levar à ansiedade, depressão e frustração. Esses aspectos emocionais podem afetar negativamente a qualidade de vida, os relacionamentos interpessoais e a saúde mental em geral.

 

·  Relações interpessoais e sexualidade 

A dor durante o sexo (dispareunia) e os sintomas intestinais podem causar desconforto e diminuir a libido. Além disso, as limitações impostas pela doença podem dificultar a participação em atividades sociais e interferir nas interações familiares, sociais e românticas.

 

·  Fertilidade e planejamento familiar 

A obstrução das trompas de Falópio, a formação de aderências e a inflamação crônica podem dificultar a concepção natural. Isso pode causar angústia emocional e estresse adicional para as mulheres que desejam ter filhos. O planejamento familiar também pode ser afetado, exigindo intervenções médicas, como a fertilização in vitro (FIV) ou outras técnicas de reprodução assistida. 

Quando a endometriose intestinal é superficial e não causa comprometimento significativo da estrutura intestinal, o tratamento clínico é frequentemente considerado uma opção viável. Nesses casos, medicamentos são prescritos para interromper a menstruação e controlar os focos de endometriose. Esses medicamentos têm como objetivo reduzir os sintomas e impedir a progressão da doença.  

O uso de terapia hormonal, como contraceptivos orais combinados ou progestágenos pode ser recomendado para controlar o crescimento do tecido endometrial ectópico e aliviar a dor. No entanto, quando a endometriose intestinal é profunda e envolve uma penetração mais extensa do tecido endometrial nas camadas intestinais, o tratamento cirúrgico é frequentemente necessário.  

Um plano de tratamento individualizado, considerando a gravidade da doença, a extensão do envolvimento intestinal, os sintomas apresentados e os objetivos reprodutivos da paciente, será estabelecido para proporcionar o melhor resultado possível e melhorar a qualidade de vida das mulheres afetadas pela endometriose intestinal.

  

Dr. Thiers Soares - Doctor Honoris Causa pela Universidade Victor Babes/Romênia, Dr. Thiers Soares, graduado em Medicina pela Fundação Universitária Serra dos Órgãos (2001), é ginecologista especialista em doenças como Endometriose, Adenomiose e Miomas. Também é médico do setor de endoscopia ginecológica (Laparoscopia, Robótica e Histeroscopia) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ). O especialista é membro honorário da Sociedade Romena de Cirurgia Minimamente Invasiva em Ginecologia, membro honorário da Sociedade Búlgara de Cirurgia Minimamente Invasiva, membro honorário da Sociedade Romeno-Germânica de Ginecologia e Obstetrícia e membro da diretoria e comitês de duas das maiores sociedades mundiais em cirurgia minimamente invasiva em ginecologia (SLS e AAGL). Recentemente, o Dr. Thiers Soares foi um dos responsáveis por trazer para o Brasil a técnica de Ablação por Radiofrequência dos Miomas Uterino, um tratamento moderno e eficaz, que causa a destruição térmica de tumores uterino.


Casos de malária no Alto Tietê: altas temperaturas aumentam incidência de doenças transmitidas por insetos

 

Entenda o que são doenças vetoriais, quais são os riscos e dicas de como evitar o contágio, principalmente em períodos de chuva e de altas temperaturas
 

No início deste ano órgãos de saúde identificaram dois casos de malária na região do Alto Tietê, em Suzano e Mogi das Cruzes, municípios pertencentes à Grande São Paulo. Os eventos, combinados ao aumento dos casos de dengue no Estado, chamam atenção para o risco de doenças transmitidas por mosquitos vetores em períodos de altas temperaturas.
 

De acordo com Simone Fernandes, infectologista da rede de saúde dr.consulta, o aumento dos casos de doenças causadas por vetores não está relacionado apenas ao verão, mas ao ciclo de aquecimento do planeta que é enfrentado ano após ano. “A sazonalidade das doenças transmitidas por vetores é explicada pelo aumento das chuvas no período do verão associado ao clima quente e úmido, condições consideradas ideais para a reprodução e atividade de insetos como o Aedes aegypti, responsável por transmitir a dengue, a zika e a febre chikungunya”, explica a especialista. 

Os órgãos de saúde definem doenças transmissíveis por vetores quando o contágio é causado por algum intermediário que transporta os vírus ou outros agentes biológicos responsáveis pelas infecções. “Além da dengue, malária, febre amarela, zika, chikungunya, filariose e leishmaniose são doenças prevalentes no Brasil transmitidas por picada de mosquitos. Além disso, doenças como o mal de Chagas, doença de Lyme e febre maculosa são também transmitidas por outros vetores. Os pontos de atenção incluem as medidas de prevenção de picadas de insetos, o controle ambiental de vetores e a eliminação de criadouros de insetos”, diz a especialista. 

O ano de 2023 foi marcado por um recorde de casos da dengue no Brasil, ultrapassando 1,5 milhão de episódios. Os números elevaram a preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que observa um aumento do risco até mesmo em áreas que anteriormente não eram consideradas focos da doença, como o sul da Europa, Estados Unidos e África. 

Já no caso da malária, um estudo do Adapta Brasil, sistema de análise de informações do Ministério da Saúde que avalia os impactos da mudança climática na saúde brasileira, indicou um maior risco do alastramento da doença devido à exposição a temperaturas extremas. Há também a previsão de um aumento da resistência desses vetores e do desenvolvimento de novas variações dos agentes transmissores. A presença dos casos na Região Sudeste, no Alto Tietê, converge com essa previsão. 

A infectologista do dr.consulta conta que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem alertado e orientado a comunidade médica e científica para o aumento das doenças transmitidas por alimentos, água e vetores. “As doenças transmitidas por vetores, como a malária, já estão expandindo seu alcance devido ao aumento das temperaturas e às mudanças nos padrões climáticos. Além disso, a OMS recomendou que os países estejam preparados para o aumento de casos de dengue, malária, zika e chikungunya nos próximos anos por conta da migração dos mosquitos, causada pelas mudanças de temperaturas”.
 

Dicas de prevenção

A médica alerta que é preciso intensificar os cuidados para evitar o contágio de doenças causadas por vetores. O principal ponto, segundo a infectologista, é eliminar possíveis criadouros de mosquitos:
 

- Evitar o acúmulo de água parada em pneus, garrafas, vasos de plantas, lixo, entulhos, folhas secas de árvores não adequadamente podadas, dentre outros.

- Utilizar telas e mosquiteiros em janelas, portas, camas e berços para impedir o acesso de mosquitos em casa.

- Usar repelentes, de preferência aqueles que contenham substâncias como DEET, IR3535 ou icaridina.

- Usar roupas que cubram a maior parte do corpo, como calças e camisas de manga comprida.

- Realizar a limpeza regular de caixas d’água e piscinas.

- Fazer o controle de pragas em casa, como baratas e ratos, que podem atrair mosquitos.

- Realizar a vacinação contra doenças como febre amarela e dengue, que podem ser transmitidas por vetores.

 

Nova vacina da dengue disponível

A preocupação com o alastramento da dengue e de suas variações levou as autoridades a reforçarem a vacinação. Atualmente, há dois tipos de vacinas disponíveis para a doença. “Ambas são feitas com vírus vivos atenuados que estimulam uma resposta imunológica capaz de prevenir a infecção e diminuir os sintomas causados pelos quatro sorotipos do vírus, uma vez que não existem tratamentos específicos disponíveis para a dengue. A nova vacina Qdenga®, já está disponível em clínicas particulares, é indicada para a população entre 4 e 60 anos e pode ser aplicada mesmo em pessoas que nunca tiveram contato prévio com o vírus da dengue. Já a vacina Dengvaxia® é destinada a pessoas de 9 a 45 anos de idade que já tiveram contato com o vírus alguma vez”, explica Fernandes. 

A eficácia das vacinas é de, aproximadamente, 66% contra os quatro sorotipos de vírus da dengue. Além disso, reduz os casos graves, como a dengue hemorrágica, em 93% e o índice de hospitalização em 80%.

 

dr.consulta


Transferência de Embriões Mosaicos: entenda os cuidados


Membro da SBRA destaca ainda os riscos e as recomendações para a realização do procedimento 


Ainda pouco conhecida pelo público em geral, a transferência de embriões mosaicos tem sido pauta de debates na área da reprodução humana assistida. A decisão sobre a transferência destes embriões, que ao mesmo tempo contêm duas linhagens cromossômicas na composição das células biopsiadas, tem sido uma opção, especialmente em mulheres com baixa reserva ovariana. Estudos sugerem que alterações genéticas em um embrião podem ser uma das causas do mesmo não implantar ou de abortamento.

Para o especialista em ginecologia, obstetrícia e reprodução humana e membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Giuliano Bedoschi, “a transferência de embriões mosaicos pode ser indicada para as pacientes que apresentem dificuldades para gerar um embrião euploide, ou seja com uma composição cromossômica, especialmente pacientes que possuem uma baixa reserva ovariana, ou para pacientes que já tiveram falhas em tratamentos anteriores com, mesmo com embriões euploides”.

Na reprodução assistida, a transferência de embriões é realizada após a realização de uma biópsia, que é feita durante o processo de fertilização in vitro, onde, após fertilizado e atingido o estágio de blastocisto, algumas células do torfectoderma são retiradas. Depois do exame, eles são avaliados quanto à presença de alterações cromossômicas e os denominados euplóides são selecionados para transferência.

Entretanto, embriões com baixo grau de mosaicismo podem ser transferidos. O especialista afirma que a prática também tem os seus riscos e precisa ser realizada por um médico geneticista, ou especialista em aconselhamento genético.

Segundo Giuliano, o procedimento também pode gerar problemas genéticos para o bebê, além da perda do feto durante a gestação. “Assim como todo procedimento, observamos alguns riscos em sua realização, como os que incluem o aumento do risco de aborto e a possibilidade de que a criança nasça com alguma condição genética. Para que isso não ocorra, recomendo a inclusão do aconselhamento genético e a discussão detalhada dos riscos e benefícios com o médico responsável pelo tratamento”, disse.

Com o maior aparecimento da transferência de embriões mosaicos, o especialista ainda ressalta os desafios que os profissionais da área de reprodução assistida encontram na realização da técnica. “Temos que observar a dificuldade de identificar a constituição cromossômica dos embriões confiavelmente, a incerteza quanto aos riscos envolvidos na transferência dos embriões mosaicos e a falta de consenso na comunidade científica sobre a melhor abordagem para lidar com esses embriões”, finaliza.

No ano passado, a Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) trouxe para o debate o uso de dados de mil transferências de embriões mosaico para formular um sistema de classificação de embriões para uso clínico. O assunto foi discutido na segunda edição do Journal Club, realizado pela entidade, com o intuito de discutir artigos científicos.


Fonte: Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA)


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