A
competitividade empresarial pressiona as equipes de tal forma, que no anseio de
entregar aplicações mais rapidamente para enfrentar as dificuldades de mercado
e da concorrência, as empresas acabam liberando produtos de software com muitos
erros (bugs), na expectativa de poder resolver as falhas nas atualizações
seguintes, quando o sistema já está em operação no cliente. Nem sempre isso dá
bons resultados, e pode levar à perda de confiança do mercado e de muito
recursos para as correções.
O conjunto de problemas resultantes desta necessidade
de entregar mais rápido é que o desenvolvimento de software acaba gerando o
débito técnico, um conceito que se refere às decisões tomadas para acelerar a
entrega de um produto ou funcionalidade, mas que podem resultar em dificuldades
infinitas de manutenção e evolução do sistema no futuro.
O
débito técnico pode ser resultado de inúmeras ações durante o planejamento e
execução do desenvolvimento de software e os impactos negativos são
significativos no produto final de uma aplicação de software, exigindo mais
tempo e esforço para ser corrigido, o que pode aumentar os custos operacionais
e necessidade de retrabalho.
De fato, na prática, quem testa o software é o
cliente, mas isso não pode ser tratado de forma displicente, pois pode levar a
resultados catastróficos.
O uso
de padrões de design ou arquitetura ineficientes, código mal escrito ou difícil
de entender;
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Testes de software insuficientes, falta de documentação ou precária, e uso de
tecnologias ou ferramentas obsoletas são algumas das origens do débito técnico.
Para
os negócios, as consequências podem ser mais significativas, incluindo a perda
de competitividade, maior barreiras para a inovação e adoção de novas
tecnologias, redução da produtividade, aumento do stress de suas equipes, além
do aumento dos custos envolvidos. Um software com mau funcionamento impactará
negativamente o usuário, seja interno ou final.
Com um
planejamento adequado é possível mitigar o débito técnico, as empresas devem
adotar várias medidas, incluindo o investimento em desenvolvimento de software
de qualidade a partir da qualificação de suas equipes e uso de ferramentas
adequadas, além de priorizar a manutenção e a evolução do software e promover a
cultura de valorização da qualidade de software e sustentabilidade.
Entregas
rápidas sem planejamento facilitam o surgimento do débito técnico.
Vivemos
em uma era de negócios onde entregar rápido, mesmo com erros para consertar
depois, é a cultura vigente. No entanto, se podemos errar menos e buscar
minimizar as deficiências no desenvolvimento das aplicações, podemos também
reduzir os erros que podem elevar esta dívida técnica a um nível que poderá ser
impossível ser eliminada.
Também
não se pode jogar toda a responsabilidade pelo débito técnico gerado nas
equipes de desenvolvimento. É importante considerar que software com código mal
escrito nem sempre é resultado da falta de habilidade dos programadores. O
débito técnico é, em geral, consequência de uma implementação simplificada
visando cumprir um prazo curto, conduzindo a erros. Escopos mal definidos e
desenhos de lógicas confusas também potencializam o aumento do débito técnico.
Estratégias
para evitar o acúmulo de débito técnico
Entre
as medidas que ajudam a evitar o acúmulo de débito técnico, podemos listar a
realização de testes contínuos e automatizados, investir na utilização de
código, fugindo do código de baixo padrão, investir nas metodologias ágeis e
apoiar os desenvolvedores no seu fortalecimento profissional e qualidade de
vida. Um plano de manutenção pró-ativa é essencial para gerenciar e mitigar o
débito técnico já existente, para prevenir o surgimento e acúmulo de mais
débito técnico durante todo o ciclo de desenvolvimento.
Usando
plataformas low code no desenvolvimento de software
O desenvolvimento de software não pode se tornar uma
aventura e necessita de planejamento, processos e ferramentas adequadas que
sejam capazes de eliminar ao máximo o débito técnico. Plataformas low code já
estão disponíveis para isso há muito tempo, basta apenas buscar saber mais
sobre como ele pode ajudar neste desafio.
Uma plataforma low code direciona o trabalho do
desenvolvedor para evitar erros de codificação básicos, o que lhe permite
pensar melhor em como planejar a sua jornada e se concentrar na lógica de
negócios.
A
utilização de uma plataforma low code elimina uma enorme quantidade de linhas
de programação geradas pelo trabalho manual, que acabam entregando uma
aplicação com muitos erros. No caso do Low Code, o ciclo de desenvolvimento é
naturalmente mais curto e mais eficiente, e o efeito dessa pressão sobre as
equipes também é mínimo.
Entre as vantagens de se adotar uma ferramenta low code
estão:
- Agilidade
no desenvolvimento - O desenvolvimento é em metadados, elimina
o retrabalho e garante criar sistemas com um único esforço, acelerando o
processo de entregas contínuas;
- Utilização de padrões de design e arquitetura
pré-definidos - As ferramentas de low code fornecem modelos e
templates de código que facilitam implementar padrões de design e arquitetura
de software. Isso pode ajudar a garantir que o sistema seja desenvolvido de
forma consistente e escalável;
- Menor
complexidade do código - O código gerado no low code é mais
fácil de ser compreendido, sua manutenção é menor e a evolução de futuro é mais
rápida. O impacto da rotatividade de programadores na equipe também é
minimizado pela maior facilidade de compreensão do que o outro fez.
- Automatização
de tarefas - O low code permite automatizar as tarefas de
desenvolvimento, como a criação de interfaces de usuário, a integração com APIs
e o gerenciamento de dados, liberando as equipes para se concentrarem em
tarefas mais nobres, como as estratégicas de negócios;
- Redução de
erros - A automação de tarefas e a redução do número de linhas
de código produzidas reduzem os erros de programação;
- Menor
necessidade de especialistas - As ferramentas low code reduzem
a dependência de especialistas em codificação, uma vez que elas geram menos
linhas que deverão ser revisadas constantemente e várias vezes;
- Menor
custos - A redução nos custos associados ao desenvolvimento e
manutenção do software é uma das maiores vantagens do low code. Com menor gasto
na manutenção do código existente é possível diminuir o débito técnico;
- Documentação
automatizada - As ferramentas low code podem gerar documentação
de software automaticamente, como diagramas de arquitetura e de fluxo de dados.
Isso ajuda a entender o sistema e facilita a sua manutenção e evolução;
- Maior
segurança da aplicação - O sistemas de software produzidos por
ferramentas low code são mais seguros e ajudam a evitar o acúmulo de débito
técnico.
- Melhoria na
capacitação das equipes de desenvolvimento - Plataformas low
code possibilitam capacitar melhor os desenvolvedores para a criação de
aplicativos profissionais e mais eficientes.
Rodney Repullo - CEO da Magic Software Brasil.