Segundo a SBPC, Sociedade Brasileira de Coloproctologia, nos
últimos anos os casos dedoenças inflamatórias intestinais têm aumentado no Brasil. No mundo inteiro, ainda de acordo
com a SBPC, mais de cinco milhões de pessoas sofrem com as DIIs. Os sintomas
compreendem, principalmente, diarreia crônica, cólica intestinal e sangue nas
fezes. O Maio Roxo se propõe, por esse motivo, a sensibilizar a sociedade da
importância do diagnóstico precoce. Ao mesmo tempo, alerta para que os
pacientes procurem o tratamento correto, incluindo uma mudança de hábito em suas
vidas.
Campanha Maio Roxo
A campanha de conscientização tem como objetivos alertar a
população e garantir mais qualidade de vida aos pacientes. Por certo, a atenção
aos possíveis sintomas representa a forma mais efetiva de prevenção.
Dentre os principais sintomas relacionadas às doenças
inflamatórias intestinais, são mais frequentes:
· Diarreia;
· Dor abdominal;
· Perda de peso não intencional;
· Cansaço ou fadiga;
· Febre;
· Aparecimento de sangue nas fezes;
· Apetite reduzido.
“Observamos a mudança do hábito intestinal, nas características e
frequência das fezes, dor abdominal, mal estar, fadiga, fraqueza, sangramento
nas fezes, urgência fecal, e outras manifestações extra intestinais”, explica o
gastroenterologista
Silvio Demetrio Pavan Capparelli.
As doenças inflamatórias intestinais atingem, especialmente,
adolescentes e adultos jovens, entre 15 e 40 anos. Suas origens são
multifatoriais, mas o tabagismo é considerado um dos grandes fatores de risco
para seu surgimento.
Informar sobre as doenças inflamatórias intestinais é o
propósito do Maio Roxo
As DIIs mais comuns são as doenças inflamatórias crônicas do trato
digestório, como a doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa. As causas são
desconhecidas, podendo estar relacionadas tanto a fatores genéticos,
imunológicos e ambientais, quanto à alteração da flora intestinal.
As duas doenças, aliás, podem ser confundidas, em cerca de quinze
por cento dos pacientes, na fase inicial. Segundo o Dr. Capparelli, existem
várias diferenças entre a doença de Crohn, que afeta todo o tubo digestivo, da
boca ao ânus podendo afetar outros órgãos (Crohn metastático) e a Retocolite
Ulcerativa que afeta apenas o intestino grosso. “A doença de Crohn tem várias
apresentações e localizações, enquanto a retocolite está restrita a mucosa
intestinal. A diferenciação depende da história clínica, exame físico e pelos
exames subsidiários. As diferenças podem ser observadas através da
colonoscopia, quando são realizadas biópsias, posteriormente analisadas por um
médico patologista.
Ou seja, a Doença de Crohn se apresenta de forma espaçada e atinge
camadas mais profundas. Agride os intestinos delgado e grosso, podendo
alcançar desde a boca até o ânus. Por outro lado, a Retocolite Ulcerativa é
responsável pelo aparecimento de úlceras no intestino grosso e no reto.
Contudo, nesse caso, a camada mais superficial da parede do intestino é
atingida, configurando, ainda, uma lesão contínua.
Acertando o diagnóstico
· Exames laboratoriais;
· Exames endoscópicos, como endoscopia digestiva alta;
· Colonoscopia;
· Biópsias;
· Exames radiológicos, por exemplo, a tomografia e a
ressonância magnética.
Apesar de as DIIs não terem cura, o tratamento correto controla o
processo inflamatório e promove a remissão clínica. “Após o surgimento dos
medicamentos biológicos (anti TNF) mudaram os paradigmas e hoje em dia temos
mais perspectivas de cura sintomática, endoscópica e histológica, o que parecia
impossível. Temos um campo terapêutico promissor e muito conhecimento que vem
se acumulando para melhor tratamento dos pacientes”, informa o médico. Durante
o tratamento, a dieta deve ser balanceada, com a identificação de alimentos não
tolerados. Dessa maneira, preserva-se o intestino, que, durante o processo
inflamatório, fica muito mais permeável.
A importância do Maio Roxo como campanha de conscientização
Mais do que divulgar e esclarecer sobre os sintomas, diagnóstico e
tratamento das DIIs, o Maio Roxo tem outro objetivo. De fato, a proposta da
campanha inclui informar sobre as diversas formas de cuidar da saúde intestinal.
Para isso, listamos, neste artigo, alguns cuidados que todos devemos ter, para
evitar o aparecimento das doenças inflamatórias intestinais:
Alimentação
Manter uma dieta equilibrada e saudável é um dos pilares que
garantem o bom funcionamento do intestino. Sendo assim, é importante incluir na
alimentação alimentos ricos em vitaminas, proteínas e fibras, encontrados em
grãos, legumes e frutas.
Acima de tudo, deve-se reduzir a ingestão de alimentos
industrializados e processados. O consumo de cigarros e bebidas alcoólicas em
excesso, além disso, deve ser evitado. Em contrapartida, a ingestão
moderada de probióticos, que são microorganismos vivos, traz inúmeros efeitos
benéficos à flora intestinal.
Hidratação
A água, mais do que um elemento essencial, evita o ressecamento
das fezes e promove o bom funcionamento dos órgãos.
Exercícios físicos
Sem dúvida, a prática de atividades físicas contribui para uma
vida saudável e melhora o funcionamento dos intestinos.
A campanha Maio Roxo alerta para hábitos mais saudáveis
Além dos cuidados citados, é preciso observar também a forma como
ingerimos os alimentos. Não só devemos comer em paz e sem pressa, como também nos
preocupar em mastigar bem, durante as refeições. Ainda mais porque sabemos que
o estresse é um grande vilão em nossas vidas, sendo responsável por
desequilíbrios e doenças. Dessa forma, é fundamental respeitar os limites do
corpo, comer e dormir bem, relaxar e ter algumas atividades de lazer.
Para finalizar,
o Maio Roxo ainda ressalta a importância de manter consultas de rotina e exames
médicos em dia. Assim, é possível diagnosticar precocemente uma grande quantidade
de doenças, incluindo as doenças inflamatórias intestinais.