Idealização é uma das causas para o desenvolvimento de sinais de depressão e ansiedade
Diante da
diversidade de mudanças que acompanham a jornada da mulher ao longo da gestação
e maternidade, manter o equilíbrio emocional revela-se um desafio de grandes
proporções. Estudos nacionais indicam que 63% das mães tiveram sintomas
depressivos durante a pandemia.
O dado acende um
alerta para a saúde mental materna, tema da campanha Maio Furta-cor, que visa
sensibilizar a população a respeito do assunto. Para Rosana Fernandes, psicóloga
da Clínica Censo, reconhecer o sintomas da depressão é um passo importante para
poder tratar a doença de forma adequada.
“Tristeza
persistente, perda de interesse nas atividades diárias, sentimento de
desesperança ou culpa excessiva, alterações no apetite e no sono são alguns dos
sinais. Caso esses sintomas se manifestem, busque ajuda profissional para
receber o tratamento adequado”, explica a psicóloga.
Rosana explica que
a gravidez e a maternidade passam por duas vertentes: a ideal e a real. Nesse caso,
as idealizações acabam refletindo na saúde mental da mulher, o que pode
impactar no desenvolvimento do bebê, na relação entre mãe e filho, e se
estender para problemas mais graves no pós-parto.
“Há uma pressão da
sociedade para que mães experimentem a maternidade como o melhor momento de
suas vidas, com idealizações que, muitas vezes, diferem das experiências que
elas são expostas diariamente”, ressalta a profissional.
“É no período
gravídico-puerperal que há maior vulnerabilidade para a ocorrência de
alterações emocionais na mulher. Neste momento, a mãe pode ter dificuldades
sociais, insegurança, medo, ansiedade e pensamentos negativos em relação à nova
experiência, que vem carregada de sobrecarga mental, solidão e falta de rede de
apoio”, completa Rosana.
Como
cuidar da saúde mental e emocional?
Pré-natal
adequado: é importante que a mulher entenda seu
estado gestacional. Por isso, manter o acompanhamento com profissional, através
de consultas e exames, permite que a mãe tenha maior suporte para manter a
saúde física e mental equilibrada.
Rede
de apoio: pode ser composta por uma equipe
multiprofissional, como obstetra, pediatra, enfermeiros, doula, consultora e
outros profissionais da maternidade, além de parentes, amigos, familiares. A
rede de apoio é importante para ajudar nos cuidados com o bebê, dar suporte
emocional e proporcionar escuta à mãe.
Autocuidado: essencial para manter a saúde física e emocional, o autocuidado pode ser praticado por meio da alimentação adequada, sono regular e exercícios leves. Praticar técnicas de relaxamento, como respiração profunda, meditação, caminhadas ao ar livre e exposição ao sol, pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade.
"A saúde mental é importante para
todos. Entretanto, em momentos de grande mudança estrutural, física, emocional
e todas as demandas que uma gestação pode gerar, é fundamental que a mãe saiba
reconhecer sinais de desconforto e tenha apoio para pedir ajuda”, finaliza a
psicóloga.
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