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segunda-feira, 15 de maio de 2023

Tecnologias norteiam boa plantabilidade das culturas de inverno

Com a automação é possível obter uniformidade no desenvolvimento da lavoura, distribuição efetiva de sementes e adubo, além de distância adequada no plantio

 

A semeadura das culturas de inverno passa por variações em cada região onde elas acontecem, conforme condições de solo, clima e manejo agrícola. Porém, há algo em comum entre os cultivos, seja de trigo, aveia ou plantas de cobertura, que são os cuidados com a plantabilidade, os quais vão fazer diferença na produtividade final. Um dos desafios do produtor rural está em alcançar a uniformidade ideal na linha de plantio para que a lavoura consiga emergir com qualidade da melhor forma possível.

Em boa parte dos estados, especialmente no Sul do Brasil, os cultivos de inverno começaram no mês de abril e alguns estão por iniciar ainda em maio e seguem até meados de julho. Portanto, neste momento, devem ser feitos os ajustes necessários na semeadora, ou seja, tudo que precisa ser verificado no implemento antes de iniciar os trabalhos. Há alguns fatores que devem receber a atenção, de acordo com Afonso Leonardo Musscopp, analista de desenvolvimento de produto da FertiSystem, empresa gaúcha de tecnologia para plantio e dosadores de fertilizantes.

O primeiro deles é verificar se todas as linhas da semeadora estão na mesma profundidade, garantindo assim a uniformidade na hora do plantio. Outro é verificar o estado das rodas limitadoras que controlam a profundidade para que o estande de plantas não seja prejudicado e elas possam emergir no mesmo momento.

Com relação ao estande ideal, também é imprescindível, conforme o analista, a calibração do dosador de sementes. “Esse ponto é muito importante, pois se depositar menos sementes do que o ideal haverá problema na produção, assim como um número além do necessário também pode gerar competitividade e acamamento”, ressalta. Para se ter como exemplo, na cultura do trigo a média ideal de um arranjo de plantas varia entre 300 a 330 m² e para a semeadura da aveia, o arranjo correto deve ser de 200 a 250 m².

Já com relação à pressão das molas da linha da semeadora, é necessário verificar se estão todas na mesma pressão para que a uniformidade também seja mantida em todas as linhas. “Se tiver uniformidade na linha de plantio, as plantas vão emergir da melhor forma possível. Se a planta nasce mal, não tem mais como melhorar, a partir daí só vai reduzir e a produtividade final cair”, acrescenta o profissional da FertiSystem.


Automação do plantio

Há muito tempo, as máquinas vêm contribuindo para que o produtor rural consiga se manter ativo e com potencial para se sustentar no mercado moderno. A tecnologia possível nos implementos contribui com a agilidade de inúmeras etapas da atividade, entre elas a do plantio. A uniformidade no desenvolvimento da lavoura, a distribuição efetiva de sementes e adubo, através da plantabilidade, a distância adequada entre elas e a sua profundidade estão hoje totalmente relacionadas à automação eletroeletrônica. Isso garante a qualidade final do stand de plantas.

Ferramentas

A FertiSystem possui um portfólio completo de soluções e sistemas de controles eletrônicos, através de motores elétricos agrícolas para o plantio que facilitam a calibração, fazendo com que a quantidade ideal de sementes e fertilizantes seja depositada com controle efetivo do número de sementes por metro linear. Entre os produtos de destaque estão o IsoPlanter64, o controlador VRA PRO, o sistema TXF MB e o FertiSystem Auto-lub AP NG, todos dentro da aplicação eletrônica.

“Hoje temos um grande problema na lavoura que é a dependência do rodado de acionamento, onde os dosadores de fertilizantes e de sementes não conseguem acompanhar a velocidade real de plantio, que pode variar em até 27% a quantidade delas, quando submetidas a diferentes velocidades. Por exemplo, no trigo, ocorre a diminuição expressiva na população final de plantas em relação à velocidade de deslocamento da semeadora, que é realizada por sistemas mecânicos com a utilização de correntes e engrenagens”, pontua Musscopp.

Além disso, os produtos da FertiSystem foram desenvolvidos para resolver esse tipo de dificuldade, através de sistemas eletroeletrônicos com a dosagem precisa, determinando mínimas variações, mantendo constante o número de sementes prescritas por metro quadrado. “Isso tudo, independente das variações de velocidade de deslocamento da semeadora. Atuam com a abertura completa dos rotores helicoidais, determinando a deposição uniforme das sementes por metro linear e permitindo ilimitadas variações de população delas por hectare semeado”, reforça o especialista.

O IsoPlanter64 é indicado para todas as culturas de sementes graúdas e finas e leva em consideração os principais conceitos da Agricultura de Precisão. Possui controle de desligamento linha-a-linha, taxa variável e compensação em curvas. É controlado através do próprio monitor original do trator, desde que a comunicação seja pela norma Isobus (ISO 11783). O sistema é o único do mercado que pode controlar e fazer seções de mais de uma linha de plantio.

Já o TXF MB (Taxa Fixa Mobile) é o sistema de controle de aplicação de fertilizantes por meio de smartphone ou tablet. Através dele, a dosagem e deposição do adubo no solo é mais precisa e há real controle do que acontece com o implemento durante a atividade. A ferramenta é simples de operar, acessível a todos os produtores e desenvolvida para ser utilizada em adubadoras, semeadoras, cultivadores ou sulcadores.

O Auto-Lub é um dosador de adubo que garante e a uniformidade, alta durabilidade, fácil manutenção e precisão na deposição dos fertilizantes ao longo da linha de plantio, além de oferecer a dose certa no local certo. “Quando não se usa o sistema de controle eletrônico através de motores elétricos, não se alcança a taxa desejada, seja de adubo ou de semente, porque as semeadoras ou adubadoras trabalham com engrenagens de regulagem específica onde não se é possível escolher a dosagem pretendida”, finaliza o especialista da FertiSystem.


Especialista explica como evitar golpes de Sugar Daddies fake

Falso Sugar Daddy se passava por milionário e pedia valores as vítimas, saiba como se previnir de golpes em plataformas de relacionamento

O norte-americano John Textor, investidor do time brasileiro Botafogo, teve sua imagem utilizada por um falso ‘Sugar Daddy'. O Salt Daddy, denominação para falsos sugar daddies, aproveitava da fama do empresário para pedir dinheiro e criptomoedas para as vítimas. Segundo Caio Bittencourt, especialista em relacionamentos do site MeuPatrocínio há formas de se proteger e evitar golpes como esse.

 

  1. Faça chamadas de áudio e vídeo

Uma das principais formas de se proteger é garantindo que a pessoa por trás da tela é real. Então para isso, crie aquele clima para uma chamada de vídeo, tenha certeza que ela existe. Faça tudo para que você possa se sentir segura, e se caso você não sinta confiança, ou sinta que a pessoa do outro lado esteja faltando com a verdade, não pague para ver. Não vá ao encontro dela.

 

2. Marque um encontro em um lugar público e monitorado

Marque sempre seus encontros em um local que seja público, que você conheça bem e que se possível seja monitorado com câmeras. Quanto mais você conhecer do local que você está indo, melhor. Shoppings, restaurantes, locais bem movimentados, etc. Evite ir para aquela fazenda mais longe, para a casa da pessoa ou casa de amigos dessa pessoa em um primeiro encontro.

 

3. Avise seus amigos sobre seu encontro

Avise pessoas próximas, amigos ou familiares. Passe todas as informações que você tiver sobre quem você está encontrando e os detalhes do local. É melhor que alguém saiba e possa ser o seu refúgio caso você precise, do que acabar ficando na mão.

 

4. Siga a sua intuição

Feeling, às vezes pode parecer que não, mas ele é muito importante e pode te dizer tudo o que você precisa saber. Se você não se sentir confiante e confortável com o encontro, desista. Não vale ir ao encontro de uma pessoa desconhecida que não te passa confiança.

Caio Bittencourt, especialista em relacionamentos ressalta os cuidados que a plataforma MeuPatrocínio adota: “A segurança é algo de suma importância e as plataformas online tem investido bastante nesse tipo de infraestrutura visando manter um ambiente propício para que os usuários possam se relacionar com mais tranquilidade. Verificação de fotos e de antecedentes criminais, por exemplo, já existe em nossa plataforma. Fora isso, é muito importante estar atento e fazer o máximo para conhecer a pessoa antes de seguir para um date, chamadas de vídeo ajudam bastante nesses casos e ao sair, procurar sempre lugares públicos e avisar a pessoas próximas com quem e onde você está.”


Aglomerados de tempestades vêm diminuindo na Amazônia, aponta estudo

 

Cientistas da USP revelam que a ocorrência dos chamados
sistemas convectivos de mesoescala, responsáveis por 40% da precipitação
na região, já sofre impacto das mudanças climáticas
 (
foto: Léo Ramos Chaves/Pesquisa FAPESP)

A formação de tempestades depende da umidade e da energia disponíveis na atmosfera. Mas existem condições que fazem com que essas chuvas fortes se aglomerem, formando os chamados sistemas convectivos de mesoescala (SCMs) – grosso modo, grandes tempestades que se retroalimentam, estendendo-se por quilômetros e podendo durar horas.


De acordo com novo artigo publicado na revista Climate Dynamics, eles são responsáveis por 40% da precipitação na Amazônia e vêm sendo impactados pelas mudanças climáticas: sua ocorrência vem sendo reduzida. Trata-se do primeiro estudo relacionando a ocorrência de sistemas convectivos de mesoescala com as mudanças climáticas na Amazônia, segundo os autores.

“Tínhamos indícios de que a precipitação na região estava sendo afetada durante os meses de setembro, outubro e novembro, com a estação chuvosa sendo reduzida e a seca aumentando. Então, nos perguntamos se os sistemas convectivos de mesoescala poderiam estar relacionados a esse fenômeno. Na Amazônia, não havia nenhum estudo sobre sistemas convectivos e mudanças climáticas”, afirma Amanda Rehbein, pós-doutoranda no Departamento de Ciências Atmosféricas do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP) e primeira autora do trabalho.

Segundo a pesquisadora, comparando-se o período passado (1950 a 1960) ao presente, houve redução de quase 3% na ocorrência dos SCMs. “É claro que, quando separamos por estações, conseguimos uma visão mais pontual do que acontece em cada período do ano. Mas, numa visão geral do passado para o futuro próximo, os SCMs tendem a diminuir. Por outro lado, a intensidade deles, no sentido da precipitação, está aumentando. E essa precipitação aumentada está igualmente projetada para o futuro, entre 2040 e 2050, que foi o período que modelamos”, revela ela.

Para Tércio Ambrizzi, professor do IAG-USP e coautor do artigo, compreender esses sistemas e como se comportarão no futuro dará uma ideia da variabilidade da precipitação na Amazônia e também poderá indicar, sazonalmente, como ela será impactada. “Descobrimos que a precipitação é muito afetada entre setembro e dezembro e entre junho e agosto, mas menos de março a maio.”

O trabalho foi financiado pela FAPESP por meio de quatro projetos (16/10557-0, 17/09659-6, 14/50848-9 e 18/17134-3).

Dados

A dupla usou dados observacionais de sensoriamento remoto, principalmente de satélites, e também dados de estações de medição utilizadas pelo GOAmazon (programa integrado ao Experimento de Larga Escala na Biosfera-Atmosfera na Amazônia [LBA] e apoiado pela FAPESP), além de modelos climáticos. Do GOAmazon, focado na região central da Amazônia, resultou o primeiro recenseamento de nuvens do Brasil (leia mais em: agencia.fapesp.br/20320/).

“Para estudar esses sistemas precisamos de dados com alta resolução temporal e espacial e esses dados de satélite só existem a partir dos anos 2000 para a Amazônia. Então, para estudar o clima passado e o futuro, tivemos de usar modelos. Mas esses modelos que levam em conta o input das mudanças climáticas geralmente têm uma resolução muito baixa, são muito genéricos, simulam mais as circulações gerais e, com eles, não conseguimos representar essas tempestades”, explica Rehbein.

De acordo com a cientista, no início dos anos 2000, um grupo de cientistas japoneses desenvolveu um modelo chamado NICAM (Nonhydrostatic ICosahedral Atmospheric Model), que leva em conta essas circulações gerais da atmosfera, mas representadas com uma resolução mais alta.

“Estávamos usando outra ferramenta quando nos deparamos com esse modelo e achamos que ele nos seria mais útil. Acabei fazendo um estágio na Universidade de Tóquio, no Japão, com uma das pessoas que desenvolveram esse modelo. Aprendi a rodar e a usar o NICAM e, então, fizemos algumas simulações para o estudo”, revela.

Rehbein explica que os modelos são divididos em quadrados. “Se os pontos estão muito distantes não se enxerga a nuvem que ocorre no meio e aí o modelo tem de ‘adivinhar’. À medida que a resolução aumenta, esses pontos são aproximados e a chance de detectar as nuvens é maior. Quanto maior a resolução, maiores as chances de detectar os sistemas convectivos.”

Segundo ela, as simulações finais usadas no estudo, que levam 30 anos de dados, foram geradas pelos japoneses. “Elas exigem poder computacional de processamento e armazenamento muito grande.”

Ambrizzi explica que o modelo utilizado faz simulações interpolando dados: usa os de satélite e os de estação meteorológica, quando há. “Com essas informações se faz a análise dos SCMs no passado e no presente. Fizemos uma comparação do passado com o presente e sua extrapolação para um clima mais quente, no futuro.”

Ele observa, porém, que o fator desmatamento não foi levado em consideração no estudo. “O desmatamento, que altera a estrutura termodinâmica da floresta, pode levar não só a uma diminuição dos SCMs, mas à redução das chuvas – que é o que as projeções, no geral, indicam. A floresta, do jeito que está, tem condições ainda de gerar mais umidade e, essa umidade, de gerar nuvens e precipitação. É por isso que, em alguns meses, encontramos tendência de aumento dos SCMs. O desmate altera esse equilíbrio e, provavelmente, se o considerarmos, teremos menos chuvas, como indicam alguns modelos que trabalham com desmatamento.”

Segundo Ambrizzi, agora é possível não somente entender melhor esses sistemas, como também olhar para o futuro, no cenário de aquecimento do planeta, e tentar projetar como isso influencia os SCMs. “Amanda vem estudando e descrevendo esses sistemas: qual o tempo de vida, quando nascem e morrem, a porcentagem que geram de precipitação na Amazônia, no cômputo geral. Isso tudo é novo, poucos estudos tinham sido feitos. A resolução do GOAmazon é boa e ela usou esses dados. Depois disso, ampliou para a bacia toda e usou todos os tipos de dados disponíveis.”

Tendência de queda

O que os cientistas descobriram difere de alguns poucos estudos que existem sobre o tema em outros lugares, como a região central dos Estados Unidos e o Sahel (faixa de território na África localizada entre o oceano Atlântico e o mar Vermelho), em que se observa um aumento da ocorrência dos sistemas e também de sua intensidade.

“Nos Estados Unidos há dados de longo prazo que apontam essa tendência de aumento da ocorrência e da intensidade. Então, o primeiro resultado importante leva, na verdade, a outra pergunta: por que na Amazônia essa tendência é diferente de outros lugares do globo? Um segundo insight nessa linha é que nossos modelos consideram apenas as mudanças climáticas, ou seja, o aumento da temperatura; não estamos considerando outras variáveis. E se considerássemos? E uma terceira contribuição é a descoberta do grande potencial do NICAM para estudar tempestades na Amazônia”, sublinha Rehbein.

Basicamente, o que os cientistas concluíram é que os SCMs já têm essa variabilidade entre as estações (no inverno eles tendem a produzir mais precipitação do que no verão) e, no futuro, reafirma-se a tendência de produção de mais precipitação, independentemente da estação.

Eles explicam que os sistemas convectivos de mesoescala se formam quando há condições especiais na atmosfera que fazem com que as tempestades se aglomerem e se retroalimentem. “Começa a chover, forma-se uma piscina fria na baixa atmosfera, um ar frio que ajuda a levantar mais ar quente e retroalimenta a tempestade, que vai crescendo, aumentando, toma a dimensão de vários quilômetros e dura muitas horas. E esses aglomerados se formam na Amazônia também. Agora já sabemos melhor como eles funcionam. Sabemos que o aumento da temperatura provoca mais umidade na atmosfera e isso contribui para que esses fenômenos sejam mais intensos. Estamos investigando várias hipóteses: por exemplo, por que em junho, julho e agosto foi observado um aumento nos SCMs, quando em todos os outros períodos eles estão diminuindo? Pode ser algum impacto na dinâmica da atmosfera, uma modificação na dinâmica geral da atmosfera, mas ainda são investigações e hipóteses”, adianta Ambrizzi.

O artigo Mesoscale convective systems over the Amazon basin in a changing climate under global warming pode ser acessado em: https://link.springer.com/article/10.1007/s00382-022-06657-8.



Karina Ninni
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/aglomerados-de-tempestades-vem-diminuindo-na-amazonia-aponta-estudo/41368/


Impossível terceirizar a maternidade: uma reflexão sobre as mães no mercado da tecnologia

As discussões sobre o maternar vêm ganhando força e gerando interesse do mundo corporativo, especialmente em ambientes predominantemente masculinos, como é o caso do setor de tecnologia. Como a maternidade se encaixa em um segmento que não está habituado às demandas reprodutivas e que está sob forte necessidade de produzir e inovar o tempo inteiro?

Iniciei minha trajetória em empresas de telecomunicações no final da década de 1980. Poucos anos depois, me tornei mãe; não havia a possibilidade de tirar a licença maternidade, então voltei ao trabalho duas semanas e meia depois de dar à luz.

Há 30 anos, mulheres raramente estavam em cargos executivos, muito menos na área de tecnologia, conciliando carreira e filhos. Posso dizer com orgulho, e ao mesmo tempo, com indignação, que era uma das poucas que ocupavam esse espaço.

No entanto, a volta ao trabalho me fez perceber que não há como terceirizar a maternidade. Mesmo com a cabeça focada no trabalho, as demandas de criar um filho – e a vontade de acompanhar de perto o crescimento da sua prole – são fortes e constantes.

Desempenhando um cargo de gerência comercial, precisei realizar muitas viagens a diferentes países. Ao passo que elas enriqueceram abundantemente a minha carreira e as minhas experiências, acabei ficando distante do desenvolvimento do meu filho. Perco a conta de quantas vezes precisei remediar situações na minha casa no Brasil, estando a muitos quilômetros de distância, em uma época em que telefone e celular não faziam parte da nossa realidade.

Só quem vive a maternidade conhece o sentimento de culpa por não poder estar presente com mais frequência. Ao fim do dia, nada supre essa falta. Sei que não fui a primeira mulher a vivenciar esse desafio e, apesar das recentes mudanças significativas nos ambientes corporativos, sei que não serei a última. Muitas mães ainda vivenciam a sobrecarga e a desigualdade.

É uma batalha coletiva, claro. É preciso uma aldeia para criar uma criança, e as empresas podem contribuir significativamente para a promoção da equidade de gênero e a valorização das mães no mercado de trabalho. Enxergá-las, antes de tudo, e adotar medidas inclusivas, como a implementação de berçários, flexibilidade de horários e licença maternidade, pode tornar as vivências mais leves.

Essas mudanças começam, principalmente, na inclusão de profissionais femininas. Sobretudo quando falamos das empresas de tecnologia, um dos setores mais promissores, mas no qual apenas 20% dos profissionais são mulheres, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A tecnologia é um universo rico e transformador, essencial para o dia a dia deste século, não à toa estou nessa área há mais de 30 anos. Seu potencial de alavancar carreiras em todas as áreas exige uma atenção especial para si mesma, incentivando a diversidade, com mais mulheres trabalhando e ocupando cargos de liderança, à medida que tenham benefícios justos para conciliar sua vida pessoal.

As empresas que entenderem que equilibrar maternidade e carreira é uma questão de desenvolvimento coletivo e, com isso, implementarem medidas inclusivas para remediar esses desafios, favorecendo o desenvolvimento profissional e pessoal das mulheres, definitivamente estarão um passo à frente rumo a um futuro mais promissor e feminino.


Vera Thomaz - diretora comercial da Unentel, empresa fornecedora de soluções tecnológicas com foco no business-to-business (B2B)


domingo, 14 de maio de 2023

Mãe de humano e mãe de pet, qual a diferença?

Neste domingo (14) será comemorado o Dia das Mães!  Entra ano, sai ano e a discussão continua: Mãe de pet também é mãe? Assunto polêmico, ainda mais na internet onde infelizmente vemos muitas mulheres ferirem as outras com essa discussão que muitas vezes parece mais uma competição de egos e falta de empatia.

Bom, de acordo com o dicionário, mãe é “a mulher que deu à luz, a que cria ou a que criou”. Além disso, também é a “pessoa generosa e bondosa que dispensa cuidados maternais e que protege muito aos outros”. Isso já diz muito, né?

Nos últimos anos, cada vez mais pessoas optaram por não terem filhos humanos e adotaram pets, formando assim uma família multiespécie! Essa nova realidade inclusive foi criticada pelo Papa Francisco em 2022, que afirmou que trocar filhos por pets é uma forma de egoísmo. Bem polêmico! Em resposta, internautas subiram a hashtag #PaisdePet e compartilharam fotos de seus filhos de quatro patas!

Mas, pra mim, eu não penso que seja uma substituição, e sim uma escolha distinta. No meu caso, nesse momento, eu escolhi não ter filhos humanos e cuidar de dois cachorros! Quando falo que Armandinho e Nina são meus filhos, estou falando mais em um lugar de cuidado, carinho e responsabilidade. É muito triste ver mulheres disputando um lugar de quem é mais mãe que a outra, colocando sua dor, sofrimento e dedicação em questão. Não existe porque julgar e minimizar o sentimento da outra. Não sabemos os reais motivos das escolhas de cada um, certo? Você pode estar machucando a alma dessa outra mulher, enquanto que pra você não vai mudar nada! Fica a reflexão!

Mas independente da opinião de cada um, o fato é: mãe é quem cuida! Por isso decidimos trazer alguns depoimentos emocionantes, inspiradores e que vão servir de lição para todos nós! São mulheres que nos acompanham através do “Eu, Você e os Pets”, que vivem diferentes tipos de maternidade e nos contaram um pouco da experiência de ser mãe dos seus filhos, sejam eles humanos ou pets.

Preparados?

 

Francine – ele salvou minha vida!

Quando Francine se casou, aos 22 anos, sonhava em ter um bebê. Esse desejo, no entanto, não durou muito. Com o passar dos anos acabou percebendo que essa vontade não era tão forte.

Em março de 2022 enfrentou uma depressão e após conselhos de seu psicólogo e psiquiatra, ganhou o Taz. “Ele me consome o dia todo. Agora faço caminhada, corro com ele nos parques e fiz vários novos amigos, que também são pais de pet”.

Francine afirma que após a chegada do Taz sua vida mudou completamente, melhorando o humor, ânimo e relacionamento com as pessoas. “O Taz supriu totalmente meu desejo materno. Acredito que mãe de pet também é mãe”.

 

Ana Lúcia – não pude gerar mas hoje tenho 3 filhos!

Ana Lúcia sempre sonhou em ser mãe. Após passar por dois anos de tratamentos para fertilidade, sem sucesso, ela e seu marido optaram por adotar um bebê. Júlio César chegou para Ana aos três meses de idade, após três longos anos na espera da fila de adoção.

O cachorrinho Billy chegou na família há 5 anos. Neymar Jr há apenas 9 meses. Para Ana, ser mãe de pet é uma luta atrás da outra e o amor entre os três filhos é igual!

“O amor, o cuidado e o gastos são os mesmos. Os animais são eternas crianças, por isso acho que nesse ponto existe um compromisso até maior com o animal. Eles sempre vão depender de você, não vão arrumar um emprego, casar e nem sair de casa. Eu sempre digo que tenho três filhos”.

 

Waleria – amor compartilhado entre filhos humanos e pets

Waleria é mãe de um casal de filhos e, atualmente, de um casal de doguinhos também. Na infância, foi criada sempre em contato com animais, que eram majoritariamente resgatados da rua.

“Tentei ao máximo passar esses valores e esse contato aos meus filhos, o amor e o respeito aos animais. Tanto que o mais velho acabou se tornando biólogo!”.

Atualmente, com ambos os filhos casados e cada um com seu filho de 4 patas, tem duas crianças peludas dando vida a casa em que mora. “Quando a família se reúne são 4 doguinhos fazendo a maior bagunça por aqui, mas nós não os trocamos por nada nessa vida, são realmente parte da família para todos nós”.

Waleria acredita que ser mãe de pet não é menos importante que ser mãe de humano. “Sabemos que o amor compartilhado com eles é a forma mais pura e divina de amor, eles nos ensinam e nos dão muito mais do que podemos dar a eles. Tudo vale a pena por eles”.

 

Laís – eu adotei, mas não foi uma substituição

Ser mãe sempre foi um grande sonho na vida de Laís. Quando se casou, ganhou um enteado de 4 anos, o qual ama e cuida como se fosse um filho. No entanto o desejo pela maternidade não diminuiu e Laís seguiu tentando por muitos anos engravidar, o que acabou não acontecendo.

Em comum acordo, ela e o marido decidiram parar de tentar e então adotaram a Luna. “A Luna é mais que uma filha, é minha companheira, minha sombra e, por benção, eu sou sua humana”.

Laís considera Luna uma filha adotiva, que decidiu amar, cuidar e proteger até a morte.  No entanto, para ela existem algumas diferenças entre ser mãe de um humano e de um pet. “Mãe é uma mulher que cria o filho para o mundo: estudar, trabalhar, ser independente e até constituir outra família. A mãe de pet, cria seu pet para si. Eu crio Luna pra que ela seja feliz e saudável. Ela não é uma boneca de vitrine para redes sociais, serão 15 anos ou mais com ela atrás de mim, sem retorno financeiro, só amor”.

Apesar de tudo, Laís não iguala a relação com um pet a de um filho humano e não desiste do sonho de ter o seu bebê. “Quem sabe Jesus ainda tem planos pra eu engravidar e me deu a cachorrinha antes, porque depois eu não pegaria”. 

Essa é uma discussão que provavelmente não vai terminar tão cedo, mas fica a mensagem que o mais importante é respeitar o sentimento do próximo e aproveitar esse dia especial para comemorar ao lado dos nossos filhos amados! Feliz dia a todas as mães!

 


“Eu, Você e os Pets®”
www.euvoceeospets.com.br
@euvoceeospets

Mãe é mãe em qualquer lugar: as frases maternas mais comuns ao redor do mundo

Independente do idioma, a célebre “vou contar até três” se tornou um dito universal das matriarcas, cujas frases mais ditas também revelam preocupação com a saúde dos filhos


Se olharmos com atenção, as mães ao redor do mundo estão longe de ser tão diferentes assim. Pelo menos é o que indica a Preply, plataforma de idiomas que, em homenagem à celebração, buscou compreender as frases mais ditas por matriarcas em diversos países ao redor do mundo. Das americanas às asiáticas, todas elas concordam: se contarem até três e não forem atendidas… os filhos irão se dar mal! A frase acima, dita com frequência no Brasil, Japão, Alemanha, Espanha, França e China, tem apenas uma única exceção. Nos Estados Unidos, ao invés de só contar até três, as mães geralmente são mais pacientes e contam até cinco. 

Outro dos bordões supostamente brasileiros e usados por mães na França é o famoso “leva o casaco”, o que indica que elas sabem bem o quão esquecidos seus filhos podem ser. Expressões similares que aparecem na maioria dos países incluem “tenha cuidado, fique quieto” e “vá para a cama”, tão populares que alcançam países de língua árabe e a China.


Elas conhecem o drama dos filhos


Cada uma com seu estilo, as mães em todo mundo sabem bem quando as crianças estão fazendo um clássico drama para conseguirem o que querem ou protestarem contra uma ordem parental.



Nos Estados Unidos, por exemplo, mesmo não sendo a frase mais indicada para lidar com a situação, elas dizem “stop crying before I give you something to cry about”, ou “pare de chorar antes que eu lhe dê um motivo para isso” quando os filhos derramam as famosas lágrimas de crocodilo. Já na França, sem muitas delongas, é comum perguntar "esta comédia acaba logo?” ou, melhor dizendo, "c'est bientôt fini cette comédie?".

 


No Brasil, as mães evitam o embate em público e mandam logo um “em casa a gente conversa”, indicando o perigo no qual os filhos se meteram. Entre as mexicanas, o tom é ainda mais direto e vem junto do aviso “vas a ver cuando llheguemos” ou “você vai ver quando chegarmos em casa”. 

"Procuramos analisar as frases célebres que são transmitidas desde a 'época das nossas avós'", diz Yolanda Del Peso, especialista em Outreach da Preply. "É importante ressaltar que, embora muitos desses ditados sejam comuns em diferentes países além do Brasil, muitas mães estão revendo a validade dessas frases e substituindo algumas por outras mais adequadas à realidade atual", acrescenta.

 

Mães lógicas (e que nunca estiveram erradas)


Se meus amigos fizerem, eu posso fazer também, certo? Errado. Para as mães em todo o mundo, a lógica é simples: “se teus amigos se jogarem de uma ponte, você se joga também?”, como enfatizado pelas representantes na Espanha, Estados Unidos, França e outros. No Brasil, por outro lado, elas fazem questão de lembrar ao filho que ele “não é todo mundo”, mesmo se “todo mundo” estiver fazendo algo. 

Seguindo o mesmo raciocínio, quando os pequenos fingem estar doentes para não ir à escola, elas são rápidas em avisar. “Si estás enfermo para ir a clase, también lo estás para salir con los amigos" ou "se está doente para ir à escola, também está para sair com os amigos”, afirmam as mamães no México. 

Ao menor sinal de relaxamento ou preguiça dos filhos, as matriarcas italianas fazem questão de lembrar que “questa casa non è un albergo” ou “esta casa não é um hotel”. E para mostrar que nunca estiveram erradas, elas ainda aconselham: “do as I say, not as I do”, nos Estados Unidos, ou “faça o que eu digo, não o que eu faço”, no Brasil.

 


Preocupadas com a saúde 

Entre as frases icônicas das mães, a preocupação com a saúde, educação e alimentação dos filhos está sempre lá. Quando elas dizem “歯を磨いた?” no Japão ou “hast du deine Zähne geputzt?” em Alemão, simplesmente estão questionando se os pequenos já escovaram os dentes. 

Na França, a preocupação com a coluna dos pequenos é expressa pelo “tiens-toi droit, ton dos!” ou “mantenha-se ereto, suas costas!”.

Por sua vez, na Índia, como mães muitíssimo preocupadas com os filhos que moram longe, elas perguntam enfáticas:  “beta, khana khaya? Kya khaya?” ou “filho, já comeu? O que você comeu?”. Nos Estados Unidos, também não há rodeios quando os filhos se recusam a comer coisas saudáveis: "não diga 'eu não gosto', você nem provou", tradução para “don't say 'I don't like it', you haven't even tasted it”.  

“É engraçado como, mesmo com todas as diferenças culturais, alguns hábitos e jargões maternos são universais”, comenta Del Peso. “São todas frases que perpassam gerações. Não importa quais delas você não goste: enquanto viver sob o teto delas… terá que escutar” ela brinca. E arriscamos dizer, até mesmo depois… 

 

Preply
https://preply.com/pt/


Especialista em pedras preciosas fala do poder da Ametista para as mães!

Dizem os poetas e filósofos que a mulher é uma joia perfeita. Quem duvida disso?

Desde sempre a mulher é reverenciada e reconhecida como um ser divino, carregando em si poderes especiais de magia, transformação e cura.



Com os tempos modernos, a figura feminina foi se distanciando do seu valor, desligando-se de sua essência sagrada e perdendo força devido à sua desconexão com os elementos essenciais para manter sua fonte de energia espiritual e mágica inesgotável. 

“A Mãe Natureza é muito sábia e nos dá diversas oportunidades de resgatar esse poder feminino e, inclusive, a reconexão com nossa ancestralidade, com o poder da maternidade, de trazer à luz novos seres! Podemos buscar esse equilíbrio energético através da meditação e da utilização de cristais, que são verdadeiros elementos de religação com as forças do Sagrado Feminino e despertando a Deusa interior que há em todas as mulheres, principalmente quando se tornam mães”, explica a neurocientista Juliana Niza, idealizada da Deccor Stone Prime, uma das principais lojas de pedras preciosas e de decoração do Brasil.

Segundo a empresária, os cristais e pedras naturais têm propriedades terapêuticas que possuem diversos benefícios que facilitam o processo de evolução e aprimoramento espiritual de cada um. As pedras, por exemplo, funcionam como condutoras de calor e têm a capacidade potencial de armazenar e repassar energia da natureza para a pessoa que a usa. 

“E interessante que ela vai sempre direcionar essa energia para as áreas que mais precisam ser nutridas, promovendo com inteligência um fluxo energético benéfico para cura da mente, do corpo e da alma, abrindo caminhos e liberando medos, devolvendo o seu equilíbrio e empoderamento feminino”, ressalta Juliana.

Que tal aproveitar essa data tão especial, o Dia das Mães, para presentear a mulher mais importante da sua vida com uma linda Ametista?

Segundo a neurocientista, essa pedra (lavanda ou violeta), ajuda a se desconectar de apegos prejudiciais e limpa o corpo, a mente e a aura, de padrões negativos e compulsivos. Além disso, representa sabedoria e equilíbrio, sendo um dos cristais mais procurados por colecionadores, sabia?

“Acredita-se ainda que Ametista tenha poderes protetores! Então, nada melhor esse atributo para a sua mãe, que é o símbolo da proteção, não é?”, finaliza a idealizada da Deccor Stone Prime:
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Especialistas em saúde mental explicam os desafios emocionais da maternidade real

Longe da romantização, especialistas do núcleo infantojuvenil da Holiste Psiquiatria apontam que ser mãe também é aprender a lidar com a frustração


A imagem das "supermães" funciona muito bem nos personagens da ficção, mulheres que aparentemente são extremamente bem resolvidas com a tarefa de educar uma criança. A realidade pode não ser assim tão "cor-de-rosa", segundo especialistas do núcleo infantojuvenil da Holiste Psiquiatria, maternar apresenta alguns desafios emocionais que, apesar de comuns, ainda são tabus. São assuntos que não estão ligados ao amor materno, mas à saúde mental.

"Para quem materna, o amor não vem sozinho, mas acompanhado de medos, frustrações, angústias, projeções da própria infância, expectativas sobre a criança e sobre a família, é um atravessamento que exige muita delicadeza ao se tratar. A maternidade é algo singular que se relaciona com diversas variáveis sociais, financeiras, culturais, emocionais, entre outras. É uma construção que passa pela estrutura corporal, mental e das dinâmicas da vida", explica a psicóloga e coordenadora do Núcleo Infantojuvenil, Daniela Araújo.


Ser mãe também é lidar com um tipo de luto

Para a psicóloga, é preciso enxergar que a maternidade não é apenas um substantivo e é mais do que um estado natural, mas um verbo porque indica uma ação, que necessita de um sujeito para que se realize. No entanto, é exatamente este ser que é deixado de lado, existe uma mulher ali, uma companheira, uma profissional, que às vezes fica esquecida sob o título de mãe, sem uma rede de apoio.

"Com a gestação, como fica o corpo de quem gesta? Essa estrutura? E esse emocional? São mudanças constantes, inclusive de conceitos, uns politicamente aceitos e outros nem tanto. O que não se fala, e vai ganhando status de segredo, é que tornar-se mãe exige um hiato, um espaço, um silêncio e até um tipo de luto por uma parte que é deixada, algo de seu corpo, algo de seu tempo, algo de seus desejos, para que outra nasça e nascer também dói", elabora.


Ser mãe não precisa ser padecer no paraíso

Maternidade real significa entender que as gestações não são iguais, logo a maternidade também não será. "Além disso, é compreender que esta tarefa não é apenas sobre amor, mas sobre se sentir bem para conseguir se relacionar melhor - e se para isso for preciso tirar um tempo pessoal, buscar apoio profissional, fazer terapia, tudo bem. Não existem regras ou um modelo a ser seguido. Em algum momento precisamos revisitar esses assuntos. É urgente refletir sobre os simbolismos que giram em torno da maternidade. Será que maternar é mesmo padecer no paraíso?", finaliza.

Quando o assunto é saúde mental, informação é o primeiro passo. Para saber mais sobre, acesse o site: www.holiste.com.br


Como a saúde mental das mães influencia a dos filhos

Unsplash - @eyeforebony

A maternidade, com certeza, é uma alegria indescritível para as mulheres, mas sabemos que também é um desafio, principalmente quando vivem a jornada dupla de mãe e profissional. As pessoas as vêem pra lá e pra cá e se perguntam como conseguem dar conta de tudo e ainda manter a vida em equilíbrio. Com mãe de dois pequenos e psicoterapeuta, costumo dar uma resposta bem simples para essa questão: nem sempre eu dou conta de tantas tarefas e está tudo bem! 

A grande verdade é que nós mães nos perdemos em meio a uma pressão social associada à crença de que a maternidade nos abastece de super poderes para que sejamos capazes de fazer mil coisas ao mesmo tempo. Isso, além de obviamente ser um mito, não é saudável, só nos enche de culpa e faz com que a nossa saúde mental fique em segundo plano. Ficamos frustradas, exaustas e nos sentimos desvalorizadas em meio a tantas tarefas e responsabilidades. E, ainda, podemos desestimular aquelas mulheres que sonham e esperam ansiosamente por viver a maternidade.

A saúde mental das mães precisa ganhar holofotes e ser um ponto de atenção, não apenas pelo bem delas mesmas, mas também pelas crianças que são afetadas diretamente pelo estado psíquico e emocional das pessoas com quem convivem, as fazem sentir seguras, amadas e acolhidas.

Precisamos estar atentas ao nosso bem-estar para conseguir oferecer o melhor apoio e amparo possível para os nossos filhos. Eles dependem de nós e, se não estamos bem, como poderemos cuidar deles de forma completa e amorosa? O prejuízo na saúde mental materna pode dificultar e atrapalhar, sobretudo, o vínculo com a criança e o desenvolvimento dela.

A vida da criança é plenamente impactada pela saúde mental e física da mãe. Desde o humor dela até como ela lida com as suas questões, frustrações, tristezas, dores, como ela se posiciona, impõe limites lida com todos os aspectos de sua própria vida. As crianças aprendem muito por imitação, pelo o que veem dentro de casa e nos ambientes em que convivem. Tudo isso deve nos fazer pensar em qual exemplo queremos de ser para os nossos filhos e como estamos cuidando da saúde mental deles. A família como um todo pode ser afetada se uma mãe não estiver bem.

Unsplash - Johann Walter Batz
No meu consultório, em que atendo crianças e adolescentes, fica nítido como as crianças absorvem demais os sentimentos, pensamentos e comportamentos de seus pais e, principalmente, de suas mães. É interessante como elas observam, sentem e compartilham das mesmas emoções que a mãe expressa. 

Para cuidar dos nossos filhos, precisamos cuidar de nós também e, um bom ponto de partida para isso é nos organizarmos melhor. Uma dica bacana é listar as prioridades para cada dia ou semana e definir o que é de fato mais importante em cada momento. Assim, conseguimos colocar energia naquilo que é essencial e aprendemos a nos cobrar menos e diminuímos a percepção de que deixamos de fazer algo que parecia ser urgente, mas talvez nem era. Há diversas maneiras de baixar a ansiedade, reduzir essa sensação de sempre estar na correria e sonhando com um dia de 30h para cumprir com tantas atividades.

Lembre-se de que a sua atenção, disponibilidade e tempo de qualidade é o que de melhor e mais primordial que você pode e deve oferecer ao seu filho. Você não precisa ter todo tempo do mundo, mas quando estiver com ele, esteja por inteiro, dê importância, tenha atenção plena,  demonstre afeto e valide os sentimentos e as ações dele. Com certeza, não há nada de melhor do que isso para o desenvolvimento de um vínculo consolidado entre mãe e filho. 


Helen Mavichian - psicoterapeuta especializada em crianças e adolescentes e Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É graduada em Psicologia, com especialização em Psicopedagogia. Pesquisadora do Laboratório de Neurociência Cognitiva e Social, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Possui experiência na área de Psicologia, com ênfase em neuropsicologia e avaliação de leitura e escrita. Mais informações em https://helenpsicologa.com.br/

4 dicas de autocuidado para as mamães colocarem em prática e investirem em si mesmas

Especialista sugere hábitos que podem ser adotados em casa e são capazes de elevar a autoestima, promovendo a saúde e o bem-estar



O Dia das Mães está chegando, e não tem nada melhor do que ver os filhos felizes e bem cuidados. Só que, para cuidarmos do outro, é importante cuidar de si mesma antes. Ter um tempo de qualidade para si e praticar o autocuidado são investimentos que aprimoram a saúde física, mental e emocional.

 

Não à toa fala-se cada vez mais em self care, que é esse processo de cuidar de si mesmo através de comportamentos e escolhas que promovam qualidade de vida e bem-estar. Cuidar de si reverbera e se multiplica nos filhos, familiares e amigos próximos.

 

Renata Taylor, fisioterapeuta e consultora da HTM Eletrônica, indústria referência no desenvolvimento e fabricação de equipamentos eletromédicos e estéticos, explica que autocuidado é tudo o que uma pessoa faz para se sentir bem, desde descansar, se exercitar, ler um livro e dançar, até manter rotinas de cuidados específicos para o corpo.

 

“O importante é que seja algo feito com carinho, de você para você. E manter uma rotina de self care pode ser mais simples do que muitas pessoas imaginam. Existem cuidados que podem ser adotados até mesmo em casa e que fazem bastante diferença para a autoestima e o bem-estar”, garante a especialista.

 

Para ajudar quem busca construir esse hábito, Renata sugere quatro rotinas de autocuidado para colocar em prática e investir em si mesma: 

 

1. Alimentação saudável e exercício físico

Uma alimentação saudável, com frutas, legumes e verduras, contribui para o bom funcionamento do organismo, melhora o rendimento físico, a memória e a concentração, além de fortalecer o sistema imunológico e prevenir doenças. Junto à alimentação equilibrada, é importante inserir exercícios físicos na rotina, ainda que seja uma simples caminhada, dança ou alguma modalidade de luta. Isso vai aumentar a flexibilidade e a força muscular além de melhorar a qualidade do sono.

 

2. Qualidade de sono 

A quantidade de horas dormidas não se traduz necessariamente em qualidade do sono. Para isso, crie uma rotina saudável antes de dormir, com um ambiente em meia luz, música tranquila e roupa de cama macia e cheirosa. O uso de óleos essenciais é super bem vindo nesse momento, para ajudar a separar o ambiente de descanso do resto da casa. Tente também se afastar das telas luminosas, como celular, tablet, computador ou TV, ao menos meia hora antes de ir para a cama. É importante, ainda, ter travesseiro e colchão compatíveis com seu corpo e que atendam às suas necessidades.

 

3. Rotina de skincare e bodycare

Cuidados específicos para a pele também são parte do autocuidado. Para o rosto, o primeiro passo é retirar toda a maquiagem e limpar qualquer resíduo de produto, poluição e outras impurezas que se acumulam ao longo do dia, atrapalhando a regeneração e impedindo a absorção dos nutrientes. Com o rosto limpo, esse é o momento ideal para uma hidratação facial, usando produtos de acordo com o seu tipo de pele, preferencialmente orientados por um profissional.

 

Depois, é a vez do resto do corpo. O bodycare pode incluir cremes hidratantes, clareadores, autobronzeadores, esfoliantes e outros produtos que atendam seus objetivos. Além dos benefícios para a saúde da pele, essa rotina, junto com o cheirinho dos produtos, traz uma sensação de conforto que influencia positivamente a autoestima e o bem-estar.

 

4. Home care após tratamentos estéticos 

Os tratamentos estéticos profissionais sempre têm seus resultados potencializados e prolongados adotando-se um home care, ou seja, reproduzindo os cuidados em casa. Os produtos certos complementam os tratamentos das clínicas, como o peeling de diamantes e ultrassônico, que estimula a renovação das células da pele, e a vacuoterapia, que melhora a circulação sanguínea e linfática, controlando a celulite, reduzindo o acúmulo de gordura e tratando a flacidez.

Os profissionais responsáveis por esses procedimentos indicam esses cuidados e o importante aqui é ter disciplina para realizar em casa o que foi sugerido, e assim aproveitar ao máximo os benefícios dos tratamentos.

 

 

HTM Eletrônica


Maternidade e saúde mental


A transição para a maternidade é considerada um dos grandes marcos na vida das mulheres e quando é fruto de uma escolha consciente e planejada, espera-se que seja um processo de felicidade e realização pessoal. No entanto, os estudos e pesquisas não ratificam completamente estas expectativas.

Ter filhos certamente contribui para que a vida ganhe mais sentido. Como eu já defendi em outros artigos e vídeos que publiquei, o sentido da vida tem um caráter protetivo na saúde mental das pessoas. Contudo, há vários fatores jogando contra para que as mães, especialmente as que trabalham, possam vivenciar plenamente a escolha que fizeram para a vida.

A maternidade é uma escolha de estupenda coragem, pois coloca a mulher diante de todos os seus desafios num período de grande vulnerabilidade física, emocional e social. Ainda que muitas delas declarem sentirem-se empoderadas durante a gravidez, segundo a OMS, cerca de 10% das grávidas em todo o mundo e 13% das mulheres que acabaram de dar à luz sofrem de algum transtorno mental, principalmente a depressão. Nos países em desenvolvimento os números são ainda mais altos, alcançando 15,6% durante a gravidez e 19,8% após o parto. Qualquer mulher pode desenvolver algum transtorno desencadeado no período da gravidez ou durante o primeiro ano da maternidade, mas alguns fatores podem contribuir decisivamente para aumentar os riscos, como exposição à violência (doméstica, sexual e de gênero), emergências, conflitos, falta de apoio social e do parceiro, estresse extremo e a autocobrança para ser perfeita, tanto como mãe quanto profissionalmente.

As mulheres, mesmo as mais bem resolvidas, têm esta autocobrança alimentada pelas normas internalizadas que por séculos vem sendo prescritas nas sociedades ocidentais, onde a mãe é a principal responsável pelo cuidado dos filhos e deve colocar os interesses deles na frente dos seus. As consequências deste processo são: sentimento de culpa, instalação da crença de não ser eficiente em nada, esgotamento, dificuldade para dormir e irritabilidade, o que acaba configurando um Burnout. Este mecanismo de autocobrança que permeia a vida de todos nós, está muito bem definido no livro “Sociedade do Cansaço” de Byung-Chul Han.

Infelizmente, nos últimos anos ou talvez décadas, este problema vem se agravando, pois as mulheres acabam sendo penalizadas por suas conquistas no mercado de trabalho. Aparentemente, as políticas governamentais e corporativas não acompanharam esta evolução, apesar das licenças para a maternidade, dos horários de amamentação, das iniciativas de inclusão e diversidade etc., o peso da responsabilidade da parentalidade ainda é muito maior para as mães.

Fundamentalmente, as mudanças mais importantes neste cenário virão da educação para uma sociedade mais igualitária e cooperativa, porém, a condição da mãe que trabalha pode e deve melhorar muito a partir de algumas ações por parte das empresas:

·         CORRESPONSABILIDADE: Aumentar a licença paternidade e criar mecanismos para que o pai se ausente do trabalho para apoiar a mãe. Enquanto o governo não aprovar o período de licença maternidade que pode ser dividido de comum acordo entre os pais, as empresas podem facilitar a vida dos casais que mantém uma relação igualitária.

·         AMAMENTAÇÃO: Criar espaços de amamentação dentro da empresa ou em local próximo. Aqui também vale a iniciativa da corresponsabilidade, onde o pai amamenta a criança usando o leite materno e uma mamadeira.

·         HOME OFFICE: Definir mecanismos de trabalho remoto para um período mínimo de 6 meses após a licença maternidade.

·         PARENTALIDADE: Fazer campanhas de conscientização sobre a importância da dedicação mais efetiva por parte do pai, dividindo assim o peso da demanda, mas também o benefício de cultivar um vínculo mais forte com a criança desde os primeiros meses.

·         PSICOTERAPIA: Promover e disponibilizar apoio psicológico específico para as grávidas e durante o primeiro ano após o nascimento.

·         WELCOME BACK: Programa de retorno ao trabalho com o devido acolhimento e assunção progressiva de responsabilidades.

·         AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO: Ao invés de olhar apenas para as entregas e resultados as empresas podem pensar no que estão ganhando com uma profissional mais bem preparada. A mãe amadurece muito nesta fase, podendo melhorar competências como empatia, tomada de decisão, resiliência e outras soft skills fundamentais para líderes. 

Em nosso programa de gestão para criar ambientes psicologicamente seguros e a integração saudável com ser humano com seu trabalho, o 4HUMAN, eu enfatizo o protagonismo do ser humano. É fundamental que cada colaboradora participe do processo e entenda que a empresa está lhe oferecendo possibilidades, as quais ela deve analisar e recorrer se achar que faz sentido.

Que o próximo dias das mães nos permita celebrar a existência daquela que nos trouxe ao mundo e valorizar todas as pessoas que assumiram a missão da maternidade

 

Wagner Rodrigues - psicólogo, pós-graduado em marketing e comunicação empresarial pela ESPM, MBA com ênfase em gestão de pessoas pela FIA/USP . Por mais de vinte anos ocupou cargos de alta gestão em grandes empresas. Criador do programa 4HUMAN de saúde mental nas empresas.


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