Independente do idioma, a célebre “vou contar até três” se tornou um dito universal das matriarcas, cujas frases mais ditas também revelam preocupação com a saúde dos filhos
Se olharmos com atenção, as mães ao redor do mundo estão
longe de ser tão diferentes assim. Pelo menos é o que indica a Preply,
plataforma de idiomas que, em homenagem à celebração, buscou compreender as
frases mais ditas por matriarcas em diversos países ao redor do mundo. Das
americanas às asiáticas, todas elas concordam: se contarem até três e não forem
atendidas… os filhos irão se dar mal! A frase acima, dita com frequência
no Brasil, Japão, Alemanha, Espanha, França e China, tem apenas uma única
exceção. Nos Estados Unidos, ao invés de só contar até três, as mães geralmente
são mais pacientes e contam até cinco.
Outro dos bordões supostamente brasileiros e usados por
mães na França é o famoso “leva o casaco”, o que indica que elas sabem bem o
quão esquecidos seus filhos podem ser. Expressões similares que aparecem na
maioria dos países incluem “tenha cuidado, fique quieto” e “vá para a cama”,
tão populares que alcançam países de língua árabe e a China.
Elas conhecem o drama dos filhos
Nos Estados Unidos, por exemplo, mesmo não sendo a frase
mais indicada para lidar com a situação, elas dizem “stop crying before I give
you something to cry about”, ou “pare de chorar antes que eu lhe dê um motivo
para isso” quando os filhos derramam as famosas lágrimas de crocodilo. Já na
França, sem muitas delongas, é comum perguntar "esta comédia acaba logo?”
ou, melhor dizendo, "c'est bientôt fini cette comédie?".
No Brasil, as mães evitam o embate em público e mandam logo um “em casa a gente conversa”, indicando o perigo no qual os filhos se meteram. Entre as mexicanas, o tom é ainda mais direto e vem junto do aviso “vas a ver cuando llheguemos” ou “você vai ver quando chegarmos em casa”.
"Procuramos analisar as frases célebres que são
transmitidas desde a 'época das nossas avós'", diz Yolanda Del Peso,
especialista em Outreach da Preply. "É importante ressaltar que, embora
muitos desses ditados sejam comuns em diferentes países além do Brasil, muitas
mães estão revendo a validade dessas frases e substituindo algumas por outras
mais adequadas à realidade atual", acrescenta.
Mães
lógicas (e que nunca estiveram erradas)
Se meus amigos fizerem, eu posso fazer também, certo?
Errado. Para as mães em todo o mundo, a lógica é simples: “se teus amigos se
jogarem de uma ponte, você se joga também?”, como enfatizado pelas
representantes na Espanha, Estados Unidos, França e outros. No Brasil, por
outro lado, elas fazem questão de lembrar ao filho que ele “não é todo mundo”,
mesmo se “todo mundo” estiver fazendo algo.
Seguindo o mesmo raciocínio, quando os pequenos fingem
estar doentes para não ir à escola, elas são rápidas em avisar. “Si estás
enfermo para ir a clase, también lo estás para salir con los amigos" ou
"se está doente para ir à escola, também está para sair com os amigos”,
afirmam as mamães no México.
Ao menor sinal de relaxamento ou preguiça dos filhos, as
matriarcas italianas fazem questão de lembrar que “questa casa non è un
albergo” ou “esta casa não é um hotel”. E para mostrar que nunca estiveram
erradas, elas ainda aconselham: “do as I say, not as I do”, nos Estados Unidos,
ou “faça o que eu digo, não o que eu faço”, no Brasil.
Preocupadas com a saúde
Entre as frases icônicas das mães, a preocupação com a saúde, educação e alimentação dos filhos está sempre lá. Quando elas dizem “歯を磨いた?” no Japão ou “hast du deine Zähne geputzt?” em Alemão, simplesmente estão questionando se os pequenos já escovaram os dentes.
Na França, a preocupação com a coluna dos pequenos é
expressa pelo “tiens-toi droit, ton dos!” ou “mantenha-se ereto, suas costas!”.
Por sua vez, na Índia, como mães muitíssimo preocupadas com os filhos que moram longe, elas perguntam enfáticas: “beta, khana khaya? Kya khaya?” ou “filho, já comeu? O que você comeu?”. Nos Estados Unidos, também não há rodeios quando os filhos se recusam a comer coisas saudáveis: "não diga 'eu não gosto', você nem provou", tradução para “don't say 'I don't like it', you haven't even tasted it”.
“É engraçado como, mesmo com todas as diferenças
culturais, alguns hábitos e jargões maternos são universais”, comenta Del Peso.
“São todas frases que perpassam gerações. Não importa quais delas você não
goste: enquanto viver sob o teto delas… terá que escutar” ela brinca. E
arriscamos dizer, até mesmo depois…
Preply
https://preply.com/pt/
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