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sábado, 13 de maio de 2023

Mercado de entretenimento e mídia vai faturar US$ 3 trilhões no mundo até 2026

De Criança Para Criança oferece aos universitários de áreas relacionadas ao segmento, como animação, design e cinema, curso e oportunidade de trabalho remoto para animação 2D


O mercado de entretenimento e mídia vai alcançar US$ 3 trilhões em receitas no mundo até 2026, segundo a Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2022–2026, da consultoria PWC. No Brasil, o setor chegará até 2026 com receitas de US$ 39,9 bilhões e taxa de crescimento anual composta (CAGR, do inglês Compound Annual Growth Rate) de 5,7%, superior à global. O estudo aponta que cada vez mais pessoas dedicam mais tempo, atenção e dinheiro a experiências de entretenimento e mídia imersivas. A previsão é de que o faturamento do cinema seja de US$ 45 bilhões no mundo este ano, conforme a PWC. No Brasil, o segmento vai movimentar US$ 681 milhões em 2026. 

A demanda para produção de vídeos para a internet é maior a cada ano. Estudo do Statista aponta que o vídeo se tornou um dos formatos online mais populares, abrangendo desde conteúdo educacional até análises de produtos. Levantamento do SPCine informa que o setor de audiovisual empregava no ano passado no Brasil mais de 200 mil pessoas diretamente e outras quase 300 mil indiretamente, com R$ 3 bilhões pagos em salários fixos e mais R$ 4 bilhões pagos indiretamente em serviços movimentados pelo segmento. 

O programa revolucionário e premiado de ensino De Criança Para Criança (DCPC), está ao alcance de novos e potenciais talentos do audiovisual, alunos universitários que poderão trabalhar para o DCPC. Um dos criadores do programa, Vitor Azambuja, explica que o DCPC está entrando em contato com universidades no Brasil inteiro para oferecer aos estudantes de áreas relacionadas ao segmento, como animação, design e cinema, oportunidade de trabalho remoto em animação 2D. O aluno pode trabalhar quando e a hora que quiser, pois é tudo por job. 

“A produção de vídeos e animações é uma das mais promissoras profissão do futuro. A adesão ao projeto está sendo incrível. Criamos uma nova e inovadora plataforma para trabalharmos com os animadores. Ela oferece opções como: edição de áudio, edição de imagens e animação. Estamos muito alinhados com as linguagens de hoje e dos próximos anos”, afirma Azambuja. Ele explicou que os interessados podem se inscrever no link https://studiodcpc.com

O De Criança Para Criança já produziu mais de 1.500 animações a partir das histórias criadas por crianças em sala de aula, além de desenvolver a EncicloKids, um acervo digital de vídeos organizados por categorias e áreas do conhecimento, que escolas e alunos do mundo todo podem acessar e utilizar em sala de aula como material didático e como inspiração para novas histórias. A plataforma tem mais de 70 escolas parceiras e mais de 30 mil crianças participantes. 

 


De Criança para Criança

O programa De Criança para Criança oferece um leque de metodologias de educação híbrida para escolas de todo o mundo. Do futuro para a escola, a proposta da startup é oferecer às crianças a oportunidade de serem protagonistas, colocando-as no centro da aprendizagem. Através de uma plataforma simples, os professores são orientados a serem mediadores, fazendo com que os próprios alunos desenvolvam conhecimento sobre temáticas diversas. A partir de discussões, constroem coletivamente histórias, fazem desenhos e gravam locuções relativas às narrativas criadas, que posteriormente serão transformadas em animações feitas pelo DCPC, expandindo os horizontes educacionais.
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A Força da Ancestralidade

Chegamos a Vila Verde no final da tarde. Era mês de abril, final dos anos 80. Fazia um friozinho gostoso. Depois de um dia inteiro dirigindo desde Lisboa, finalmente estávamos perto do nosso destino. No hotel, falei com a gerente sobre o motivo da nossa viagem: busca pela ancestralidade.

- E qual é a sua família? – perguntou-me a moça, muito educada.

- Fonseca. Tenho aqui uma lista com os nomes dos irmãos do meu avô.

- Deixe-me vêire, pediu-me, modulando a voz em delicioso sotaque de fado.

Concluímos que o avô dela era irmão do meu avô, ambos já falecidos. Apenas meia hora nos separava das nossas origens. Não deu para esperar o dia seguinte. Eu, minha mulher, minha irmã e meu cunhado deixamos o cansaço de lado e fomos assim mesmo, já começando a escurecer.

Na Freguesia de Paçô, entramos no primeiro bar, falamos sobre o motivo da nossa viagem e o nome da família. Um homem que estava ali perto ouviu nossa conversa e veio até nós. Era o marido de uma prima do meu pai. A partir daí foi tudo festa e emoção. Para nós e para eles. Tinham até fotos nossas, que a minha tia havia enviado nas suas correspondências.

Conhecermos vários parentes, estivemos no quarto onde o meu avô nasceu, em maio de 1888, mês e ano da Abolição, por coincidência. Tiramos fotos em frente à igrejinha onde ele foi batizado e onde também se casou com a minha avó.

Atravessamos o Atlântico, rodamos vários quilômetros. Quantos de nós já fizemos aventura semelhante? É a força da ancestralidade que nos move e nos faz sentir orgulho de sobrenomes, que muitas vezes são comuns, como o nosso. Mas é nosso, parte de uma cadeia de afetividades bem definida na linha do tempo. São os laços de família, bem apertados, bem identificados.

Tempos depois, já no Rio de Janeiro, li no jornal um artigo do Nei Lopes, compositor e estudioso das culturas africanas, em que ele observava que os afrodescendentes brasileiros não têm sobrenomes africanos, mas portugueses. É que os escravizados acabavam sendo identificados pelos nomes dos seus senhores, como um certificado de propriedade. E os seus descendentes têm que carregar esses sobrenomes pela vida afora. Como é que eu nunca tinha pensado nisso antes?

Os negros eram capturados em regiões diversas da África, com culturas, religiões e línguas diferentes, mas quando chegavam aqui viravam uma coisa só: mão de obra, sem passado, sem futuro, sem história. Misturados, apartados das suas famílias, vendidos separadamente dos filhos, mulheres, maridos, amigos.

Os seus nomes de origem eram trocados por outros, muitas vezes com requintes de crueldade, usando o mesmo nome do traficante que os vendeu.

Lembrei-me da minha viagem a Portugal. Talvez tão sofrido quanto a perda da liberdade seja a privação da ancestralidade.

Felizmente, muitos dos nossos irmãos afrodescendentes já perceberam que, agora que o sobrenome é seu, podem, com sua dignidade, fazer dele um motivo de orgulho e não de dor. Honrar esse sobrenome será uma homenagem aos seus antepassados e não aos senhores deles.

Conhecer um pouco da história ainda é o melhor caminho para compreender, respeitar e exercitar a empatia em relação aos nossos irmãos afrodescendentes.

 

Chico Fonseca é escritor e arquiteto, autor do livro “Amores, Marias, Marés”, publicado pela Editora Pensamento.

 

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Equipe Singulariana de Proteção aos Animais faz 15 anos e promove feira de adoção


Neste mês de maio, o Colégio Singular, com unidades localizadas no Grande ABC, está comemorando o aniversário de 15 anos de fundação da Equipe Singulariana de Proteção aos Animais (ESPA), que trabalha para reduzir o número de animais abandonados nas ruas. 

Para marcar a data, foi preparada uma programação especial de atividades com os alunos e a tradicional Feira de Adoção, que acontecerá no próximo dia 13 de maio (sábado), a partir das 9 horas, na unidade São Bernardo, localizada na rua Dr. Baeta Neves, 123 - Baeta Neves. 

De acordo com Roseli Denaldi, coordenadora da ESPA, as ONG’s estão lotadas, sem vagas para resgates e muitas dívidas. “A ESPA tem se esforçado para amenizar essa situação por meio da doação de ração e de tratamento veterinário, promoção de feiras de adoção e palestras educativas”.  

A coordenadora ainda explica que o aumento de animais abandonados está ligado à Lei Estadual nº 12.916/08, que proibiu a eutanásia em animais saudáveis. “A medida foi excelente para a proteção animal, porém faltou a criação de políticas substitutivas para a contenção do abandono nas ruas”, acrescenta Roseli Denaldi. 

Além de todo esse trabalho, a ESPA ainda conta com uma cartilha com informações essenciais sobre a guarda responsável e mantém um projeto pedagógico que envolve todas as séries, da Educação Infantil ao Ensino Médio; divulgação de feiras de adoção de outras instituições; participação na Cãominhada, evento anual realizado na cidade de Santo André e incentivo da adoção de animais abandonados ao invés da compra. www.singular.com.br 

 

Serviço: Feira de Adoção Animal

Data: 13 de maio

Horário: a partir das 9 horas

Local: Colégio Singular São Bernardo (rua Dr. Baeta Neves, 123 - Baeta Neves).


Símbolos da Mata Atlântica compõem exposição Cartas para o Futuro

Divulgação

Com um olhar interno para a cultura caiçara, a exposição Cartas para o Futuro apresenta 20 fotografias do artista Marcelo Oséas em parceria com a Fazenda Bananal, na cidade de Paraty (RJ). As imagens percorrem os espaços comuns das comunidades caiçaras na região, celebram a imensidão do mar e retratam a flora da Mata Atlântica — o bioma mais devastado do Brasil.

Na mostra, o visitante adentra em um estilizado jardim caiçara, rodeado por fitilhos de algodão cru, tingidos naturalmente pela Mattricaria, ateliê e laboratório voltados para a pesquisa da flora tintorial brasileira. Com diferentes intensidades e degradês, os tecidos variam entre as cores verde (proveniente das cascas de romã com carqueja e erva-mate), azul (índigo) e marrom (cascas de barbatimão com jatobá).

“Trouxemos duas tonalidades de verde, uma mais clara e outra mais escura, para mostrar a intensidade da cor, quando ela entra em contato com a luz solar e quando a mata está mais fechada, traduzindo esse sentimento de estar dentro da floresta e caminhar por ela”, explica Maibe Maroccolo, da Mattricaria.

Enquanto percorre o espaço preenchido pelos fitilhos que sintetizam a Mata Atlântica, o público contempla as fotos de Oséas sobre a cultura caiçara, penduradas em um tipo de moldura-janela. As peças foram construídas a partir das madeiras que já integraram os barcos que cruzam a Baía de Paraty. “Fora de uso e abandonado nos estaleiros, o material teria como fim a fogueira, se não fosse ressignificados”, explica o fotógrafo.

Para completar a vivência, aromas naturais da região, como jasmim e pitangueira, são borrifados no ambiente. Vale lembrar que, além da mostra na Fazenda Bananal, uma versão pocket da exposição Cartas para o Futuro acontece na galeria do artista, localizada no centro histórico de Paraty.   

 

Sobre Marcelo Oséas @marcelooseas

Fotógrafo documental, Marcelo mora entre as cidades de Paraty e São Paulo. Estudou Ciências Econômicas pela Faculdade de Economia e Administração da USP (FEA-USP) e atuou por nove anos em grandes companhias brasileiras, assim como no terceiro setor. Migrou integralmente para a fotografia em 2012.

Sua produção está relacionada às expressões artísticas autóctones brasileiras, assim como culturas tradicionais, como a indígena, caiçara e sertaneja. Mantém como campo de pesquisa os processos de assimilação da sociedade de consumo dos elementos culturais nativos, com sua consequente integração ou eliminação.

Destaques dos últimos anos:

  • 2019: Exposição individual na Galeria Yankatu, intitulada "Uma Crônica Munduruku";
  • 2019: Exposição Duas Crônicas no Museu A Casa, compartilhada com a designer Maria Fernanda Paes de Barros;
  • 2020-22: Expedição pelo projeto de livro BrasisQueVi do arquiteto Gabriel Fernandes, para 12 Estados brasileiros;
  • 2022: Inauguração da Marcelo Oséas Galeria na cidade de Paraty/RJ;
  • 2022-3: Exposição solo - Tivoli Mofarrej - Quase Dez Anos.

 

 

Serviço: 

Exposição Cartas para o Futuro

Fazenda Bananal - Estrada da Pedra Branca - Paraty - RJ.

Todos os dias, das 10h às 18h. É possível entrar até às 17h.

Valor de entrada na fazenda, incluindo a exposição e outras atividades, é de R$ 60,00, com meia-entrada para grupos específicos. Os moradores da cidade têm entrada livre às quartas-feiras.

Mais informações: https://fazendabananal.com.br/

 

Exposição Cartas para o Futuro | Versão pocket

Marcelo Oséas Galeria - Rua Dr. Pereira, 125 - Centro Histórico de Paraty - RJ.

Gratuita.

 

Exposição inédita na Japan House São Paulo apresenta a diversidade das paisagens e da cultura japonesa a partir de miniaturas


As obras do fotógrafo Tatsuya Tanaka serão exibidas pela primeira vez na América Latina na mostra "Japão em miniaturas", incluindo um trabalho inédito feito para a JHSP. As fotografias e maquetes apresentam a paisagem e cultura do Japão por meio do "mitate", conceito tradicional japonês que sugere novas interpretações para objetos do cotidiano

A floração das cerejeiras, a marcante presença do Monte Fuji, os restaurantes de sushi em esteiras, a prática de artes manuais e marciais, além das tradicionais festividades japonesas são apenas algumas das cenas retratadas em miniaturas - sob o conceito “mitate” - pelo fotógrafo japonês Tatsuya Tanaka, que estarão em exibição na Japan House São Paulo entre os dias 16 de maio e 8 de outubro de 2023, com entrada gratuita.

Ao todo são 37 obras criadas a partir de elementos como conchas, alimentos como macarrão e sushi, itens de maquiagem, canudos, pregadores, leques, entre outros objetos do dia a dia japonês, que estarão divididas em cinco grupos principais: estações do ano e seus eventos, cenas do Japão tradicional, cenas do Japão moderno, vida cotidiana e práticas tradicionais. Na mostra inédita “Japão em miniaturas - Tatsuya Tanaka”, o público poderá reconhecer cerdas de escovas que se tornam plantações arroz, embalagens da soja fermentada japonesa, nattō, que remetem à arquitetura de um importante castelo japonês, sushis enfileirados em esteiras que remetem à trens e carros em trânsito e até canudos verdes que podem ser confundidos com um bambuzal a partir da mudança de perspectiva e escala.

Internacionalmente conhecido pelo projeto Miniature Calendar realizado em suas mídias sociais, Tanaka ilustra o conceito “mitate” em todo seu trabalho, onde a arte em miniatura é fotografada com temática de bonecos de diorama e coisas do dia a dia. Acredita-se que o “mitate” esteja enraizado na cultura japonesa - que desde sempre conviveu em harmonia com a natureza - para compensar com a imaginação coisas faltantes ou vazios. Esse senso estético ainda é presente na literatura, cerimônia do chá, jardinagem, entretenimentos do período Edo (Kabuki e Rakugo) e gastronomia. “Nesses pequenos universos criados por ele, o que chama a atenção é sua percepção quase fantástica, que lembra a mais pura imaginação infantil sobre os objetos, renovando e reformulando seus significados a todo instante”, explica a diretora cultural da Japan House São Paulo e curadora da exposição, Natasha Barzaghi Geenen.

Tanaka também faz questão de inserir na mostra o elemento que o fez iniciar a produção de miniaturas e suas fotografias, o brócolis, criando uma pequena floresta desse vegetal na obra que recebe o visitante no espaço da Japan House São Paulo: “o brócolis é o material que me inspirou a olhar os objetos e a pensar em outras possibilidades com eles. Quando digo que se parecem árvores, pessoas em todo o mundo podem se relacionar com essa ideia”, comenta.

A exposição ainda traz uma maquete inédita, elaborada a partir de conversas entre o artista e a JHSP, especialmente para esta mostra no Brasil. Os materiais principais escolhidos foram o arroz e o feijão. "Ao ouvir sobre a feijoada, prato que se come com arroz, assim como o karê, comecei a pensar na possibilidade de expressar a areia branca e o mar utilizando esse prato típico. Também soube que no Rio de Janeiro, à beira da praia, há calçadas com padrões de ondas feitas de pedras pretas e brancas. É isso que imagino quando penso no Brasil. O feijão preto e o arroz são alimentos familiares aos japoneses também, e penso que, apesar de estarem de lados opostos do mundo, Brasil e Japão possuem culturas com aspectos semelhantes”, avalia o fotógrafo.

Para valorizar ainda mais esses pequenos universos, a expografia aposta no minimalismo e nas diferentes perspectivas de observação, oferecendo ao público a oportunidade de enxergar algumas obras por meio de lupas, de pé ou sentado, observando todos os ângulos. Em sua primeira vinda ao Brasil, especialmente para a montagem desta exposição, Tanaka dará uma palestra sobre seu trabalho, carreira e inspirações, no dia 16 de maio, às 19h, com transmissão ao vivo pelo YouTube da JHSP. O evento é livre e gratuito.

Dentro do programa JHSP Acessível, a exposição “Japão em miniaturas - Tatsuya Tanaka” ainda conta com recursos táteis, audiodescrição e de Libras por meio de QR Code presente no espaço expositivo.

Sobre Tatsuya Tanaka
Nasceu em 1981 em Kumamoto, Japão, e formou-se na Escola de Educação da Universidade de Kagoshima. É fotógrafo e, desde 2011, realiza o projeto “Miniature Calendar” [calendário miniatura], no qual ele reimagina e ressignifica objetos do cotidiano, propondo cenas e imagens em miniatura. Desde então, diariamente, ele apresenta suas criações na internet. Com obras inusitadas que unem elementos de surpresa e humor, o artista e fotógrafo de miniatura se conecta com o público tanto online quanto presencialmente, realizando exposições no Japão e internacionalmente. Seu Instagram possui mais de 3,7 milhões de seguidores e suas exposições que circulam pelo Japão e o mundo já foram vistas por mais de dois milhões de pessoas. Tanaka participou da Expo Dubai 2020 como criador do pavilhão japonês e é autor dos livros "MINIATURE LIFE," "Small Wonders," "MINIATURE TRIP IN JAPAN," "Assemble and Resemble ‘KuMitate’ e " "SUSHI came to buy clothes".


Serviço:
Exposição “Japão em Miniaturas - Tatsuya Tanaka”
Período:
16 de maio a 8 de outubro de 2023
Local: Japan House São Paulo, térreo - Avenida Paulista, 52, São Paulo/SP 
Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, das 9h às 19h; domingos e feriados, das 9h às 18h
Entrada gratuita. Reservas online antecipadas (opcionais):
https://agendamento.japanhousesp.com.br/ 


Palestra Descobrindo o mundo das miniaturas de Tatsuya Tanaka
Quando:
16 de maio, às 19h
Onde:
YouTube da JHSP
Duração: 60 min
Tradução simultânea português/japonês



Japan House
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Abertura | Camile Sproesser entra em temporada com a exposição individual Ás no Projeto Vênus


Na mostra, que traz uma produção de pintura recente da artista, o imaginário mitológico se combina a vários outros universos simbólicos que compõem sua obra. Na construção de cenas, o protagonismo do corpo feminino ganha força sob o plano natural e ritualístico dos arcanos do Tarô
 



A partir do dia 13 de maio, sábado, 14h, no Projeto Vênus, está aberta para visitação a exposição Ás, a quinta mostra individual da artista plástica Camile Sproesser (1985, São Paulo) que reúne dez pinturas a óleo criadas em 2023. A curadora e pesquisadora Marília Loureiro assina o texto da mostra.

Na atual exposição, a artista mostra arcanos do Tarô construídos sob um manancial de força, assentado num plano profundamente feminino e espiritual, que não se encerra em uma forma, mas aceita correr o risco do desconhecido para ir um pouco além. 

O fauno, as ninfas, a lira, a flauta, as máscaras, o protagonismo do corpo feminino e dos animais seguem interessando a pintura da artista e nessa série, esses elementos surgem como figuras vaporosas cuja fatura e o cromatismo podem remeter a afrescos e murais.

"Reunidas em seu conjunto, as pinturas nos envolvem num ambiente imersivo. Se é possível imaginá-las como afrescos para serem avistados de longe, de perto elas ganham fisicalidade, como se sua escala as permitisse conviver conosco no espaço. Dessa curta distância participamos de uma atmosfera no mínimo instável, já que a luz homogênea que recai sobre elas e a ausência de sombras projetadas nos colocam diante de uma outra construção de mundo", comenta a curadora Marília Loureiro. 

As pinturas de Camile Sproesser cruzam narrativas pessoais e fantásticas a um só tempo. Inspirada nos arcanos do Tarô e sua potência simbólica, onde novas possibilidades de rumos são sugeridos por meio de arcanos como A Louca, A Lua, O Sol e 3 de copas, Sproesser homenageia o cosmos e o destino dos humanos e não humanos numa simbiose entre o telúrico e o etéreo. Em composições destacadas pela vivacidade das cores, a artista invoca a potência simbólica de animais e outros signos da natureza e da cultura para abrir suas possibilidades de representação hoje. Entre retratos e visões, o universo poético de Sproesser é satírico, lúdico e destemido. 

Ao beber de referências literárias e mitológicas diversas, a artista atravessa histórias do passado com as questões sociais e identitárias do feminino no tempo presente. Neste sentido, as imagens conjuradas em suas telas não estabelecem juízos objetivos sobre os temas que abordam, preferindo reverberar humores e sentidos mais próximos do instinto.

 

Serviço:

Ás | Camile Sproesser 

Texto: Marília Loureiro

Local: Projeto Vênus

Endereço: Travessa Dona Paula, 134 - Higienópolis 

Abertura: 13 de maio de 2023, sábado, das 14h às 19h

Visitação: de 13 de maio a 17 de junho de 2023

Entrada gratuita 


Exposição "Retro / Ativa", do artista multimídia Eder Santos, segue no Memorial Vale até dia 23 de julho

 


Com curadoria de Luiz Gustavo Carvalho, “Retro / Ativa” apresenta trabalhos de diferentes momentos dos mais de 20 anos de carreira de Eder Santos; com três obras inéditas, exposição itinerante fica no Memorial Vale, em Belo Horizonte, até dia 23 de julho, antes de seguir para Vitória (ES), Belém (PA) e São Luiz (MA)

 

“Um artista barroco e multimídia, que não se contenta com nenhuma zona de conforto. Um criador que, quando alcança algum lugar, é capaz de partir, na sequência, para outro extremo”. Essa é uma das definições de Eder Santos nas palavras do curador Luiz Gustavo Carvalho, responsável pela seleção das obras da exposição “Retro / Ativa”, cuja estreia aconteceu no último sábado, 6 de maio, no Memorial Minas Gerais Vale. Com 13 trabalhos que traçam um panorama da múltipla produção do artista multimídia mineiro e dialogam com o espaço arquitetônico do Memorial, a exposição itinerante fica em Belo Horizonte até dia 23 de julho, antes de circular por outras três capitais brasileiras: Vitória, no Espírito Santo; Belém, no Pará; e São Luiz, no Maranhão. Gratuita, a visitação acontece nas terças, quartas, sextas e sábados, das 10h às 21h; e nas quintas-feiras, das 10h às 21h30. Este projeto é realizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura e Governo Federal União e Reconstrução, e tem patrocínio do Instituto Cultural Vale. Outras informações podem ser encontradas no site www.memorialvale.com.br.

 

Mesclando diferentes linguagens e técnicas, a obra de Eder Santos borra fronteiras entre artes visuais, cinema, teatro, vídeo e novas mídias. Pioneiro da arte multimídia no Brasil, sua trajetória confunde-se com o início da produção audiovisual nas artes plásticas, nos anos 1980, que funde o padrão estabelecido pelas televisões e as experimentações com o vídeo-amador. “A maioria dos trabalhos da exposição traz essa coisa da tecnologia, que sempre esteve presente na minha obra. Mas a tecnologia acidental, como forma de experimentar. O ruído, a distorção, o desconforto. Usar como ferramenta, sem respeitar muito a tecnologia, sem se entregar ao monitor”, pontua o artista. Diretor do Memorial Vale, Wagner Tameirão destaca a importância de sediar a exposição de um nome tão significativo para o cenário da arte contemporânea brasileira. “Espaço do Instituto Cultural Vale, o Memorial Minas Gerais Vale reflete a intensa e diversa cultura mineira. A exposição ‘Retro / Ativa’, de Eder Santos, ocupa um espaço de memória neste sentido, com trabalhos que resgatam os muitos anos de trajetória do artista", reflete o gestor.

 

Eder Santos sublinha a presença de três novas obras na exposição - “Janaúba” e “Barravento Novo”, trabalhos de outros tempos, que ganharam formatos nunca antes mostrados - e a inédita "Oxalá". “É importante dizer que algumas das minhas obras têm versões duplas, triplas. Como ‘Janaúba’, que surgiu como performance e depois virou um vídeo, em 1993, exibido em festivais de cinema e premiado no ‘Videobrasil’. Agora, ele chega neste formato de videoinstalação, que ainda não foi apresentado. Essas duas obras que foram repaginadas, curiosamente, tratam do cinema”, comenta Eder Santos, autor de 15 curtas, três longas-metragens e várias séries televisivas. “‘Janaúba’ traz questões mineiras, que remetem a Guimarães Rosa e, ao mesmo tempo, faz referência a ‘Limite’, de Mário Peixoto, e a ‘Carro de Boi’, de Humberto Mauro, figuras importantes do nosso cinema. Já ‘Barravento Novo’ é uma releitura do filme de Glauber Rocha, que leva o cinema para a videoinstalação”, completa o artista, ressaltando que “Barravento” tem atuação de Antônio Pitanga, protagonista do filme de Glauber Rocha, bem como da filha e da neta do ator, Camila Pitanga e Antônia Peixoto.

 

Para Luiz Gustavo Carvalho, as obras inéditas trazem um aspecto importante para a seleção, que vai ao encontro do título da exposição. “É uma retrospectiva que contempla vários períodos da carreira de Eder, mas que não trata de um trabalho fechado, muito pelo contrário. Estamos falando de uma produção totalmente ativa, e as obras inéditas permitem o olhar para os novos inícios”, pontua o curador, ressaltando que o artista mineiro possui trabalhos em coleções permanentes de instituições como os Museus de Arte Moderna da Bahia, de São Paulo e do Rio de Janeiro, o Museu de Arte Moderna de Nova York – MOMA (Nova Iorque, Estados Unidos), o Centre Georges Pompidou (Paris, França) e a Cisneros Fontanals Art Foundation (Miami, Estados Unidos). Mesmo algumas criações antigas apontam para o futuro, já que trazem relação com projetos futuros do artista, como no caso da celebrada série “Enciclopédia da Ignorância”, de 2003, cujas obras “Preguiça”, “Humilhação” e “Ciúme” fazem parte exposição. “Em julho, apresento, em São Paulo, a segunda versão da ‘Enciclopédia da Ignorância’, com novos verbetes como intolerância, falsidade e culpa, e obras que terão a inteligência artificial como uma das ferramentas”, adianta Eder Santos.


 

Diálogo entre a exposição e o Memorial Vale

 

O curador de “Retro / Ativa” ressalta, ainda, o diálogo criado pela montagem entre os trabalhos apresentados e o espaço arquitetônico do Memorial Vale, que incita a dissolução da barreira entre o público e a obra de arte. “Fiz essa provocação ao Eder, para que ele se apropriasse do espaço do Memorial, um prédio histórico da cidade, e ele aceitou prontamente. Então, mapeamos o edifício e seus elementos arquitetônicos, criando uma ocupação não só do espaço expositivo, mas também das áreas de passagem”, conta Luiz Gustavo Carvalho. Eder Santos conta que a obra “Iluminado” acabou sendo escolhida, neste sentido, para criar um diálogo entre a exposição e a Praça da Liberdade. “Essa obra é um poste de iluminação, que ao invés de lâmpadas tem uma projeção. A estrutura do poste, coincidentemente, é a mesma dos postes da praça, então a colocaremos do lado de fora, convidando as pessoas a entrarem na exposição”, afirma.

 

Chegando ao Memorial Vale, o visitante vai se deparar com “Dogville”, videoinstalação de 2012 que traz diversas televisões com imagens de cachorros “aprisionados” aos monitores. “O trabalho provoca a reflexão sobre como ficamos presos e, ao mesmo tempo, atraídos pelo monitor. Sobre essa rede que fazemos parte, que é a televisão, ferramenta que inclusive uso pouco nos meus trabalhos, apresentados em sua maioria por projeções”, diz Eder Santos, artista cujo universo temático perpassa, ainda, assuntos do cotidiano e questões entrelaçadas à mineiridade, como o território e a religiosidade. “Por meio da vídeo-arte, o visitante estará diante das paisagens mineiras e de seus atravessamentos, bem como de provocações sobre aspectos da vida contemporânea. Por mais que as ferramentas se relacionem à vida acelerada da atualidade, são obras que demandam tempo e reflexão para serem contempladas”, finaliza Luiz Gustavo Carvalho.


 

Sobre Eder Santos

 

Nascido em Belo Horizonte, Eder José dos Santos Júnior iniciou seus estudos na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e, posteriormente, mudou-se para o curso de Programação Visual, na Fundação Mineira de Arte Aleijadinho (Fuma), onde graduou-se em 1984. Videoartista, cineasta, roteirista e designer gráfico, tem obras nos acervos permanentes de vários museus e vasta participação em bienais e festivais no Brasil e no exterior. Possui premiada carreira como diretor de cinema e TV e, na música, soma parcerias com o multi-instrumentista e compositor Paulo Santos, do grupo Uakti.

 

Entre seus trabalhos, estão a videoinstalação “The Desert in My Mind” (1992), que convida os espectadores a caminharem sobre as imagens; o vídeo “Janaúba” (1993), que evoca uma volta às origens do audiovisual; e a videoinstalação “Call Waiting” (2006), composta por 50 gaiolas e imagens projetadas de pássaros, que remetem a memórias de infância ligadas às aves que o pai do artista criava. Além de se dedicar à criação de exposições, videoinstalações e vídeo-performances, Eder Santos é autor de trabalhos em vídeo como “Tumitinhas” (1998), “Eu Não Vou à África Porque Tenho Plantão” (1990) e “Mentiras & Humilhações” (1988). Dirigiu 15 curtas-metragens; a série de televisão “Contos da Meia-Noite” (2004, TV Cultura); e os longas-metragens “Enredando Pessoas” (1995), “Deserto Azul” (2014) e “Girassol Vermelho” (2020).

 

A participação de Eder Santos em festivais e bienais inclui, por exemplo, o “WWVF – World Wide Video Festival”, em Amsterdã (Holanda), onde apresentou a videoinstalação “Enciclopédia da Ignorância”, também exibida no “Media Art Festival de Milão” (Itália), no Palácio das Artes (MG) e na Luciana Brito Galeria (SP). O percurso do artista mineiro está entrelaçado com a história do “Festival Videobrasil”, de São Paulo, para o qual é selecionado desde a segunda edição e já ganhou diversos prêmios. Eder Santos participou, também, da “Bienal de São Paulo” (1996) e da “Mostra Bienal 50 anos” (SP, 2001), além de acumular premiações em festivais internacionais e nacionais como “Prêmio Sergio Motta” (SP), “Prêmio Petrobras Brasil”, “Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano de La Habana” (Cuba), “FestRio” (RJ) e “Rio Cine Festival” (RJ).


 

Sobre a Trem Chic

 

A Trem Chic é uma produtora criada em 2007 por Eder Santos, em parceria com André Hallak, Leandro Aragão e Barão Fonseca. Sediada em Belo Horizonte, possui amplo histórico em produções experimentais e de artes visuais, com trabalhos apresentados em bienais e festivais no Brasil e no exterior. Entre os trabalhos, destacam-se a produção da videoinstalação "Dogville", entre 2011 e 2012, em locais como "Pinta Art Fair" (Nova Iorque, EUA); Oi Futuro Ipanema, para o projeto "VideoUrbe" (RJ); e Galeria Celma Albuquerque (BH). Também produziu, em Belo Horizonte, as videoinstalações "Estado de Sítio", no Palácio das Artes (2017), e "Galeria das Almas II", no Museu de Arte da Pampulha (2013).

 

Além disso, a Trem Chic produziu a instalação exclusiva "Mentiras e Humilhações" (2010) no Palácio da Aclamação, em Salvador (BA); as videoinstalações "Atrás do Porto Tem uma Cidade" (Museu da Vale, Vitória, ES, 2010), "O Julgamento de Paris" (3D, MASP, São Paulo, 2010) e "Embaixadas" (CCBB, Brasília, 2010); e a exposição "Cinema" (Luciana Brito Galeria, São Paulo 2010). Recentemente, a produtora consolidou seu departamento de Cinema e TV, que desenvolve projetos de filmes ficcionais, documentários e séries televisivas, com longas e curtas exibidos e premiados em festivais como "Rotterdam", "Oberhausen", "DOK Leipzig", "É Tudo Verdade", "Videobrasil", entre outros.

 

SERVIÇO

Exposição “Retro / Ativa”, de Eder Santos

Quando. Até dia 23 de julho

Visitação. Terça, quarta, sexta e sábado, 10h às 17h30; quinta, 10h às 21h30

Onde. Memorial Minas Gerais Vale (Praça da Liberdade, 640 - Savassi)

Quanto. Visitação gratuita

Mais. Site Memorial Vale | Instagram Eder Santos | Instagram Trem Chic


Exposição gratuita "Nós" reúne textos, fotos, mapas e áudios ligados à territorialização na Comunidade Cultural Quilombaque

VGCOM - SP

 

Mostra, com material de mais de 40 locais, chama atenção para corpos, saberes e memórias sistematicamente silenciados


Por meio de textos, fotos, mapas e áudios, a exposição “Nós” – realizada pela organização da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo (BIA) - chama atenção para corpos, saberes e memórias sistematicamente silenciados. Aberta ao público e gratuita, mostra ficará até 18 de junho, de segunda à quinta, das 9h às 12h e sextas, das 9h às 17h, na Comunidade Cultural Quilombaque, em São Paulo.

A exposição é o resultado de uma pesquisa realizada pela curadoria da 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, realizada no ano passado, que trouxe reflexões sobre as desigualdades que marcam o território brasileiro. No estudo, ficou evidente que nessa enorme colcha de retalhos de experiências coletivas, algumas narrativas são legitimadas à custa do apagamento de outras. Realizaram o estudo, os curadores Carolina Piai Vieira, Larissa Francez Zarpelon, Louise Lenate Ferreira da Silva, Luciene Gomes, Pedro Vinícius Alves, Pedro Cardoso Smith, Raissa Albano de Oliveira, Thiago Sousa Ahmose e Viviane de Andrade Sá.

Com a violação do direito à memória, à identidade e à imagem, o próprio corpo é documento, como sugere a historiadora e ativista sergipana Beatriz Nascimento. “Corpos em constante movimento estão em busca de territorialização, de criação de vínculo com seu lugar e de realização de sonhos, de sobrevivência, além da possibilidade de se tornarem visíveis em suas particularidades”, concordam os integrantes da curadoria.

Por isso, a importância de trazer à tona reflexões sobre territórios e fronteiras, por meio de levantamentos coletivos de memórias apagadas, como rios enterrados, construções demolidas, práticas culturais e espirituais ameaçadas e identidades múltiplas violentadas, representados na exposição por 41 lugares. São organizações ou instituições, formais ou informais, que têm ações afirmativas e de resistência contra o apagamento de símbolos, saberes e memórias coletivas relacionadas ao território. Ou ainda, espaços que já tiveram grande relevância, mas foram suprimidos ou descaracterizados de forma intencional para negligenciá-los, seja por reformas urbanas ou por dinâmicas socioeconômicas segregacionistas.

Os locais, quase todos na cidade de São Paulo, foram chamados de “nós” - termo que se refere a emaranhados de fios que, quando tensionados, ficam mais resistentes; mas, também se refere ao pronome da primeira pessoa do plural, para vincular à coletividade.

Os nós são apresentados individualizados por uma imagem "costurada" sobre um mapa do entorno como uma colcha de retalhos formada por muitos fragmentos. É uma metáfora à rede de relações que existe e resiste nos territórios.

Como um desdobramento da edição do ano passado da BIA, “Nós” pretende colaborar com o compartilhamento de informações e de percepções sobre corpos, saberes e memórias que foram sistematicamente silenciados, em muitas camadas, pelas narrativas oficiais sobre os territórios, que são marcados por histórias de solidariedade, resiliência e ancestralidade.

A curadoria assume o papel de interlocutora, já que, sempre quando possível, as narrativas são apresentadas por agentes destes lugares, e foram registradas de textos e áudios que podem ser acessados na íntegra pelo site www.bienaldearquitetura.org.br

Também faz parte da programação “Nós” o seminário gratuito “Campo ampliado da arquitetura: experiências e futuros possíveis”, que acontecerá dia 03 de junho, às 14h, no Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento São Paulo - com Coletivo Levante (Amanda Castilho e Fernando Maculan), Ana Carolina Macêdo Cardoso, Cleiton Ferreira, Kleber Pagú, Gisele Brito e Wanessa Fernandes, e mediação de Carolina Piai Vieira.

A exposição e o seminário – fomentados pelo Pro-Mac, apoio do Ministério da Cultura e com patrocínio da Belgo Arames e Helbor - marcarão também o lançamento do catálogo da BIA de 2022, finalizado agora, e a transição para a 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, prevista para 2025.


Convidados:

AMANDA CASTILHO -  Arquiteta e urbanista formada pelo Centro Universitário UNA e Pós-Graduanda em Arquitetura, Educação e Sociedade pela Escola da Cidade. É membro do Coletivo LEVANTE e colaboradora na MACh Arquitetos como arquiteta. Faz parte do grupo de estudos e desenvolvimento pedagógico Desvios e trabalha como autônoma em projetos de arquitetura, expografia e ilustração.

ANA CAROLINA MACÊDO -  Arquiteta formada pela UNIFAP, bolsista de Mestrado em Arquitetura na UFMG com dissertação Etnocídio indígena no contexto urbano. Autista integrante do podcast Introvertendo, que discute a vivência de adultos no espectro autista.

 CAROLINA PIAI VIEIRA - Atua como pesquisadora e educadora do coletivo Cartografia Negra e como formadora no Instituto Vladimir Herzog. Trabalhou como educadora no Projeto Observatório de Direitos Humanos em Escolas, do Núcleo de Estudos de Violência da USP. Com o coletivo Cartografia Negra está com trabalho exposto na 18ª Bienal de Arquitetura de Veneza. Graduada em Jornalismo, participou de formações no Núcleo de Artes Afro-brasileiras da USP, no Centro de Estudos Africanos e é mestranda em História Social. Fez parte da equipe de co-curadoria da 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo.

 CLEITON FERREIRA -  É especialista em Gestão Cultural pelo Centro de Pesquisa e Formação do SESC, co-fundador da Comunidade Cultural Quilombaque em 2005, onde atua como Gestor de Relações Interinstitucionais.

COLETIVO LEVANTE -  Reúne arquitetos e profissionais de topografia, engenharia, design e paisagismo em um laboratório de ideias que tem a favela da Serra como principal território de atuação.  Desde 2017, em parceria com o Centro Cultural Lá da Favelinha, tem se consolidado como um modelo para a realização de projetos e obras pela formação de redes e relações afetivas, ativando culturas e potências latentes através da arquitetura. 

FERNANDO MACULAN é arquiteto e urbanista graduado pela Escola de Arquitetura da UFMG, sócio fundador da MACh Arquitetos e idealizador do Coletivo LEVANTE. Fruto de criação multidisciplinar e colaborativa, seu trabalho fundamenta-se na elaboração de conceitos coerentes com as especificidades do lugar e das pessoas envolvidas e no reconhecimento de tradições e projeções de futuro com ênfase na diversidade. 

KLEBER PAGÚ - É um dos expoentes da Arte Urbana mundial, artista, provocador e produtor. O codinome foi inspirado na história de luta e em um dos codinomes de Patrícia Galvão. Incentivou e produziu mais de 200 murais no espaço público, incluindo obras dentro e fora do Brasil. Criou o CÉU - Museu de Arte a Céu Aberto, instituição designada à memória e valorização dos movimentos culturais no espaço público. É graduado nos cursos de Sociologia e Política na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e Museologia na Universidade Leonardo Da Vinci. 

WANESSA FERNANDES - Filha de assentados da reforma agrária na Comuna da Terra Dom Tomás Balduíno, em Franco da Rocha/ SP. Graduada em Pedagogia da Terra na UFSCar pelo PRONERA. Militante do MST da Grande São Paulo - Setor de Educação.

Programação de Maio e Junho de 2023


Exposição “Nós” - Gratuita

Quando: até 18 de junho de 2023

Onde: Comunidade Cultural Quilombaque - Tv. Cambaratiba, 05 - Perus, São Paulo/ SP

Horários de visitação: segunda, terça, quarta e quinta, das 9h às 12h, e sexta das 9h às 17h


Seminário “Nós” - Campo ampliado da arquitetura: experiências e futuros possíveis - Gratuito

Quando: 03 de junho de 2023

Horário: das 14h às 18h

Onde: Instituto de Arquitetos do Brasil (IABsp) - Rua Bento Freitas, 306 - 4º andar - Vila Buarque, São Paulo/SP


Lançamento do Catálogo da 13

ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo

Quando: 03 de junho de 2023

Horário: 18h30

Onde: Comunidade Cultural Quilombaque - Tv. Cambaratiba, 05 - Perus, São Paulo/SP

Distribuição e entrada gratuitas


Exposição "Maureen Bisilliat – Presente_do_Futuro" explora a relação da artista com grandes escritores da literatura brasileira

 


Projeto inclui o livro "Maureen_2022" e conta com retratos feitos pelos beneficiários do Olga


O Museu da Imagem e do Som (instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo) inaugurou a exposição "Maureen Bisilliat – Presente_do_Futuro" na sala que desde 2022 carrega o nome da fotógrafa inglesa. O Espaço Maureen Bisilliat, no pavimento térreo do MIS, presta devida homenagem à fotógrafa inglesa naturalizada brasileira, por ocasião dos seus 90 anos. Maureen é figura presente no acervo do museu e sua obra e legado estão em destaque na história da fotografia no Brasil. O espaço foi inaugurado em fevereiro de 2022, com a exposição "Archipelago", com curadoria de Roberto Linsker e da própria Maureen, numa seleção de vinte artistas plásticos contemporâneos, de diversas linguagens, que refletiram através da arte sobre seus momentos de isolamento social. O Espaço tem entrada gratuita e se dedica à exibição de mostras em curta-duração, com acervo do MIS e de instituições parceiras. 

A exposição "Maureen Bisilliat – Presente_do_Futuro" faz parte de um projeto realizado pelo Instituto Olga Kos que proporcionou aos participantes do Olga oficinas de fotografia, em que tiveram suas habilidades sensoriais estimuladas e concluíram trabalhos também presentes nesta exposição. Com a supervisão de instrutores do Instituto, estes beneficiários aplicaram o Ecoline sobre suas fotos, trazendo para as mesmas um novo significado. É importante contextualizar que Maureen se aproximou da arte experimental a partir da utilização de Ecoline sobre suas obras originais. A aplicação da aquarela sobre o papel especial prateado apresenta uma perspectiva lúdica em cima da obra original, acrescentando um toque tropicalista dentro da ótica do sertão. 

Desta forma, nasceu o livro "Maureen_2022" e a exposição "Maureen Bisilliat – Presente_do_Futuro". São obras que exploram a relação de Maureen com grandes escritores da literatura brasileira: João Guimarães Rosa, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, Jorge de Lima, Adélia Prado, Euclides da Cunha, Ariano Suassuna e Mário de Andrade. Trata-se de um dos mais reconhecidos estudos fotográficos acerca da identidade do país, usando como base obras destes escritores que apresentam e ilustram as raízes nordestinas e do sertão. Durante toda sua estadia em território brasileiro, a fotógrafa sempre se mostrou sensível e intrigada em relação a temáticas muitas vezes ignoradas socialmente. Ou seja, a sua visão e biografia é consoante ao trabalho realizado pelo Olga que há 16 anos atende pessoas com deficiência e situação de vulnerabilidade social, reconhecendo o poder questão a arte pode ter em relação ao desenvolvimento da pessoa com deficiência e defendo sempre que: a arte deve ser para todos, deve ser prestigiada por todos, retratar todos, sobretudo, ser produzida para e por todos. Existe algo mais brasileiro do que a inclusão e a diversidade de nossos corpos e mentes? Este projeto traz esta reflexão.

 

Serviço

Exposição "Maureen Bisilliat – Presente_do_Futuro "

Local: Museu da Imagem e do Som Mis. Espaço Maureen Bisilliat. Avenida Europa 158.

Visitação: 12.05 a 11.06  

Horário: terças a sextas, das 11h às 20h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h

Entrada Gratuita.


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