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quarta-feira, 10 de maio de 2023

Pulverização de senha: saiba dicas de proteção contra este golpe

A pulverização de senha é um tipo de ataque de força bruta, por meio do qual os cibercriminosos obtêm senhas comuns e as “pulverizam” em várias contas, para tentar hackear possíveis vítimas. Você pode pensar nesses ataques de senha como tentativas aleatórias de violar credenciais, mas isso se transformou num processo elaborado de tentativa e erro. 

Existem truques para ajudar o usuário a se proteger contra um ataque de pulverização de senha. A seguir, Alexa Matteri, Head da América Latina na Norton compartilha um resumo a respeito, em três etapas: 

1.   Os cibercriminosos encontram ou compram uma lista de nomes de usuários na web: agentes mal-intencionados buscam ou compram credenciais na dark web, para usá-las no ataque de pulverização de senhas. Alguns podem até encontrar padrões de endereços de e-mails da empresa, para hackear nomes de usuários de uma determinada organização. 

1.   Eles tentam diferentes combinações de credenciais até que obtenham sucesso: nesse ponto, o ato da pulverização de senha começa a partir da tentativa de diferentes combinações de nomes de usuários e senhas, geralmente, por meio de um sistema automatizado. Os cibercriminosos repetirão esse processo com diferentes combinações, para evitar bloqueios da conta. 

1.   Eles obtêm acesso às contas dos usuários: assim que os cibercriminosos descobrem uma senha simples de um usuário, eles terão acesso às informações pessoais da vítima, o que pode levar ao roubo de identidade ou ao controle da conta. 

A pulverização de senha é um ataque de força bruta mais longo. Quando os cibercriminosos fazem várias tentativas de login, em um curto período de tempo, isso alerta o site sobre a presença de um intruso. No entanto, a pulverização de senha contorna esse obstáculo e ajuda a impedir que os cibercriminosos sejam bloqueados ao mudar para um nome de usuário diferente, após uma tentativa de login com falha.


 

Pulverização de senhas versus preenchimento de credenciais

 

O preenchimento de credenciais é como a pulverização de senhas, pois ambos usam nomes de usuários encontrados na web. No entanto, o preenchimento de credenciais usa ferramentas automatizadas, para tentar um grande número de credenciais roubadas.

 

A pulverização de senhas não usa nenhuma ferramenta e, em vez disso, concentra-se em encontrar nomes de usuários verificados e senhas comuns na internet. Em vez de usar uma ferramenta automatizada, para tentar senhas diferentes, os cibercriminosos usam nomes de usuários verificados e tentam fazer login com senhas comuns com padrões como “1234”.


 

Confira sinais de pulverização de senha e como se proteger

 

Alexa Matteri explica que se você ou a sua família foram afetados pelo ataque de pulverização de senha, alguns sinais de alerta podem ser: o aumento nos bloqueios da conta, um maior número de falhas nas tentativas de login, e tentativas de login de usuário desconhecidas ou inválidas. Estes sinais podem indicar algum tipo de ataque de força bruta, especialmente quando se trata de pulverização de senha.

 

Caso tenha notado alguma atividade estranha atribuída à pulverização de senha, a Head da América Latina na Norton compartilha várias medidas que você pode tomar para proteger a segurança de suas credenciais pessoais e da sua organização:

 

·         Mude as senhas imediatamente. Primeiramente altere as suas senhas simples, que podem estar colocando você em risco. Criar uma senha forte e à prova de violações não precisa ser tão complicado. 

·         Consulte o departamento de cibersegurança da sua empresa. Se o ataque ocorrer no trabalho, uma boa ideia é consultar o departamento de segurança cibernética ou de TI da sua empresa sobre o possível problema. Isso pode ajudá-los a identificar outras violações e verificar se há um ataque estruturado em andamento. 

·         Identifique tentativas de login com falhas ou contas bloqueadas. Verifique com os membros da sua família se eles também notaram tentativas de login mal sucedidas ou contas bloqueadas, porque são sinais de pulverização de senha. Ao identificar sinais de alerta sobre este tipo de ataque, a sua família pode se proteger melhor contra violações de segurança. 

·         Investigue a causa e os responsáveis pelo ataque. Finalmente, transforme a sua recuperação em prevenção. Investigue a causa e os culpados do ataque e resolva os pontos fracos de suas senhas, que os cibercriminosos obtiveram. Você pode até considerar o uso de uma rede virtual privada (VPN) ou autenticação multifator para ajudar a evitar futuros ataques.

 

 

Como evitar futuros ataques 

 

Com as dicas abaixo, de acordo com Alexa Matteri, é possível ainda evitar futuros ataques de pulverização de senha e manter os seus dados protegidos contra violações: 

·         Use senhas complexas. Senhas simples e comuns correm alto risco de serem comprometidas. Ao criar uma senha, certifique-se de que ela contém números, letras maiúsculas, caracteres especiais e outros parâmetros para gerar uma senha complexa e forte. 

·         Mude as senhas periodicamente. As senhas devem ser atualizadas periodicamente, seja uma vez a cada dois meses ou algumas vezes por ano. Ao alterar a sua senha, uma boa ideia é criar uma completamente nova em vez de uma semelhante à sua senha anterior. Dessa forma, é menos provável que você tenha as suas credenciais invadidas no caso de um ataque. 

·         Use autenticação multifator. Quando a sua página de login solicita o seu número de telefone ou um e-mail de backup, para validar que você é quem diz ser, isso é chamado de autenticação multifator, também conhecida como autenticação de dois fatores. Habilitar essa função em seus dispositivos, pode ajudar a impedir que as credenciais sejam violadas. 

·         Adote medidas de cibersegurança. Certifique-se de investir em medidas de segurança cibernética, como um software antivírus, VPNs e gerenciadores de senhas para proteger os seus dados pessoais. 

A pulverização de senhas é um dos muitos ataques de força bruta, que os cibercriminosos usam para acessar informações pessoais e confidenciais. Ao alterar senhas complexas periodicamente e usar a autenticação multifator, você pode minimizar as suas chances de se tornar vítima de um ataque de pulverização de senha. Senhas fortes manterão você e seus dados seguros, enquanto explora o mundo digital.

 

Norton


Aumento de salário-mínimo para R$1320 impacta remuneração de jovem aprendiz

Especialista explica como calcular o valor mensal a ser pago para esses profissionais em início de carreira

 

Com o valor do salário mínimo elevado para R$1.320,00, o que representa um aumento de mais de 7% em relação ao ano anterior, as empresas que possuem contratos de jovem aprendiz terão que atualizar a remuneração mensal deles. Rafael Pinheiro, diretor da Companhia de Estágios, alerta para a importância de fazer o cálculo da maneira correta para evitar sanções administrativas previstas na Lei nº 10.097/2000, popularmente conhecida como Lei da Aprendizagem.

“As empresas que deixarem de atualizar a remuneração, neste momento, estão sujeitas à multa aplicada pelo sindicato da categoria e/ou fiscal do trabalho por não cumprimento da Lei 10.097 que, durante uma fiscalização, pode reconhecer que o jovem aprendiz tem direito ao salário mínimo/hora e que essa condição deve estar registrada no contrato de aprendizagem”,  esclarece Rafael. 

Além de estabelecer que os jovens aprendizes devem ter entre 14 e 24 anos de idade e estar matriculados em instituições de ensino e frequentando o Ensino Fundamental e Médio (ou já concluído os estudos), a lei diz que a empresa empregadora deve manter o valor da remuneração mensal atualizado na carteira profissional (CTPS) do jovem aprendiz, no contrato de trabalho e na matrícula de registro de aprendizagem.

“O cálculo do valor mensal do jovem aprendiz deve levar em conta se o período de trabalho contratado é de 4h ou 6h por dia e o total de horas semanais trabalhadas em cada mês. É um cálculo bem específico, que idealmente deve ser realizado pela instituição homologada que faz a gestão do contrato do jovem aprendiz”, complementa Rafael. 

Entretanto, para apoiar as empresas que contam com jovens aprendizes contratados mediante salário-hora, a Companhia de Estágios disponibiliza a fórmula abaixo que pode ser aplicada mensalmente na hora de conferir a remuneração a ser paga:

Salário Mensal = (salário-hora X horas trabalhadas semanais x número de semanas no mês x 7) / 6

Vale lembrar que o recolhimento mensal de FGTS, determinado em 2% pela CLT, também deve ser atualizado. Além disso, cabe observar que apenas as empresas regidas por aplicação salarial expressa em Convenções Coletivas ou que oferecem alguma liberalidade acima do estabelecido na lei estão isentas de atualizar a remuneração mensal dos jovens aprendizes neste momento.


Companhia de Estágios
www.ciadeestagios.com.br


Entre 2016 e 2020 um total de 35 mil crianças e adolescentes morreram em decorrência de algum tipo de violência no Brasil

A escola e os educadores têm papel fundamental no enfrentamento e na prevenção de casos, retratou seminário realizado na Câmara Municipal de São Paulo  

 

Os números da violência contra crianças e adolescentes no Brasil são assustadores. No período que compreende 2016 a 2020, a cada ano, uma média de 7 mil crianças e adolescentes (0 a 19 anos) morreram em decorrência dos mais variados tipos de violências, segundo dados do Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil.

É preciso enfrentar essa realidade e prevenir novos casos, e a escola é o local fundamental para identificar precocemente sinais de violências. Na Cidade de São Paulo, dados do Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem (NAAPA) da Secretaria Municipal de Educação (SME) apontam aumento considerável de casos que chegam às escolas. Eles saltaram nesses últimos três anos. Em 2020, foram 1921 diagnosticados. No ano seguinte subiu para 2381; em 2022, foram registrados 2789 casos.

Essas estatísticas foram apresentadas durante o Seminário Violência Contra Crianças e Adolescentes realizado na manhã de segunda-feira, 8, na Câmara Municipal de São Paulo. O evento serviu para debater o projeto de lei 523/22, do vereador Eliseu Gabriel (PSB), já aprovado em primeira votação, que institui Comissões de Conscientização, Prevenção, Enfrentamento à Violência e Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente nas Escolas Municipais da Cidade de São Paulo. 

Para debater o projeto e dar luz à problemática da violência e o papel essencial da escola, Eliseu Gabriel recebeu Lucas Lopes, secretário executivo da Coalizão Brasileira pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes; Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta; Alexis Vargas, secretário executivo de Projetos Estratégicos da Prefeitura de São Paulo e representante da Comissão Técnica da Parceria Global pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes (ONU); Rogério Gonçalves da Silva, diretor da Divisão de Gestão Democrática e Programas Intersecretariais da Secretaria Municipal de Educação (SME), representando o secretário Fernando Padula; Márcia Andrea Bonifácio da Costa Oliveira, coordenadora do Núcleo de Apoio à Aprendizagem (NAAPA), da SME; Márcia Monte, assessora de Proteção da Visão Mundial Brasil, e Adriana Alvarenga, coordenadora em São Paulo da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

Ficou claro o papel dessas Comissões de Proteção: ajudar a comunidade escolar a primeiro identificar violências e violações de direitos, construir diálogos e ações de prevenção e notificar os órgãos competentes para que atendam as partes envolvidas. “Fazer com que todas as pessoas que atuam dentro da escola estejam prontas para identificar esses sinais de violências, mas também para que saibam como intervir”, afirmou Lucas Lopes.

É uma situação endêmica que acaba refletindo não só no Brasil, mas em todo o mundo, segundo a coordenadora em São Paulo da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), Adriana Alvarenga. “Se permanecermos nesse ritmo, em 2030 teremos 2 milhões de crianças e adolescentes mortos no mundo”. Ainda segundo ela, atualmente uma criança morre vítima de violência a cada sete minutos.

 

Ações

Entre as principais ações apontadas pelos especialistas presentes ao debate, prevenção, integração de diferentes áreas (públicas e privadas), investimentos e a proteção dos profissionais de educação foram as mais levantadas. Para a educadora Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta, a escola deve ter, também, o papel de proteger crianças e adolescentes. 

“A escola não deve ter apenas conteúdo de educação, ela também tem o papel de acolher e proteger. Os números mostram que 80% dos ataques às crianças e adolescentes acontecem dentro de casa, e a escola deve ser sim um ambiente de confiança para que essa criança seja ouvida e seja ajudada”, disse durante o debate.

Alexis Vargas, secretário executivo de Projetos Estratégicos da Prefeitura de São Paulo ressaltou a importância de um trabalho integrado entre secretarias e entidades da sociedade civil, destacando a relevância das Comissões nas escolas municipais, foco do projeto de lei do vereador Eliseu Gabriel, e o quanto elas podem auxiliar os profissionais da educação no dia a dia. 

“Esse projeto em debate é muito importante pois cria comissões em cada escola, e isso acaba despersonificando o educador. Com as comissões, quem acaba fazendo a denúncia é a comissão, a escola, e não o funcionário ou professor, e isso acaba trazendo mais segurança a todos os envolvidos”, explicou Vargas.

Para Eliseu Gabriel, além de aprovar seu projeto em segunda e definitiva votação, é importante, também, que a cidade de São Paulo tenha recursos para investir em políticas públicas de proteção. Diante disso, ao final do evento, ele informou que fará uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do município propondo valores para serem investidos no enfrentamento e, principalmente, na prevenção de violências contra crianças e adolescentes nas escolas.  


O Dia Mundial do Frango!

Conheça mais sobre a proteína animal mais consumida pelas famílias brasileiras

 

O Dia Mundial do Frango, celebrado hoje (10/05), foi lançado pelo International Poultry Council (IPC), órgão máximo da avicultura internacional, para promover e destacar a cadeia produtiva. A data é celebrada há mais de uma década por todos os países membros do IPC, que reúne a avicultura em nível internacional. Confira, a seguir, algumas informações sobre a produção e o consumo do frango.

 

 


  O Brasil é o maior eportador mundial de carne de frango. Ano passado, 4,8 milhões de toneladas do alimento foram exportadas para mais de 150 países, gerando receita de US$ 9,7 milhões. As exportações brasileiras de carne de frango, correspondem a cerca de 33,2% do total produzido.

 

E por falar em produção, recentemente, o Brasil assumiu o posto de segundo maior produtor mundial de carne de frango. Ano passado, foram mais de 14,5 mil toneladas produzidas. É muita proteína na mesa dos brasileiros. Afinal, do total produzido, 66,8% são destinados ao mercado interno.

 

 


 


  

  

A avicultura é, ainda, um dos motores de emprego e renda para o País – inclusive nas regiões afastadas dos grandes centros. As etapas de produção de carne de frango envolvem cerca de 4 milhões de trabalhadores diretos e indiretos, o que gera cerca de 500 mil empregos nas agroindústrias, além de 100 mil famílias produzindo nas granjas.

 

 


 

Por ser uma proteína leve, saudável, versátil e acessível a carne de frango ganhou cada vez mais protagonismo na mesa dos brasileiros nos últimos anos. Em 2022, o consumo médio registrou 45,2 kg por habitante. Um aumento expressivo, quando comparado com o consumo registrado em 1986, quando cada brasileiro consumia, em média, 10kg do alimento por ano.

 


Esta grande evolução no cenário da avicultura está, também, associada à ciência e tecnologia aplicada no modelo avícola brasileiro, que é referência mundial em produtividade. 

Antigamente, os frangos precisavam de até 105 dias para atingir o peso para o abate e eram necessários 3,5 kg de ração para cada 1kg de ganho de peso. Hoje, o frango completa o ciclo de crescimento em 40 dias, e consome 1,6kg de ração para cada 1kg de ganho de peso. 

O avanço na produtividade de frango se deve a um conjunto de fatores, entre eles a ambiência, a genética e a nutrição. A estrutura das instalações fornece um ambiente controlado, o que proporciona condições ideais para o desenvolvimento das aves, com baixo nível de estresse térmico e ganho de peso. Além disso, avanços em pesquisa genética voltada para ganhos sustentáveis de peso, juntamente com estudos relativos à nutrição animal, foram primordiais. Com isso, o frango é mais produtivo e tem mais saúde.

 

 

 

Agora vamos falar sobre o produto! Você sabia que o Triptofano, encontrado em abundância na carne de aves, desempenha também um papel na produção de melatonina, que ajuda a regular os padrões de sono, da niacina ou vitamina B-3 e nicotinamida também conhecida como vitamina B-6. Veja no quadro, a quantidade de Triptofano que pode ser encontrada em porção de 100g de alguns alimentos.

 


Além disso, a carne de frango está entre os alimentos mais completos em nutrientes necessários para uma alimentação saudável. São fontes importantes de proteína, aminoácidos essenciais e vitaminas, com baixo teor de gordura. Para se ter uma ideia, em uma porção de 100g de carne de frango, são consumidas 28g de proteína, 9,8mg de vitaminas e apenas 5,8g de gordura. Ou seja, além de saborosa é nutritiva e muito saudável.

 

Agora que você conhece um pouco mais sobre este importante alimento, nada melhor do que celebrar este dia saboreando um corte de CARNE DE FRANGO.


 

Rachel Maia dá 3 dicas para conciliar a maternidade e carreira

CEO da RM Consulting fala sobre como o tema ainda é, infelizmente, um tabu na vida profissional das mulheres

 

Mesmo com as mulheres ocupando cada vez mais posições de liderança no mercado de trabalho, conciliar a carreira com a maternidade ainda é um desafio. Em um mundo ideal, onde não existisse desigualdade de gênero, todos seriam responsáveis pela criação dos filhos, contribuindo de forma igual para que as mulheres e mães não precisassem fazer concessões durante sua trajetória profissional e nem ficassem sobrecarregadas.


Vale lembrar que quando falamos em equilibrar trabalho, cuidado com filhos, inserção e reconhecimento no mercado, equiparação salarial, divisão das tarefas domésticas, trata-se de um recorte de feminismo branco.


Ao falarmos de conquistas ou retrocessos, consideramos apenas aquelas que conseguiram avançar. Temos uma sociedade onde nem todas chegaram a esse lugar e essas questões estão em outro patamar, falta o básico, como saneamento e creche onde mães possam deixar os seus filhos enquanto cuidam dos filhos de outras pessoas ou operacionalizam engrenagem das empresas.” - conclui Rachel Maia.

 

Para mulheres com filhos, os desafios no mercado de trabalho podem começar mesmo antes de uma contratação. A maternidade ainda é, infelizmente, um tabu na vida profissional. Muito por conta de vieses inconscientes reproduzidos, frequentemente, de forma não intencional.


As empresas podem contribuir, e muito, na mudança desse cenário. O primeiro passo é mudar a forma como os processos seletivos acontecem. Pessoas recrutadoras devem possuir bons treinamentos para que não reproduzam preconceitos durante as entrevistas. Além disso, elas também podem oferecer benefícios para ajudar a diminuir essa sobrecarga das mães e ajudá-las a se manter no mercado de trabalho, oferecendo, por exemplo, horários flexíveis. Uma ação já realizada por algumas empresas é a licença parental de 6 meses para homens e mulheres, que visa equiparar o cuidado com os filhos.


Além disso, as instituições também precisam entender que as mães estão comprometidas tanto com a organização quanto com os filhos, portanto, as colaboradoras sabem de suas responsabilidades e entregarão o que for exigido pela empresa, mesmo que tenham que fazer concessões em outras áreas da vida. 

Mãe de Sarah Maria e Pedro Antônio, Rachel Maia  é CEO da RM Consulting e fundadora do Instituto Capacita-me. Ela conta que apesar dos desafios, preconceito e falta de oportunidade no mercado, ainda há esperança. A executiva dá 3 dicas para que mulheres possam conciliar a ambição profissional e a maternidade sem culpa entre o olhar cativante e radical sobre o trabalho.


São elas:


Encontre empresas que promovem a diversidade


Encontrar empresas pró-diversidade também pode ser uma excelente alternativa, pois, em geral, essas empresas entendem a importância dessa causa e promovem ações que buscam diminuir essa desigualdade desde os processos seletivos até o dia a dia do trabalho. 



Busque trabalhos mais flexíveis


Depois da pandemia, o home office acabou se tornando uma realidade mais presente nas empresas e ele pode ser uma alternativa muito interessante para quem tem filhos, pois oferece maior flexibilidade tanto de horários quanto de locomoção, além de poupar tempo e gastos para os pais. 



Não se culpe


Muitas vezes as mães se culpam por não estarem 100% do tempo presentes na vida dos filhos, justamente por causa da pressão social em cima das mulheres. Não se culpe por também focar em sua carreira, pois a criação de filhos não é uma responsabilidade exclusiva da mulher, portanto, divida esse trabalho com sua rede de apoio e entenda que a pressão social é a principal responsável por essa culpa. 

  


Rachel Maia - conhecida por ser a primeira mulher negra a ocupar o cargo de CEO em uma grande empresa no Brasil, e já comandou a Tiffany & Co Joalheria, Pandora e Lacoste Brasil. Em seu novo momento de carreira, Rachel presta consultorias em Diversidade e Inclusão, Varejo e Liderança. A executiva atua também como conselheira e é fundadora do Instituto Capacita-me, com o viés na educação e empregabilidade de pessoas em situação de vulnerabilidade.

 


CEUB promove ações socioambientais, transformando resíduos em oportunidades

Ação integra startups de reciclagem de resíduos eletrônicos e empodera comunidades no DF por meio do artesanato

 

Comprometido com a responsabilidade socioambiental, o Centro Universitário de Brasília (CEUB) tem realizado ações em conjunto com entidades do Distrito Federal para promover a capacitação e geração de emprego e renda para pessoas atendidas por projetos sociais. No último mês, o CEUB doou 700 kg de resíduos eletrônicos para empresas e organizações comprometidas com ações sustentáveis, como a Tronik e a ONG Instituto Entre Nós. Além de garantir a destinação adequada desses materiais, elas oferecem oportunidades de trabalho para a população local.

Presente em estande fixo em diversas ações do CEUB, a Tronik esclarece dúvidas dos alunos e professores sobre a destinação correta de lixos eletrônicos. A Pró-reitora Acadêmica do Centro Universitário, Lúcia Oliveira, afirmou que a parceria com a empresa é um exemplo da visão de ampliar a conscientização ambiental e as noções de empreendedorismo sustentável nas escolas públicas e privadas do DF. “Com os resíduos doados pelo CEUB, a startup alcançou a marca de 1 tonelada de resíduos eletrônicos coletados e destinação correta, o que representa a redução de três toneladas de CO2 ao meio ambiente”, avalia a gestora.

A tendência do mercado de reciclagem de resíduos eletrônicos é de inovação e conscientização para o reuso, reciclagem e redução. Para a fundadora da Tronik, Maiara Gualberto, a startup se adapta às mudanças do mercado e busca engajar cada vez mais pessoas e empresas na prática da reciclagem. “A maior lição aprendida ao longo da nossa trajetória foi a necessidade de investir em soluções voltadas para a periferia e a comunidade em geral, já que é lá onde surgem a diversidade, criatividade e as inovações”.

À frente das assessoria de inovação do CEUB, a Coordenadora de Ciências Biológicas, Andreia Libano, conta que a instituição abriu um espaço importante para o contato entre alunos e colaboradores com agentes que desenvolvem cidadãos capazes de transformar a sociedade. “Apoiamos o empreendedorismo com responsabilidade socioambiental e damos oportunidade para a nossa comunidade conhecer e valorizar a cultura, a arte e meio ambiente do Distrito Federal”, reforça.

Parte dos resíduos eletrônicos doados pelo CEUB foram destinados à ONG Instituto Entre Nós, que trabalha com mulheres em situação de vulnerabilidade social em Planaltina DF. Sob a liderança da fundadora Renata Melo, a organização oferece às mulheres a oportunidade de transformar esses materiais em utilitários e peças de artesanato, que são vendidos a preços acessíveis, a partir de R$10. Renata destaca que a iniciativa promove a economia local e permite que mais pessoas adquiram artesanato de qualidade.

Renata Melo explica que no instituto, as mulheres aprendem técnicas como bordado, crochê, tricô e tapeçaria bordada, utilizando folhas do cerrado para criar produtos artesanais. “As crianças também são envolvidas no trabalho de pintura e grafite. Considero a parceria com o CEUB uma oportunidade de transformar a vida dessas comunidades, com capacitação e poder de empreender”, completa.


Resíduos eletrônicos em números

O termo lixo ou resíduo eletrônico pode ser usado para classificar equipamentos que utilizam energia e possuem bateria ou plug, como celulares, computadores e televisores. De acordo com o Monitor Global e Regional de Lixo Eletrônico da Organização das Nações Unidas (ONU), foram geradas 53,6 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos em todo o mundo, com a Ásia liderando em volume de resíduos eletrônicos. Na América Latina, a geração de lixo eletrônico aumentou 49% em nove anos, com apenas 2,7% dos resíduos sendo coletados e gerenciados de maneira adequada. O Brasil, líder em resíduos eletrônicos, gera mais de 2 milhões de toneladas por ano.

 

MP que amplia tributação dos lucros fora do Brasil é inconstitucional

Para especialista em Direito Empresarial, a inconstitucionalidade ocorre porque a medida não configura como assunto de relevância e urgência


A Medida Provisória (MP) nº 1.171/2023 editada pelo governo federal não só eleva a isenção do Imposto de Renda para os assalariados, como também amplia a tributação dos lucros obtidos pelas pessoas físicas fora do Brasil. Esse aumento de taxação abrange aplicações feitas via entidades controladas no exterior e por meio dos chamados trusts – estruturas estrangeiras que terceirizam administração de bens e direitos de uma pessoa ou grupo familiar.

Para o advogado especializado em Direito Empresarial, Fernando Brandariz, a adoção da MP é inconstitucional. Como justificativa para sua análise, o jurista explica que o Artigo 62 da Constituição Federal permite a adoção de medidas provisórias pelo presidente da República em casos de relevância e urgência. Na avaliação dele, as mudanças na taxação de lucros no exterior não configuram nessa condição.

“Penso que a MP nº 1.171/2023 carece justamente desses requisitos (de urgência)”, destaca. Brandariz esclarece ainda que a Medida Provisória editada pelo governo prevê que tributação comece a incidir a partir do próximo ano. Segundo o Artigo 2 da MP, a pessoa física residente no país computará a tributação a partir de 1º de janeiro de 2024.

“Por isso, existe a falta de urgência, ao contrário do que está previsto na Constituição sobre a edição de medidas provisórias”, analisa o advogado.

Em vigor desde o último dia 1º de maio, a MP ainda precisa ser votada pelo Congresso Nacional e, dessa forma, ser convertida em lei. A apreciação deve ocorrer em um prazo máximo de 120 dias, a contar com a data que essa tributação passou a valer.


Figura do trust


A MP nº 1.171/2023 traz regras que tratam o trust como transparente para fins tributários no Brasil, no reconhecimento dos ativos, momento e critérios de declaração entre instituidor e beneficiários. Os ativos oriundos desses terceiros serão considerados sob a titularidade direta do instituidor. As regras tributárias deverão ser aplicadas a depender do tipo de investimento (aplicação financeira, imóvel, entre outros.

Em relação a esse tipo de empresa estrangeira, Brandariz ressalta que a MP tenta dar início a esse conceito no Brasil, muito utilizado para o planejamento sucessório e proteção patrimonial. “No país, não existe o trust e, por isso, penso que se trata de um começo para regulamentar essa figura empresarial por aqui”, analisa.


Como será a tributação


Sobre as aplicações financeiras no exterior, a medida manteve o sistema de apuração tributária através do regime de caixa. Dessa forma, os rendimentos serão tributados pelo IR na ocasião do efetivo resgate, amortização, alienação, liquidação ou vencimento.

Para esses casos, serão aplicadas as seguintes alíquotas progressivas. Para rendimentos até R$ 6 mil, a taxação é isenta. A partir desse valor e até R$ 50 mil, o percentual é de 15%. Acima disso, a alíquota passa a ser de 22,5%; 


Entidades controladas


Outra mudança trazida pela MP se refere à forma de tributação de entidades controladas no exterior por pessoas físicas residentes no Brasil. Pela Medida Provisória, tratam-se de organizações controladas por brasileiros que isoladamente ou conjuntamente com outras pessoas detenham a preponderância nas deliberações sociais ou poder de eleger ou destituir a maioria dos administradores, ou que tenham mais de 50% do capital ou dos direitos a recebimento dos lucros.

De acordo com as novas regras, os rendimentos apurados a partir de 1º de janeiro de 2024 passarão a ser tributados pelo IR conforme as alíquotas previstas na MP. Isso acontecerá todo o dia 31 de dezembro de cada ano, independentemente de sua distribuição. Os lucros apurados e tributados segundo o que está previsto na Medida Provisória passarão a compor o custo de aquisição da pessoa física.

 

Fonte
Fernando Brandariz, mestrando em direito pela Escola Paulista de Direito, especialista em Direito Processual Civil, Direito Empresarial, Direito Internacional, Law of Masters (LLM) e presidente da Comissão de Direito Empresarial da subseção Pinheiros OAB-SP.

 

Gerenciamento emocional é fundamental para o processo de negociação

Negociações podem ser estressantes e, muitas vezes, emotivas. Como resultado, é importante que os negociadores tenham habilidades de gerenciamento emocional bem desenvolvidas para manter o foco e alcançar o sucesso.

Aprender o gerenciamento emocional pode influenciar em uma negociação de várias maneiras. Primeiramente, pode ajudar a manter o equilíbrio emocional em uma situação de alta pressão, permitindo que a pessoa mantenha a clareza mental necessária para tomar decisões estratégicas.

Além disso, a leitura das emoções das pessoas pode ser muito útil durante o processo de negociação. O conhecimento de como as emoções influenciam o comportamento humano pode permitir que os negociadores ajustem suas abordagens e se adaptem às necessidades emocionais da outra parte.

Por outro lado, a falta de habilidades de gerenciamento emocional pode ter efeitos negativos em uma negociação. Se uma pessoa não sabe lidar com suas emoções ou com as emoções dos outros, ela pode se tornar reativa ou tomar decisões precipitadas que prejudicam a negociação.

O gerenciamento emocional é uma habilidade que pode ser adquirida. As pessoas podem aprender a identificar e regular suas emoções, assim como entender como as emoções afetam os outros. Existem várias técnicas que podem ser usadas para ajudar a desenvolver essas habilidades, como meditação, exercícios de respiração, terapia, coaching e muito mais.

Renato Lisboa, responsável pela maior negociação trabalhista do Brasil (Ouro Preto, 2015) ressalta que em um processo de negociação é importante usar várias técnicas simultaneamente, não apenas para entender como as pessoas se comunicam com as suas emoções, mas também para que a resposta assertiva seja imediata. Nesse aspecto, o especialista aponta que o negociador tem que sempre estar treinando os seguintes processos:

Observação: em negociação, é importante observar cuidadosamente a linguagem corporal, expressões faciais e tom de voz da outra parte para identificar pistas sobre suas emoções e estados mentais.

Perguntas: fazer perguntas abertas e específicas pode ajudar a entender as emoções da outra parte e criar um diálogo mais efetivo.

Empatia: a habilidade de se colocar no lugar da outra pessoa e compreender seus sentimentos pode ajudar a estabelecer uma conexão mais profunda e melhorar a comunicação.

Comunicação não verbal: em negociação, é importante prestar atenção na própria linguagem corporal e tom de voz para garantir que a sua mensagem seja clara e coerente com o que está dizendo.

Controle emocional: é importante também ser capaz de controlar suas próprias emoções para não ser influenciado pelas emoções da outra parte e tomar decisões baseadas em fatos objetivos.

Nesse contexto, o gerenciamento emocional é uma habilidade importante. É fundamental em qualquer processo de negociação para ser bem-sucedido.

Negociadores que possuem habilidades de gerenciamento emocional bem desenvolvidas estão mais bem capacitados para tomar decisões racionais e estratégicas, entender as necessidades emocionais da outra parte e manter a calma em situações de alta pressão. Portanto, é importante que as pessoas que cotidianamente trabalham com processos de negociação, aprendam a gerenciar suas emoções e desenvolvam essas habilidades para se tornarem negociadores mais eficazes.

 

Renato Lisboa - neuropsicanalista, especialista em inteligência emocional, autor do best seller 3 Segundos: Escolhas que transformam a vida

 

Delicado equilíbrio

O Projeto de Lei 2630, conhecido como o projeto de lei das Fake News, tem enfrentado resistência de dois grupos poderosos: as Big Techs e a Bancada Evangélica. Há uma preocupação do lado evangélico de que trechos das Escrituras Sagradas possam ser censurados nas redes sociais, especialmente aqueles que tratam dos papéis familiares e a homossexualidade. Os defensores do projeto, no entanto, negam qualquer ameaça à liberdade religiosa.

A política do medo tem se mostrado uma tática eficaz para muitos deputados e influenciadores evangélicos, que utilizam o pânico para aumentar sua projeção e influência. A pergunta que surge é: esse medo é totalmente irracional? A resposta é não. Embora possa ser exagerado, o medo não é completamente infundado. A tolerância para com os discursos religiosos tem diminuído no mundo ocidental, e os evangélicos e católicos conservadores se percebem cada vez mais como párias da sociedade contemporânea.

Um caso emblemático que ilustra esse clima de má vontade contra religiosos ocorreu no ano passado na Inglaterra, quando a ativista católica Isabel Vaughan-Spruce foi detida e processada (agora inocentada pela justiça britânica) por orar em silêncio próxima a uma clínica de aborto. Os promotores alegaram que a ativista violou a “zona de censura”, que proíbe manifestações contra o aborto nas áreas das clínicas. Os defensores da ativista, com razão, argumentaram que os promotores estavam criando uma espécie de “crime de pensamento”, já que a ativista não carregava placas e nem se manifestou verbalmente.

Outro exemplo é a evolução do conceito de homofobia. A homofobia contemporânea engloba qualquer oposição discursiva à prática da homossexualidade, o que, por definição, inclui 99% dos evangélicos e católicos conservadores - do pastor da periferia até o Papa. No entanto, é importante destacar que há uma diferença entre acreditar em uma doutrina religiosa e propagar discurso de ódio ou incitar violência. A violência contra homossexuais e outras minorias deve ser objeto de intenso repúdio, inclusive por parte dos religiosos.

A religião é um elemento inerente à realidade humana. Tratar um indivíduo religioso como criminoso por suas crenças conservadoras não é uma abordagem justa e pode aprofundar ainda mais as divisões em nossa sociedade. Precisamos encontrar maneiras de promover o diálogo e o entendimento mútuo, sem comprometer os direitos fundamentais de expressão e crença de cada pessoa. Além, também, garantindo a proteção de direitos das minorias.

 

Gutierres Fernandes Siqueira - teólogo e jornalista; autor do livro “Quem tem medo dos evangélicos?”, publicado pela Editora Mundo Cristão.

 

Equidade de gênero: já passou da hora do mercado sair do campo do discurso e realizar uma mudança prática

Em 2017, a Harvard, uma das universidades mais prestigiadas do mundo, iniciou um desafio interessante que propunha identificar preconceitos velados na sociedade. Chamado de “Teste de Associação Implícita”, essa análise é feita com base em diversas respostas associativas, evidenciando os vieses inconscientes que ainda estão muito intrínsecos na nossa individualidade e também na coletividade. Por meio desse estudo, foi constatado que 76% das pessoas associam uma carreira e trabalho profissional como algo masculino, enquanto as mulheres estão conectadas às atividades da família e do lar. 

O resultado obtido a partir do estudo resume bem as dificuldades enfrentadas pelas mulheres até hoje para se inserirem no mercado de trabalho. Inúmeros estereótipos sociais são construídos com base no gênero, gerando problemas como violência, assédio moral e sexual, micro agressões cotidianas, desqualificação de performance e salários defasados. Infelizmente essa realidade segue comum dentro do meio corporativo, representando um  grande desafios a serem superados para além do mês de março. 

Nunca é demais lembrar que a introdução feminina mais massiva no mercado de trabalho foi algo tardio e repentino em todo o mundo, ocorrendo somente em meados dos anos 40. Impulsionadas principalmente pela Segunda Guerra Mundial, quando os homens tinham que ir para as frentes de batalha, as mulheres passaram a assumir os negócios da família e demais posições de trabalho no período. 

Desde então, o que se viu foi a crescente atuação feminina no ambiente de  trabalho formal e informal, fato este explicado pela combinação de questões econômicas, culturais e sociais, em especial, pela atuação de grupos feministas. No entanto, em paralelo a esse avanço, o que se percebe é que muitas vezes essa participação ainda ocorre por fatores depreciativos, resultando num ambiente ainda muito tóxico à presença das mulheres. 

Aqui vale trazer como exemplo a realidade brasileira, que é uma das mais problemáticas em todo o planeta. Segundo o relatório Global Gender Gap Report 2022, do Fórum Econômico Mundial, o Brasil figura na 94º posição em relação à igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem funções semelhantes, em um ranking com 146 países. Mais do que isso, um estudo do IBGE publicado em 2018 mostra que homens ganham, em média, 20,5% mais do que as colaboradoras de mesmo cargo. 

Esses dados comprovam que a entrada feminina no mercado de trabalho brasileiro não foi acompanhada por uma diminuição das desigualdades profissionais entre os gêneros. Prova disso é que a maior parte dos empregos formais femininos estão concentrados em setores e cargos de menor valorização, resultando numa constante discriminação em relação às atividades profissionais. 

Como se tudo isso não bastasse, as trabalhadoras ainda precisam lidar com um fenômeno chamado de “teto de vidro”, que, a partir de barreiras culturais, organizacionais, familiares e individuais, dificulta o acesso das mulheres a posições de liderança, principalmente aos mais altos níveis na hierarquia organizacional. Não à toa, somente 38% dos cargos de liderança corporativa do país são ocupados por uma mulher, de acordo com um estudo realizado pela Grant Thornton. Já no Brasil, temos apenas 13% de mulheres nos cargos de alta liderança das 500 maiores empresas do país, sendo este índice de 0,4% para mulheres negras. Ou seja, o preconceito e a desigualdade são ainda maiores quando olhamos por uma perspectiva interseccional e mapeamos a sobreposição desses marcadores sociais como raça, orientação sexual, deficiência, etc. 

No mundo do empreendedorismo, também observamos desafios. Se levarmos em consideração a participação de mulheres cisgênero (cuja identidade de gênero é correpondente com a designada no nascimento) como proprietárias de um negócio, o índice é de 16,9% de acordo com estudo da Associação Brasileira de Startups. Já o percentual de mulheres trans foi de 0,1%.

 

É preciso mudar

Diante de todo esse cenário, a equidade de gênero no mercado de trabalho se estabeleceu como um dos debates mais importantes da nossa geração. Cada vez mais, as mulheres vêm buscando seu espaço de igualdade dentro da sociedade, seja por meio de movimentos sociais, de engajamento no ambiente corporativo ou de reivindicação de direitos. No entanto,  esse processo não precisa acontecer somente para assegurar direitos. É preciso que haja uma contracultura, uma forma de desconstrução do pensamento vigente para que um novo possa emergir. Criar mecanismos para implementar essa discussão é apenas o primeiro passo.  

O debate da equidade de gênero precisa se tornar parte da cultura de todo o mercado de trabalho e ser fomentado pela liderança , pelo RH, pelas áreas de negócio e pelos colaboradores. Para fugir do clichê e realmente se posicionar em favor das mulheres e identidades femininas, as empresas precisam realizar mudanças estruturais significativas, que ajudem a resolver os grandes desafios enfrentados pelas profissionais em suas carreiras. E esses desafios estão atrelados também aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU (Agenda 2030). 

É importante ressaltar que a criação de um ambiente de igualdade de gênero é um compromisso a longo prazo. Ao defini-la como prioridade estratégica, será necessário desdobrá-la em metas e objetivos de toda a corporação e vinculá-los aos indicadores de gestão. Portanto, a liderança precisa criar as estruturas institucionais e culturais na organização para que a igualdade de gênero se torne um valor compartilhado por todos e todas. Afinal, não adianta tentarmos apenas gerar mudanças de comportamento no nível individual se a organização não construir bases que servirão para sustentar a visão igualitária de gênero no decorrer dos anos.  

Há três anos, o Fórum Econômico Mundial alertou que se a evolução atual fosse mantida, levaríamos 257 anos para alcançar a paridade de gênero no mercado. Esse ritmo de equidade jamais pode ser aceito. As mulheres precisam que as oportunidades e as condições de trabalho sejam equiparadas o mais rápido possível. Afinal, já estamos atrasados no processo.

 

Thalita Gelenske - fundadora da Blend Edu, a principal HRtech e ESGtech especializada em diversidade e inclusão do Brasil. Com 11 anos de experiência na área de gestão da diversidade e cultura organizacional, é referência nas temáticas de gestão estratégica de pessoas e gestão de projetos sociais.

 

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