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quarta-feira, 8 de março de 2023

Terminou o ensino médio, e agora?


Já se foi o tempo em que bastava concluir o ensino médio para se ter uma chance de um bom emprego. Antigamente, a classificação escolar era dividida entre primário, ginásio e científico. Hoje, temos o denominado ensino fundamental, com 9 anos de duração, e o ensino médio, com mais 3 anos de duração. 

Ao concluir os 12 anos de estudo, o aluno está, no mínimo, em plena adolescência e ainda não sabe qual é a profissão que deseja seguir. Caso não tenha feito um curso técnico, simultaneamente ao ensino médio, o estudante não tem nenhuma profissão definida. Em consequência disso, sua inserção no mercado de trabalho não será fácil, principalmente se desejar uma boa remuneração. Nesse momento, surge o questionamento do que fazer: uma faculdade ou um curso técnico? 

No Brasil, há 38 Institutos Federais que, além de atuar na educação básica, possuem também os cursos técnicos, visando uma qualificação profissional aos seus alunos. Há também 22 escolas técnicas vinculadas às universidades federais. A vantagem, nesses casos, é o ensino gratuito e de qualidade.  

Temos dois importantes fatores a considerar: com apenas 60 escolas técnicas federais, como atender os cerca de 5.570 municípios brasileiros? E nessas 60 escolas, como atender à demanda existente que precisa trabalhar nos horários em que as aulas são ministradas, geralmente, presencialmente? A partir desse panorama, as instituições privadas que oferecem cursos técnicos na modalidade a distância podem ser uma solução. Porque além dessa modalidade permitir o acesso de qualquer cidadão residente em qualquer município brasileiro - tendo em vista que as aulas poderão ser assistidas via internet - ainda é possível assistir às aulas no horário de maior conveniência do aluno. É a democratização do ensino que, a partir de cursos técnicos ofertados com qualidade, permite diminuir o abismo existente entre as escolas do ensino médio tradicionais e as empresas que oferecem vagas a quem tem determinada qualificação.  

Os cursos ofertados pertencem a inúmeras áreas da economia e as suas durações são curtas, se comparada ao ensino médio ou a um curso superior. A demanda por técnicos do ensino médio é crescente, em face da inexistência de cursos que atendam às crescentes necessidades das empresas. Mesmo em instituições de educação privadas, o acesso é fácil devido aos baixos valores praticados nas mensalidades, bem como, caso o aluno opte pela modalidade a distância, poderá estudar nos horários que tiver disponível. Fator que também parece ser uma possível solução para a educação continuada, uma vez que, atuando em atividade remunerada, o estudante pode progredir com mais segurança ao ensino superior, posteriormente. A partir dessas opções, fica mais fácil a decisão que influenciará no planejamento da carreira e no ingresso ao mercado de trabalho.  

 

Neliva Terezinha Tessaro - mestre em Desenvolvimento de Tecnologia e coordenadora de Cursos Técnicos no Centro Universitário Internacional Uninter. 


A nova Lei 14457/22 que determina a obrigatoriedade do Canal de Denúncias nas empresas com CIPA

Novas diretrizes impostas pela Lei 14.457 em cumprimento a norma que determina a obrigatoriedade da implementação do Canal de Denúncias. 

A Lei 14.457 determina a obrigatoriedade do Canal de Denúncias em empresas com CIPA. Publicada no Diário Oficial da União no dia 22/09/2022, a nova diretriz faz parte do Programa Emprega + Mulheres, alterando a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).  

O principal objetivo é incentivar o aumento da contratação e permanência de mulheres no mercado de trabalho.

A nova legislação impõe às empresas com CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) a adoção de medidas de prevenção e combate ao assédio sexual e demais formas de violência no âmbito do trabalho.

Com isso, determina-se a implementação de ferramentas, como o Canal de Denúncias, em até 180 dias após a data da publicação da lei.

 

Lei 14.457/22: o que é? 

Lei 14.457/22, fruto da Medida Provisória 1.116/22, aprovada pela Câmara dos Deputados no mês de agosto, dispõe sobre a criação do Programa “Emprega + Mulheres”, que estabelece uma sequência de regras para viabilizar a facilitação da empregabilidade de mulheres. 

Dentre a série de normativas previstas pela nova regulamentação, que já se encontra em vigor, estão: 

  • A flexibilização das jornadas de trabalho para mães e pais que têm filhos de até 6 anos de idade ou que sejam portadores de deficiência.
  • O incentivo à capacitação e ascensão profissional de mulheres, que poderão suspender temporariamente o contrato de trabalho sem nenhum tipo de prejuízo, para se dedicarem a cursos de qualificação.
  • O apoio ao retorno para o trabalho após o término de licença maternidade, possibilitando a suspensão temporária do contrato de pais empregados, para que eles possam auxiliar e acompanhar o desenvolvimento dos filhos.
  • A criação do selo “Emprega + Mulher”, para reconhecer as empresas que mantém as boas práticas na promoção da empregabilidade feminina e no atendimento às necessidades desse público, investindo na ascensão profissional das mulheres e em sua contratação para cargos de liderança, assim como no amparo às mães através do pagamento-reembolso de creche.
  • Entre outras ações.  

Além desses aspectos, destaca-se um dos mais importantes trechos da Lei 14.457/22, mais especificamente no Artigo 23 do Capítulo VII, que se refere às “Medidas de Prevenção e Combate ao Assédio Sexual e Outras Formas de Violência no Âmbito do Trabalho”. 

Conforme o texto, todas as empresas com CIPA devem tomar providências para criar e manter um ambiente de trabalho seguro e saudável, disponibilizando mecanismos de detecção e combate a esses tipos de condutas abusivas.


Algumas medidas a serem tomadas pela lei

  • A inclusão de regras de conduta que visem o combate ao assédio sexual e outras formas de violência nas normas e políticas internas da empresa, assegurando a ampla divulgação desse conteúdo aos colaboradores.
  • A implementação de ferramenta como o Canal de Denúncias, com possibilidade de anonimato para o denunciante e garantia total do sigilo das informações, assegurando a fixação de procedimentos de gestão para o acompanhamento e apuração dos relatos, além do comprometimento com a aplicação de sanções aos responsáveis pelos atos de assédio e/ou violência, após a investigação das irregularidades relatadas. 
  • A incorporação dos temas referentes à prevenção e ao combate ao assédio e outras violências nas atividades e nas práticas determinadas pela CIPA. 
  • A realização de treinamentos, ações de capacitação, orientação e sensibilização de funcionários de todos os níveis hierárquicos da empresa, sobre esses temas, em formatos acessíveis e apropriados para a compreensão de todos (como palestras, cartilhas de orientação e campanhas, por exemplo), no mínimo a cada 12 meses. 

O prazo determinado pela Lei 14.457/22 para o cumprimento das medidas mencionadas é de 180 dias após a data da sua publicação, que aconteceu na última quinta-feira, 22 de setembro.


Por que a Lei 14.457/22 determina a obrigatoriedade de ferramentas como o Canal de Denúncias?

A Lei 14.457/22 determina a obrigatoriedade do Canal de Denúncias por este ser uma ferramenta que atua diretamente no auxílio à criação de um ambiente de trabalho mais saudável e acolhedor para as pessoas, incluindo as mulheres. Em uma pesquisa realizada pela a Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), 72% das mulheres brasileiras participantes relataram já ter sofrido episódios de assédio no ambiente de trabalho, enquanto 77% disse já ter presenciado atos de assédio contra outras mulheres, dentro das empresas.

Na mesma pesquisa, as mulheres entrevistadas apontam como soluções para o combate a essas violências, os seguintes argumentos: 

  • Implementação de mecanismos eficazes de acolhimento às reclamações (40%).
  • Trabalhar mais fortemente na sensibilização dos homens (36%). 

Nesse sentido, fica evidente a necessidade de disponibilização de um Canal para que as mulheres possam denunciar esse tipo de comportamento nas empresas, com a segurança necessária e a possibilidade de anonimato, para quando desejarem não revelar a sua identidade. 

Ao receber o relato e capturar as informações com o máximo de detalhamento possível, o Canal de Denúncias terceirizado ajuda a detectar a ocorrência do assédio e outras irregularidades, que geralmente acontecem “às escondidas”.

 

A consequência disso é o auxílio no combate às condutas abusivas e o fortalecimento de uma cultura de integridade e respeito, que reflete positivamente no clima organizacional.

 


Quais são as consequências do descumprimento da Lei 14.457/22? 

As empresas que não cumprirem a Lei 14.457/22 poderão enfrentar penalidades aplicadas pelo Ministério do Trabalho. 

Entre os deveres e atribuições do Ministério, estão as fiscalizações que verificam a obediência das empresas aos parâmetros legais dispostos pela legislação brasileira.  

Sendo assim, os casos de desrespeito às diretrizes impostas pela Lei 14.457 (como a obrigatoriedade da implementação de um Canal de Denúncias, em até 180 dias), poderão acarretar multas e outros tipos de sanções. 

Além do mais, é importante ressaltar que a negligência à ocorrência de irregularidades como assédios, bullying e outros tipos de violência, podem repercutir, igualmente, em multas e prejuízos irreparáveis à imagem do negócio.

Por fim, nas empresas em que eventualmente ocorrerem casos de assédio e/ou violência no trabalho, e que não cumprirem a legislação, estarão sujeitas a responderem por danos morais individuais e coletivos.

Por isso, é fundamental se alinhar a essas novas diretrizes para proteger os colaboradores e a sua empresa.

 

 Diego Galvão -  Sócio-diretor da Contato Seguro, advogado, formado pela PUC-RS, pós-graduado em Direito Processual Civil e sócio-diretor da Contato Seguro. É também sócio do escritório Galvão & Petter Advogados, da consultoria Compliance Total e da plataforma digital Compliance Station, voltada à implementação e gestão de sistemas de Compliance.


Violência Doméstica e a situação da mulher no século XXI -- O panorama poderia estar bem melhor!

Estamos na semana dedicada aos festejos do Dia Internacional das Mulheres. Mas, adotando uma ótica bem realista, existe mesmo algo para ser comemorado?

 

Historicamente, as mulheres sempre foram (e continuam sendo) prejudicadas em seus direitos. Igualdade foi algo que começou a ser pensado (acreditem!) apenas no final do Século XIX e no começo do Século XX. Alguns exemplos ajudam a entender o longo desvirtuamento através dos tempos: as mulheres eram proibidas de participar das competições esportivas nos Jogos Olímpicos da Antiguidade; durante o período da Inquisição, era mais comum levarem mulheres às condenações mais pesadas (inclusive fogueiras em praça pública, tal qual ocorreu com Joana d’Arc); o direito ao voto foi negado às mulheres por longo período (a Nova Zelândia foi o primeiro país a admitir o sufrágio feminino, em 1993; o Brasil só adotou o voto feminino em 1932, ainda que de modo não obrigatório). 

É claro que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Tal disposição consta inclusive na cabeça do artigo 5º da atual Constituição Federal (a chamada Constituição Cidadã). Mas, por outro lado, o fato de ainda ser necessário que a mídia faça tal menção mostra algo muito grave continua por acontecer em nossa sociedade. 

Por mais que o tempo tenha avançado e, com isso, tenham surgido avanços legislativos, como as mudanças nas Leis Penais e Civis, e, principalmente, a edição da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340, de 07/08/2006), não se percebe uma mudança efetiva no que concerne à diminuição dos casos de violência doméstica. Mesmo com o advento da Pandemia da COVID-19, quando as famílias precisaram ficar reclusas por longo período, as situações relativas à violência doméstica não apresentaram nenhuma melhora. 

É claro que o Poder Público tem procurado colaborar com o oferecimento de novos cuidados e medidas alternativas em favor das mulheres. Mas, nem sempre tais mecanismos conseguem funcionar efetivamente. Por exemplo, em algumas situações levadas às Varas Criminais e de Família do Judiciário Paranaense, as medidas de prevenção e protetivas não são deferidas de imediato, deixando as mulheres com um agravamento da vulnerabilidade social. 

O Dia Internacional das Mulheres foi oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o Ano Internacional das Mulheres. Nesse ano fora realizada a Primeira Conferência Mundial da Mulher sob o lema “Igualdade, Desenvolvimento e Paz”, e cujo tema principal foi a eliminação da discriminação da mulher e o seu avanço social. Infelizmente, a realidade que promete avanços às mulheres não chega a vários lugares do mundo. No Brasil, inclusive. 

Os direitos das mulheres são direitos humanos. A Igualdade de gênero, em verdade, é uma questão de interesse universal, pois beneficia a sociedade em sua totalidade. Mas existem medidas que precisam de mais aperfeiçoamento ou esforço (inclusive por parte do Poder Público) para surtirem efeitos práticos mais visíveis. Lembremos sempre: as mulheres têm o dom de gerar a vida, e quem gera a vida pode mudar a sociedade. Não é justo que os seres humanos com capacidades tão maravilhosas continuem com seus direitos prejudicados. Se a sociedade deseja realmente evoluir, deve tratar a todos com igualdade.

 

Rolse de Paula - advogada militante no Paraná, Defensora dos Direitos Femininos, Fundadora do COCAJU (Congresso de Orientação e Carreiras Jurídicas) e Diretora na Associação Brasileira de Advogado em Curitiba.
Linkedin | drarolse 

 

Justiça tributária é possível mesmo sem reforma

O novo governo tem transmitido à nação a ideia de que somente será possível alcançar justiça na questão dos impostos mediante uma ampla reforma tributária. Soa como verdadeiro, entretanto é um discurso simplista e que não resiste a uma análise um pouco mais profunda sobre o tema.

A verdade é que existem instrumentos legais para propiciar justiça tributária, reduzir o volume de impostos que onera sobremaneira as classes C, D e E e parte da classe B, e iniciar um processo de maior respeito aos brasileiros das regiões Norte e Nordeste sem, obrigatoriamente, realizar a reforma tributária. Se, de fato, tal reforma é necessária para corrigir antigas distorções, não é impeditivo para ações de efeito mais rápido para aliviar o peso de impostos e tributos no bolso dos brasileiros mais pobres. Esses instrumentos são portarias, decretos e leis ordinárias, dos quais o governo pode lançar mão imediatamente, sem necessidade de aprovação pelo Congresso.

Independentemente de qualquer alteração no arcabouço jurídico vigente seria possível, por exemplo, fazer a correção anual da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física, cuja defasagem chega a 148%. Os efeitos dessa medida seriam de grande impacto positivo para a maioria da população. Os números oficiais provam isso. Hoje, quem tem remuneração mensal acima de R$ 1.903,98 é obrigado a pagar IR. Ou seja, a maioria. Em 2022, 90% dos brasileiros tiveram remuneração mensal média inferior a R$ 3.600,00 – R$ 3.900,00. No ano anterior, 68,6% dos trabalhadores com carteira assinada tiveram remuneração bruta entre um e dois salários mínimos, enquanto 36,4% dos trabalhadores receberam menos de um salário-mínimo (R$ 1.214,00) por mês. A parcela de quem recebeu até três salários-mínimos mensais (R$ 3.642,00) chegou a 74,9% dos trabalhadores.

Se fosse feita a simples correção da tabela, a isenção do IR alcançaria quem ganha até R$ 4.723,77 por mês, e não quem recebe até R$ 1.903,98, como ocorre hoje. Isto é, 90% dos brasileiros estariam isentos do Imposto de Renda se os governos respeitassem as leis e a Constituição Federal. Seria, portanto, um enorme projeto social de distribuição de renda.

Representaria, ademais, a eliminação de um distorção perversa porque, de acordo com a Secretaria da Receita Federal, 79,4% dos trabalhadores com carteira assinada e remuneração mensal bruta de até R$ 3.640,00 respondem por mais de 48% do total da arrecadação tributária brasileira. Temos, então, um retrato cruel: as classes C, D e E – menos favorecidas economicamente – sustentam o Tesouro.

Ao manter o IR sem correção, o governo na verdade está tributando inflação. E isso não é legítimo, pois inflação não é renda e, dessa forma, o cidadão é punido duas vezes: na compra de produtos básicos com preços mais elevados e, ao mesmo tempo, pagando mais tributos pela defasagem na tabela do IR. Tudo isso em contrariedade à Constituição, pela qual a tributação deve respeitar a capacidade economica do cidadão (Parágrafo 1°, do Art. 145, da CF/88) Não respeita, assim como imposto sobre inflação não consta da lista dos tributos de competência da União (art. 153). Além disso, a CF não permite exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça (art. 150, inciso I) e tampouco permite utilizar tributo como forma de confisco (art. 150, inciso IV).

Também sem necessidade de reforma tributária, União e Estados poderiam reduzir as alíquotas de impostos dos gêneros e produtos de primeira necessidade, cujos custos impactam fortemente os cidadãos das classes C, D e E. Hoje, a carga tributária sobre produtos de cama, mesa e banho é de 26% a 45%; sobre materiais básicos de construção é de 30% a 42%; sobre materiais de limpeza e higiene ultrapassa 30%; sobre materiais escolares está entre 36% e 45%; sobre vestuário básico é superior a 30%, e sobre alimentos é de mais de 28%. Um enorme peso no orçamento dos trabalhadores, fruto da incidência de tributos da União (PIS, COFINS e IPI) e dos estados (ICMS).

Atualmente, a tributação sobre o consumo representa de 43% a 46% do total da arrecadação tributária brasileira. É um castigo desmerecido para quem ganha menos e uma vergonha nacional, com a qual parecem não se importar os governantes.

Enquanto não é concluída uma reforma tributária ampla e simplificadora da vida dos contribuintes, processo que demanda aprovação pelo Congresso, (Emenda Constitucional) em tramitação presumivelmente demorada, essas duas medidas significariam um sensível e imediato alívio financeiro à população, especialmente a mais pobre.

A perda de arrecadação decorrente da correção da tabela do Imposto de Renda e da redução da carga tributária sobre o consumo de itens básicos não é empecilho porque poderia ser suficientemente compensada pela revisão administrativa dos gastos tributários da União. Se o Brasil reduzisse tais gastos do atual patamar de 4,3% do PIB nacional (ou R$ 485 bilhões/ ano) para algo em torno de 1,5% a 2% do PIB (de R$ 170 a R$ 225 bilhões/ano), a economia anual seria de R$ 260 bilhões.

Isso deveria ser acompanhado da revisão da destinação dos gastos tributários da União. Hoje, 63% do valor das renúncias fiscais – parte delas envolvendo tributos compartilhados com estados e municípios – são destinados a beneficiários do Sul e do Sudeste, as regiões mais desenvolvidas do país, em vez de servir para a correção das desigualdades regionais e sociais como, aliás, prevê a Constituição Federal nos artigos 3º, 43 e 165. O Brasil precisa atacar os privilégios e enterrar de vez a máxima “redução de custos, nem pensar”.

Tudo não seria favor algum nesse país que também não precisa que as chaves das caixas de bondades sejam entregues nas mãos daqueles que se apresentam com promessas milagrosas ou que se autodefinem como defensores dos pobres. O Brasil se ressente de mais verdades e mais respeito aos contribuintes e cidadãos. Eles merecem tratamento à altura dos impostos que pagam com sacrifício. Sem essas mudanças, permanecerá sempre atual a antiga frase do humorista, jornalista e dramaturgo Millôr Fernandes (1923-2012), de fina ironia: “Me arrancam tudo à força e depois me chamam de contribuinte”.

 

Samuel Hanan - engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros “Brasil, um país à deriva” e “Caminhos para um país sem rumo”. https://samuelhanan.com.br

 

Veja 05 dicas para controlar a ansiedade e conquistar uma boa vaga de emprego em 2023

A ansiedade pode se tornar um grande empecilho para os candidatos. (Créditos: Unsplash)

O número de ansiosos representa cerca de 9,3% da população, e coloca o Brasil como líder do ranking de países mais ansiosos

 

Iniciar um processo seletivo pode ser desafiador para alguns candidatos, ainda mais se for um momento cheio de etapas, o que pode desencadear uma ansiedade prejudicial. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, 18,6 milhões de brasileiros sofriam de ansiedade. O número representa cerca de 9,3% da população, e coloca o Brasil como líder do ranking de países mais ansiosos. 

A ansiedade não atrapalha só os pensamentos do presente mas os que ainda estão por vir. O indicado para o participante em um processo seletivo é tentar manter a calma e realizar sua melhor performance quando for se comunicar com o recrutador. Já no ponto de vista dos prospectadores é importante proporcionar o melhor ambiente para os futuros colaboradores, conduzindo uma entrevista leve e dinâmica. 

“Sabemos que o período de entrevistas pode ser estressante e desafiador, mas gosto sempre de mostrar para os alunos da Minds que é um momento para se destacarem e contarem um pouco da sua história, são minutos para você mostrar suas principais características, qualidade e porque a empresa precisa do seu trabalho, não apenas no âmbito técnico, mas também comportamental. E se a entrevista tiver conversação em inglês, o ideal é mostrar confiança para apresentar e se destacar frente ao recrutador”, afirma Augusto Jimenez, psicólogo e diretor nacional da Minds Idiomas.

Segundo uma pesquisa da Hays (empresa britânica de recrutamento) de 2019, 91% das empresas no Brasil exigem algum nível de conhecimento de inglês. Pensando nisso, Augusto Jimenez, CMO da Minds Idiomas, separou 5 dicas de como controlar a ansiedade na entrevista:
 

1.Cuidado com o corpo e mente 

Para uma grande apresentação é necessário que os ensaios sejam realizados, então nas vésperas da entrevista simule o que você gostaria de falar, suas qualidades, qualificações e pontos fortes que te tornam um diferencial e uma peça única para a vaga. Um outro ponto importante é estudar sobre a empresa, isso se torna um item a mais para expressar o porquê a vaga se encaixa tanto em seu perfil!


2.Preparo 

Para o dia da entrevista tente acordar cedo, o preparo é essencial para que possíveis desafios sejam combatidos. Escolher a roupa adequada, separar os documentos necessários, caso a entrevista seja realizada de forma remota teste a internet, microfone e áudio antes, isso evita que a ansiedade de algo negativo acontecer seja presenciada.


3.Tenha tempo de qualidade 

Uma mente bem preparada e relaxada auxilia para um corpo mais produtivo, então pratique seus hobbies favoritos como ler, escutar música ou assistir a algum filme para se desvencilhar de qualquer ansiedade que venha te perturbar. Isso permite que o cérebro não pense e foque todas as energias no processo seletivo.


4.Procure sobre táticas de anti estresse e ansiedade 

Se mesmo praticando alguma das dicas acima não funcionar, tenha táticas para que a ansiedade seja combatida como controle e técnicas de respiração adequadas, o famoso "Inspirar e expirar” auxilia para o controle do nervosismo.


5.Ouça o recrutador 

A ansiedade pode ser uma armadilha para que a vaga não seja alcançada, então uma das dicas mais importantes é escutar antes de falar. Entender qual o ritmo da entrevista auxilia para que o candidato não atropele quem está lhe fazendo as perguntas e saiba responder com leveza e tranquilidade. Se precisar falar em inglês, mantenha a calma e mostre o seu melhor.

 

Minds
mindsidiomas.com.br/


08 de março: dezoito estados e DF descumprem a Lei de Acesso à Informação e não fornecem dados sobre violência contra as mulheres

Acre, Paraíba e Santa Catarina negaram o acesso aos números; mapeamento faz parte de parceria entre Senado, Instituto Avon e Gênero e Número

 

O Instituto Avon, o Observatório da Mulher Contra a Violência do Senado Federal e a Gênero e Número firmaram uma parceria para a unificação, organização, análise e monitoramento de estatísticas públicas nacionais sobre violências contra mulheres. Nos esforços para a execução do projeto, as entidades utilizaram a Lei Acesso à Informação (LAI) para solicitar dados de segurança pública de todas as unidades federativas do Brasil, sobretudo registros de ocorrência e feminicídios, bem como chamadas para a polícia militar. 

O mapeamento dos dados é a primeira parte de uma parceria inédita entre os três entes para garantir a transparência e a disponibilidade de bases sobre violência contra as mulheres em diferentes setores: saúde, segurança pública, justiça, entre outros. O objetivo é garantir o cumprimento da lei de acordo com os preceitos do Estado democrático de direito, que assegura o acesso aos dados a todos os cidadãos de forma igualitária. Com frequência, parte destas informações são disponibilizadas para a mídia e alguns entes da sociedade civil, no entanto, por regra deveriam ser abertas a quaisquer pessoas e não fornecidos de maneira seletiva. Índices de qualidade e frequentemente atualizados são fundamentais para o planejamento, monitoramento, avaliação e aprimoramento de políticas públicas. 

Dezoito estados e o Distrito Federal não cumpriram a LAI. Acre, Paraíba e Santa Catarina negaram completamente o acesso aos seus indicadores estaduais; outros onze estados enviaram dados insuficientes: Maranhão, Tocantins, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul; por fim, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Sergipe não responderam aos pedidos de envio dos indicadores feitos pelas instituições em meados de 2022. 

“O Observatório foi criado a partir da necessidade de um olhar mais atento para os dados de violência contra a mulher no Brasil. A união de esforços, por meio do acordo de cooperação, enfatiza a falta de dados disponíveis e tem como um de seus objetivos a busca destes dados e a disponibilização pública para os interessados, sem a necessidade de esforço específico e dirigido de pedidos às unidades da federação pela LAI, como tivemos que realizar para os projetos da parceria.” explica Maria Teresa Prado, coordenadora do Observatório da Mulher no Senado Federal.

“A união de esforços entre o setor público e a sociedade civil no enfrentamento às violências contra meninas e mulheres visa a otimização de recursos e esforços em prol de um mesmo objetivo. Indicadores acessíveis e de qualidade são condições para monitorar e avaliar políticas públicas. Sem eles, não há estabelecimento e acompanhamento de metas. Uma das missões do Instituto Avon é mobilizar a população, integrando diferentes áreas, setores e conhecimentos em prol das brasileiras”, explica Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon.  

"Basta de descumprimento da LAI. A disponibilização de dados abertos a todos os cidadãos é um direito garantido há 11 anos e desrespeitado pela maioria das secretarias de Segurança Pública. Como organização que trabalha com dados sobre os direitos das mulheres, nossa mobilização visa acabar com esta falta de transparência que tanto prejudica as brasileiras”, afirma Maria Martha Bruno, diretora de conteúdo da Gênero e Número e uma das coordenadoras da parceria.

 

Sobre o Instituto Avon

O Instituto Avon é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua na defesa de direitos fundamentais das mulheres, por meio de iniciativas nas causas da atenção ao câncer de mama e do enfrentamento às violências contra as meninas e mulheres. Por meio de ações próprias e também de parcerias com instituições da sociedade civil, setor privado e poder público, o Instituto Avon se concentra na produção de conhecimento e no desenvolvimento de iniciativas que mobilizem todos os setores da sociedade para o avanço das causas. Desde a sua fundação em 2003, o braço social da Avon no Brasil já investiu R 180 milhões no país em mais de 400 projetos, beneficiando mais de 5 milhões de mulheres e engajando mais de 120 empresas privadas em suas iniciativas.

 

Observatório da Mulher Contra a Violência do Senado Federal (OMV)

O Observatório da Mulher faz parte da estrutura da Secretaria de Transparência do Senado. Com o Instituto DataSenado, é responsável pela Pesquisa de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, que é a série histórica sobre o tema mais antiga no Brasil. O OMV tem como atribuição reunir e sistematizar as estatísticas oficiais, promover pesquisas e estudos, coletar dados primários e apoiar o trabalho das senhoras(es) senadoras(es) em relação à violência contra a mulher. Sua missão é contribuir para o fim da violência contra as mulheres, constituindo-se como uma plataforma de referência nacional e internacional em dados, pesquisa, análise e intercâmbio entre as principais instituições atuantes na temática de violência contra as mulheres.

 

Gênero e Número

A Gênero e Número é uma empresa social que produz e distribui informação orientada por dados e análises sobre questões urgentes de gênero e raça, visando qualificar debates rumo à equidade. A partir de linguagem gráfica, conteúdo audiovisual, pesquisas, relatórios e reportagens multimídia alcançamos e informamos uma audiência interessada no assunto


Cinco habilidades profissionais desejadas no mercado de trabalho

Consultor de carreira elenca diferenciais para se destacar no mundo corporativo


Na última semana de fevereiro, a Agência do Trabalhador do Paraná informou a disponibilidade de aproximadamente 12.700 vagas de emprego com carteira assinada.

Mas quais as habilidades necessárias para conquistar a tão sonhada vaga de emprego? O consultor de carreira da ESIC Internacional, Alexandre Weiler, lembra o que é essencial na hora da busca por uma colocação no mercado. “Algumas competências são natas, ou seja, a pessoa nasce com elas, porém é possível desenvolver diferenciais competitivos, seja com cursos, palestras, networking ou muito estudo”, afirma.

Quando uma empresa busca um profissional, já tem traçado o perfil que espera para a vaga. “Muitas empresas colocam a busca por talentos no topo das maiores dificuldades do dia a dia empresarial. Uma contratação errada gera custos, tempo perdido e menos sucesso para a empresa”, afirma Weiler. Hoje as empresas buscam profissionais com conhecimento técnico, boa habilidade emocional e, principalmente, abertos a aprender e evoluir. Weiler lista cinco habilidades muito valorizadas pelas empresas:

 

Liderança

Alguns colaboradores trazem a liderança como algo natural, dentro de si. Saber comandar uma equipe, delegar funções, incentivar e motivar os demais funcionários e, acima de tudo, ter uma visão global da empresa e olhar para o futuro.

 

Inovação

O colaborador que consegue trazer soluções inovadoras, o famoso pensamento “fora da caixa”, é muito valorizado pela empresa. Enxergar oportunidades de mudanças e ferramentas inovadoras para lidar com os desafios é uma habilidade cada vez mais esperada por quem busca um profissional no mercado.

 

Empatia

Colaboradores que se identificam com a empresa conseguem se colocar no lugar dos clientes para encontrar soluções. Aqui falamos dos colaboradores que, ao mesmo tempo, consomem ou utilizam os serviços ou produtos oferecidos pela empresa: a visão deles se torna um diferencial para trazer competitividade e inovação, já que podem oferecer suas próprias opiniões e conclusões sobre a empresa. Os negócios devem valorizar a contratação de profissionais que se identificam com a marca.

 

Inteligência Emocional

Conhecer as suas próprias características pessoais faz com que, na maioria das vezes, o colaborador também tenha maior facilidade para lidar com pessoas. Seja com os demais colaboradores, subordinados ou líderes, ou até mesmo com o cliente, um profissional com inteligência emocional desenvolvida consegue mostrar maior determinação e garra no dia a dia do trabalho.

 

Especialização

A formação profissional, cursos, palestras, pós-graduação e especializações realizadas pelos colaboradores mostram o conhecimento técnico de cada um e são cruciais na hora da empresa decidir por uma contratação. Há também o caminho inverso, quando a empresa percebe a dedicação, porém, com pouco conhecimento técnico, pode oferecer a formação como forma de capacitação do colaborador.


“Líderes devem proporcionar um ambiente inclusivo e diverso”, diz especialista em cultura organizacional

 Amanda Diaz, diretora de cultura da keeggo, defende que iniciativas simples, como a criação de comitês internos, podem estreitar a comunicação entre a equipe

 

Por mais que iniciativas de inclusão já sejam rotina em grande parte das empresas – 96% das companhias brasileiras realizam campanhas para fomentar programas referentes à temática, como aponta estudo da startup Blend Edu – o desafio de implementá-las ainda permeia as equipes. Felizmente, o movimento tem ajudado departamentos de recursos humanos a investirem cada vez mais em ações inclusivas. Um dos grandes exemplos de D&I no mercado, atualmente, é a keeggo, fornecedora de soluções de tecnologia para negócios.


Para Amanda Diaz, diretora de cultura da keeggo, promover a diversidade e inclusão na empresa é uma tarefa que requer uma mudança no mindset. Ela afirma que esse olhar deve vir da liderança primeiro, para só depois ser estendido às demais áreas. “O discurso precisa estar muito alinhado com a cultura da organização, por isso, os responsáveis devem pensar em ações afirmativas e o mais importante é que isso saia do papel e seja executado com consistência”, afirma.


Com quase 30 anos de atuação no Brasil, a companhia tem uma cultura fortalecida na área de Diversidade e Inclusão. Ela patrocina a Seleção Brasileira de Rugby em Cadeiras de Rodas, iniciativa que resultou na contratação de alguns atletas, somando ao quadro de colaboradores. Um deles é Gabriel Feitosa, que também exerce a função de assistente jurídico. Em 2022, ele conquistou o prêmio paralímpico na categoria Melhor Atleta de Rugby em Cadeiras de Rodas.


“Essa parceria tem sido muito agregadora para o nosso time. Desenvolvemos profissionais que já eram excelentes atletas, e que agora também estão se destacando dentro do universo da tecnologia. Sabemos da importância do esporte para o cenário brasileiro e mundial e poder contribuir para isso é com certeza um grande privilégio”, conta Diaz.


Para expandir conhecimentos e mobilizar seu time interno, a keeggo também tem se dedicado a orientar seus colaboradores por meio de treinamentos sobre Vieses Inconscientes, além de letramentos Raciais, LGBTQIA+, PCDs e de Gênero. A empresa também criou comitês dedicados a temas variados, como questões raciais, de equidade de gênero, LGBTQIA+, de acessibilidade, entre outros. Amanda destaca que a criação desses grupos pode ser uma iniciativa simples, mas tem resultados expressivos entre os colaboradores.

“Sempre pautamos nossa equipe sobre diversos assuntos complexos que precisam ser discutidos. Para estreitarmos ainda mais nossa comunicação, decidimos criar os comitês e, a partir de então, temos acompanhado a empatia e o envolvimento do nosso time com essas temáticas tão importantes. Isso tem contribuído para um ambiente cada vez mais diverso e para uma comunicação inclusiva”, finaliza a executiva.

 

keeggo

 

Conteúdo em vídeo alcança 99,6% dos brasileiros

Edição de 2023 do Inside Video, estudo produzido pela Kantar IBOPE Media, analisa o comportamento e o consumo de vídeo da população em diversas telas e plataformas 

 

A medição cross mídia da Kantar IBOPE Mídia explora o consumo domiciliar de vídeo em todas as telas, oferecendo ao mercado um panorama amplo sobre o comportamento e as preferências dos brasileiros, uma vez que em 2022 os conteúdos em vídeo alcançaram 99,6% da população. 

Entre todos os dispositivos analisados, como aparelhos de TV – conectados ou não –, smartphones, tablets e computadores, 78,7% do tempo do consumo domiciliar foram dedicados à televisão linear (TVs aberta e paga) e 21,3% a plataformas online. As TVs e TVs Conectadas são as favoritas do público, representando 90,4% do total de tempo consumido. Já os smartphones estão com 7,6%, desktops 1,6% e tablets 0,3%. 

Os altos índices de consumo no Brasil transformam o vídeo em um formato crucial para o mercado publicitário. Em 2022, 68% de todo o investimento publicitário foram feitos em vídeo – um ponto percentual acima do ano anterior. Esse número sobe para 71% ao considerarmos as Top 10 marcas mais valiosas e para 74% as Top 10 marcas de bens de consumo mais escolhidas. 

“Vivemos um momento de grande transformação da indústria de conteúdo e comunicação, com novos formatos se consolidando ou se ressignificando, tecnologias se popularizando e recentes padrões de consumo em alta. A medição de audiência da Kantar IBOPE Media acompanha essas mudanças e hoje já temos a medição cross mídia, que analisa e reporta dados de consumo de vídeo em múltiplas plataformas e telas”, comenta Adriana Favaro, diretora de Business Development da Kantar IBOPE Media. 

O tempo médio de consumo nacional é de 5h17min por dia assistindo à TV linear. O valor é acima da média nacional nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro (6h04min), São Paulo (5h39min) e Manaus (5h29min). 

Ao olhar para o tempo médio que uma pessoa assiste à TV antes de mudar de canal, por sua vez, é possível ver um aumento consistente ano após ano – de 36 minutos em 2018 para 43 minutos em 2022. Isso vem aliado a uma queda do número de vezes em que um indivíduo muda de canal, indicando menos zapping por parte do consumidor. 

As TVs Conectadas vêm ganhando espaço. Em cinco anos, a penetração do dispositivo no Brasil cresceu 25 pontos percentuais, passando de 34% em 2018 para 59% em 2022. 

O vídeo online alcança 31,8% da população brasileira em um único dia, quase dobrando esse valor em um período mensal (61,1%), e seu consumo é mais variado: 55% do total do tempo assistido são via TVs e TVs Conectadas, enquanto 36% ocorrem por meio de smartphones. 

No Brasil, 56% das pessoas conectadas que assinam algum serviço de streaming estariam dispostas a aceitar publicidade nas plataformas, se isso tornasse as assinaturas mais baratas. O valor é maior do que em mercados como Grã-Bretanha (53%), Argentina (48%) e Alemanha (44%). 

O Inside Video 2023 utiliza dados do Painel 2.0, tecnologia inovadora de medição de audiência que une informações do Focal Meter (FM), aparelho instalado no roteador dos domicílios para medir o tráfego de internet, e do peoplemeter DIB 6, que identifica a audiência de TV. 



Kantar
www.kantaribopemedia.com



Dia Internacional da Mulher - um diálogo sobre Igualdade, valorização e transformação


O mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher é também uma ocasião para se propor diálogos e alternativas sobre as dificuldades que a sociedade ainda enfrenta em temáticas como violência contra a mulher e equidade de gênero. 

As mulheres são maioria absoluta no Brasil. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), elas representam 51,1% da população brasileira. Para se ter uma ideia dessa força feminina, basta lembrarmos que elas são mães dos demais 48,9% de homens que completam esse quadro. 

Mesmo com essa representatividade populacional, os dados estatísticos apontam que as mulheres ainda encontram muitos obstáculos a serem superados para se atingir a igualdade de gênero, principalmente no mundo corporativo, onde encontramos diferenças salariais e de oportunidades, e também o chamado “teto de vidro” -- fenômeno caracterizado pela menor velocidade com que as mulheres ascendem na carreira. 

Segundo levantamento de 2021 do IBGE, apenas 54,5% das mulheres com 15 anos ou mais integravam a força de trabalho no país em 2019, ao passo que entre os homens, esse percentual foi de 73,7% (fonte Agência Brasil). Ainda de acordo com o órgão, elas estudam mais que os homens, trabalham em média três horas por semana a mais, e ganham 23,5% a menos. Além disso, uma pesquisa recente da Datafolha realizada a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública constatou que todas as formas de violência contra a mulher aumentaram em 2022, entre xingamentos, espancamentos, ameaças e tiros.

Para Fátima Macedo, CEO da Mental Clean, o Brasil obteve avanços significativos nesse setor, quando muitas empresas passaram a se comprometer com a igualdade de gênero dentro do ambiente de trabalho e, também com o enfrentamento da violência contra as mulheres. 

“Diversas empresas, nos últimos anos, lançaram projetos e programas estruturados para trazer mais mulheres para sua força de trabalho. O número das organizações que também lançaram programas de conscientização e combate à violência contra a mulher também vem aumentando nos últimos anos. Hoje é possível observar pessoas do sexo feminino em profissões antes destinadas apenas ao universo masculino. Elas estão operando máquinas dentro de indústrias e de grandes fábricas, e se sentindo um pouco mais seguras e confiantes em muitas delas. Cada vez mais, as mulheres estão nesses espaços e na alta e na média gestão”, afirma Fátima Macedo. 

Porém, a CEO da Mental Clean pontua que manter-se empregada em situações de crise e competir de igual para igual também são desafios da mulher na atualidade.
 

O Dia Internacional da Mulher nas empresas

Nos últimos anos, tem havido uma mudança em relação ao significado da comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Muitas mulheres sugerem que essa celebração ocorra por meio de discussões e reflexões sobre empoderamento, alternativas para a busca de igualdade, o papel da mulher na atualidade e o quanto ela contribui para a transformação social. 

De acordo com Fátima Macedo, as empresas podem implementar ações contínuas de valorização da profissional e de conscientização sobre as questões femininas, tratando de questões básicas como:

  • Trabalhar a cultura da empresa, não aceitando posturas machistas e assédios.
     
  • Criar políticas de inclusão de mulheres em cargos de chefia e liderança.
     
  • Ter um olhar diferenciado para a profissional que tem filhos, permitindo que ela tenha horários mais flexíveis, por exemplo.
     
  • Promover ações específicas de enfrentamento à violência contra a mulher, tanto no meio corporativo, como fora, com canais de acolhimento e denúncia.

Fátima Macedo ressalta que “quanto mais o papel da mulher é reconhecido e valorizado, com espaços de fala, mais ela se torna uma grande parceira do homem, seja ele um colega de trabalho, um companheiro, um irmão ou pai. Não existe um lugar onde o homem ou a mulher sejam melhores, e sim que podem ser ocupados por todos e que transformam a vida das pessoas de uma maneira muito melhor”, conclui a CEO da Mental Clean.

 

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