O mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher é também
uma ocasião para se propor diálogos e alternativas sobre as dificuldades que a
sociedade ainda enfrenta em temáticas como violência contra a mulher e equidade
de gênero.
As mulheres são maioria absoluta no Brasil. Segundo dados do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), elas representam 51,1% da
população brasileira. Para se ter uma ideia dessa força feminina, basta
lembrarmos que elas são mães dos demais 48,9% de homens que completam esse
quadro.
Mesmo com essa representatividade populacional, os dados
estatísticos apontam que as mulheres ainda encontram muitos obstáculos a serem
superados para se atingir a igualdade de gênero, principalmente no mundo
corporativo, onde encontramos diferenças salariais e de oportunidades, e também
o chamado “teto de vidro” -- fenômeno caracterizado pela menor velocidade com
que as mulheres ascendem na carreira.
Segundo levantamento de 2021 do IBGE, apenas 54,5% das mulheres com 15 anos ou mais integravam a força de trabalho no país em 2019, ao passo que entre os homens, esse percentual foi de 73,7% (fonte Agência Brasil). Ainda de acordo com o órgão, elas estudam mais que os homens, trabalham em média três horas por semana a mais, e ganham 23,5% a menos. Além disso, uma pesquisa recente da Datafolha realizada a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública constatou que todas as formas de violência contra a mulher aumentaram em 2022, entre xingamentos, espancamentos, ameaças e tiros.
Para Fátima Macedo, CEO da Mental Clean, o Brasil obteve avanços
significativos nesse setor, quando muitas empresas passaram a se comprometer
com a igualdade de gênero dentro do ambiente de trabalho e, também com o
enfrentamento da violência contra as mulheres.
“Diversas empresas, nos últimos anos, lançaram projetos e
programas estruturados para trazer mais mulheres para sua força de trabalho. O
número das organizações que também lançaram programas de conscientização e
combate à violência contra a mulher também vem aumentando nos últimos anos.
Hoje é possível observar pessoas do sexo feminino em profissões antes
destinadas apenas ao universo masculino. Elas estão operando máquinas dentro de
indústrias e de grandes fábricas, e se sentindo um pouco mais seguras e
confiantes em muitas delas. Cada vez mais, as mulheres estão nesses espaços e
na alta e na média gestão”, afirma Fátima Macedo.
Porém, a CEO da Mental Clean pontua que manter-se empregada em
situações de crise e competir de igual para igual também são desafios da mulher
na atualidade.
O Dia Internacional da Mulher nas empresas
Nos últimos anos, tem havido uma mudança em relação ao significado
da comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Muitas mulheres sugerem que essa
celebração ocorra por meio de discussões e reflexões sobre empoderamento,
alternativas para a busca de igualdade, o papel da mulher na atualidade e o
quanto ela contribui para a transformação social.
De acordo com Fátima Macedo, as empresas podem implementar ações
contínuas de valorização da profissional e de conscientização sobre as questões
femininas, tratando de questões básicas como:
- Trabalhar a cultura da empresa, não aceitando posturas
machistas e assédios.
- Criar políticas de inclusão de mulheres em cargos de
chefia e liderança.
- Ter um olhar diferenciado para a profissional que tem
filhos, permitindo que ela tenha horários mais flexíveis, por exemplo.
- Promover ações específicas de enfrentamento à violência
contra a mulher, tanto no meio corporativo, como fora, com canais de
acolhimento e denúncia.
Fátima Macedo ressalta que “quanto mais
o papel da mulher é reconhecido e valorizado, com espaços de fala, mais ela se
torna uma grande parceira do homem, seja ele um colega de trabalho, um
companheiro, um irmão ou pai. Não existe um lugar onde o homem ou a mulher
sejam melhores, e sim que podem ser ocupados por todos e que transformam a vida
das pessoas de uma maneira muito melhor”, conclui a CEO da Mental Clean.
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