Pesquisar no Blog

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Comunidades no Whatsapp devem chegar ao Brasil em 2023; veja como marcas podem embarcar na novidade

Funcionalidade permite a gestão de diversos grupos sob o mesmo guarda-chuva e é estratégica para estreitar relacionamento com os clientes

 

 

O WhatsApp lançou no fim de 2022 uma ferramenta para a criação de comunidades. Trata-se de um canal em que as marcas podem fazer a gestão de diversos grupos, que podem abordar assuntos distintos com fornecedores, funcionários e, principalmente, clientes e consumidores em potencial.


A novidade está em sinergia com as necessidades do mercado, uma vez que a proximidade da empresa com seus clientes nunca foi tão importante. “Hoje em dia, é essencial que as marcas estejam presentes nas redes sociais, porém, mais do que isso, é necessário manter um diálogo com o público de interesse. Por isso, a criação de comunidades está cada vez mais relevante”, afirma Satye Inatomi, sócia da Jahe Marketing. 


A atualização chegará ao Brasil em 2023 – o aplicativo de mensagens fez um acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para disponibilizar o recurso só depois das eleições. Essa é a hora, portanto, para as marcas incluírem a funcionalidade em sua estratégia de marketing do próximo ano.


O Whatsapp está presente em 99% dos smartphones, sendo que 80% dos usuários usam o aplicativo para se comunicar com marcas, aponta pesquisa da  Infobip (Plataforma Global de Comunicação para Empresas). Assim, mesmo que existam outros aplicativos que oferecem recursos similares, estar nessa rede social é estratégico para qualquer negócio.


Ao mesmo tempo, a criação de comunidades vem ganhando força. Criadores de conteúdo elaboram newsletter e canais no Telegram para debater temas específicos que às vezes não cabem em outras redes sociais, tais como séries, promoções e até mesmo a criação de clube do livro – e esses recursos também começam a ser utilizados pelas empresas para estreitar laços com suas audiências.


“Esses espaços devem ser um canal aberto para feedbacks positivos e negativos, aumentando a credibilidade da marca. Elas são uma oportunidade para a empresa entender do que as pessoas gostam e o que pode ser melhorado. Já temos casos de marcas que estão desenvolvendo produtos com base nas demandas que surgiram nesses grupos”, assinala Thaís Faccin, sócia da Jahe Marketing.


 

Comunidades do Whatsapp na prática


Quando a nova ferramenta chegar aos usuários brasileiros, a ideia é que as empresas consigam gerir diversos grupos sob o mesmo guarda-chuva, sendo possível enviar a mesma mensagem para todos ao mesmo tempo ou individualmente. Ao contrário de outras plataformas, só será possível ingressar em um desses canais caso o administrador adicione a pessoa ou aceite a solicitação. Isso possibilita a segmentação de cada grupo de acordo com as necessidades da organização.


Negócios de todos os tipos podem se beneficiar da funcionalidade, dizem as sócias da Jahe Marketing. Uma escola, por exemplo, pode ter um grupo de pais para cada turma de alunos, enviando comunicados relacionados às atividades de cada grupo ou informativos gerais, como período de férias e eventos que incluam todos os estudantes.


“Uma marca de roupas pode criar uma comunidade com um grupo de clientes fidelizados para enviar cupons de desconto e promoções exclusivas, e outro com a base de contatos mais ampla, focado na divulgação de novidades. A vantagem é que será possível enviar, ao mesmo tempo, comunicados pertinentes aos dois públicos, como o horário de funcionamento da loja e comunicados de liquidações”, exemplifica Inatomi.


Além disso, a ferramenta também pode auxiliar na comunicação interna ou com fornecedores de uma empresa. Uma pequena indústria pode ter um canal com grupos para cada um dos setores, outro apenas para gestores e outro para comunicados gerais, além de canais para comunicação com clientes e fornecedores.


“A tendência é que parte das comunidades que hoje têm outros formatos, como newsletter, canal no Telegram, etc., migre para o Whatsapp. Enquanto a funcionalidade não chega ao Brasil, é importante planejar conteúdos criativos e de qualidade para se destacar no mercado com um grupo engajado e que pode gerar bons resultados”, finaliza Faccin.

 

 

Jahe Marketing

 

ViaQuatro e ViaMobilidade realizam campanha de conscientização sobre a hanseníase

Em parceria com a NHR Brasil, ação nas linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda visa levar informações sobre a doença aos passageiros

 

Você sabia que o Brasil é o segundo país do mundo com mais casos de hanseníase, só atrás da Índia? Sabe como a doença é transmitida e se ela tem cura? Para responder a essas e outras perguntas sobre o tema, a ViaQuatro e a ViaMobilidade realizam até o fim deste mês a campanha de engajamento Janeiro Roxo, em parceria com a NHR Brasil, organização não-governamental que atua na conscientização e combate à doença.

O objetivo da campanha Janeiro Roxo é ampliar o conhecimento da população sobre a doença, por meio de ações de conscientização, e reforçar a importância do diagnóstico precoce para evitar a ocorrência de sequelas graves, que geram incapacidades físicas. 

A hanseníase, antigamente conhecida como lepra, é causada por infecção com a bactéria Mycobacterium leprae, transmitida após um longo convívio com pessoas acometidas pela doença e sem tratamento. Ela afeta principalmente a pele, os olhos, o nariz e os nervos periféricos. Os sintomas incluem manchas claras ou vermelhas na pele com diminuição da sensibilidade, dormência e fraqueza nas mãos e nos pés. A doença pode ser curada com 6 a 12 meses de tratamento, com medicações disponíveis de forma gratuita pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

A campanha Janeiro Roxo é dividida em duas fases. Na primeira, folhetos com diversas informações sobre a hanseníase estarão à disposição dos passageiros nos nichos de incentivo à leitura em todas as estações das linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda até o dia 31 de janeiro.

A segunda etapa da campanha contará com a presença de agentes da NHR Brasil em estações de todas as linhas para distribuir os informativos e tirar dúvidas dos passageiros sobre a hanseníase, sempre das 10h às 16h (veja programação abaixo).

“A hanseníase é uma doença considerada negligenciada, que acomete cerca de 30 mil pessoas por ano no Brasil. Mesmo assim, há muito a ser feito para enfrentá-la. Pouco se fala sobre sinais e sintomas ou sobre incapacidades físicas que a doença pode gerar. É preciso ainda falar das marcas da vulnerabilidade social e do preconceito. Campanhas como o Janeiro Roxo são fundamentais para informar a população que a hanseníase tem tratamento e cura, que as pessoas acometidas devem ser acolhidas e que o preconceito só agrava o problema”, afirma Alexandre Menezes, Diretor Nacional da NHR Brasil.

Para Juliana Alcides, gerente de Comunicação e Sustentabilidade da ViaMobilidade e da ViaQuatro, "a falta de informações é uma aliada da doença. Por isso, é importante que locais de grande circulação de pessoas, como as estações de trem e metrô, sirvam para disseminar conhecimento”.

Programação

Veja onde e quando você poderá encontrar agentes da NHR Brasil nas estações, das 10h às 16h:

Linha 4-Amarela
23/1
– Estação Luz

Linha 9-Esmeralda
24/1
– Estação Pinheiros

Linha 8-Diamante
25/1
– Estação Osasco
26/1 – Estação Itapevi

Linha 5-Lilás
27/1
– Estação Largo Treze

 

O que esperar do novo governo em relação aos concursos?

Um novo governo também traz consigo mudanças na máquina pública que afeta diretamente os concurseiros; o advogado Agnaldo Bastos explica as possíveis mudanças


 

Novos governos impactam um país como um todo com suas mudanças. No entanto, um dos setores que mais sofre essa interferência, são os órgãos públicos, logo, também traz alterações para quem presta concursos públicos e sonha em conseguir uma vaga. A boa notícia é que os próximos 4 anos serão mais fáceis para os concurseiros.

 

Para o governo Lula, é esperado que sejam abertos cerca de 120 editais e até 55 mil vagas, nos mais variados órgãos, como explica Agnaldo Bastos, advogado especialista em concursos públicos. “São diversos concursos municipais, estaduais e federais. Dentre os concursos municipais é importante cada candidato acompanhar no site da Prefeitura do seu município. Quanto aos concursos estaduais, vários são de polícias militares, polícias civis, polícias penais e corpo de bombeiros militares. Quanto aos concursos no âmbito da Administração Pública Federal, temos os seguintes mais importantes: PF Administrativo, Concurso da PRF, TSE e TRE Unificado, TRF`s, ABIN, DPU, MPU, AGU”, cita.

 

A quantidade de concursos está muito relacionada com a forma na qual o governo lida com o poder público. “O novo governo Lula tende a focar mais na máquina pública, portanto, ao contrário do governo de Bolsonaro que visava desinchar a Administração Pública, o novo governo investirá mais na abertura de concursos públicos federais, seja na Administração Pública direta ou indireta", explica.

 

Mudanças do novo governo

 

As alterações que podem ocorrer nos concursos públicos, também devem gerar mais concorrência pelas vagas. “Com o enfoque do novo governo em aumentar a quantidade de concursos públicos e, principalmente, pelo fato de que na Administração Pública o pagamento de remunerações e salários tende a ser maior que na iniciativa privada, a concorrência acaba sendo muito alta. Muitas pessoas que ficaram desempregadas durante o período da pandemia passaram a se dedicar aos estudos de concursos públicos. Então, o candidato precisa se diferenciar da concorrência e conseguir melhores notas para conseguir sua aprovação”, alerta.

 

Mesmo assim, o momento ainda é de otimismo para os concurseiros. “Dois fatores são fundamentais para termos certeza que o próximo ano será melhor para os concurseiros: o novo governo Lula tem uma política voltada para o aumento de concursos públicos. Muitos concursos ficaram represados durante a pandemia e somente agora, em 2023, vamos ter o retorno em peso de vários concursos que eram para acontecer, mas ficaram impedidos de serem realizados tanto pela pandemia quanto pelas suspensões de prazos de concursos mais antigos”, indica Agnaldo.

 

A preparação para os concursos é a mesma

 

Apesar do aumento das vagas e dos editais, é importante notar que conseguir passar em um concurso sempre vai requerer muito esforço e dedicação dos candidatos. “Algumas das maiores dores dos candidatos são: falta de método de estudo, dificuldade em se concentrar e focar para estudar para um concurso específico, dúvidas em relação a decisão de qual concurso estudar, depois que o candidato é aprovado, ainda tem que enfrentar a ansiedade de esperar sua nomeação e posse”, revela.

 

Por fim, é essencial também que os candidatos entendam todos os processos e seus direitos enquanto prestam para algum cargo público. “É muito importante os candidatos não apenas estudarem para seus concursos, mas também estarem cientes dos seus direitos como candidatos, pois pode acontecer de muitos serem aprovados em um certame, e a Administração demorar a convocá-los, então somente através de uma ação judicial conseguir sua nomeação e posse. Há também muitas reprovações em concursos que são ilegais e os candidatos podem recorrer. Muitos acham que a Banca Examinadora é absoluta e não tem como recorrer de suas decisões, no entanto, muitas atitudes das Bancas são arbitrárias e os candidatos podem recorrer à Justiça para resguardarem seus direitos”, finaliza Agnaldo Bastos.

 

 

Agnaldo Bastos - advogado, especialista em causas envolvendo concursos públicos, servidores públicos e militares. É sócio-proprietário do escritório Agnaldo Bastos Advocacia Especializada

 

MP Eleitoral representa governador de SP, vice e deputados eleitos por irregularidades nas contas de campanhas

Ações, movidas no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) podem resultar na cassação dos mandatos


O Ministério Público Eleitoral ajuizou no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) representações contra o governador eleito, Tarcísio Gomes de Freitas, seu vice, Felício Ramuth, além de três deputados federais e três estaduais eleitos em 2022, em razão de irregularidade na arrecadação de recursos para campanha eleitoral. As irregularidades em relação aos parlamentares eleitos já foram reconhecidas pelo Tribunal. Já em relação ao governador e seu vice, as irregularidades foram apontadas pelo órgão técnico do TRE-SP, mas suas contas de campanha ainda estão pendentes de julgamento pelo Tribunal.

As sete representações da Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo estão fundamentadas no artigo 30-A da Lei das Eleições (Lei 9504/97). Esse dispositivo tem o objetivo de coibir condutas contrárias às normas de arrecadação e gastos de recursos para fins eleitorais e sua sanção pode impedir a diplomação do candidato ou a cassar o diploma expedido. O objetivo da legislação é garantir que as campanhas eleitorais sejam custeadas por fontes regulares de recursos e que os gastos sejam realizados de maneira licita e transparente, assegurando-se a moralidade do pleito.

Representação contra governador e vice – Na representação nº 0600003-68.2023.626.0000, protocolada contra o governador Tarcísio Gomes e Freitas e o vice-governador Felício Ramuth, eleitos pelo PR e PSD, respectivamente, a Procuradoria apontou um conjunto de irregularidades, entre as quais se destacam gastos com a empresa Beacon Comunicações Ltda no valor total de R$ 24.385.500,00, sem a apresentação de documentos aptos a demonstrar a regularidade das vultosas despesas. Também foram verificadas doações financeiras recebidas de pessoas físicas (inclusive mediante financiamento coletivo), de fontes vedadas, além de outras omissões e irregularidades.

Considerando que as contas de campanha do atual governador ainda não foram julgadas pelo Tribunal, o MP Eleitoral apontou na representação que “na remotíssima hipótese de as contas serem aprovadas por esse Egrégio Tribunal Eleitoral, a Procuradoria Regional Eleitoral poderá, seguindo eventual posicionamento do Setor Técnico, manifestar-se pela improcedência da ação. Por enquanto, é seu dever o ajuizamento”.

Deputados federais representados – Na representação nº 0608578-02.2022.6.26.0000, ajuizada contra Carlos Alberto da Cunha, eleito deputado federal pelo PP, destacou-se que o candidato deixou de apresentar documentação comprobatória de despesas no montante total de R$ 484.858,00 (20,9% do total de despesas contratadas).

Na representação nº 0608577-17.2022.6.26.0000, ajuizada contra Manoel Maurício Silva Neves, eleito deputado federal pelo PP, a Procuradoria ressaltou que a unidade técnica apontou que não foram devidamente comprovadas as despesas declaradas com atividades de militância e mobilização de rua, também com recursos do FEFC, no montante de R$ 523.359,05 (18,92% das despesas contratadas).”

Já na representação nº 0608579-84.2022.6.26.0000, movida contra Gilberto Nascimento Silva, eleito deputado federal pelo PSC, a principal irregularidade apontada foi que, em relação às despesas com o fornecedor AORTA COMUNICAÇÃO E EVENTOS LTDA, nos valores de R$ 20.000,00 – NF 1288 e R$ 200.000,00 – NF 1291, não há indicação da quantidade e dimensões do material produzido na nota fiscal. Mesmo com a apresentação de carta de correção da nota fiscal, persiste a irregularidade envolvendo a utilização dos recursos, impondo o recolhimento dos correspondentes valores (R$ 220.000,00) ao Tesouro Nacional, nos termos da Resolução TSE no 23.607/2019.

Deputados estaduais – Na representação nº 0600004-53.2023.6.26.0000, movida contra Marta Maria Freire da Costa, eleita deputada estadual pelo PSD, uma das irregularidades reconhecidas pelo Tribunal no processo de prestação de contas de campanha, foi a falta de comprovação despesas que perfazem o valor total de R$ 760.498,001 (74,98% do total de despesas contratadas – R$ 1.014.296,50), uma vez que não apresentou todos os contratos de prestação de serviços devidamente assinados, bem como não comprovou a regularidade dos cheques emitidos não cruzados.

Na representação n.º 0608589-31.2022.6.26.0000 protocolada contra Dimas Mecca Sampaio, eleito deputado estadual pelo PL, foram constatadas despesas com recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e do Fundo Partidário provenientes de gastos com pessoal e que não haviam sido devidamente esclarecidas, atingindo o valor total de R$ 241.980,00 (duzentos e quarenta e um mil, novecentos e oitenta reais).

Por fim, na representação n.º 0608604-97.2022.6.26.0000, protocolada contra Fabiana de Lima Barroso, eleita deputada estadual pelo PL, a Procuradoria apontou que não houve comprovação regular de despesas com pessoal no montante total de R$ 184.935,50 (cento e oitenta e quatro mil, novecentos e trinta e cinco reais, cinquenta centavos). Diante disso, houve gastos irregulares somando o valor de R$ 529.174,04.

As representações ainda serão julgadas pelo TRE-SP. Adotando o rito processual do artigo 22 da Lei Complementar n.º 64/90, a próxima fase é a notificação dos representados para apresentarem defesa sobre os fatos articulados na representação, podendo, se comprovado captação ou gasto ilícitos de recursos eleitorais, ser cassado os mandatos dos representados.

Representações:

Processo nº 0600003-68.2023.626.0000 – Tarcísio Gomes de Freitas e Felicio Ramuth.
Processo nº 0608578-02.2022.6.26.0000 – Carlos Alberto da Cunha.
Processo nº 0608577-17.2022.6.26.0000 – Manoel Maurício Silva Neves.
Processo nº 0608579-84.2022.6.26.0000 – Gilberto Nascimento Silva.
Processo nº 0600004-53.2023.6.26.0000 – Marta Maria Freire da Costa.
Processo nº 0608589-31.2022.6.26.0000 – Dimas Mecca Sampaio.
Processo nº 0608604-97.2022.6.26.0000 – Fabiana de Lima Barroso.


Como a radiação pode acabar com a fome no Brasil

Prevenção de perdas poderia ser revertida para ações sociais. Desperdício chega a 30%.


 Hoje a fome já atinge 33,1 milhões de pessoas no Brasil. Os dados são da rede Penssan com apoio da Oxfam Brasil e outras organizações, que mostram que a situação piorou muito desde a publicação dos primeiros dados, em 2021. Com relação a prevenção de perdas de alimentos, hoje existem várias técnicas de conservação, como a refrigeração, mas há também a exposição à radiação ionizante, menos comentada aqui no Brasil, porém uma realidade muito comum em países como Estados Unidos, México, Austrália e vários países da Ásia. Trata-se de uma técnica segura e simples, uma vez que o produto pode ser tratado já na sua embalagem final e nenhuma adição química é realizada.

 

“O Brasil desperdiça mais de 30% de tudo que é produzido. Se tivéssemos irradiando os alimentos, assim como é feito em vários países desenvolvidos, não estaríamos desperdiçando tantos alimentos, o que é um absurdo”, comenta Patricia Wieland, consultora da ABDAN, Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares.

 

A área de irradiação de alimentos começou há muitos anos no país e o Brasil tem capacidade técnica para evoluir e entrar no circuito mundial de exportação de alimentos tratados com radiação. O tratamento de alimentos com radiação é uma oportunidade para vários setores e uma rede colaborativa com apoio de associações, como a Abdan, pode contribuir para alavancar o seu desenvolvimento. Tratar alimentos com radiação, além de prolongar sua vida útil, é um processo limpo e seguro, e os alimentos tratados com radiação são naturais, saudáveis e permanecem frescos por mais tempo. Quem endossa e desmistifica a iniciativa é doutora em Engenharia Industrial (PUC), Física e Mestre em Ciências Físicas (UFRJ), Patricia Wieland.

 

“Essa modalidade no Brasil ainda não é uma realidade em larga escala, mesmo tendo o arcabouço legal bem estabelecido pela ANVISA, Comissão Nacional de Energia Nuclear e Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Hoje já podemos contar com equipamentos modernos que não dependem de uma fonte radioativa de cobalto-60, que é cara, escassa e tem um transporte complexo, mas sim, utilizam a eletricidade para produzir feixes de elétrons e raios-X. Essa iniciativa é fundamental para um futuro sustentável; porém o país precisa de apoio e programas do governo para se desenvolver, inclusive em escala industrial nas várias regiões produtoras de alimentos ”, afirma Patricia.


 

Mercado: potencial investidor para realizar esse tratamento são indústrias que já fazem conservação


Uma grande ênfase é na área econômica e social, ao evitar perdas e desperdício de alimentos, inclusive está ligado a um dos objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas - a meta até 2030 é reduzir pela metade as perdas e desperdício. Está também relacionado aos objetivos do Plano de Fruticultura de aumentar o consumo interno de frutas, assim como a exportação, passando dos atuais US$ 1 bilhão (em 2021, de acordo com a Abrafrutas) para cerca de US$ 2 bilhões. “Mas ainda é pífio o que o Brasil exporta comparado com Peru e México, por exemplo. O Brasil é terceiro produtor mundial de frutas, perdendo para a China e a Índia, mas apenas o 23º em exportação. Com o tratamento de alimentos com radiação poderia ter um escoamento de produção maior e está perdendo espaço para mercados emergentes que estão com capacidade crescente de irradiação de alimentos, reduzindo custos com logística e evitando as barreiras fitossanitária .”

 

Patricia explica que para cada alimento existe uma solução dedicada, cada uma com um tipo de investimento e negócio. “Quando a gente lida com alimentos, é preciso manter uma cadeia de frio, tem que ter áreas refrigeradas, todas as salas tem que ser controladas para umidade, temperatura, etc. Aqui no Brasil temos muitos galpões de logística que têm essa capacidade. Um potencial investidor para realizar esse tratamento é aquela indústria que já realiza a conservação de alimentos e está localizada próximo à área de produção ou a caminho dos portos e aeroportos, para facilitar o escoamento para exportação. Esses seriam os maiores interessados em prestar esse tipo de serviço de forma comercial e para múltiplos tipos de alimentos ou produtos do setor agropecuário. Quem tem demanda suficiente de produtos a serem tratados poderia adquirir seu próprio irradiador e se beneficiar do valor agregado e dos custos de oportunidade. Entretanto, em termos de prestação de serviço de irradiação, conectar empresas produtoras interessadas, com as que já possuem alguma infraestrutura de logística de refrigeração, empacotamento e rotulagem e que almejam exportação seria o ideal e iria baratear essa solução no Brasil, já que a instalação com o equipamento é capital intensivo, mas o investimento retorna em pouco tempo”, detalha.

 

 

Patricia Wieland - Vice-Presidente do Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A. (ENBPar) e membro do Conselho Curador da ABDAN, Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares. Foi consultora do MAPA em plano de negócios para tratamento de alimentos com radiação.


Segunda fase da Fuvest 2023 tem perfil exigente e aborda temática social na redação

Professores do SAS Plataforma de Educação avaliam o exame como "dentro do padrão" e destacam importância do preparo dos estudantes. Tema da redação surpreende pela similaridade com o Enem

 

Nos dias 08 e 09 de janeiro, estudantes convocados para a segunda fase da Fuvest realizaram o exame para concorrer a uma vaga na USP (Universidade de São Paulo). O primeiro dia trouxe 10 questões de Português e uma redação, enquanto o segundo dia cobrou 12 questões de conhecimentos específicos relacionados ao curso de graduação escolhido. Segundo os especialistas do SAS Plataforma de Educação – o Professor e Diretor de Ensino e Inovações Educacionais, Ademar Celedônio, e o professor e Gerente de Ensino e Inovações Educacionais, Idelfranio Moreira - este ano a prova foi marcada por uma redação com recortes sociais, similares ao Enem, e perguntas complexas em todas as áreas do conhecimento. 

Em português, houve uma mescla de questões com textos de linguagem verbal e não verbal, com imagens e charges que precisavam de interpretação, enquanto as de obras literárias vieram no mesmo padrão de anos anteriores, ou seja, exigindo que o candidato tenha lido as obras para conseguir respondê-las. 

Sobre o tema da redação, “refugiados ambientais e vulnerabilidade social”, Ademar ressalta: “a banca da Fuvest tem uma tradição de abordar temas mais abstratos e filosóficos, porém o tema de 2023 da redação foi bastante atual e com recorte social. O aluno que se preparou para o Enem e Fuvest não deve ter tido dificuldade e foi até confortável para desenvolver, pois as duas provas apresentaram modelos similares. O tema, inclusive, lembra muito o da última edição do Enem, que enfatizou a valorização de comunidades e povos tradicionais brasileiros. Agora, quem se preparou só para Fuvest provavelmente esperava maior subjetividade, e não foi isso o que encontrou”. 

Para o professor Idelfrânio Moreira, a prova de física ocorreu como de costume, “nenhuma surpresa quanto aos conteúdos nem o formato. Cada questão com 3 itens, todos de cálculo e alguns interdependentes, o que exige, sempre, bastante atenção. Isso vale para a de química também, que conseguiu contemplar muitos conteúdos”.

Já sobre a prova de matemática, segundo os especialistas, este ano foi bem exigente e tradicional, como nos moldes anteriores, com destaque para questões de geometria de nível de dificuldade mais elevado. “Para conseguir ir bem, em ambas as fases, o aluno precisa estar preparado e especializado em todos os temas. Diferente do Enem, que traz uma abordagem que exige maior interpretação, com muitos textos e, geralmente, a partir de temáticas bem atuais, a Fuvest tem um perfil que necessita de bastante preparo técnico”, finaliza Ademar. 

As provas do primeiro e segunda dia já estão disponíveis no site da Fuvest, e o resultado da primeira chamada será divulgado no dia 30 de janeiro de 2023. 



SAS Plataforma de Educação
https://saseducacao.com.br/
facebook.com/SASEducacao/
instagram.com/saseducacao/ linkedin.com/company/saseducacao


Aumento de ondas de calor marinhas deve impactar organismos da base da cadeia alimentar, aponta estudo


Larvas do chama-maré (Leptuca thayeri), à esquerda, tiveram redução na taxa de sobrevivência com aumento de temperatura, além de alterações fisiológicas resultantes da elevação da acidez. À direita, indivíduo adulto (foto: Murilo Marochi/Unesp) 

 

 O aumento das ondas de calor marinhas nas próximas décadas, ocasionado pelas mudanças climáticas globais, deve afetar consideravelmente as formas de vida desse ambiente, inclusive aquelas na base da cadeia alimentar. É o que aponta um estudo publicado na revista Estuarine, Coastal and Shelf Science por pesquisadores brasileiros que atuam no Brasil, na Noruega e nos Estados Unidos.

As ondas de calor marinhas são caracterizadas por períodos de mais de cinco dias com a temperatura da água ultrapassando 90% da média histórica para a região. Estimativas para a área de Santos e São Vicente, onde o estudo foi realizado, apontam para um aumento de 35% na frequência desses eventos até 2100.

É importante diferenciar esses eventos no mar das ondas de calor atmosféricas, que tendem a ser ainda mais intensas, mas afetam sobretudo o ambiente terrestre, inclusive as cidades.

“Ainda que as larvas [de caranguejo da espécie Leptuca thayeri] tenham sobrevivido a um aumento na acidez da água, a elevação de 2 oC na temperatura nos primeiros três a quatro dias de vida levou a uma redução de 15% na taxa de sobrevivência, em comparação com as que estavam na temperatura média da região. Um aumento de 4 oC levou a uma mortalidade 34% maior”, relata Murilo Zanetti Marochi, primeiro autor do estudo realizado durante estágio de pós-doutorado no Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (IB-CLP-Unesp), em São Vicente.

O estudo integra um projeto que busca compreender os impactos das mudanças climáticas na fauna estuarina do Estado de São Paulo, no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG). É conduzido em parceria com Alvaro Montenegro, professor da Ohio State University, nos Estados Unidos.

“Essa espécie é extremamente abundante no estuário, a região entre o mar e o rio. Depois que os ovos eclodem, as larvas passam alguns dias nessa área e migram para o oceano. Menos de 1% retorna para completar o ciclo de vida, pois a maioria vira alimento para outras espécies. Por isso, ela é fundamental para o ecossistema”, conta Tânia Marcia Costa, professora do IB-CLP-Unesp que coordenou o projeto.


Futuro mais quente

Em um estudo anterior, Costa e o então mestrando Juan Carlos Farias Pardo mostraram o efeito da elevação de temperatura nos embriões da espécie Leptuca thayeri, conhecida como caranguejo chama-maré. Atualmente, Pardo é doutorando na Universidade de Agder, na Noruega.

Na ocasião, os pesquisadores observaram que naquela fase da vida não só a água mais quente como também a maior acidez diminuem a sobrevivência (leia mais em: agencia.fapesp.br/36084/).

No estudo atual, em que Pardo também é coautor, não foi observada uma diferença significativa na sobrevivência das larvas por conta do aumento da acidez da água, mas foram notadas mudanças fisiológicas. As previsões para as próximas décadas dão conta de uma diminuição do pH marinho, o que deve afetar muitas espécies.

“Por estar nos estuários, um ambiente que naturalmente passa por grandes variações na acidez, provavelmente a espécie suporta algum aumento desse parâmetro”, acredita Marochi, atualmente professor colaborador na Universidade Estadual do Paraná (Unespar), em Paranaguá.

No entanto, assim como o aumento de temperatura, a acidez elevada acelera os batimentos cardíacos, um sinal de estresse fisiológico, e diminui a mobilidade desses organismos.

“Eles nadam menos e podem não conseguir permanecer na camada de água mais próxima da superfície, onde vivem as microalgas de que se alimentam”, explica.

Os efeitos das ondas de calor marinhas, portanto, devem ser prejudiciais à espécie e para aquelas que se alimentam dela, o que poderia acarretar perdas econômicas na pesca, por exemplo. No entanto, não há estudos que confirmem uma queda nos estoques do chama-maré nos últimos 20 anos.

Para os autores do estudo, isso pode ser resultado de outros fatores que compensem essas alterações. Por exemplo, o fato de que o aumento da temperatura da água pode diminuir o tempo de desenvolvimento larval dos crustáceos, expondo-os menos tempo a predadores e a condições ambientais severas.

Além disso, o aumento da temperatura pode acarretar maior produção de microalgas e microrganismos que servem de alimento para as larvas de chama-maré e de outras espécies. Porém, novos estudos vão avaliar o quanto esse efeito pode ou não compensar o aumento da mortalidade das larvas.

O artigo Marine heatwave impacts on newly-hatched planktonic larvae of an estuarine crab pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0272771422003808.
 



André Julião
Agência FAPESP
Aumento de ondas de calor marinhas deve impactar organismos da base da cadeia alimentar, aponta estudo | AGÊNCIA FAPESP


IPCA, a inflação oficial, fecha 2022 em 5,79

Tânia Rêgo/Agência Brasil
O índice foi puxado principalmente pelos alimentos e bebidas, que tiveram alta de preços de 11,64% no ano passado

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, fechou 2022 com uma taxa de 5,79% acumulada no ano. O índice ficou abaixo dos 10,06% acumulados em 2021, segundo dados divulgados hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A inflação acumulada de 2022 foi puxada principalmente pelos alimentos e bebidas, que tiveram alta de preços de 11,64% no ano, acima dos 7,94% de 2021. Também tiveram impacto importante os gastos com saúde e cuidados pessoais, que ficaram 11,43% mais caros. O grupo de despesas vestuário, por sua vez, teve a maior variação no mês: 18,02%.

Os transportes ajudaram a frear o IPCA de 2022, ao registrar deflação (queda de preços) de 1,29% no ano. Esse grupo de despesas havia acumulado inflação de 21,03% no ano anterior.

O grupo comunicação também fechou o ano com deflação: -1,02%. Os demais grupos apresentaram as seguintes taxas de inflação no ano: artigos de residência (7,89%), despesas pessoais (7,77%), educação (7,48%) e habitação (0,07%).


DEZEMBRO

A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,62% em dezembro. A taxa ficou acima do 0,41% do mês anterior, mas abaixo do 0,73% de dezembro de 2021.

A maior alta de preços do mês veio do grupo saúde e cuidados pessoais (1,60%), que também teve o maior impacto na inflação oficial no período. Os itens com maior impacto nesse grupo foram produtos de higiene pessoal (3,65%), em especial os perfumes que, com uma alta de 9,02% tiveram o maior impacto individual no IPCA.

Com uma inflação de 0,66%, os alimentos e bebidas tiveram o segundo maior impacto na inflação oficial de dezembro, puxados pelas altas de preços de produtos como tomate (14,17%), feijão-carioca (7,37%), cebola (4,56%) e arroz (3,77%).

Nenhum grupo de despesas apresentou queda de preços no mês. Mas grupos como transporte e habitação tiveram mais baixas que em novembro. Os transportes tiveram taxa de 0,21% em dezembro, abaixo do 0,83% de novembro, devido às quedas de preços da gasolina (1,04%), óleo diesel (2,07%) e gás veicular (0,45%).

As altas de preços do etanol (0,48%), das passagens aéreas (0,89%) e dos pedágios (3%) mantiveram os transportes com inflação.

Habitação passou de 0,51% em novembro para 0,20% em dezembro, devido às altas menos intensas, em dezembro, de itens como aluguel residencial (0,40%) e energia elétrica residencial (0,20%).

 

Agência Brasil

 

Redesenho do sistema de plantio direto vai gerar mais sustentabilidade ao agro

Aplicação de fertilizantes a taxas variáveis nas linhas de semeadura determinarão um alto impacto na produção agrícola com redução no uso de insumos e maior retenção de água no solo. Estudo da FertiSystem e Instituto Senai apontou em média, redução de 14,5% no fertilizante, sem perda de produtividade


Nas próximas décadas os agricultores brasileiros terão o desafio de aumentar a produtividade de suas lavouras nas mesmas áreas, garantindo a produção de alimentos com sustentabilidade para atender à crescente demanda mundial. A tarefa pode até não ser fácil, mas a solução pode estar muito mais próxima do que se imagina, embaixo dos nossos pés, ou seja, no solo.

Os solos são a reserva da maioria dos nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento das plantas e a forma como estes são geridos terá um grande impacto no crescimento das lavouras. Por isso, cada vez mais aumenta a necessidade de redesenho do sistema de plantio direto aliado à aplicação de fertilizantes a taxas variáveis nas linhas de semeadura.

Segundo Evandro Martins, presidente da diretoria executiva do Parque Tecnológico do Agro – Tecnoagro e presidente da FertiSystem, empresa brasileira que visa revolucionar a forma de plantar com soluções inteligentes para o plantio, essa nova modelagem ajudará a responder perguntas importantes, tais como: Precisa ou não de fertilizantes na área analisada? Qual quantidade? Está em excesso? “Temos que pensar da mesma maneira que funciona com os seres humanos. É preciso também fazer o ‘exame de sangue’ no solo para saber sua condição e se está saudável ou não”, diz.

A variabilidade existente no solo é resultado da interação de diversos fatores, tais como: relevo, material de origem e da relação/ação do homem nestas áreas, principalmente através da prática agrícola. O uso excessivo de fertilizantes, sem levar em consideração o que está disponível no solo e o que a cultura realmente necessita, tem se tornado um problema recorrente e danoso em cultivos. Assim causam impactos sociais, econômicos ao comprometer a produtividade e também o elevado custo dos fertilizantes e ao meio ambiente por contaminar o solo, as águas superficiais e subterrâneas.

De acordo com Martins, desde 2016 a empresa vem desenvolvendo projetos de disseminação da tecnologia embarcada em máquinas agrícolas. O objetivo sempre foi, por meio de ferramentas tecnológicas, automatizar os processos, com foco no plantio e no controle eletrônico da plantabilidade, buscando o uso racional na aplicação e dosagem de sementes e fertilizantes a taxas variáveis, rastreabilidade dos processos de campo, maior rentabilidade, redução de custos.

O dosador FertiSystem é uma dessas soluções eficientes e sustentáveis. Atualmente, o equipamento está presente em 95% das máquinas plantadeiras e semeadoras do Brasil. Ou seja, das 25 milhões de toneladas de fertilizantes aplicados na linha de semeadura para cultivo de grãos, cerca de 20,7 milhões, são utilizados nas máquinas, e passam pelo dosador da FertiSystem, nas culturas de soja, milho, arroz, algodão e trigo. “Esse dado expressivo nos remeteu a fazer um estudo que é o projeto de trabalharmos a aplicação em taxa variável na linha de semeadura do fertilizante. Em parceria com o Instituto Senai de São Leopoldo/RS, colocamos um sistema de sensores e servo motores com o objetivo de reduzir o percentual aplicado e aumentar a eficiência”, disse Martins.


Resultados

O projeto envolveu o desenvolvimento do sensor, do hardware de controle e do dispositivo, prevendo a melhor forma de acoplagem em maquinários mais antigos.

Nos testes, a quantidade de fertilizante aplicado com o uso da tecnologia por taxa variável foi de 11% a 18% menor que o da taxa fixa. Em média, a redução foi de 14,5% no fertilizante, sem perda de produtividade. Conseguiu-se produzir mais com menos insumos. Vale lembrar que nesses últimos dois anos os fertilizantes aumentaram 300%.

Tal feito rendeu, inclusive, o reconhecimento no Prêmio Estratégia ODS Brasil 2022 como prêmio Top 10 à FertiSystem. Essa premiação mostra que a aplicação de fertilizantes a taxas variáveis nas linhas de semeadura determinará um alto impacto na produção agrícola sustentável. “Estamos criando dentro do nosso laboratório de inovação disruptiva um cenário fantástico de uma solução que está vindo num momento muito importante para o Brasil”, disse o executivo.

Esses dados mostram que essa nova metodologia do redesenho do plantio direto é economicamente importante ao produtor, pois usará muito menos fertilizante associado a uma análise correta de solo. Outro ponto importante é da produtividade vinculada a um solo saudável e a presença maior da água.

 

FertiSystem

 

Os caminhos para pet techs com soluções B2C: veja 5 dicas para começar

Em uma sociedade pós-pandêmica, que valoriza a experiência dentro dos lares, os animais de estimação ganham ainda mais importância. Com 149,6 milhões de pets, o Brasil é o terceiro país em número de animais domésticos no mundo, segundo o censo do Instituto Pet Brasil (IPB) de 2021. Considerando os 215 milhões de brasileiros, pelo menos 70% da população tem um amigo de patas em casa ou conhece alguém que tenha.

Nesse cenário, novas soluções para facilitar a vida de empresários do trade e de tutores estão a todo o vapor. Processos que são comuns para os humanos, como delivery de produtos, seguro de vida, agendamento de serviços e outras opções modernas, estão surgindo com soluções exclusivas para pets. Tais funções envolvem produtores, distribuidores, atacadistas, varejistas e prestadores de serviços em nichos que vão desde a saúde animal até o setor de alimentos, higiene e cuidados gerais com os animais de estimação. Além da mais nova telemedicina animal, regularizada recentemente no país.

Com a variedade de produtos, aumentou em paralelo o faturamento do segmento. Hoje, os animais domésticos movimentam um mercado que chegou a faturar R$ 51,7 bilhões no ano passado, apontando um crescimento de 27%. Com base no desempenho do primeiro semestre deste ano, o IPB estima que em 2022 o crescimento do setor será de 14,7%, saltando para R$ 59,2 bilhões. Com mais “pais de pets”, o mercado se aqueceu e viu a entrada de novos negócios. O setor de pet shops, por exemplo, aumentou 33% nos últimos dois anos com a abertura de 18.278 novas lojas, segundo o Sebrae.

Números tão altos despertam interesse em empresários, investidores e startups. Mas como dar os primeiros passos para implementar seu negócio no mercado? Veja aqui cinco dicas de caminhos para pet techs com soluções B2C iniciarem sua trajetória neste universo cheio de perspectivas – e amor!

  1. Conheça seu o seu público antes do seu produto/serviço

Saia do escritório, vá falar com seu mercado-alvo e construa sua startup com base no que eles querem e não no que você imagina que querem. Uma dica de ouro é viver essa experiência com seu target na rua e não apenas via emails.

  1. Crie um plano de negócios sólido

Metas de negócios, estratégias e como você planeja alcançá-las, projeções financeiras e um plano de marketing são fundamentais para dar start a um novo projeto. Depois de analisar seu público e afinar as ofertas, é hora de colocar tudo no papel e mensurar as possibilidades de forma objetiva. Aqui a tecnologia pode ser uma aliada importante para organizar dados.

  1. Invista em sua equipe

O quadro de trabalhadores é o coração de uma empresa e investir no conhecimento e no bem-estar de sua equipe gera resultados sólidos. Construa um grupo de apoio melhor que você! Uma das coisas mais importantes para qualquer startup é reunir pessoas com habilidades e experiência que compartilhem sua visão para o negócio.

  1. Marketing é fundamental

O marketing de conteúdo é, hoje, uma das principais ferramentas, não apenas de divulgação, mas também para fidelizar o cliente. Em uma sociedade digitalizada, as pessoas têm buscado o maior número de informações possível antes de adquirir qualquer produto ou serviço. E, se um cliente em potencial encontra uma marca que diz apenas “compre esse produto” e não explica mais nada, na maioria das vezes essa mensagem vai ser ignorada, levando-a procurar marcas que disponibilizam mais informações, ou seja, seu concorrente.

  1. Parcerias

Contar com o apoio de quem está inserido no seu ecossistema é tendência sem volta. A colaboração entre os diversos elos do segmento é fundamental e uma boa opção para se inserir nessa prática são as venture builders. Hoje, as empresas do setor estão de olho no mercado pet e podem apoiar as startups em seu momento mais crítico, que são os primeiros anos, quando irão passar pelo conhecido vale da morte. O projeto visa estruturar o negócio e ajudar no breakeven.

O apoio de ventures com conhecimento técnico da área viabiliza acesso às melhores práticas do mercado e a redes de mentores, modelagem e design de projetos, validação de MVP (produtos mínimos viáveis), serviços contábeis e jurídicos, suporte de marketing e vendas, relacionamento com clientes, entre outros. Além de apoiar a startup na estruturação, a parceria fomenta a conexão com fundos de investimento e investidores.

No ecossistema pet, relativamente novo e em expansão, a convergência colaborativa ainda contribui para a digitalização do mercado. Abrir espaço para a participação de mais pessoas, com experiências e visões diferentes, agrega e torna a inovação heterogênea, obtendo-se resultados que nunca seriam vistos em um esforço individual.

 

Alaíde Barboosa - CEO da Capri Venture

 

Posts mais acessados