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segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Hormônio do exercício protege os rins contra danos do diabetes

Constatação foi feita por pesquisadores da Unicamp por meio de experimentos com ratos e cultura de células renais humanas. Resultados divulgados na revista Scientific Reports mostram que a irisina, substância liberada durante a prática de atividade física, evita a degeneração celular que leva à nefropatia diabética e à insuficiência renal (imagem: acervo dos pesquisadores)

 

Liberada pelo tecido muscular durante a prática de atividade física, a irisina é a mais recente esperança dos cientistas para proteger os rins de pessoas diabéticas dos danos causados pela progressão da doença. A substância, também conhecida como hormônio do exercício, é considerada pelos cientistas como um dos principais mensageiros químicos responsáveis pela longa lista de benefícios proporcionados pela atividade física regular ao organismo humano.

Após uma sequência de experimentos, um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) não apenas confirmou os benefícios da substância aos rins como descreveu, pela primeira vez, de que maneira ela pode prevenir os estragos renais produzidos pelo diabetes. Silenciosa, a doença atinge entre 20% e 40% dos diabéticos. Ao provocar danos nos vasos sanguíneos, artérias e veias que irrigam os rins, conduz à insuficiência renal crônica.

“Nós constatamos que o exercício aeróbico está associado a um aumento da irisina muscular na circulação sanguínea e também nos rins, conferindo nefroproteção”, explica o médico José Butori Lopes de Faria, do Laboratório de Fisiopatologia Renal e Complicações do Diabetes da Faculdade de Ciências Médicas (FCM-Unicamp) e orientador de Guilherme Pedron Formigari, primeiro autor do estudo.

O trabalho, publicado na revista Scientific Reports, teve apoio da FAPESP.


Metodologia

O primeiro passo dos pesquisadores foi induzir o diabetes em ratos com oito semanas de idade e medir indicadores de danos renais, como a presença de albumina na urina. A perda dessa proteína é sinal de que as células renais já começaram a sofrer os efeitos do diabetes. Os animais foram separados em três grupos – controle, diabéticos sedentários e diabéticos exercitados (submetidos a treinamento físico em esteira rolante por oito semanas).

“Vimos que o exercício aeróbico está associado ao aumento da irisina no tecido muscular e na circulação sanguínea, bem como ao aumento da enzima AMPK [proteína quinase ativada por monofosfato de adenosina, que atua como sensor metabólico das células] nos rins, conferindo nefroproteção”, disse Faria.

Na segunda etapa, a equipe injetou medicamentos nos roedores diabéticos e exercitados para bloquear a ação renal da irisina. A deficiência da substância coincidiu com o bloqueio dos efeitos benéficos do exercício, como a redução de albumina na urina e a menor expressão de substâncias que atuam na fibrose dos glomérulos (a unidade do rim que faz a filtragem do sangue e a eliminação dos resíduos do metabolismo). “A falta da irisina aboliu os efeitos protetores do exercício ao rim diabético”, escreveram os pesquisadores.

Mais uma prova foi feita com células tubulares renais humanas cultivadas em laboratório para saber se o tratamento com irisina seria capaz de evitar as alterações da glicose elevada. Durante o processo de filtragem feito pelos rins, os túbulos renais reabsorvem e devolvem ao sangue a água, eletrólitos e nutrientes necessários. No teste, eles foram imersos em um meio que simulava as condições do diabetes e continha o hormônio na sua forma recombinante, fabricada pela indústria.

“A resposta foi positiva. Concluímos que o exercício físico aumenta a irisina no músculo e na circulação e que, nos rins, a presença desse hormônio ativa a enzima AMPK, que bloqueia os mecanismos da fibrose renal”, explica Faria.

Em projeto anterior, também apoiado pela FAPESP, o nefrologista havia demonstrado o papel da enzima AMPK na fibrose renal, que resulta de um estado de inflamação crônica das células e faz com que percam sua função.

Neste novo trabalho, os pesquisadores avaliaram o soro humano (sangue centrifugado, sem os glóbulos vermelhos) de diabéticos exercitados e sedentários. Nas amostras de quem se manteve em atividade, a irisina encontrada protegeu o rim e reduziu a lesão das células tubulares expostas a alta concentração de glicose. “Pela primeira vez, podemos afirmar que, no diabetes, o eixo irisina/AMPK induzido pelo exercício físico protege as células renais dos efeitos da alta glicose”, concluíram os autores.

Identificada por biólogos da Universidade de Harvard (Estados Unidos) há uma década, a irisina tem sido alvo de muitos estudos que visam desvendar seus mecanismos de ação. Pesquisas com roedores já mostraram, por exemplo, que esse hormônio também é importante para a formação da memória e a proteção dos neurônios em roedores com enfermidade semelhante ao Alzheimer, entre outros benefícios (leia mais em: revistapesquisa.fapesp.br/hormonio-do-exercicio-pode-evitar-a-perda-de-memoria/).

O artigo Renal protection induced by physical exercise may be mediated by the irisin/AMPK axis in diabetic nephropathy pode ser lido em: www.nature.com/articles/s41598-022-13054-y#Ack1.

 

 

Mônica Tarantino

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/hormonio-do-exercicio-protege-os-rins-contra-danos-do-diabetes/39608/

 

Por que a partir dos 30 anos alguns antibióticos param de fazer efeito?


A alta frequência do uso de antibióticos durante a infância e adolescência e a automedicação podem levar à resistência a antibióticos a partir dos 30 anos e a uma redução na eficácia do remédio. Para driblar esse problema, a alternativa, segundo a clínica-geral do Hospital Edmundo Vasconcelos, Lígia Brito, é optar por opções mais fortes da medicação para pacientes a partir da faixa etária. 

“O problema não é a idade, mas a frequência e o volume do medicamento usados ao longo da vida. Sabemos que, na maioria das vezes, o antibiótico usado por um adolescente de 15 anos não terá a mesma resposta quando usado por um adulto de 30 anos, pois a probabilidade de resistência é maior. Por isso, analisamos o tipo de infecção e a idade para prescrever o medicamento mais indicado”, explica a médica. 

Todo esse zelo médico, porém, pode ser colocado em xeque pelo hábito da automedicação, comum entre a população brasileira. Segundo pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) em 2019, 77% dos entrevistados responderam ter feito uso de medicamentos sem prescrição médica no período dos seis meses anteriores à pesquisa. Uma fatia de 47% respondeu que a prática é ainda mais comum e que ocorre pelo menos uma vez por mês. Segundo Lígia Brito, essa realidade leva ao tratamento incorreto de diversas doenças e até a complicações mais graves. 

“Apesar de os antibióticos só serem vendidos com prescrição médica, ainda há o uso indiscriminado que acarreta ao tratamento inadequado e a possíveis complicações como lesões no rim e fígado e, de fato, ao desenvolvimento da resistência as bactérias e o surgimento de bactérias multirresistências, conhecidas como superbactérias- que não são sensíveis as opções que existem no mercado”, alerta a clínica-geral. 

O diagnóstico, além do processo clínico, pode ser complementado pelos exames de cultura e antibiograma, que identifica qual antibiótico é sensível ou resistente a bactéria em questão. “Somente o médico pode identificar se a doença é realmente causada por uma bactéria e se já existe uma resistência a algum tipo de medicamento. Por isso, sempre que existir sintomas mais persistentes ou qualquer dúvida é indicado procurar um especialista”, conclui.

 

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5 dicas importantes para ajudar na alimentação de um bebê

A maneira como introduzimos crianças a alimentação é fundamental para seus crescimento e desenvolvimento; Renata Riciati, nutricionista do Projeto Pigmeu, explica como cuidar bem da alimentação das crianças  


 

Uma boa alimentação é a chave de uma vida saudável e feliz, esse processo deve ser iniciado desde o começo da vida, passando por todas as fases de conhecer os alimentos, desde a amamentação até a introdução aos alimentos, visando o melhor desenvolvimento para a criança. Um levantamento do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) de 2019 apontou que menos da metade das crianças brasileiras (45.7%) recebem amamentação exclusiva até os 6 meses. Além disso, 10% das crianças menores de 5 anos já estão em sobrepeso. Demonstrando que existe, atualmente, a falta de conscientização a respeito da alimentação infantil.

 

Segundo a especialista em nutrição do Projeto Pigmeu, Renata Riciati, a alimentação dos filhos tem grande influência em seu desenvolvimento. “É importante entender como a alimentação da mãe durante a gestação pode causar impactos positivos ou negativos tanto no desenvolvimento como no crescimento do bebê. Uma mãe bem nutrida é igual a um bebê bem nutrido, já uma mãe desnutrida vai fazer com que haja um déficit no crescimento e no desenvolvimento desse bebê”, explica.

 

No entanto, não existem regras extremamente definidas sobre a alimentação infantil. “Sou da opinião de que o básico bem feito é sempre a melhor opção, então não existe uma "superalimentação" para uma gestante. Se ela fizer o básico bem feito tá ótimo, uma alimentação caseira, natural, o arroz com feijão de todo dia. Alimentos, às vezes, na correria do dia a dia acabamos por preferir desembalar do que descascar. A gestante optando sempre por uma gravidez mais natural e caseira vai ser sempre a melhor opção”, relata a especialista.

 

Para ajudar os pais a pensar na melhor maneira de alimentar seus filhos, a especialista lista as principais dicas sobre o assunto. Confira:

 

1. Comece a mudar a alimentação desde cedo: é fundamental que a alimentação seja acompanhada desde os primeiros passos da gestação até depois do nascimento do bebê, para garantir o melhor desenvolvimento possível para a criança. “Hoje em dia é importante que a mãe faça um acompanhamento nutricional, desde a época que ela esteja tentando engravidar, continuar esse acompanhamento durante a gestação e mantê-lo no período de amamentação”, esclarece Renata.

 

2. Fiquem atentos à alimentação durante a gestação: alguns alimentos devem ser evitados sempre que possível, pensando na saúde do bebê e da mãe. “Existem vários alimentos que uma gestante não pode comer, por exemplo, carnes mal-passadas ou cruas, bebidas alcoólicas e cigarros devem ser evitados a todo custo. No entanto, não existem radicalismos, fazemos sugestões daquilo que pode e que não pode, mas a decisão é sempre da mãe, apenas alertamos quanto aos riscos”, alerta.

 

Além disso, existem alguns nutrientes que devem ser buscados pela gestante para otimizar o crescimento da criança. “Do meu ponto de vista profissional, uma gestante deve ser suplementada com os principais nutrientes como o ácido fólico, ferro, Ômega 3, vitaminas do complexo B, que são essenciais e vitamina C e o zinco que atuam diretamente na imunidade. Para saber ao certo o que cada uma precisa, é necessário fazer uma avaliação, exames laboratoriais, tanto de sangue quanto de urina, para avaliar o todo e saber o que é mais ideal”, diz a nutricionista.

 

3. Os primeiros meses são essenciais: os primeiros seis meses da vida de um bebê são diferentes dos demais, uma vez que, durante esse período, a criança deve ser alimentada exclusivamente pelo leite materno. “A alimentação do bebê durante os 6 primeiros meses de vida, deve ser única e exclusivamente de leite materno, a não ser quando necessário a fórmula infantil. Não é indicado fornecer água nem chá para essa criança nesse período, a água vai entrar junto com a introdução alimentar”, explica.

 

Além disso, existem algumas mães que optam pela livre demanda, deixando o bebê mamar na hora que quiser. “Sempre oriento para fazer o que seu coração mandar, não existe muita regra. Cada mãe e seu filho funcionam de uma maneira e devemos respeitar essa individualidade. Mas, se possível, é importante montar uma rotina para esses horários. Esses horários devem ser criados desde cedo, porém é necessário lembrar que deve haver um espaçamento de 2 a 3 horas entre essas mamadas”, complementa Renata.

 

4. Faça a introdução alimentar com cautela: a introdução aos alimentos começa a partir dos 6 meses do bebê, é nesse momento que a criança vai passar a consumir os alimentos que vão acompanhá-lo pelo resto de sua vida. “A introdução aos alimentos começa a partir dos 6 meses do bebê e devemos ficar sempre atentas aos sinais de prontidão, por exemplo se já estiver sentando sozinho e pegando objetos sem ajuda. Esses sinais são parâmetros importantes para saber se o bebê está preparado para essa introdução alimentar, existem várias formas de fornecer essa alimentação”, entende.

 

Porém, existem várias formas de introduzir as crianças aos alimentos. Antigamente, por exemplo, misturava-se tudo e fazia uma “papa”, porém assim a criança não consegue criar seus gostos alimentares individuais. “O ideal é ou amassar com o garfo ou passar na peneira e oferecer essa alimentação porcionando os alimentos separadamente no prato, por exemplo colocar o arroz, separado do feijão, da carne e dos demais alimentos. É importante que os pais montem seus pratos assim como o da criança, dando o exemplo de alimentação boa e saudável. Existe uma técnica chamada BLW, em que o bebê se alimenta sozinha, mas para isso ele deve ter autonomia nas próprias mãos para pegar o alimento e levá-lo até a boca, hoje em dia é usado o método misto, onde alguns alimentos são amassados e outros são oferecidos nos cortes ideais do BLW, para que essa criança tenha contato com o sabor, a textura e aroma do alimento”, complementa a especialista.

 

A iniciação nos alimentos também influencia no futuro dos pequenos de algumas maneiras. “A introdução é muito importante porque a má aceitação dos alimentos, lá na frente, vai depender dessa introdução alimentar. Se ela for feita sem as vitaminas e minerais necessárias na dieta da criança, ela terá dificuldades em seu crescimento e desenvolvimento, afetando seu peso, altura e capacidades cognitivas e sensoriais. Por isso, a nutrição adequada nos primeiros anos de vida é fundamental”, defende.

 

5. Dê liberdade para as crianças: também é importante dar alguma autonomia às crianças para deixá-las desenvolverem o próprio gosto. ”Um dos maiores erros dos pais é querer impor uma condição deles aos filhos. A quantidade de comida no prato é um ponto principal, alguns pais colocam a quantidade ideal para eles e não para a criança, essa quantidade deve atender as demandas da criança. O ideal é começar com uma colher de sopa para cada grupo alimentar, então seria uma colher de sopa de arroz, uma de feijão e assim vai progredindo de acordo com os desejos do filho”, conclu Renata Riciati.

 

Projeto Pigmeu

@projetopigmeu

 

Miopia populariza uso de lentes de contato entre jovens

Estudos mostram que excesso de uso de telas, impulsionado pela pandemia, fez crescer número de usuários de lentes com idade até 19 anos

 

Para os especialistas, já é uma epidemia. O número de crianças e jovens com miopia cresceu durante o isolamento da Covid-19. No Brasil, um estudo do Conselho Brasileiro de Oftalmologia mostrou que 72% dos médicos especialistas relataram uma maior detecção do problema na faixa etária de zero a 19 anos no período da pandemia e posterior. Outra pesquisa, realizada na China entre 2015 e 2020 e publicada na JAMA Ophthalmology, uma das mais importantes revistas médicas de oftalmologia, detectou um aumento de 400% nos casos de miopia em crianças na faixa dos seis anos e em torno de 200% em crianças maiores .

O uso excessivo de telas e a diminuição de atividades ao ar livre são apontados como as principais causas. A estimativa é que, em 2050, mais da metade da população mundial tenha o problema de visão, segundo a OMS.

“No consultório, vejo cada vez mais crianças e adolescentes desenvolvendo miopia e cada vez mais cedo. Por isso, as lentes de contato também têm se popularizado nesta faixa etária”, afirma a oftalmologista Claudia Del Claro, chefe do departamento de Lentes de Contato do Hospital de Olhos de Florianópolis e porta-voz da campanha Setembro Safira - que busca conscientizar as pessoas sobre a importância do uso correto das lentes e de contato.

A médica ressalta que não há limite de idade para o uso das lentes, mas, para crianças de 1 a 5 anos, elas são recomendadas apenas para tratamentos como a ambliopia (“olho preguiçoso”), situações de afacia (ausência do cristalino), catarata congênita, alta miopia, alta hipermetropia, astigmatismo, entre outros. Nas mais velhas, as lentes passam a ser uma alternativa aos óculos por facilitar a prática de esportes, ampliar o campo de visão e melhorar a autoestima, principalmente entre os adolescentes.

A paulista Bianca Saliba Di Thomazo é um desses exemplos. Com miopia desde os 9 anos, adotou as lentes de contato no Ensino Médio, por conta do grau elevado dos óculos. “Não queria usar óculos de lentes grossas de jeito nenhum. Mesmo quando tive alergia ao iniciar o uso das lentes, não desisti. Quando me adaptei, não usava 100% da maneira correta: nadava e dormia com elas. Até que, num passeio a uma cachoeira usando lentes, machuquei a córnea”, relata Bianca.

Segundo a médica Claudia del Claro, esses relatos são mais frequentes do que as pessoas imaginam. Cerca de 90% dos usuários de lentes cometem erros ao usá-las, como não lavar as mãos antes de manipulá-las, não limpar adequadamente, dormir com as lentes e molhá-las na água do mar, piscina e chuveiro. “Embora sejam excelentes recursos ópticos para crianças e adolescentes, as lentes devem ser usadas adequadamente para evitar complicações que podem levar até mesmo ao transplante de córnea ou à perda da visão. A negligência com higiene ou rotina de cuidados entre jovens é comum, por isso o uso de lentes nesta faixa etária exige um compromisso da parte deles e atenção redobrada por parte dos pais também”, completa.

Alguns cuidados importantes devem ser ainda mais reforçados com as crianças, como o limite de tempo de uso diário. “Os jovens precisam ter plena consciência de que não poderão usar a lente ininterruptamente e que continuarão a usar óculos parte do tempo”, explica. Por isso, o envolvimento dos pais é importante. “Eles precisam estar de acordo e se responsabilizar também pelos cuidados no uso das lentes. Devem participar dos testes, aprender a manuseá-las e receber as orientações juntamente com seus filhos”.

As visitas ao oftalmologista devem ocorrer a cada seis meses e, antes de adotar as lentes, é preciso que o especialista realize testes, avalie se há alguma contraindicação e qual o tipo mais recomendado. “Se bem usadas, as lentes impactam positivamente em como as crianças e adolescentes se sentem em relação à sua aparência e colaboram muito na participação em atividades esportivas, dança e outras, trazendo uma melhor aceitação de seus problemas oculares”, finaliza a especialista.

 

Sobre Setembro Safira

A campanha Setembro Safira foi criada para conscientizar e educar a população sobre os cuidados necessários ao usar lentes de contato. A iniciativa da Sociedade Catarinense de Oftalmologia conta com o apoio do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, além de profissionais da área. Com uma cartilha de “10 mandamentos”, o objetivo é mobilizar os usuários para terem hábitos corretos, evitando, assim, possíveis complicações oculares e até mesmo a cegueira. O nome Setembro Safira vem do significado simbólico da pedra preciosa safira, que é a sabedoria, já que a campanha tem como foco não apenas informar, mas também ensinar o uso adequado das lentes de contato. 

 

Dra. Claudia Del Claro - médica oftalmologista e uma das especialistas envolvidas na campanha Setembro Safira, sobre a conscientização do bom uso das lentes de contato. Médica pela Universidade Federal do Paraná, com residência em Oftalmologia no Hospital de Clínicas da UFPR, é especialista em lentes de contato e atua nas áreas de cirurgia de catarata, cirurgia refrativa e córnea. Ela é chefe do Departamento de Lentes de Contato do Hospital de Olhos de Florianópolis, além de membro da International Society of Cataract and Refractive Surgery, Academia Americana de Oftalmologia, Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa. Tem no YouTube o maior canal do Brasil sobre oftalmologia, que visa informar a população sobre os cuidados com a saúde ocular.

 

Dia Nacional do Combate à Halitose - CROSP apoia campanha de conscientização sobre a importância de discutir a condição

Cerca de 50 milhões de brasileiros apresentam mau hálito

 

A halitose, popularmente conhecida como mau hálito, é uma condição que pode causar sérios danos à saúde emocional e psíquica do indivíduo. Só para ter uma ideia, pesquisas apontam que 30% da população brasileira, o que equivale a cerca de 50 milhões de pessoas, sofrem com essa situação. Por conta disso, a Associação Brasileira de Halitose (ABHA) lança este ano, em função do Dia Nacional de Combate ao Mau Hálito (22 de setembro), a Campanha “Mau Hálito. Na dúvida, pergunte!!”.

Em apoio à ação, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) reuniu informações importantes sobre a halitose, que não é uma doença, mas sim o indicativo de que alguma coisa no organismo não está bem, seja do ponto de vista fisiológico ou patológico. Nesse sentido, as pessoas acabam apresentando alteração do hálito, que pode ter origem tanto nasal como bucal, como explica o Cirurgião-Dentista Dr. Mario Sérgio Giorgi, mestre em Ciências da Saúde e membro da ABHA.

“Existem quase 60 causas que podem provocar o mau hálito. O interessante é que a halitose pode ser considerada uma alteração real ou imaginária do hálito, conhecida por pseudo-halitose ou halitose subjetiva. Quando a gente diz halitose real e detecta, é porque há a presença do odor ofensivo ao olfato humano existente no fluxo respiratório, seja nasal ou bucal”. Dr. Mario explica que a pseudo-halitose - ou halitose subjetiva - assim é denominada quando há ausência de odores, mas, mesmo não havendo odor, o paciente se queixa de ter mau hálito. O especialista afirma que essa dinâmica pode ser detectada pelo Cirurgião-Dentista no consultório.


Um tabu, várias consequências

Tratada como um mal silencioso e invisível, a halitose tem potencial devastador à saúde psíquica e emocional do indivíduo, pois causa problemas sociais e alterações comportamentais. “Alguns pacientes se apresentam com insegurança, retraídos, antissociais, com a autoestima muito baixa, tristes. Apresentam quadros depressivos, o que pode levar a uma misantropia, que é o isolamento social da pessoa. A halitose, infelizmente, segrega por esse motivo. Na avaliação, inclusive, é feita a análise do perfil psicopatológico desse paciente”, explica o Cirurgião-Dentista.

Já a especialista em Periodontia e Odontologia Legal Habilitada em Laserterapia e Diretora da ABHA, Dra. Vera Brito, qualificada na análise e tratamento de halitose e alterações salivares, classifica a halitose como um tabu. "Estamos falando de um assunto pouco abordado e discutido entre as pessoas. A halitose não é uma doença, mas sim o sinal de que existe algum desequilíbrio alterando a homeostase do seu organismo. Por isso, prefiro dizer que se trata de um problema para o qual há solução”.


Por que é difícil perceber?

Dr. Mario explica que quem tem mau hálito não sabe de sua condição devido à falência ou fadiga olfatória, um processo adaptativo que faz com que o nosso organismo se acostume a cheiros aos quais somos expostos com frequência. A exemplo disso, uma pessoa que passa perfume de manhã e, após uns dez minutos, não sente mais o cheiro, ilustra bem a falência ou fadiga olfativa. “Com o hálito é a mesma coisa: quem tem, não sabe que tem por fadiga olfatória. As pessoas que estão ao lado, no entanto, percebem e infelizmente não abordam o problema, não identificam para pessoa que é portadora do mau hálito que ela tem o problema e que está exalando mau cheiro pela boca ou nariz”.

O especialista em halitose detalha que isso leva ao constrangimento, gerado muitas vezes por comentários desnecessários, o que resulta em insegurança nas relações sociais com amigos, namorado (a), marido ou esposa. “Infelizmente, as pessoas não abordam isso como uma dica para que a pessoa busque ajuda e tenha uma solução”.

A percepção do mau hálito, portanto, é muito subjetiva, cada um tem uma forma exata de perceber o quanto isso, de fato, sensibiliza o olfato. Por isso é importante contar com a ajuda de um especialista. “Existe um grau de propagação do hálito que pode ser mais ou menos perceptível. Quando uma pessoa tem uma alteração e um hálito forte, a emanação dessa alteração do ar expirado acaba comprometendo um ambiente maior, como uma sala, ou um local de trabalho, por exemplo. Neste contexto, estão os diferentes círculos com os quais nos relacionamos socialmente: roda de amigos, colegas e, intimamente, namorado ou esposa”.

O importante, segundo o Dr. Mario, é ter em mente que se existe alteração do hálito, nem sempre se observa a halitose. “Pode até ser passageiro. De repente você ingere ou come um alimento à base de cebola, alho, e o hálito fica marcante. O fumo e a bebida alcoólica também podem marcar o hálito momentaneamente. A gente não pode esquecer que a alteração do hálito pode ser um sinal indicativo de que alguma coisa não está bem no organismo. Um exemplo é: o paciente diabético que apresenta um hálito cetônico (cheiro que lembra a acetona). Isso pode ser indício de que ele está descompensado no que diz respeito à sua glicemia, o que é um sinal indicativo, portanto, para que a gente detecte o problema e encaminhe ao médico-assistente”.


Atenção ao autodiagnóstico

Um dos grandes problemas da halitose, segundo os especialistas, é a questão do autodiagnóstico. Técnicas para perceber se há alteração por meio da autopercepção do hálito, como cheirar a mão, lamber o punho e sentir o cheiro para ver se tem alteração não são confiáveis. “O mais importante é que o paciente seja encaminhado ou tome ciência por meio de uma matéria como essa, por exemplo, que tem profissionais habilitados para poder abordar a condição e apoiar o paciente a se tratar, a fim de que ele se apresente. Isso porque dificilmente alguém recomendará que ele busque tratamento, pois abordar a questão da halitose ainda é constrangedor”, declara Dr. Mario. 


Cuidados

Dra. Vera também ressalta a importância de buscar a ajuda de um profissional capacitado para identificar as causas da condição. Esse profissional fará uma avaliação através de uma anamnese específica, exames clínico e salivares, uso de cromatógrafos gasosos, exames radiográficos e laboratoriais, quando necessário, para identificar as causas da halitose e então traçar um plano de tratamento específico para cada caso. 

A percepção e o uso de técnicas como o teste organoléptico (o mesmo utilizado para avaliar o vinho), citado pelo Dr. Mario, permitem detectar, por exemplo, numa distância de 15 a 30 cm, o quanto o olfato é sensibilizado. Devido à necessidade de distanciamento e uso de máscara, a figura do confidente (parente ou amigo que pertence à bolha familiar) tem sido bastante utilizada também. As informações transmitidas pelo confidente ajudam na avaliação desta propagação diante das orientações e informações direcionadas ao paciente.

Dra. Vera ratifica, ainda, que manter uma boa saúde bucal, sem sangramento gengival, sem cáries e sem a falta de dentes que dificultem a boa mastigação dos alimentos são aspectos relevantes na questão da halitose. “Uma quantidade diária adequada de hidratação que produza volumes adequados de saliva é essencial, assim como uma alimentação equilibrada que não exclua qualquer grupo de alimentos. Além disso, é importante evitar o jejum prolongado e realizar exames laboratoriais que comprovem a saúde sistêmica com parâmetros normais, já que, muitas vezes, essas alterações - como o diabetes, problemas renais, hepáticos, entre outros - causam alterações do hálito”. Todos esses quesitos, unidos a um programa de exercícios físicos regulares e saúde emocional estável, também ajudam, em muito, a evitar a halitose.

Quanto aos produtos utilizados na higienização, a especialista esclarece que o profissional capacitado pode indicar ou excluir algum produto próprio para cada indivíduo durante seu tratamento, inclusive o uso de produtos como enxaguantes bucais específicos, cuja necessidade será avaliada de acordo com as causas de halitose identificadas. Por ser uma condição multifatorial, não existe uma causa única, nem comum a todos os indivíduos. “Na existência dessa alteração, o ideal é a investigação individualizada realizada por um profissional capacitado”, finaliza Dra. Vera Brito.

  

Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP

www.crosp.org.br

 

Alta Miopia: quais as características e riscos dessa disfunção visual?

Pessoas com mais de 6 graus de miopia podem apresentar sintomas mais acentuados e estão mais propensas ao desenvolvimento de doenças oculares graves, como: glaucoma, catarata, deslocamento de retina e degeneração macular 

 

A miopia é uma das disfunções visuais mais comuns em todo o mundo, causando aos seus possuintes dificuldades em focalizar objetos e imagens a longa distância, que ficam com um aspecto “turvo”. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 60 milhões de brasileiros, ou mais de 25% da população, são míopes. Esse número ainda sofreu um aumento considerável durante a pandemia de Covid-19, como apontou um estudo publicado em 2021 pela revista científica The Lancet. Segundo o levantamento, feito com oftalmologistas de toda a América do Sul, o isolamento social fez os índices de miopia progredirem cerca de 40% entre os jovens de 5 a 18 anos, que passaram a ficar mais tempo em contato direto com as luzes prejudiciais dos aparelhos eletrônicos.

Apesar de presente em uma grande parcela da população, sabe-se que a doença não afeta a todos da mesma maneira. “A miopia geralmente ocorre quando a córnea do paciente é mais curva ou quando o comprimento de olho é maior do que o habitual, fazendo com que o foco das imagens ocorra na parte da frente da retina, quando deveria se formar atrás dela. Essas características interferem no tipo de disfunção visual do paciente, que pode apresentar: baixa miopia (até 3 graus), média miopia (de 3 a 6 graus) e alta miopia (acima de 6 graus)”, afirma Kleyton Barella, médico oftalmologista do Instituto Penido Burnier e especialista em catarata, glaucoma e cirurgia refrativa.

Desta forma, aqueles que são diagnosticados com alta miopia podem apresentar sintomas ainda mais acentuados, com fortes dores de cabeça, olhos vermelhos, incômodos frequentes na visão e até dificuldades em realizar tarefas simples, como ler um livro ou usar o computador. Além disso, pessoas com altos graus de miopia estão mais propensas a sofrerem com cegueiras e outros problemas oculares graves, como glaucoma, catarata, deslocamento de retina, degeneração macular, entre outros. 

Para evitar um possível agravamento da doença, pessoas míopes, sobretudo aquelas com média e alta miopia, devem adotar tratamentos corretivos o quanto antes, como o uso correto de óculos de grau e lentes de contato, por exemplo. “É primordial que haja um acompanhamento frequente junto ao médico oftalmologista, que poderá analisar cada caso individualmente e indicar ao paciente as melhores soluções para que ele volte a enxergar e possa realizar as suas atividades diárias de forma confortável e prazerosa”, complementa Barella. 

Além das visitas regulares ao oftalmologista, pessoas míopes podem prevenir as complicações da doença com o uso de óculos e lentes de qualidade, especialmente aquelas com altos índices refrativos, que permitem a confecção de lentes mais finas, já que a espessura costuma ser um fator primordial para a autoestima de quem usa óculos. Graças a tecnologia de lentes da Lenscope, healthtech que criou uma jornada 100% digital na aquisição de lentes para óculos em um processo simples, eficiente e funcional. Entre seus produtos, estão as lentes de resina mais finas do mundo, que necessitam de menos material na composição, tornando-se menos espessas do que as demais lentes comuns no mercado.

Uma lente ocular menos espessa também significa um maior conforto ao seu utilizador, que pode praticar todas as suas atividades diárias confortavelmente e por muito mais tempo. “Existe uma importante questão relacionada à autoestima na utilização de óculos. Reduzir ou eliminar o efeito fundo de garrafa é para muitos tão importante quanto uma boa correção da visão. Inúmeras pessoas deixam de ver e serem vistas por conta da vergonha na utilização de lentes grossas, e a Lenscope trabalha para devolver a autoestima desses consumidores”, afirma Makoto Ikegame, CEO e Cofundador da Lenscope.


Cardiologista explica a importância de medir a pressão para prevenir as doenças do coração

No mês do coração, especialista alerta para a importância de se atentar à hipertensão arterial, já que problema é pano de fundo para doenças cardíacas


 Setembro Vermelho é o período do ano escolhido para lembrar que as doenças cardiovasculares continuam sendo a primeira causa de morte nas Américas, tirando dois milhões de vidas a cada ano. Não fumar, praticar atividade física, ter uma dieta equilibrada e evitar o consumo de álcool são as quatro atitudes saudáveis para evitar 80% das doenças do coração, bem como fazer a medição da pressão arterial regularmente.
 

“Sabemos que por trás das doenças que acometem o coração, especialmente o AVC e o infarto, está a hipertensão. Por isso, a avaliação da pressão é um elemento fundamental tanto na prevenção individual quanto coletiva”, afirma o Dr. Marco Mota, cardiologista e consultor da Omron Healthcare Brasil. 

Segundo ele, quando o paciente possui o equipamento de medir pressão em casa fica mais fácil detectar o problema não apenas em si mesmo, mas também no contexto familiar. “Em 90% dos casos, a hipertensão é hereditária. Daí a importância de medi-la regularmente, além de uma vez ao ano realizar uma avaliação médica de todos os membros da família. Ao detectar o problema em alguém, é possível que o paciente se apresse em buscar ajuda e também um diagnóstico”, explica ele. 

O especialista informa ainda que as diretrizes médicas preconizam que a pressão deve ser medida por profissional de saúde em qualquer etapa da vida ou mesmo em casos de menores de idade. “Vivemos hoje uma epidemia de adolescentes hipertensos, já que muitos enfrentam o sobrepeso e a obesidade. Sem falar no sedentarismo, uma vez que os jovens estão cada vez mais presos às telas de celulares e computadores”, alerta Dr. Mota. 

Globalmente, mais pessoas morrem a cada ano de doenças cardiovasculares - principalmente doenças isquêmicas do coração e acidentes vasculares cerebrais (AVC) - do que por qualquer outra causa. Mais de três quartos dessas mortes ocorrem em países de baixa e média renda, onde os casos continuam aumentando.

Na América Latina e no Caribe, a hipertensão é uma condição muito comum que causa doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais e os dados da OPAS mostram que muitos (28% das mulheres e 43% dos homens) não sabem que são afetados. 

O risco de doenças cardíacas e AVC é aumentado por dietas não saudáveis, especialmente aquelas com alto teor de sal, gordura e açúcares, e baixos níveis de atividade física. O uso do tabaco também é um dos principais fatores de risco, contribuindo com cerca de 10% de todas as mortes por doenças cardiovasculares. 

“As doenças cardiovasculares são preveníveis. Entretanto, muitas pessoas duvidam que possam entrar para as tristes estatísticas e acabam negligenciando os cuidados básicos. Manter a pressão arterial sob controle é um deles”, avisa o cardiologista.

 

Desmame precoce atrapalha desenvolvimento facial das crianças

Encolhimento da face pode levar a distúrbios respiratórios do sono e apneia obstrutiva


Todo mundo tem consciência dos benefícios que a amamentação oferece ao bebê do ponto de vista nutricional e proteção imunológica. Por isso, o incentivo para que as mamães amamentem seus filhos o máximo de tempo possível. No entanto, poucas pessoas sabem dos prejuízos que o bebê que larga o peito precocemente pode sofrer, mas que vão para além dessas questões.

De acordo com a Dra. Vivian Farfel, especialista em odontopediatria, ortopedia e ortodontia, a amamentação no peito é uma atividade importante para o desenvolvimento facial das crianças. "Esta musculação, que é 60 vezes maior se comparada ao uso da mamadeira, ajuda a expandir o tamanho do palato, a abrir as vias aéreas, a posicionar a maxila e mandíbula de forma correta, entre outros fatores essenciais para a saúde geral da criança", afirma a doutora.

Ela explica que o desmame precoce pode provocar um encolhimento da face, que leva ao estreitamento dos maxilares e, consequentemente, ao apinhamento dos dentes, que não deve ser encarado apenas como questão estética. “Entretanto, com o desmame precoce é comum também notarmos distúrbios respiratórios do sono e apneia obstrutiva, entre outros prejuízos à saúde", relata a especialista, que defende as técnicas da ortodontia integrativa como forma de tratamento.

Na maioria das vezes, a dificuldade da mamãe em amamentar a criança está na incapacidade do bebê em sugar o leite, que pode ser devido a um frênulo (conhecido popularmente como freio) de língua ou lábio, que são pregas de tecido fibroso que impedem a elevação da língua ou o correto fechamento dos lábios. Por meio da ortodontia integrativa é possível fazer uma avaliação a respeito e, caso seja detectada alguma anormalidade, reverter esse quadro.

Faz-se um pequeno corte no freio promovendo a liberaração (frenotomia) ou remove-se o freio (frenectomia). “Trata-se de um problema que é diagnosticado incorretamente ou simplesmente negligenciado por muitos profissionais de saúde e, naturalmente, muitas mamães não têm nenhum conhecimento sobre isso", conclui a dra. Vivian.

Tecnologia amplia possibilidades de tratamento de doenças cardíacas

Com incisões cada vez menores ou sem elas, tempo reduzido de internação e baixa mortalidade, os procedimentos cardíacos minimamente invasivos trazem benefícios para o paciente e o ecossistema de saúde


A expressão procedimento cardíaco pode ser assustadora num primeiro momento, mas, diferentemente do que as pessoas imaginam, essa área médica evoluiu a passos acelerados e muitos deles utilizados hoje são minimamente invasivos. As temidas cirurgias de peito aberto vêm sendo, em grande número, substituídas pelas minimamente invasivas, sem a necessidade de grandes incisões que exigiam longa fase de recuperação e com alta incidência de complicações. 

No Brasil, as doenças cardiovasculares ainda são as principais causas de mortes. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 300 mil indivíduos por ano sofrem Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), ocorrendo óbito em 30% desses casos. Estima-se que até o ano de 2040 haverá aumento de até 250% dessas ocorrências no país. 

“As doenças cardíacas continuam sendo a principal causa de morte no mundo, por isso a revolução na área significa ampliar o número de pacientes beneficiados e envolve valor incalculável”, comenta o cardiologista Carlos Eduardo Duarte, especialista em estimulação cardíaca da BP, que recentemente realizou uma das primeiras cirurgias de implante do menor marca-passo do mundo no Brasil na BP -- A Beneficência Portuguesa de São Paulo. 

Marca-passo Micra
Imagem: Luis Benedito | GrupoPhoto 
Uma das tecnologias mais disruptivas, que recentemente chegou no Brasil, e que é implantada no paciente de forma minimamente invasiva é o Micra, menor marca-passo do mundo. Ele possui o tamanho de um comprimido de vitamina, não exige mais cabos-eletrodos e é indicado para tratar a bradicardia. A doença ocorre quando o ritmo cardíaco é irregular ou lento, com menos de 60 batimentos por minuto. O considerado normal para um paciente adulto varia entre 60 e 100 batimentos por minuto. 

Outro tipo de enfermidade que pode ser tratada através de procedimentos minimamente invasivos é arritmia cardíaca. Uma de suas modalidades é a fibrilação atrial, quando as irregularidades na transmissão de impulsos elétricos que coordenam os batimentos cardíacos disparam. Apesar de existirem medicamentos para controlar a condição, muitos pacientes precisam se submeter a um procedimento de crioablação, que cauteriza ou congela a parte do coração responsável pela arritmia. Na técnica, que dura de 2 a 3 horas, a ponta do cateter balão é congelado, - 80°C, cauterizando o foco do problema. 

Assim como a crioblação para tratar a fibrilação atrial, que passou a fazer parte do rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em 2021, outro procedimento que também merece reconhecimento é o implante percutâneo de válvula aórtica ou TAVI (da sigla em inglês, Transcatheter Aortic Valve implantation). Ele é indicado para casos de estenose aórtica, quando a valva aórtica sofre obstrução ou estreitamento em pacientes idosos ou de maior risco para a cirurgia convencional. 

Na cirurgia convencional, a troca da valva aórtica é feita com o peito aberto, com incisões de grandes proporções, recuperação lenta e com risco elevado para o paciente idoso, mais suscetível a complicações. No TAVI, essa mesma valva é corrigida por meio da introdução de um cateter na região da virilha, que segue até o coração, implantando assim uma nova valva e restabelecendo a passagem adequada do fluxo sanguíneo. O procedimento é feito sem cortes, com uso de anestesia local e sedação leve. Muitos pacientes, inclusive, recebem alta em até dois dias, enquanto os que fazem a “cirurgia aberta” têm um tempo médio de internação de uma semana. 

A estenose aórtica é uma doença que acomete 5% da população com idade acima de 75 anos e sua prevalência aumenta com a idade. “Sem dúvida, os pacientes mais idosos apresentam um risco mais elevado para a cirurgia convencional, ou de peito aberto, sendo este procedimento muitas vezes até contraindicado”, explica Fernanda Marinho Mangione, diretora de Avaliação de Tecnologia em Saúde da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista e médica do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Sem o devido tratamento, 50% dos pacientes que apresentam sintomas como cansaço, desmaios ou dor no peito morrem em cerca de um ano. 

De acordo com Fernanda, o TAVI surgiu como uma excelente opção de tratamento e mudou paradigmas da estenose aórtica, tendo resultados equivalentes ou até superiores à cirurgia tradicional e podendo ser realizado mesmo nestes pacientes muito idosos e com risco cirúrgico proibitivo.
 

Como prevenir doenças cardíacas

É fato que a medicina tem feito o seu papel com a ajuda de pesquisas científicas, tecnologia, conhecimento e expertise dos profissionais de saúde. Ao mesmo tempo, o paciente precisa entender a importância de cuidar do coração por toda a vida.

“Investir em prevenção, seguindo uma alimentação equilibrada, rica em vegetais e pobre em gordura, sal e açúcar, recorrendo à prática regular de atividade física e consultas periódicas ao clínico ou ao cardiologista são práticas essenciais para a vida saudável”, afirma Dr. Marcelo Cantarelli, coordenador do Cath Lab do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e do Grupo de Hospitais DASA-Leforte.

O coração nem sempre dá sinais de que há algo errado.” A máxima ‘quem vê cara, não vê coração’ faz todo sentido, conclui Cantarelli. Por isso, acompanhar o órgão, de perto, é primordial para a saúde, independentemente da idade.

 

Artrite Idiopática Juvenil: Conheça a condição rara que atinge crianças e adolescentes

Com causa desconhecida, a AIJ é um conjunto de subtipos de doenças que afetam joelhos, punhos, pés, mãos e cotovelos 

 

Apesar de muito conhecida entre a população adulta, a artrite — doença inflamatória crônica que afeta diversas articulações — também prejudica crianças e adolescentes, podendo surgir desde o primeiro ano de vida. A Artrite Idiopática Juvenil (AIJ), também conhecida como doença de Still ou Artrite Reumatóide Juvenil, é um conjunto de doenças autoimunes que aparecem antes dos 16 anos de idade, atingindo as articulações e outros órgãos, como a pele, os olhos e o coração.

A causa da AIJ ainda não é conhecida, e até mesmo sua incidência não é exata em nosso país. No entanto, estudos recentes comprovam que além da tendência familiar, fatores externos como infecções virais e bacterianas, estresse emocional e traumatismos articulares atuam como gatilhos para o desencadeamento da doença, cujos principais sintomas são dores, rigidez, inchaço e vermelhidão nas articulações.

Seu diagnóstico é clínico, baseado na presença de artrite em uma ou mais articulações com duração de, no mínimo, seis semanas. Não é fácil identificar casos de AIJ, visto que seus principais sintomas são comuns em inúmeras doenças, como as infecções. Por isso, além das dores e inflamações, outros fatores levados em consideração para um diagnóstico preciso são: rigidez matinal, fraqueza ou a falta de capacidade na mobilização das articulações, além de febre alta diária por mais de duas semanas.

Classificada em diversas categorias, os três tipos mais comuns de Artrite Idiopática Juvenil são pauciarticular — ou oligoarticular —, em que são atingidas até quatro articulações, causando também a inflamação dos olhos, o que demanda consultas regulares ao oftalmologista;  poliarticular,  em que são afetadas cinco ou mais articulações, principalmente joelhos, tornozelos, punhos, cotovelos e pequenas juntas das mãos e pés; e sistêmica, que se caracteriza através da presença de artrite junto à febre alta, erupção na pele, serosite e aumento de fígado e baço. Outros tipos de AIJ são artrite psoriásica infantil, artrite relacionada à entesite e indiferenciada.

A boa notícia é que, apesar das dificuldades, uma vez diagnosticada a doença e iniciados os tratamentos de maneira precoce, as inflamações são controladas e os pacientes conseguem retornar às atividades normalmente. Em alguns casos, é necessário fisioterapia e, nos mais extremos, recomenda-se o acompanhamento psicológico, visto que a doença crônica impacta diretamente vários âmbitos da vida da criança e dos familiares.

É muito importante que os pais e professores mantenham-se atentos a sinais de alteração de comportamento nos pequenos. Além dos indícios físicos, como dificuldade na movimentação, os pacientes frequentemente possuem modificações de humor por conta das dores, apresentando picos de tristeza ou raiva. 

 

Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg - especialista em Reumatologia e Reumatologia Pediátrica. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia, mestrado e doutorado em Medicina (Reumatologia) pela Universidade de São Paulo, especialização nos EUA e Canadá. Atualmente é professora e mentora de novos profissionais na Universidade de São Paulo.

 

Conheça cinco dicas para uma boa escolha de carreira

Tomar um caminho equivocado pode trazer consequências sérias, inclusive de conflitos psicológicos e emocionais

 

A escolha da carreira profissional mudou consideravelmente nos últimos 30 anos, especialmente porque, desde então, é a pessoa quem decide qual trilha deseja seguir e não mais a empresa que traçava um plano de evolução profissional. E com o processo de digitalização, surgiram inúmeras possibilidades. Entretanto, não se pode garantir que uma escolha, por mais consciente que seja, será um sucesso total e inequívoco do indivíduo, uma vez que existem muitos elementos agregados a isso. 

De acordo com Juliaine Cunha, coordenadora comercial do software de recrutamento e seleção da abler, startup que tem como propósito conectar empresas e candidatos, é importante avaliar a escolha de carreira sob vários vieses e não apenas o financeiro ou exclusivamente o emocional. “Por isso, uma boa pesquisa e uma avaliação cumulativa de todas as variáveis disponíveis são importantes para que a tomada de decisão seja a mais acertada possível”, comenta.

Para quem está ingressando na universidade, a especialista separou cinco dicas básicas para acertar na carreira

Quando falamos sobre carreira, é importante esclarecer que estamos vivendo um período extremamente volátil em termos de mercado. Nunca tivemos um ritmo tão rápido de defasagem de algumas posições de trabalho e de criação de outras. Por isso, a primeira dica é que a pessoa avalie quais são as perspectivas de mercado para o curso escolhido;

É sempre uma boa ideia conversar com profissionais e estudantes da mesma área, para buscar compreender como as coisas funcionam na prática e se aquilo faz sentido para a sua trajetória;

Outro ponto a se considerar é que os mesmos cursos podem prover resultados bem diferentes, a depender da instituição. Então é importante pesquisar sobre o conceito daquela graduação na universidade visada. Nada disso fornece garantia, mas é uma segurança a mais;

questões pessoais que também precisam ser avaliadas em paralelo aos pré-requisitos daquela carreira. Por exemplo, existem carreiras que dependem inequivocamente de viagens constantes; outras, de plantões em horários não convencionais. É preciso avaliar se a pessoa está disposta a se adaptar ao que o caminho profissional lhe exigirá;

Por fim, e não menos importante, buscar autoconhecimento. As dicas anteriores foram voltadas a critérios externos mas, para que uma pessoa possa avaliar se uma escolha faz sentido para a sua vida, é indispensável que conheça a si mesma, suas características, seus valores e seus objetivos.

Os aspectos que fazem saber se está no caminho certo ou não variam de pessoa para pessoa. Inclusive elas podem ter propósitos diferentes ao longo da vida. De qualquer forma, consultar um profissional certificado que ajude a conduzir testes vocacionais de acordo com certos critérios e objetivos traçados pode ajudar muito.

É preciso ter cuidado, no entanto, com testes rápidos e de fácil aplicação por conta própria. “Uma pessoa não consegue separar integralmente o seu lado pessoal do profissional. Sendo assim, inevitavelmente haverá um conflito emocional e psicológico muito grande com uma escolha equivocada, que pode até mesmo levar a quadros como burnout e depressão, por exemplo”, comenta. 

Ainda assim, é preciso também manter os pés no chão e entender como a vocação pode estar alinhada às tendências do mercado. Isso se consegue com muita pesquisa. O lado positivo é que vivemos com acesso fácil a todo tipo de informação e estudos. Vale também buscar as vagas frequentes que as grandes empresas da área divulgam, para se ter uma ideia de como anda o mercado no segmento. 

 

 Juliaine Cunha - Graduada em Direito pela UFPel, possui MBA em Liderança e Gestão de Pessoas, pela PUCRS. Atua como Gestora Comercial desde 2019, tendo mais de cinco anos de experiência na área de vendas. Entusiasta por pessoas e processos, acredita que um negócio de sucesso vem a partir do resultado dessas duas forças unidas. Sempre se interessou e trabalhou indiretamente com Recrutamento e Seleção. Ingressou na abler em 2021, liderando a interface de novos negócios.


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