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segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Doenças cardiovasculares matam 1 brasileiro a cada 90 segundos

Cerca de 30% dos óbitos registrados anualmente no país são em decorrência de complicações cardíacas
 

As doenças cardiovasculares são as mais comuns entre os brasileiros e também a principal causa de morte. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o percentual é maior que todos os cânceres juntos, problemas respiratórios, violência e acidentes de trânsito. 

Isso acontece porque as patologias do coração são muitas e acometem grande parte da população brasileira. Estima-se que, pelo menos, 400 mil pessoas venham a óbito por doenças cardiovasculares ao final de cada ano, o que significa uma morte a cada um minuto e meio. Segundo um artigo publicado do Arquivos Brasileiros de Cardiologia, a pressão arterial sistólica elevada foi o principal fator de risco para a mortalidade por doenças cardiovasculares em 2019. 

A chegada da pandemia agravou mais um pouco o cenário, já que devido ao isolamento, grande parte da população parou de fazer exercícios físicos e adotou uma alimentação pouco saudável. Além disso, a contaminação por Covid-19 é uma das causas para o surgimento ou piora de doenças cardiovasculares. “Pessoas que contraíram o modo mais agressivo do vírus têm maior chance de desenvolver patologias cardiovasculares após um ano. Por isso, durante as consultas, sempre perguntamos se o paciente já teve coronavírus, pois a doença por si só representa grande risco ao coração”, afirma a Dra. Salete Nacif, cardiologista do Hcor. 

Em média, o Hcor realiza 250 exames mensais para detectar doenças cardiovasculares. Durante a época mais forte da pandemia, este número caiu 30%, o que representa uma forte propensão ao diagnóstico tardio. Até julho deste ano, a média era de 216, ainda inferior à antes da pandemia. Com a redução do diagnóstico, também houve queda na realização de cirurgias, passando de 155 (2019) para 110, no primeiro ano da pandemia. Atualmente, a média é de 137 cirurgias por mês.
 

Doenças cardiovasculares mais comuns e tratamentos 

Existe uma variedade muito grande deste tipo de doença, mas algumas das mais comuns são: hipertensão, doença arterial coronária, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), obstrução das artérias das pernas e das carótidas (vasos que levam o sangue ao cérebro) e arritmias, todas elas agravadas pela pandemia.

“A insuficiência cardíaca é a fase final de todas as outras doenças cardiovasculares. Para isso, o paciente deve cuidar da pressão arterial, verificar o colesterol, cessar o tabagismo, combater o sedentarismo e controlar o estresse, pois esses são os principais fatores de risco”, explica Dr. César Jardim, cardiologista do Hcor. 

Existem ainda os tratamentos específicos para cada enfermidade. “Para a doença arterial coronária, por exemplo, podem ser indicados medicamentos e/ou realizada cirurgia para a colocação de Stent ou ponte de safena/ mamária. As doenças valvares podem ser tratadas também com remédios, mas muitas vezes são necessárias cirurgias ou procedimentos por cateterismo para fazer a correção das válvulas. As arritmias dependem de tratamento clínico, e, em último caso, há a possibilidade de intervenção invasiva como as ablações”, detalha Salete.
 

Quando devo procurar um médico? 

Ao sentir cansaço, dor no peito, falta de ar, inchaço nas pernas e/ou palpitações é fundamental procurar um atendimento cardiológico. No entanto, a maioria das doenças cardiovasculares é silenciosa, não apresentando nenhum sinal para o indivíduo. Por isso, o mais correto é fazer acompanhamento de rotina. “Em casos onde a pessoa não possui histórico familiar, a partir dos 40 anos é recomendado fazer um check-up anualmente. Em contrapartida, caso a família do paciente já possua alguma doença cardiovascular, o ideal é fazer esse acompanhamento com o cardiologista a cada quatro ou seis meses, dependendo da gravidade”, finaliza Jardim.
 

Hcor

Setembro Roxo conscientiza sobre a fibrose cística

O Teste do Pezinho ajuda no diagnóstico precoce de várias doenças, entre elas a fibrose cística
Divulgação


Mês ressalta a importância do diagnóstico precoce da doença com o Teste do Pezinho

 

 

A fibrose cística é uma doença genética rara e sem cura, conhecida também como Doença do Beijo Salgado ou Mucoviscidose 


“Ela é causada por uma mutação no gene CFTR (Cystic fibrosis transmembrane conductance regulator), que resulta na alteração da produção de secreções como o muco, pois elas ficam mais espessas do que o normal e fidicultam a eliminação natural. Esse acúmulo de muco compromete as funções normais de órgão vitais como os pulmões e intestino”, explica a diretora primeira secretária do Conselho Regional de Biomedicina do Paraná 6ª Região (CRBM6), Jannaina Ferreira de Melo Vasco.

 

Os sistemas respiratório, digestivo e reprodutor são os mais acometidos. Os principais sintomas são a tosse crônica, pneumonia de repetição, suor mais salgado do que o normal, diarreia, dificuldade para ganhar peso e estatura, além de infertilidade.

 

De acordo com a Cystic Fibrosis Foundation, cerca de 70 mil pessoas no mundo têm fibrose cística. Já no Brasil, segundo o Registro Brasileiro de Fibrose Cística (REBRAFC), há cerca de três mil pessoas com a enfermidade, mas é possível que existam mais pacientes sem diagnóstico e tratamento adequados. Por isso, é celebrado o Setembro Roxo para conscientizar as pessoas sobre a doença, além de alertá-las sobre a importância do diagnóstico precoce.

 

Por se tratar de uma alteração genética, ela pode passar de geração para geração. Por isso, é fundamental a realização do “Teste do Pezinho”, que faz a triagem dessa doença e, quando descoberta precocemente, evita várias complicações.

 

O exame é realizado entre o 3º e o 7º dia de vida e o procedimento deve ser feito em todos os recém-nascidos brasileiros. Ele é obrigatório e gratuito em todo o território nacional desde 1992 e está disponível tanto na rede pública (SUS) quanto na rede privada.

 

“O tratamento da fibrose cística envolve várias etapas e é muito importante ter esse acompanhamento com equipes multiprofissionais em centros específicos, já que são necessários a realização de fisioterapia respiratória, inalações, atividades físicas, uso de enzimas pancreáticas e de medicamentos como os antimicrobianos, corticóides, vitaminas e moduladores, além de exames específicos”, pontua Jannaina que é mestre em Microbiologia e doutoranda da UFPR pesquisando sobre fibrose cística.

 

Novas pesquisas e medicamentos

Segundo estimativas do Ministério da Saúde, uma em cada 25 pessoas carregam o gene da doença. Devido aos avanços da medicina, alguns estudos estão direcionados para a possibilidade de corrigir o defeito genético e restaurar a expressão correta da proteína CFTR.

 

“E como consequência, modificar completamente o fenótipo dessa enfermidade, que ainda apresenta alta letalidade e mortalidade. Essas pesquisas envolvem a aplicação de terapias gênicas, que resultam na possibilidade de restaurar a função de determinado gene mutado”, diz Jannaina.

 

Na última década, os pacientes com fibrose cística tiveram melhora significativa na sua saúde e qualidade de vida. Isso foi possível graças ao crescente aperfeiçoamento na área da engenharia genética, que possibilitou tanto o avanço no diagnóstico - com a possibilidade de realização do exame genético que auxiliou na classificação das mutações - quanto os progressos no tratamento.

 

“Novos medicamentos e terapias direcionadas foram desenvolvidas e trouxeram novas perspectivas aos pacientes. Essas drogas são chamadas de moduladores da proteína CFTR e atuam em algumas mutações específicas do gene. Assim, o tratamento não se limita apenas aos sintomas clínicos, mas são direcionados para atuar na causa molecular da doença”, comenta a representante do Conselho Regional de Biomedicina do Paraná.

 

Até o momento, existem quatro moduladores CFTR disponíveis: Ivacaftor (Kalydeco®), Lumacaftor/Ivacaftor (Orkambi®), Tezacaftor/Ivacaftor (Symdeko®) e Elexacaftor/Ivacaftor/Tezacaftor (Trikafta™).

 

“Todos esses moduladores têm registros aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Trikafta™ foi o último a ter essa aprovação em 02 de março de 2022. No entanto, apenas o Orkambi ® foi aprovado para a incorporação no SUS”, finaliza Jannaina.



DB Molecular identifica crescimento de 79% na procura por exames relacionados à saúde mental

Procedimento ajuda na prescrição correta de medicamentos, na diminuição de efeitos colaterais e nas melhorias na qualidade de vida dos pacientes

 

 

Dados recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que quase um bilhão de pessoas convivem com transtornos mentais. As informações foram publicadas na última revisão global sobre o tema desde a virada do século. No documento, consta também que o suicídio foi responsável cerca de 1 em cada 100 mortes. No Brasil, a depressão afeta mais de 18 milhões de pessoas. A prospecção da OMS é que em 2030 a doença seja a mais comum do mundo. Diante desse cenário, o diagnóstico preciso e a prescrição de medicamentos corretos se fazem cada vez mais necessários para a preservação e as melhorias da qualidade de vida dos que sofrem algum transtorno mental. O alerta vai ao encontro da campanha Setembro Amarelo, que tem o dia 10 de setembro marcado como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

 

O aumento pela busca de tratamento adequado foi observado pelo DB Molecular, que fornece exames de Farmacogenética, capaz de auxiliar médicos, como psiquiatras, a receitarem o medicamento mais eficaz e com o menor efeito colateral para o tratamento de depressão, psicose, ansiedade e epilepsia. Até julho deste ano, a procura pelo teste foi 79% maior, em comparação ao ano de 2021 inteiro.

 

O levantamento do DB Molecular, vem constatando o crescimento da realização do exame anualmente. De 2020 para 2021, o aumento foi de 261%, por exemplo.  De acordo com Isabella Ortiz, gerente de produto do laboratório e Mestre em Ciência da Saúde, a pandemia da covid-19 possivelmente tem grande influência nesse aumento.

 

“A pandemia afetou psicologicamente muitas pessoas. Viver em um cenário de milhares de óbitos diários, medo, incertezas, risco de contaminação e desempregos deixou muitas marcas na população. Nesse período, acompanhamos um crescimento significativo na procura por serviços de apoio psicológico e o exame genético mostrou ser uma ferramenta importante para auxiliar em tratamentos mais eficazes e personalizados" disse Isabella. Essa pauta precisa ser mais discutida, uma vez que o avanço dos transtornos mentais pode desencadear consequências graves, como o suicídio. 

 

“O exame é um dos meios disponíveis mais eficazes para auxiliar pacientes que já se encontram em tratamento, porém não apresentam resposta, pacientes poli- medicados ou aqueles que apresentam efeitos adversos aos fármacos em uso”, complementou Isabella, alertando também para a importância de um acompanhamento multidisciplinar com médicos e psicólogos.

 

Outro fator observado por Isabella é que o exame está se popularizando na Medicina. “No DB Molecular, temos uma equipe de especialistas para disseminar informações de qualidade acerca das novas tecnologias para o meio médico. Temos observado que o aumento da realização do teste é motivado também pela consciência dos profissionais de saúde, que estão prescrevendo o exame com mais frequência. Em algumas clínicas, já há a incorporação do exame como parte do protocolo terapêutico. Geralmente, ele é feito a partir da indicação médica. É necessário que a prescrição seja cada vez mais comum para que o tratamento adequado seja identificado com rapidez e, consequentemente, gere resultados satisfatórios em um curto espaço de tempo”, explicou.

 

O período gasto para acertar a medicação correta e os efeitos colaterais dos fármacos incompatíveis podem acarretar, entre outras coisas, o abandono do tratamento. “Apesar da multiplicidade de terapias medicamentosas disponíveis, muitos pacientes apresentam baixa resposta na efetividade do fármaco ou efeitos adversos graves. Isso pode fazer com que eles parem o tratamento sem a recomendação médica, resultando em prognósticos graves, com consequências que poderiam ser evitadas. Nesses casos, o tempo é crucial”, frisou Ortiz.

 

Como o exame funciona?


Por meio de uma simples coleta de sangue, o teste identifica em cada indivíduo variações presentes no genoma que podem interferir na atuação dos remédios no organismo. Há dois grupos de genes responsáveis pela resposta do medicamento. Um deles é encarregado de codificar as enzimas e os canais de recepção que atuam diretamente na eficácia da medicação. Muitos dos genes que codificam essas enzimas apresentam variações genéticas que podem apresentar diferentes níveis de resposta em pessoas diferentes, utilizando o mesmo medicamento. Com o exame, é possível obter informações sobre a metabolização dos fármacos utilizados ou daqueles que possam ser prescritos no futuro.

 

Centro de Valorização da Vida (CVV)


Caso esteja tendo pensamentos negativos e queira conversar, o Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma iniciativa que presta à população um suporte emocional e ajuda na prevenção do suicídio. O programa atende voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob sigilo, por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. Para mais informações, clique aqui.


Mulheres e trombofilia: a importância do diagnóstico precoce

Ao iniciar o uso de anticoncepcionais, planejar uma gravidez ou fazer reposição hormonal na menopausa, o diagnóstico dessa patologia é essencial

 

A trombofilia é uma condição que pode afetar gravemente a saúde de uma mulher. É uma hipercoagulabilidade do sangue que o torna mais espesso. A condição, hereditária ou adquirida, pode levar ao tromboembolismo, que ocorre quando um coágulo se forma na corrente sanguínea, afetando o fluxo sanguíneo nas veias. Neste Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose, celebrado em 16 de setembro, falar sobre trombofilia e diagnóstico precoce é fundamental.

“Por ser uma doença silenciosa, só aparece quando a paciente sofre consequências graves, como trombose, embolia pulmonar, acidente vascular cerebral (AVC), entre outros problemas. A trombofilia é muito comum e, se não tratada, pode até levar à morte”, explica Dr. Ciro Martinhago, Head de Reprodução Humana e Medicina Fetal da Dasa Genômica, braço genômico da Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil.


Hormônios e gravidez

Para as mulheres com trombofilia, o uso de anticoncepcionais orais aumenta em até 30 vezes o risco de coágulos na corrente sanguínea. Portanto, é importante descartar o diagnóstico no início da idade adulta antes de começar a tomá-los. Se a doença for confirmada, será recomendado optar por métodos contraceptivos não orais.

A mesma coisa acontece durante a menopausa, quando as mulheres recebem reposição hormonal. Se a presença da doença for conhecida, deve-se optar por não fazer ou por opções consideradas mais seguras.

Durante a gravidez, a trombofilia pode causar complicações como hipertensão, pré-eclâmpsia, descolamento prematuro da placenta, restrição do crescimento fetal e aborto retido. Por isso, saber que você tem a doença neste momento da vida também é importante para o acompanhamento médico.

Para evitar complicações, é necessário tratar a doença com o uso de anticoagulantes, principalmente durante a gravidez. Outras medidas preventivas também devem ser tomadas para eliminar os riscos ambientais de trombose. Além de não usar hormônios, é preciso evitar a obesidade, o tabagismo e ter muito cuidado em voos longos: beber bastante líquido, não consumir álcool e levantar-se a cada 50 minutos.


Fatores genéticos

Dr. Ciro Martinhago ressalta que é importante investigar o histórico familiar de trombofilia hereditária para a indicação do teste genético de sequenciamento de nova geração (Painel NGS), realizado a partir de uma simples coleta de sangue. Um exame que, se realizado no início da vida adulta da mulher, é útil para as três fases mencionadas. "O teste genético tem caráter preventivo, enquanto o habitual teste de trombofilia, que também é de sangue, detecta a doença já estabelecida", explica o especialista em genômica.

Três mutações importantes foram recentemente identificadas como responsáveis ​​pela maioria dos eventos tromboembólicos em pacientes sem risco aparente de trombose. A primeira, uma mutação no gene Fator V Leiden, é encontrada em aproximadamente 5% da população e é responsável por 20% a 30% dos eventos de tromboembolismo venoso. Essa mutação pode aumentar em até 80 vezes o risco de trombose venosa.

A segunda, mutação no gene da protrombina associada ao aumento da concentração plasmática de protrombina, aumenta o risco de tromboembolismo venoso e trombose cerebral. Pessoas com essa mutação genética têm um risco seis vezes maior de desenvolver uma trombose venosa. O risco é muito aumentado na gravidez pelo uso de contraceptivos orais.

A terceira forma de trombofilia hereditária é a mais frequente. É uma mutação no gene MTHFR (Metilenotetrahidrofolato redutase) que pode ser encontrada em 5% a 15% da população e está associada a um risco seis vezes maior de trombose venosa. 

Se a paciente for portadora heterozigota de ambos os genes (Fator V e Protrombina), o risco de ter um AVC pode aumentar em até 149 vezes se ela usar anticoncepcionais orais. “Portanto, o teste de DNA para detectar a mutação desses dois genes é importante para qualquer mulher que pretenda usar esse método contraceptivo, engravidar ou iniciar terapia de reposição hormonal, principalmente para aquelas com histórico familiar de trombose”, conclui Dr. Ciro.

 

Dasa Genômica


Infância em risco: a baixa adesão à vacinação

 

Em 2022, completam-se 10 anos do lançamento da vacina inativada contra poliomielite. Administrada por via intramuscular, é considerada mais segura e eficaz do que a formulação em gotas que ficou famosa na erradicação da doença no Brasil e na maior parte do mundo. 

Essa versão da vacina foi introduzida no Brasil em 2012 em um esquema de 2 doses, e ampliada em 2016 para a aplicação de 3 doses (aos 2, 4 e 6 meses de idade). O reforço é dado com as famosas gotinhas aos 15 meses e aos 4 anos. Mas, infelizmente, o Zé Gotinha não tem muito o que comemorar nesse aniversário de 10 anos deste aliado. A doença já tem reaparecido em algumas regiões do mundo, e o mês de agosto de 2022 tem sido marcado pela preocupação das autoridades de saúde do nosso país com a cobertura vacinal contra a pólio muito distante da meta de 95% das crianças. 

A cobertura vem caindo nos últimos anos e, Segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), em 2020, a cobertura chegou a apenas 76,15% dos bebês. Desde 1989, nosso país não registra casos de poliomielite e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) certificou o Brasil como área livre de circulação em 1994. Mas essa vitória está sob risco devido à baixa cobertura vacinal que tem sido obtida nos últimos anos. A tal ponto que a própria OPAS inseriu o Brasil em uma lista com mais sete países como áreas que estão em risco alto para retorno da doença na América Latina. 

Temos verificado efeito semelhante no que diz respeito à vacinação contra a covid-19 para a qual, considerando a população em geral, a adesão caiu para apenas cerca de 40% na dose de reforço. Essa situação aponta um comportamento de risco da população, e a aparente sensação de ‘segurança’ perante a determinada doença faz com que não haja procura por uma política pública gratuita, que já se mostrou altamente eficaz e que salva vidas. 

É urgente a intensificação de ações de educação em saúde que sejam capazes de sensibilizar a população em relação à importância da imunização para manutenção do estado geral de saúde do país. 

Uma importante iniciativa é a Semana Saúde na Escola, que costuma ser realizada anualmente em uma parceria do Ministério da Saúde e da Educação. Mas, diante da queda na adesão que comentamos aqui, fica o questionamento: até que ponto essas políticas de educação em saúde efetivamente atingem a população em geral? 



Ana Paula Weinfurter Lima Coimbra de Oliveira - farmacêutica, especialista em Citologia Clínica, mestre em Ciências Farmacêuticas, professora de pós-graduação no Centro Universitário Internacional Uninter.


Colágeno: a importância de ingerir a proteína diariamente

Especialista explica como a suplementação diária de colágeno pode fazer a diferença na saúde e bem-estar

 

Garantir saúde e bem-estar por toda a vida independente da faixa etária é, sem dúvida, uma preocupação cada vez mais evidente em boa parte da população. Com o passar dos anos, o organismo acaba perdendo muitas das suas propriedades e, embora naturais e inevitáveis, os efeitos podem ser retardados com cuidados preventivos. Além dos hábitos saudáveis de alimentação, hidratação e prática de exercícios físicos, a tecnologia tem avançado para oferecer produtos que auxiliam a garantir a qualidade de vida em qualquer idade. 

Muitas são as opções disponíveis no mercado para colaborar com o estilo de vida sadio, e nos últimos anos uma prática tem ficado bastante popular por oferecer diversos benefícios ao organismo: a ingestão de colágeno. Extremamente importante para a saúde das células, o colágeno representa em torno de 30% das proteínas do nosso corpo e é responsável pela firmeza, estrutura e elasticidade da pele, além de essencial na construção dos ligamentos, tendões, articulações e músculos. Mas com o tempo, o corpo vai diminuindo a produção natural de colágeno e passa a sentir os efeitos, como perda da massa muscular, rugas na pele e fragilidade do cabelo. 

“É uma proteína produzida naturalmente pelo nosso organismo, mas a partir dos 30 anos a produção diminui. Por isso a reposição com suplementos à base de colágeno é necessária”, explica Anna Paula Brito, nutricionista da Qualinova, empresa brasileira que oferece uma gama de produtos voltados a alimentação inteligente, saúde e bem estar. “O consumo de colágeno hidrolisado irá ajudar a balancear os níveis da proteína do corpo. Além disso, o colágeno é repleto de aminoácidos como a glutamina, glicina, arginina e prolina. Cada um deles desempenha um papel diferente no organismo, trazendo diferentes benefícios. Por isso é tão importante considerar a suplementação de colágeno”, acrescenta. 

Mas como essa suplementação deve ser feita? Segundo a especialista, a idade do paciente e a quantidade certa podem fazer diferença no melhor aproveitamento da ingestão do colágeno. “A partir dos 25 anos, os níveis de colágeno diminuem, deixando nosso corpo vulnerável aos sinais de envelhecimento da pele, unhas e cabelos. Portanto essa é a idade ideal para começar, embora o consumo possa ser realizado tanto antes quanto depois dessa faixa etária. Falando de quantidade, pesquisas apontam que a dose diária recomendada de colágeno hidrolisado é de 10 gramas, sendo perfeita para as necessidades de um corpo adulto e com a qual os benefícios serão notados na pele, ossos, unhas e cabelos”, diz. A hora correta para consumir também pode impactar na absorção. “A recomendação é ingerir colágeno com o estômago vazio, buscando evitar a competição no processo de absorção com outros componentes dos alimentos, como os aminoácidos. Portanto, o ideal é consumi-lo com uma distância de pelo menos 1 hora do consumo de outros alimentos, de preferência com o estômago vazio”, complementa a nutricionista.

 

Colágeno Líquido X Colágeno em Cápsula

Outra questão levantada na hora de adotar o consumo de colágeno é o formato ideal. As formas mais comuns disponíveis no mercado são o colágeno líquido e em cápsula. Anna Paula Brito esclarece a diferença entre eles. “A cápsula requer ingestão de líquido e possui baixa concentração de colágeno. O colágeno líquido é prático e por estar pronto para o consumo, é totalmente utilizado pelo corpo e totalmente absorvido”, explica. A opção líquida também representa a quantidade ideal em uma única dose. “Um frasco com 10 gramas de colágeno hidrolisado equivale a 20 cápsulas. Portanto, por ter a proteína em maior concentração e ser digerido mais rápido, facilita o uso e a absorção completa pelo organismo, o que aumenta a comodidade no consumo”, completa a especialista.


No Dia Mundial de Conscientização sobre o Linfoma, SBMN aponta evolução no diagnóstico e tratamento da doença

Exames estão utilizando menos radiação, são mais exatos e menos demorados, o que ajuda no sucesso do tratamento e na qualidade de vida do paciente

 

De acordo com dados da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), cerca de 70% da população mundial não sabe o que é linfoma, tipo de câncer que acomete o sistema linfático ou imunológico. Com o objetivo de chamar a atenção para a importância de se diagnosticar precocemente os sintomas da doença, facilitando e otimizando o tratamento, o próximo dia 15 de setembro é marcado como o Dia Mundial de Conscientização sobre o Linfoma. 

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que mais de 14 mil brasileiros foram diagnosticados com linfoma em 2021. “Surgimento de um caroço diferente no pescoço, axila ou virilha, cansaço, febre, suor noturno e perda de peso sem razão aparente são alguns dos sintomas. Esses caroços se diferem dos que temos por estar com infecção de garganta, por exemplo, pois os linfomas costumam ter um aspecto mais endurecido e um crescimento rápido”, explica a Dra. Adelina Sanches, diretora da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN). 

Os linfomas são subdivididos em diversos subtipos, porém, dois se destacam: o linfoma de Hodgkin e o linfoma não Hodgkin (esse é mais agressivo). Apesar de ambos surgirem em qualquer faixa etária, o Hodgkin é mais comum na idade adulta jovem (dos 15 aos 40 anos). Já Não-Hodgkin, que inclui mais de 20 tipos diferentes de cânceres, incide particularmente entre pessoas acima de 60 anos de idade, por razões ainda não esclarecidas. 

Para realizar o diagnóstico preciso do linfoma, o exame chamado PET-CT é uma excelente ferramenta, explica a dra. Adelina Sanches: “A maioria dessas doenças, quando têm alta taxa de proliferação (o que é comum) e consomem muita glicose. Elas usam o açúcar para prover energia para o crescimento / proliferação das células malignas, e é exatamente essa característica que se traduz no PET-CT. O exame consegue detectar doença em estágios precoces, mapera no corpo inteiro a doença avançada e sendo ainda capaz avaliar as respostas aos tratamentos bem cedo, motivos pelos quais somos reconhecidos por instituições internacionais no manejo dos linfomas”. 

Por isso, os pacientes com linfomas, em cenários ideais, realizam um PET-CT antes, no meio (interim) e depois do tratamento - para avaliar se as terapias foram bem sucedidas. Além disso, a realização do exame pode ajudar a definir quantos ciclos de quimioterapia o paciente fará ou se ele precisa fazer radioterapia como reforço, por exemplo. 

“Geralmente, realizamos de três a quatro PET-CT ao longo da vida de um paciente com linfoma Um no início, para se diagnosticar com precisão a extensão da doença; no meio do tratamento para ver o quanto este está sendo eficaz; o terceiro, no final do tratamento, para ver se o paciente está realmente curado; e pelo menos mais um, ao longo da vida do paciente, para ver se o mesmo está bem, de fato, e descartar a possibilidade de uma recidiva”, aponta a diretora da SBMN. 

Outro benefício apontado pela Dra. Adelina é o tempo gasto para a realização do exame. Antes, o tempo médio que o paciente ficava realizando o exame era de 30 minutos. Atualmente, este tempo caiu para uma média de 15 a 20 minutos. “Isso traz qualidade de vida ao paciente oncológico, especialmente as crianças, que se mexem bastante, e pessoas idosas, que sentem dores”. 

Por fim, a diretora da SBMN discorre sobre os três objetivos que a medicina nuclear busca cotidianamente para o cada vez mais eficaz diagnóstico e tratamento do linfoma: “São lutas constantes para conseguirmos três objetivos: a redução da quantidade de radiação, a melhora da resolução (capacidade de detecção) dos exames e a redução do tempo".

 

Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear - SBMN


Você sabe higienizar sua prótese dental?

Confira as dicas da Condor


 A dúvida na hora de higienizar a prótese dentária é bastante comum, o que, implica também, na dificuldade em escolher a escova correta para a limpeza. Escovas comuns e higienizações simples, no entanto, podem danificar o material e, assim, prejudicar o tratamento. Para evitar problemas com o uso da prótese, confira as três dicas que a Condor - empresa nacional e líder em diversas categorias dos segmentos de Limpeza, Higiene Bucal, Beleza e Pintura -- preparou sob a consultoria da embaixadora da marca, a dentista Amanda Beckhauser. 

“Muitas pessoas acham que por não ter mais dente ou ter apenas parte deles já não precisa mais se preocupar com a higiene bucal. Isso é um grande erro, porque diversas doenças podem se originar de gengivas descuidadas e de próteses contaminadas. O uso de próteses exige ainda mais atenção com a higiene bucal”, alerta Amanda Beckhauser. Confira as três dicas para evitar problemas:
 

1. Limpeza da prótese 

“Para ter uma boa higienização é essencial que você utilize um produto que se encaixe na parte da mucosa da prótese, além de cumprir o papel principal, que é a limpeza dos dentes“, explica a Dra. Amanda. Para isso, a profissional indica a Escova Protética da Condor, que permite escovação suave dos dentes e gengivas, sendo imprescindível na limpeza profunda e no combate às placas bacterianas que se acumulam nestes acessórios. 

Entre os atributos, a escova tem cabeça com cerdas dos dois lados, sendo um deles para escovar a face dos dentes e outro para limpeza detalhada, tanto dos sulcos como das gengivas. Além disso, o cabo é todo revestido em borracha, o que garante mais segurança e confiança na pegada, especialmente para consumidores mais idosos.
 

2. Higienização da prótese 

Para preservar o material, a Dra. Amanda Beckhauser destaca que é importante que a prótese seja higienizada e que os pacientes durmam sem ela. Esse também é um momento importante para a higienização completa do material. “Durante a noite, deixe a prótese dentro de um copo, completamente submersa em uma solução de água com uma colher de sobremesa de água sanitária. Esse ritual é de extrema importância, pois elimina todas as bactérias da prótese”.
 

3. Escovação 

Para quem utiliza a prótese total removível, ou seja, para quem já não tem mais dente, é necessário realizar a higienização da mucosa com o uso de enxaguante bucal, e complementar a limpeza com a ajuda de um limpador de língua. Caso o paciente ainda tenha dentes na boca e, por isso, faça uso da chamada PPR (prótese parcial removível ou “ponte móvel”), além da higienização da prótese, deve ser realizada a escovação dos dentes normalmente, com o tipo de escova indicado pelo dentista. “O uso do fio dental também é de extrema importância”, ressalta a especialista.



Condor
 https://www.condor.ind.br/

SAC: 0800 047 6666


Gestação: quais os riscos da obesidade para as grávidas?

Sobrepeso pode causar problemas para a saúde da mãe e do bebê; veja como evitar

 

A obesidade está se tornando cada vez mais recorrente na população. De acordo com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), no Brasil, essa doença crônica aumentou 72% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019. Enquanto isso, segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2022, sem os cuidados necessários, a doença poderá atingir 30% da população adulta do Brasil até 2030 e 33,2% das mulheres viverão com obesidade.

 

E entre o público que mais precisa redobrar os cuidados com a prevenção, estão as grávidas. “Além da diabetes gestacional, a obesidade pode levar a apneia obstrutiva do sono, que, por sua vez, aumenta o risco de pré-eclâmpsia e outras complicações”, cita o médico pós graduado em endocrinologia, Dr.  André Moreira.

 

A doença também causa riscos à saúde do bebê.  “O peso maior que o esperado para idade gestacional, pode aumentar o risco de abortos,  de síndrome metabólica e obesidade infantil, desenvolvimento de malformações fetais, além de dificultar a detecção de complicações no ultrassom”, explica. 

O excesso de peso também pode dificultar a amamentação, importante para o desenvolvimento da criança. “Devido às limitações de ordem física, pode haver dificuldade para o aleitamento materno. Mulheres obesas podem, ainda, sofrer com a redução da produção de leite materno”, revela o médico.

 

Tratamento

 

Atingir um peso saudável para quem planeja engravidar é muito importante. “O ideal é tratar a obesidade antes de engravidar, por meio de reeducação alimentar, atividade física e, se necessário, reposição de hormônios e remédios”, aconselha.

 

A obesidade é a condição médica mais comum das mulheres em idade reprodutiva. “A classificação da obesidade é feita pelo índice de massa corporal (IMC).  Segundo a Organização Mundial da Saúde, o IMC ≥ 30 kg/m2 já é considerado obesidade. Na gestação, pelo aumento da quantidade de líquido no organismo, o IMC se correlaciona com a quantidade de gordura corporal”, frisa André. 

Dessa forma, o ideal é procurar ajuda médica. “Procure um profissional capacitado para indicar o melhor tratamento para seu caso, assim, você e seu bebê estarão seguros”, finaliza.


André Moreira - formado em Medicina, desde 2008, pela Universidade Federal De Minas Gerais – UFMG, pós-graduado em endocrinologia e tratamento da obesidade.

Instagram:@drandre.moreira,

Facebook: dr.andrebmoreira


Veja os Grandes Riscos da Perda Óssea e Aprenda Como Evitar Esse Problema

Recentemente Luiz Carlos da Dores, de 56 anos, faleceu devido a uma infecção generalizada, que teve após implantar facetas dentárias.

Os exames de raio-x apontaram que ele tinha uma doença de perda óssea, o que, segundo avaliação de outra profissional que orientou a família de Luiz, impossibilitava que ele tivesse realizado o procedimento. Ele foi internado no dia 8 de agosto e morreu 10 dias depois.

“No dia 27 de junho ele já estava com as facetas. Dias depois, começou a ter dores. Passou muito mal no começo de agosto. Teve inchaço em um dos dentes e uma íngua. A dentista o avaliou, mas disse que ele não tinha nada”, conta o marido de Luiz Carlos.

Depois do inchaço, o marido contou que Luiz teve falta de ar, queda na saturação e de pressão, além da dor no dente. Alguns dias depois, foi internado em um hospital, e logo transferido para a UTI de outra unidade de saúde.

No dia 8 de agosto, ele foi para o hospital, onde morreu. No atestado de óbito, consta que ele teve choque séptico. A única infecção que ele teve no corpo foi no dente.

O caso está sendo apurado. 

"O caso serve de alerta para a população que desconhece a íntima relação da boca com a saúde no geral. " explica a cirurgiã dentista, especialista em periodontia, Dra. Bruna Conde. A perda óssea acontece quando ocorre uma reabsorção do osso alveolar. Ele fica desgastado, mais fino e mais baixo, o que traz prejuízos para os demais tecidos e também para os dentes.

Para que os dentes se mantenham fixos na boca, eles são envolvidos pelo periodonto. Essa estrutura é composta por diferentes tecidos, que mantêm os dentes presos na arcada dentária e atuam como uma espécie de amortecedor natural, garantindo conforto na hora de mastigar.

Um dos tecidos que compõem o periodonto é o osso alveolar. Nele, fica presa a raiz dentária, e por isso é fundamental que tenha uma boa saúde e qualidade. Só assim proporciona a fixação adequada da dentição.

“Problemas na gengiva e na boca podem desenvolver uma infecção generalizada.” destaca Bruna Conde. “Essa infecção pode iniciar na boca, ir para corrente sanguínea e atingir diversos órgãos, podendo causar problemas graves, que se não tratados devidamente, desencadeiam uma infecção e a morte.” Completa.


Como identificar uma perda óssea?


Apenas um dentista capacitado em periodontia consegue identificar 100% uma perda óssea. Porém, existem sintomas que podem te ajudar a suspeitar e buscar ajuda:


- Dente mole;

- Dentes com raiz exposta (retração gengival);

- Sensibilidade e dores frequentes nos dentes;

- Dentes que mudaram de posicionamento;

- Mau hálito;

- Dente com sangramento;

- Dente com pus;

- Formação de espaços entre os dentes (diastemas);

- Desgaste dentário.


“Doenças periodontais e má higienização dos dentes e gengivas são as principais causas de perda óssea. A periodontite acontece quando uma inflamação que ocorre nos tecidos periodontais, como o agravamento de uma gengivite que não foi devidamente tratada.” alerta a cirurgiã dentista Bruna Conde.
 

“Fique atento em sinais de que sua gengiva está apresentando problemas, como, inchaço e vermelhidão gengival, sangramento da gengiva, espaços entre a gengiva e o dente, sensibilidade dental, mau hálito e dentes mais alongados. Procure um especialista em periodontia para analisar, identificar e tratar para evitar problemas para a sua boca e sua saúde geral. ” finaliza a especialista em periodontia Dra. Bruna Conde.

 
Dra. Bruna Conde - Cirurgiã Dentista.
CRO SP 102038


Paciente com câncer deve programar viagem com cuidado, orienta oncologista

O médico Ramon Andrade de Mello diz que viajar pode ajudar no tratamento

 

Viajar faz bem e para o paciente com câncer pode ser um alimento para recarregar o corpo e a alma. “Tomando os cuidados necessários, uma viagem pode trazer muito benefícios para o tratamento do paciente oncológico, contribuindo inclusive para a sua recuperação”, orienta o médico Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal. 

Uma das medidas antes da viagem deve ser a atualização da vacinação e conversar com o médico o melhor período durante o tratamento. “Por ser um paciente com imunidade reduzida, tomar vacina vai ajudar prevenir eventuais riscos nos locais turísticos”, explica o oncologista. Na hora de escolher o destino, procure localidades com boa infraestrutura, capaz de oferecer assistência médica, caso necessário. “Procure seguir o seu ritmo durante o passeio, procurando descansar e se alimentar adequadamente”. 

Nas viagens aéreas, as pessoas em tratamento oncológico devem seguir a orientação do médico. Por ser um ambiente com pressão de ar reduzida, para pacientes que passaram por grandes cirurgias no pulmão pode ser recomendado a viagem de carro ou ônibus. “O ambiente das aeronaves traz ainda o risco de formação de coágulos nas veias, geralmente nas pernas, pelo longo tempo sentado. Por isso, esse passageiro deve procurar levantar-se periodicamente e fazer pequenas caminhadas”, afirma Ramon Andrade de Mello. 

“Mantenha-se sempre hidratado e, se for preciso, leve um lanche leve e saudável, evitando a comida servida no avião”, detalha o oncologista. Segundo ele, o paciente também deve levar cópias de exames mais recentes e até mesmo uma carta do médico descrevendo o seu diagnóstico. Certifique-se de levar um pouco mais de remédios nas embalagens originais, que devem ser guardados na bagagem de mãos, evitando problemas com a alfândega. 

 

Dr. Ramon de Mello - oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP.

https://ramondemello.com.br/


Intolerância e Alergia a Lactose: Existe Diferença?


Sentir-se mal após ingerir algum alimento com lactose, dores e desconfortos abdominais, gases, comichão, erupções cutâneas, náuseas, inchaço e diarreia. Essas são algumas reações do organismo que identificam alguma sensibilidade, intolerância ou até mesmo alergia em relação ao alimento. 

É comum muitas pessoas que não conhecem o que diferencia uma condição da outra. Pensando nisso, a médica nutróloga Dra. Marianna Magri explica as diferenças entre intolerância e alergia a lactose. 

“A intolerância alimentar mais comum, é a lactose. Acontece quando o organismo da pessoa é incapaz de digerir a lactose, um tipo de açúcar presente no leite e nos laticínios. Essa incapacidade digestiva pode ser parcial ou completa e ocorre devido ao organismo produzir pouca ou nenhuma quantidade de enzimas lactase, que é a enzima que digere a lactose e trata-se de uma reação provocada pelo intestino” esclarece a Dra. Marianna. 

A enzima lactase, é responsável por digerir esse açúcar, portanto, quanto mais lactose não digerida no processo de digestão, maior o risco de resultar em inchaço no estômago, dor ou distensão abdominal, flatulência, náuseas ou vômitos, inflamação e diarreia. 

A intolerância não é uma doença grave. Em contrapartida, se houver desconforto ao ingerir alimentos lácteos, é importante consultar um especialista, como um médico nutrólogo, para avaliar o caso e verificar se há necessidade de restringir a lactose na alimentação, ou inserir suplementos de enzimas lactase para ajudar na digestão.

Já a alergia, envolve o sistema imune do organismo, que controla a forma como o corpo se defende. Estudos da Academia Americana de Alergia, Asma e Imunologia (AAAAI), indicam, por exemplo, que se tem alergia ao leite de vaca, o sistema imunológico identifica-o como um invasor ou alérgeno. 

O corpo reage exageradamente, produzindo anticorpos chamados Imunoglobulina E (IgE). Esses anticorpos circulam até as células que libertam substâncias químicas, causando uma reação alérgica. Essa ação pode envolver diversos órgãos, provocando inchaço nos lábios e no rosto, coceira, manchas avermelhadas na pele, tosse, falta de ar e também diarreia. “Em casos mais graves, pode levar a choque anafilático e até a morte. Na maioria das vezes, a alergia pode surgir nos primeiros anos de vida e tende a desaparecer até os 5 anos de idade.” destaca Marianna Magri. 

O tratamento para a alergia ao leite de vaca, é a exclusão desse alimento da dieta. Alguns dos sintomas para identificar a alergia ao ingerir leite de vaca são: anafilaxia, urticária aguda, chiado no peito e respiração difícil, rinite, tosse seca, vômitos e edemas na laringe. 

“Consulte um especialista no assunto para informações e recomendações profissionais. Não existe cura para a intolerância nem para a alergia, porém seguindo as orientações médicas é possível viver bem e ter uma dieta saudável, com variadas opções de alimentos para substituir a ingestão de lactose.” finaliza a Dra. Marianna Magri.
 


Marianna Magri - Médica titulada pela Associação Médica Brasileira e Colégio Brasileiro de Radiologia. Médica Nutróloga - Formação Hospital Albert Einstein. Food and Health (Stanford)


Linfoma: tratamento no público e no privado

15 de setembro é o Dia Mundial de Conscientização Sobre Linfomas

 

Dia 15 de setembro é o Dia Mundial de Conscientização Sobre Linfomas que são um tipo de câncer que se originam no sistema linfático. Temos motivos para comemorar esta data. Mas também temos que refletir sobre a acessibilidade aos tratamentos disponíveis para pacientes do sistema público e àqueles que dispõe da medicina privada. É fato que os avanços nas pesquisas e nas terapias recentes conferem um melhor prognóstico, expectativa e qualidade de vida aos pacientes diagnosticados com linfoma. Mas não para todos os pacientes, infelizmente. Ainda há uma grande diferença em acessibilidade às novas terapias entre pacientes SUS versus privados, o que pode conferir uma menor chance de resposta aos pacientes que não tem acesso a essas terapias inovadoras. Essa é a realidade!

É importante que todos conheçam as características dos linfomas assim como as formas de tratamento e chances de cura. Primeiramente: o que é sistema linfático? É a rede composta por linfonodos e tecidos que produzem as células (linfócitos) responsáveis pela defesa do nosso organismo com a produção de anticorpos. Assim, os linfomas – o tipo de câncer – são divididos em linfomas Hodgkin (LH), que representam dois tipos; e linfomas não Hodgkin (LNH), que representam mais de 80 tipos de linfomas.  

O linfoma Hodgkin é uma doença curável, na maior parte dos casos, apresentando uma taxa de cura de mais de 85%. O tratamento clássico inicial é a poliquimioterapia (múltiplas drogas) com ou sem radioterapia associada, que está disponível no SUS e no ambiente privado. Para os pacientes que sofrem recaídas ou que não respondem ao tratamento inicial as opções utilizadas no SUS são a poliquimioterapia e o transplante de medula óssea. Em âmbito privado, nos casos de recidiva (retorno da doença), existe ainda a opção da imunoterapia que podem ser medicamentos (anticorpos monoclonais) com alvo específico para um componente que há nas células do linfoma induzindo o sistema imune a reagir contra ele; ou medicamentos inibidores do ponto de controle imunológico, que aumentam a resposta imunológica do corpo contra as células cancerígenas.

Já os linfomas não-Hodgkin, com o avanço da medicina, a chance de cura tem chegado em 60-70%. Pode ser feito com quimioterapia, associação de quimioterapia com imunoterapia (anticorpos monoclonais) ou radioterapia. Para os pacientes que sofrem recaídas ou que não respondem ao tratamento inicial, as opções utilizadas são a poliquimioterapia, imunoterapia e transplante de medula óssea. No SUS são poucos os tipos de LNH que possuem acesso aos anticorpos monoclonais. Em ambiente privado mais tipos de LNH tem acesso aos anticorpos monoclonais e existe ainda disponível uma maior variedade desses anticorpos monoclonais. Em âmbito privado, há também a possibilidade de terapias-alvos para alguns tipos de linfomas (medicamentos que visam especificamente as alterações celulares que causam o linfoma).

Realizada no Brasil em âmbito de pesquisa clínica, recentemente foi aprovada pela Anvisa a imunoterapia com células CAR-T (linfócitos T com receptores antigênicos quiméricos) que são linfócitos retirados do paciente processados em laboratório adquirindo a capacidade de perseguir e eliminar as células do linfoma ao serem reintroduzidos no paciente. Logo deve ser incorporada como possibilidade de tratamento disponível em âmbito privado, apresentando boa resposta em pacientes com LNH refratários.

Receber um diagnóstico de linfoma é difícil, dolorido. São muitas informações a serem processadas. Há uma ansiedade gigantesca em receber essa notícia e não saber como será o tratamento, como a vida seguirá a partir dali. Como especialistas, podemos garantir que os tratamentos estão evoluindo, a cada dia. Vemos diariamente melhores respostas em nossos pacientes. Entretanto, para nós, médicos, ver a disparidade de tratamento entre SUS e privado nos causa impotência e tristeza em não poder proporcionar as terapias disponíveis para aqueles que precisam do sistema público. De todo modo, é nossa missão insistir na esperança. E buscar formas de lutar para que todos tenham acesso aos melhores tratamentos. 

 

Lorena Bedotti Ribeiro - médica hematologista e integra o Grupo SOnHe – Oncologia e Hematologia. É especialista em Hematologia e Hemoterapia pela Unicamp e em Transplante de Medula Óssea pela USP-RP. Atua como médica assistente do transplante de medula óssea no Hemocentro e no Hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas-SP.



Procedimentos de assistência médico-hospitalar crescem 14,8% no País entre 2016 e 2021

Análise do IESS mostra alta ainda maior, especialmente no período mais acentuado da pandemia. Despesas assistenciais também subiram


Os procedimentos assistenciais médico-hospitalares na saúde suplementar cresceram 14,8% no Brasil, entre 2016 e 2021. Durante o período, o número de intervenções passou de 1.288 bilhão para 1.478 bilhão, considerando os grandes grupos de assistência, revela a Análise Especial do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar no Brasil, desenvolvida pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

A apuração mostra que, durante os cinco anos analisados, houve aumento dos serviços nos grupos relacionados a exames complementares (24,9%) e outros atendimentos ambulatoriais (21,7%), que inclui, por exemplo, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nu­tricionistas e terapeutas ocupacionais. Nos demais grupos, as variações foram negativas em consultas médicas (-14%), internações (-1,5%) e terapias (-0,3%).

Por consequência, houve aumento representativo (51,4%) nas despesas dos serviços assistenciais, que entre 2016 e 2021, saltaram de R$ 131,9 bilhões para R$ 199,9 bilhões, em valores nominais. Os gastos foram puxados, principalmente, pelo crescimento no volume de terapias (75,9%), e outros atendimentos ambulatoriais (95%).


Período da pandemia (2020/2021) apresenta variações

Além de traçar um panorama da saúde suplementar entre 2016 e 2021, o estudo também apresenta um recorte com dados e informações do período mais crítico da pandemia da Covid-19 (2020/2021). Observa-se que, dentro deste cenário, houve descontinuidade nos indicadores.  

Os procedimentos de assistência médico-hospitalares, por exemplo, tiveram registro de alta (11,2%) entre 2016 e 2019. No entanto, na comparação entre 2019 e 2020 – com cenário de pandemia – houve registro de queda (-17,4%). Já de 2020 para 2021, as intervenções voltaram a crescer (24,8%), com volume levemente superior ao registrado em 2019. 

“Os indicadores mostram que esse comportamento se deu por conta da retomada da realização de procedimentos por parte dos beneficiários. É resultado da flexibilização do isolamento social e da retomada de intervenções cirúrgicas eletivas, que foram suspensas nos períodos de lockdown. Com isso, houve aumento das despesas nos serviços assistenciais e alta na Variação de Custos Médico-Hospitalares (VCMH/IESS), que terminará por repercutir na mensalidade dos planos de saúde”, afirma o superintendente executivo do IESS, José Cechin.

Em relação as despesas dos serviços assistenciais, os gastos só cresceram no período dos cinco anos analisados (21,2%). A exceção foi, justamente, no período entre 2019 e 2020, também de pandemia, quando houve queda (-8,1%) nos gastos gerais, que reduziram de R$ 179,4 bilhões para R$ 164,8 bilhões. 

Clique aqui para acessar o estudo na integra.

 

Instituto de Estudos de Saúde Suplementar - IESS


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