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segunda-feira, 16 de maio de 2022

Amanhã (17) é o Dia Mundial da Hipertensão Arterial, data criada para conscientizar a respeito da doença e salvar vidas

Condição, que atinge cerca de 30% dos brasileiros, pode causar danos no cérebro, coração, rins e veias

 

Presente na vida de muitos brasileiros, a hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é uma das doenças que mais mata na atualidade. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), mais de 400 mil pessoas morrem anualmente com alguma doença relacionada à hipertensão. No Brasil, 25% a 30% da população é formada por hipertensos. No dia 17 de maio é promovido o Dia Mundial da Hipertensão Arterial, com o objetivo de conscientizar a respeito da doença e alertar sobre a importância do diagnóstico precoce, essencial para salvar vidas.

A doença crônica não transmissível (DCNT) é caracterizada pela elevação da pressão arterial, ou seja, sistólica (PA máxima) maior ou igual a 140 mmHg, e/ou PA diastólica (PA mínima) maior ou igual a 90 mmHg. Fatores como o histórico familiar, estresse, má alimentação - consumo exagerado de sal -, envelhecimento e a obesidade são as principais causas de desenvolvimento da doença.

Por se tratar de uma condição, muitas vezes assintomática, a hipertensão pode causar danos em órgãos como o coração, cérebro, rins e vasos. “É o principal fator de risco modificável para doenças cardiovasculares (DCV), doença renal crônica (DRC) e morte prematura. Ela se associa a fatores de riscos metabólicos para outras doenças dos sistemas cardiocirculatório e renal, como dislipidemia (colesterol e/ou triglicerídeos elevados), obesidade abdominal, intolerância à glicose (pré-diabetes) e o próprio diabetes mellitus (DM)”, explica o médico consultor da FQM, Dr. Ronaldo Carneiro.

Para controlar a hipertensão arterial e obter qualidade de vida, os pacientes precisam se atentar a alguns fatores, como manter uma dieta saudável, reduzir a ingestão de sal, praticar atividades físicas regularmente, estar alerta com o peso, evitar o tabagismo e o consumo de álcool. A psicoterapia também é indicada aos diagnosticados. “O correto manejo do estresse e demais situações de natureza psicoemocional são muito importantes no cuidado da hipertensão arterial”, declara Dr. Carneiro.

Além de adotarem um estilo de vida saudável, os hipertensos também podem fazer uso de medicamentos para alcançar o controle de pressão arterial.  Após uma avaliação médica, o profissional poderá indicar o procedimento mais indicado ao quadro clínico. “O tratamento deve ser individualizado, assim como a escolha inicial do medicamento, baseando-se nas características gerais dos indivíduos e dos próprios medicamentos”, afirma o médico consultor.

 

FQM


Cai consumo abusivo de álcool entre brasileiros de 18 a 24 anos

Análise da série histórica do Vigitel, pelo CISA, indicou que prevalência chegou ao menor índice desde 2015, com queda de 25% para 19,3% no último ano

Desde os anos 2000, o consumo de álcool entre os jovens tem diminuído acentuadamente na maioria dos países desenvolvidos. No Brasil, os dados nacionais indicavam um cenário bem diferente. A partir de análise da série histórica do Vigitel, levantamento do Ministério da Saúde, o CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, referência nacional no tema, identificou, no entanto, que o consumo abusivo* de álcool entre os brasileiros de 18 a 24 anos caiu em relação aos dois últimos anos, conforme gráfico abaixo:



“Observamos que a prevalência deste padrão de consumo nesta faixa etária sofreu variações desde 2006 na população geral, com ascendência desde 2015 e pico em 2019, no período pré-pandemia. Por essa razão, chama a atenção a queda em 2021, chegando ao menor índice registrado em sete anos”, analisa a coordenadora do CISA, a socióloga Mariana Thibes.

 

Outro destaque do CISA está relacionado à prevalência do consumo abusivo por sexo: o índice de 22,1% entre os homens é o menor de toda a série histórica (2006-2021) e, entre as mulheres, o recuo de sete pontos percentuais do índice é o maior registrado em todo o período do Vigitel.

 

Para o psiquiatra e presidente executivo do CISA, Arthur Guerra, será necessário aguardar as próximas pesquisas para consolidar esse novo cenário, principalmente em razão da pandemia de COVID-19. “As pesquisas têm demonstrado mundialmente que pessoas que bebiam apenas em situações sociais, como é o caso dos jovens, reduziram o consumo na pandemia, enquanto que pessoas que bebiam em casa, sozinhas, aumentaram o uso. Essa redução pode ser reflexo do impacto direto da pandemia”.

 

De qualquer forma, a queda do consumo abusivo é positiva ao considerar o impacto desse padrão de uso na saúde dos jovens. Guerra reforça que o cérebro dos jovens está em desenvolvimento e pode sofrer alterações duradouras. “A ingestão excessiva de álcool também está relacionada a uma série de outros riscos e complicações à saúde, como prática de sexo sem proteção, maiores índices de gravidez indesejada, mortes por traumas e queda no desempenho cognitivo e escolar”, alerta.

 

* Consumo abusivo de álcool: ingestão de cinco ou mais doses (homens) ou quatro ou mais doses (mulheres) em uma única ocasião, pelo menos uma vez no último mês. Uma dose padrão de álcool equivale a 14g de álcool puro, o que corresponde a 350 mL (uma lata) de cerveja, 150 mL (uma taça) de vinho ou 45 mL (shot) de destilado

 

Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) é uma das principais referências no Brasil sobre este tema e desde sua fundação, em 2004, vem contribuindo para a conscientização, prevenção e redução do uso nocivo de bebidas alcoólicas. Qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), a instituição dedica-se ao avanço do conhecimento na área, atuando na divulgação de pesquisas e dados científicos com linguagem acessível, na produção de materiais e conteúdos educativos e no desenvolvimento de outros projetos, como a publicação “Álcool e a Saúde dos Brasileiros”, um levantamento inédito que anualmente traz análises exclusivas sobre o uso de álcool no Brasil e seu impacto na saúde da população. Acesse nossos canais no YouTube, Instagram, Facebook e Twitter e junte-se a nós na missão de reduzir o uso nocivo de álcool!


Gestação de Gêmeos - conhecendo a fecundação

A ginecologista e obstetra Dra. Carolina Curci fala sobre gestação de gêmeos, como se dá e suas implicações comparada à gestação de um único embrião. 

 

            A descoberta de uma gravidez é um momento muito especial na vida de uma mulher, vem sempre acompanhado de um misto de sentimentos. Quando se descobre que essa gravidez é de dois ou mais bebes as emoções dobram e algumas dúvidas surgem.

            A Dra. Carolina Curci, ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana, explica que a gravidez de gêmeos pode ocorrer de duas maneiras. A mais comum é mais de um óvulo ser liberado durante o ciclo, cada um ser fecundado por um espermatozoide, e todos implantarem e se desenvolverem no útero. Nesse caso, os gêmeos serão bivitelinos, trivitelinos ou mais. Eles não serão idênticos e podem ser de sexos diferentes. As placentas são diferentes e a gestação gemelar é também chamada de dicoriônica (duas placentas). A segunda maneira é quando um óvulo fecundado se divide, dando origem a dois ou mais embriões. Neste caso os bebês terão a mesma carga genética, o mesmo sexo e as mesmas características físicas. Esse tipo de gestação é de apenas uma placenta para os dois fetos, o que acaba gerando maiores riscos a gestação.

            “Importante salientar que uso de medicamentos para estimular a ovulação pode fazer com que mais de um óvulo seja liberado no mesmo ciclo e, com isso, ocorrer à gravidez de gêmeos. A fertilização in vitro também tem mais chances de gestação gemelar, quando mais de um embrião é implantado no útero. Além disso, mulheres com mais de 35 anos têm maiores chances de liberar mais de um óvulo em um mesmo ciclo e de ter uma gravidez de gêmeos.” declara Dra. Carolina Curci.

            Não há como saber se a gestação é de gêmeos, sem um diagnóstico preciso. As gestações de dois ou mais embriões na grande maioria das vezes são descoberta em exames de ultrassom. Mas temos alguns sintomas que podem indicar a gestação gemelar, são eles: enjoos matinais mais fortes e ganho muito rápido de peso e nível exagerado de HCG e maior sensibilidade mamária.

            Alguns riscos envolvem esse período gestacional, quando falamos em gravidez de dois ou mais o maior risco é o parto prematuro: Os estudos apontam que metade das gestações gemelares o parto acontece antes da 37ª semana, e as chances aumentam quando há mais de dois bebês. A gravidez de gêmeos também tem um risco maior de pré-eclâmpsia, um aumento na pressão arterial da mulher, de diabetes gestacional e anemia.

            Para finalizar a Dra. Carolina lembra que na gestação múltipla pode cursar uma divergência entre o crescimento dos bebês, por isso existe a necessidade de um acompanhamento mais de perto com exames de ultrassom, cuidados com a alimentação para que não haja ganho de peso excessivo, maior tempo de descanso para incentivar o crescimento dos fetos e reduzir o risco de complicações de parto prematuro e principalmente ser acompanhada do seu médico obstetra durante toda a gestação, seguindo corretamente as orientações dadas no pré natal e a qualquer sinal de desconforto, procurar ajuda médica.

 


Dra. Carolina Curci - atua com Ginecologia, Reprodução Humana e Obstetrícia, formada pela universidade de Marília no Conjunto Hospitalar Mandaqui, cursou Dermatologia Estética na ISMD e Reprodução Humana no Gera/UNIP. Suas especializações sempre foram voltadas a áreas relacionadas à saúde da mulher desde estética ao pré-natal. Hoje é diretora técnica da Clínica Curci, onde atende gestantes de 18 a 55 anos, mulheres tentantes e que buscam acompanhamento ginecológico.


Alergias respiratórias tendem a ser mais intensas no Outono

Shutterstock
Baixa umidade do ar favorece o surgimento das “ites” e facilita o contágio por infecções de vias aéreas, alerta especialista do Hospital Paulista

 

O Outono traz com ele uma diminuição significativa das chuvas, principalmente no Sudeste do país. As ondas de frio mais intensas provocam uma queda considerável na temperatura, e o tempo mais seco atua como fator irritativo da mucosa nasal, contribuindo para o desenvolvimento de sintomas como espirros, coriza, obstrução nasal, coceira no nariz, ouvido e garganta, tosse e falta de ar. 

Entre as principais doenças deste período, é possível destacar a gripe, causada pelo vírus influenza -- que faz com que o nariz fique escorrendo, que pode vir acompanhada de dores de garganta, febre e dores no corpo --; e os resfriados, causados por vírus dos tipos adenovírus, rinovírus e vírus sincicial respiratório. 

De acordo com a Dra. Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, o resfriado costuma ser mais brando que a gripe. Porém, também pode provocar coriza, espirros, dor de garganta e até conjuntivite. 

Além das infecções de vias aéreas superiores, o tempo seco proporcionado pelo Outono é a principal porta de entrada para as chamadas “ites”, como são conhecidas as alergias respiratórias, dentre elas rinite, sinusite e rinossinusite, gerando incômodo e mal-estar para crianças e adultos. 

Conforme a OMS (Organização Mundial de Saúde), 35% da população brasileira sofre com algum tipo de alergia. Além das mudanças do clima, ácaros, pelos de animais de estimação, como gato e cachorro, fungos, mofo e até o pólen das flores podem desencadear uma crise alérgica respiratória. 

“Trata-se de uma reação exacerbada do nosso sistema imunológico a substâncias com as quais o nosso organismo foi previamente sensibilizado”, explica a especialista.

Tanto no Outono como no Inverno é comum identificar o aumento no número de pessoas com queixas como obstruções nasais, dores de cabeça e ouvido e dificuldades para dormir.



Confira abaixo as diferenças entre cada uma das “ites”:

 

Rinite 

A rinite é uma inflamação e/ou disfunção da mucosa de revestimento nasal, caracterizada por alguns dos seguintes sintomas: obstrução nasal, rinorreia -- presença de secreção e corrimento nasal --, espirros, prurido nasal e hiposmia -- diminuição do olfato --, induzida pela inalação de algum alérgeno, substância que provoca reação em certos indivíduos, tais como ácaros. 

“Para evitar as crises alérgicas, recomenda-se deixar os cômodos da casa e a roupa de cama bem limpos, para evitar acúmulo de poeira, e deixar entrar sol o máximo possível, além de realizar um tratamento adequado”, afirma Dra. Cristiane.

 

Sinusite 

A sinusite é definida por dois tipos: a aguda, que geralmente decorre de um processo inflamatório iniciado no nariz e pode durar até 12 semanas, com desaparecimento completo após o tratamento; e a crônica, quando ultrapassa este período. 

Segundo a médica, a sinusite crônica pode apresentar um subtipo chamado de Polipose Nasossinusal, quando a mucosa nasal e os seios da face têm predisposição à formação de pólipos.

“Eles obstruem os óstios de drenagem dos seios nasais, favorecendo o acúmulo de secreções e infecção bacteriana”, explica.

 

Rinossinusite 

O que parece ser uma junção das alergias anteriores, na realidade, trata-se de um processo inflamatório da mucosa da cavidade nasal e dos seios paranasais.

“Essa resposta inflamatória representa uma reação a um agente físico, químico ou biológico (bacteriano, fúngico ou viral), mas também pode ser decorrente de mecanismos alérgicos”, destaca Dra. Cristiane.
 

“Podemos ter um episódio de rinite isolado ou que pode estender-se para os seios da face, caracterizando uma rinossinusite”, explica.

 

Cuidados importantes 

Seja no Verão, no Outono ou em qualquer outra estação, ao perceber os sintomas, o primeiro passo é procurar um especialista, que pode ser um otorrinolaringologista, alergista ou imunologista. 

“Em casos mais graves, é recomendado buscar atendimento em um pronto-socorro o mais rápido possível”, reitera Dra. Cristiane. 

Pessoas propensas a alergias respiratórias devem evitar lugares fechados com muitas pessoas, mofo e cheiros fortes de produtos com química e poeira. 

“Para evitar as infecções de vias aéreas superiores, é importante sempre manter a higiene das mãos e evitar o contato delas com os olhos, nariz e boca. Usar soro nasal e beber muita água para limpar diariamente o nariz também favorece o combate desses problemas”, finaliza a especialista.

 

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Automedicação é um erro sério que precisa ser corrigido

Existe uma constante discussão e uma preocupação crescente da comunidade médica a respeito dos elevados índices de automedicação em todo o país. E não somente em determinado tipo de medicamento, pois a questão é, infelizmente, muito abrangente.   

Segundo dados de 2022 do Conselho Federal de Medicina, 77% da população faz uso de medicamentos sem indicação especializada. Além disso, números publicados pela Anvisa também assustam: 18% das mortes por envenenamento no Brasil podem ser atribuídas à automedicação e 23% dos casos de intoxicação de crianças estão ligados à ingestão acidental de medicamentos.   

Sabe aquela conversa de “ter uma farmácia em casa”? Isso é muito perigoso, porque a população comum não conhece os princípios ativos – e nem tem a obrigação de conhecer, é para isso que servem os médicos - nem os tipos e subtipos de medicamentos, incluindo aqueles que podem ser viciantes, que pode ter “na sua farmacinha”. Muitos até sabem, mas ignoram o quão nocivos muitos deles podem ser.   

Em 2019, uma pesquisa da Fiocruz mostrou que 4,4 milhões de brasileiros já fizeram uso ilegal (sem prescrição médica) de algum opiáceo, ou seja, 2,9% da nossa população. Número expressivo, se compararmos com dados sobre a experimentação de crack (0,9%) e cocaína (0,3%) no Brasil. Esse quadro revela um grande risco de vício em analgésicos - lembrando que opioides são aditivos mesmo com prescrição, daí o cuidado redobrado com o uso.   

Há necessidades, sim, as mais diferentes, mas elas devem ser continuamente monitoradas por um especialista responsável. Mesmo assim, também segundo a Anvisa, a venda de analgésicos opioides com prescrição médica cresceu 465% nos seis últimos anos. É uso legal, mas não deixa de ser alarmante.   

O nosso grande temor é que o Brasil venha a enfrentar uma "epidemia" de abuso de substâncias. E a pandemia, sabemos, não ajudou em nada neste sentido, pelo contrário. No final de 2021 a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) publicou uma nota destacando que vários países das Américas estavam notificando surtos de infecções resistentes a medicamentos, provavelmente devido ao uso indevido sem precedentes de medicamentos antimicrobianos no tratamento da Covid-19.    

Se somarmos tudo isso, temos um dilema que exige a mobilização de governo e sociedade: de um lado, temos pacientes que sentem dor ou passam por diversas outras situações de saúde que exigem tratamento medicamentoso, além de muitos com questões de desequilíbrio químico mental que precisam resolver com remédios. De outro, temos aqueles pacientes que se medicam sem orientação, têm acesso a medicamentos que, em teoria, deveriam ser restritos, aqueles viciados em remédios para dor e muitos outros que fazem uso de remédio sem conversar antes com um médico. Até descongestionante nasal, acreditem, pode viciar. A rinite medicamentosa é um dos possíveis efeitos da aplicação excessiva de descongestionantes nasais. Esta categoria de rinite é um efeito rebote do uso do medicamento, isto é, acaba potencializando a irritação no nariz.   

Não é brincadeira. Automedicação é um erro que pode causar impactos importantes na saúde global das pessoas e até levar a óbito. E embora haja grande diferença entre os impactos de diferentes fármacos, a minha orientação, enquanto médico e especialista em farmacologia é: não se automedique, não medique seus filhos e filhas sem orientação médica. Já basta o tamanho do impacto que a pandemia nos causou – e ainda causará por algum tempo –, não devemos nos autoinfligir mais nenhum.    

Vamos cuidar da nossa saúde porque a única certeza que temos é de que a vida é uma só.   

 

Kalil Duailibi - psiquiatra, especialista em farmacologia e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa. 

 

Maio Roxo: alerta sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais

  

O mês é dedicado às Doenças Inflamatórias Intestinais, e especialista informa sobre sintomas, diagnóstico e controle 


Mais de sete milhões de pessoas no mundo sofrem de Doenças Inflamatórias Intestinais (DII): a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa . Estas doenças ainda não têm cura e são crônicas. Os adultos jovens (entre a segunda e terceira década de vida) são os mais acometidos.

As idas mais frequentes ao banheiro e as dores abdominais podem ser facilmente confundidas com outros problemas de saúde, o que torna o quadro mais difícil de ser diagnosticado na fase inicial. Este atraso pode desviar o caminho até o acompanhamento com o especialista e o tratamento ideal.

Para que a população se atente aos sintomas e à necessidade do encaminhamento a um profissional adequado, a médica gastroenterologista Ana Elisa Rabe Caon, do grupo Imuno Brasil, fala sobre o assunto e traz dicas para pacientes com essas condições que poucas pessoas conhecem.

É importante saber reconhecer os principais sinais e sintomas das Doenças Inflamatórias Intestinais para possibilitar uma pronta avaliação com um especialista. O diagnóstico e a intervenção precoces são importantes, pois podem mudar o curso da doença e minimizar suas complicações. Sabemos que as DIIs não têm cura, mas com o tratamento adequado, podemos recuperar a qualidade de vida do paciente.

A abordagem das DIIs evoluiu muito nas últimas décadas. Temos cada vez mais medicamentos seguros disponíveis e a escolha do tratamento ideal deve ser individualizada e levar em consideração as particularidades e preferências de cada paciente. Devido à complexidade das DIIs, seu acompanhamento habitualmente é multidisciplinar, envolvendo clínicos, cirurgiões, nutricionistas, psicólogos, enfermeiros e outros profissionais da saúde”. - Ana Elisa Rabe Caon.


Saiba mais sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais

- As DDIs são caracterizadas por problemas de imunidade que causam inflamação no intestino e podem trazer uma série de complicações que interferem no cotidiano da pessoa.

- Os principais sintomas são: diarreia, cólica, fadiga, vontade frequente de ir ao banheiro, dor no abdômen, sensação de inchaço abdominal, sangramento nas fezes, perda de apetite, perda de peso e febre. Ainda, os pacientes poderão apresentar olhos vermelhos, manchas na pele, dores articulares e alterações no fígado.

- O diagnóstico é dado após avaliação global dos sintomas, exames de sangue, exames de endoscopia e exames de imagem (tomografia, ressonância e ultrassonografia).

- O tratamento é personalizado para cada pessoa. Alguns podem se manter muito bem por vários anos com medicamentos, enquanto outros podem necessitar de tratamento cirúrgico. Os pacientes devem seguir uma dieta saudável, evitando alimentos ultraprocessados, e manter acompanhamento regular com o especialista.

- É de suma importância que não se interrompa o tratamento por conta própria para que não haja complicações futuras e a doença continue controlada. 

  

Fonte: Ana Elisa Rabe Caon, parte do corpo médico do grupo Imuno Brasil, é gastroenterologista, colaboradora do Ambulatório de DIIs do HCFMUSP e Gastroenterologista no Leforte Morumbi.

 

Rinite alérgica, asma e bronquite alérgica: entenda como minimizar os sintomas das alergias respiratórias

Com o outono presente e a proximidade do inverno, quem sofre com as alergias respiratórias já sabe: em breve, vêm aí a temporada de espirros, coceiras no nariz e até falta de ar. Se muita gente convive com os sintomas das alergias respiratórias, poucos sabem fazer a distinção entre rinite alérgica, asma e bronquite alérgica. A alergologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Yara Mello, soluciona essa dúvida de forma rápida e explica: todas são reflexo da mesma doença.

Segundo a médica, a rinite alérgica e a asma, também conhecida como bronquite alérgica, são a manifestações da mesma doença e na grande maioria das vezes, são causadas por um quadro de Alergia Respiratória, diante de substâncias que ficam suspensas no ar, como os ácaros, epitélio de animais e polens, classificadas como aeroalérgenos.

“Algumas pessoas nascem com uma predisposição genética para desenvolver as alergias respiratórias e após o contato com os aeroalérgenos, desenvolvem anticorpos específicos responsáveis pela reação alérgica. Portanto, após a sensibilização, toda vez que tiver contato com os aeroalérgenos, terá uma reação inflamatória na mucosa do trato respiratório- que vai desde o nariz até o pulmão”, explica Yara Mello.

É a inflamação o elemento que causa os sintomas. Os mais comuns no caso da rinite alérgica são os espirros em sequência, coceira, coriza e obstrução nasal. No caso da asma, há crises de tosse, chiadeira e falta de ar – o que, nos casos mais graves, pode até mesmo levar à morte.

Para evitar isso, é importante que haja um tratamento adequado, além de um diagnóstico preciso. “Outras doenças como resfriado, sinusite e até mesmo refluxo gastroesofágico podem desencadear sintomas semelhantes às alergias respiratórias. Por isso, o ideal é escutar o paciente, realizar o exame físico e os testes alérgicos - que são rápidos e precisos”, complementa.

Com o diagnóstico fechado, o tratamento deve enfrentar tanto a causa do quadro quanto seus sintomas. De acordo com a especialista, para lidar com o agente causador da alergia só há duas maneiras: a imunoterapia, conhecida como vacina, e o controle do ambiente, que consiste em evitar o contato com as substâncias que causam a inflamação. Já para os momentos de crise, os antialérgicos, broncodilatadores, podem ser indicados pelo médico para cessar os incômodos sintomas.

 “Geralmente esses medicamentos agem bloqueando a histamina, uma das principais substâncias liberadas na reação alérgica. De forma rápida e segura, eles interrompem os sinais da rinite alérgica principalmente. Mas é sempre importante reforçar que é preciso realizar acompanhamento médico e que o uso dos medicamentos deve ocorrer após indicação de um profissional”, conclui.

 

 

Hospital Edmundo Vasconcelos.

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Brasil tem cerca de 72 acidentes de carro por hora; ortopedista explica como acidentes de alta energia lesionam coluna

O Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito (RENAEST), da Secretaria Nacional de Trânsito, divulgou que em 2021, o número de acidentes foi de 632.764 registros. O equivalente a 72 incidentes por hora no Brasil. Os acidentes de alta energia, como os que envolvem carros e motocicletas, são um dos principais motivos de lesão na medula.

O médico ortopedista especialista em coluna vertebral e medicina regenerativa, Luiz Felipe Carvalho, afirmou que “esse tipo de acidente acaba fazendo uma lesão muito grande no corpo, nem tanto pela fragilidade do corpo, que é frágil também, mas, principalmente, porque é uma energia muito grande que resulta em uma fratura, em uma quebra do osso”.

O médico explicou que em um acidente de alta energia “o osso é colocado num stress tão grande que ele quebra e muitas vezes chega a fazer uma lesão na medula.”

Dr. Luiz explicou que as lesões medulares são de altíssimo impacto para economia de um país, por exemplo.

“Uma lesão medular total ou a paraplegia, ou a tetraplegia, faz com que muitas vezes a produção e a vida do paciente vá praticamente a zero. Acaba fazendo um aumento muito grande de gasto do governo em previdência, em recuperar a saúde desse doente que a gente sabe que é obrigação do governo”, pontuou.

O especialista contou que “o lesado medular tem problemas sociais e problemas funcionais, que, infelizmente, hoje em dia não são adaptáveis da vida corriqueira”.

 

Dr. Luiz Felipe Carvalho - ortopedista especialista em coluna vertebral e medicina regenerativa. Já tratou grandes atletas como o tenista uruguaio Pablo Cuevas, o jogador de futebol Rodrigo Dourado e o Ferreirinha do Grêmio. Além do tenista Argentino naturalizado Uruguaio Pablo Cuevas que faz tratamento com célula tronco desde 2017 melhorando muito sua performance avançando no ranking desde então.
instagram: https://www.instagram.com/dr_felipecarvalho/


Dor de cabeça é sinal de pressão alta?

30% das pessoas que sofrem de hipertensão desconhecem o diagnóstico por falta de sintomas

 

Dor de cabeça pode estar relacionada a problemas de saúde como gripe, problemas de visão ou alterações hormonais
Créditos: Envato Imagens

 

Muita gente associa a dor de cabeça à hipertensão, mas essa relação não é verdadeira, embora pressão alta possa causar dores de cabeça. A dor aparece quando a pressão aumenta rapidamente em momentos de estresse, uso de medicamentos ou drogas.  

“A hipertensão é caracterizada pelo aumento gradual da pressão ao longo dos anos devido aos maus hábitos e, nesses casos, o corpo se adapta a essas condições, não dando sinais de alerta. Por ser uma doença silenciosa, ela é tão perigosa”, explica o cardiologista dos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, Gustavo Lenci. “A pressão tende a subir quando realizamos atividade física, comemos muito, tomamos café e ficamos ansiosos. Mas isso é momentâneo”, complementa o médico. 

A dor de cabeça pode ter diversas causas, como cansaço, estresse, preocupação e ansiedade, mas também pode estar relacionada a problemas de saúde como gripe, problemas de visão ou alterações hormonais. Quando ela demora mais de três dias para desaparecer, é importante procurar um médico para identificar a causa e iniciar o tratamento adequado.  

  

Bomba relógio 

A pressão arterial considerada normal é de 120 x 80 mmHg, mas quando uma pessoa é hipertensa, a pressão sanguínea aumenta, por tempo prolongado, alcançando índices iguais ou superiores a 140 x 90 mmHg. Nos estágios mais avançados da doença é comum aparecer sintomas como enjoo, tontura, cansaço excessivo, visão embaçada, sonolência, dificuldade para respirar ou dor no peito.  

O risco é quando a hipertensão não é diagnosticada e tratada corretamente, já que pode acarretar doenças como AVC, infarto, arritmia e insuficiência cardíaca e renal. “Estilo de vida saudável, com atividade física e alimentação equilibrada e balanceada, é fundamental para evitar doenças crônicas como hipertensão. Além disso, o check up anual é essencial”, ressalta Lenci. 

 

Pediatras alertam para alto risco de inalação de pó, propagado em vídeos nas redes sociais

Riscos para o sistema respiratório das crianças e adolescentes
Freepik



 Recente veiculação por mídias sociais de um chamado "desafio euphoria", no qual adolescentes mimetizam a inalação de cocaína, fazendo uso do pó, obtido do raspado de ressecado de corretivo escolar, para inalação, preocupa os médicos

 

A inalação de partículas de diferente natureza, pode vir a causar danos capazes de comprometer o adequado funcionamento da respiração. O presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Sérgio Amantéa, alerta para os altos riscos da prática. 

“O trato respiratório é uma estrutura complexa que estabelece uma grande interface com o meio externo. Possui uma função condutora de gases que será a responsável pelo direcionamento do oxigênio até as unidades alveolares responsáveis pela oxigenação do sangue. Assim, necessita de mecanismos de proteção para garantir a remoção de partículas inaladas e agentes infecciosos, que constantemente atingem sua camada mucosa de revestimento (desde as fossas nasais até os bronquíolos). Inflamação pode ser o resultado da agressão a essa mucosa, seja por agentes físicos ou químicos, de causas infecciosas ou alérgicas”, explica. 

 

Quais são os males à saúde ao inalar essa sustância?

A magnitude do insulto dependerá das características do inalado e suas propriedades físico-químicas, da quantidade de substância inalada e a periodicidade do ato de inalar. Supõe-se que o dano ou a sua extensão possam ser maiores, quanto maior for a dose ou a frequência de uso.

 

Composição química: 

O corretivo é feito a base de água (função solvente), etanol (função secante) e contém substâncias tóxicas como o dióxido de titânio (cor branca a tintas), polímeros e dispersantes (manter consistência e homogeneização da mistura). 

Estudos em animais com dióxido de titânio demonstram efeitos tóxicos sobre várias linhagens de células (nervosas, pulmonares e sanguíneas). Em humanos seus efeitos ainda são desconhecidos. Seus cristais têm sido encontrados depositados com uma maior frequência em pâncreas de pacientes diabéticos.

Ação química direta da inalação do corretivo pode:

 

• Comprometer mecanismos de defesa e predispor infecções locais (rinosinusites, pneumonias), além de sangramento e ressecamento da cavidade nasal.


• Ativar respostas imunes: promover crises ou agravar processos inflamatórios relacionados a asma brônquica ou rinite alérgica


• Diminuir a eficiência do transporte e da troca gasosa: pneumonites químicas
Ação do hábito pode:


• Estimular o consumo de drogas e substâncias ilícitas análogas ao referido “desafio”.
Ação sobre a mucosa pode:


• Estimular a absorção sistêmica (sanguínea) pelo trato respiratório e secundariamente manifestar sintomas associados a intoxicação exógena,

 

Podem ter sequelas permanentes? 

Não existem dados de longo prazo para estabelecer esta resposta com segurança. Entretanto, a potencialidade do dano agudo existe e algumas destas manifestações agudas podem cursar com sequelas dependendo da intensidade do dano. A própria indução gerada pelo hábito, como já referido, pode influenciar comportamentos futuros indesejáveis com graves sequelas. 

 

Em uma situação crônica, qual tipo de tratamento realizado? 

Esta pergunta é interessante. Não estamos falando de uma droga de uso ilícito. Não estamos falando de dependência química ou drogadição. Dentro do presente contexto estamos falando de um desvio de comportamento. Um estímulo ao uso de drogas por parte dos atores do desafio. No meu ponto de vista a prevenção passa por informação. 

Sob o ponto de vista de saúde e tratamento, nossas presentes ações podem ser necessárias sobre o efeito de agressão as mucosas do trato respiratório e a potencialidade para manifestações de intoxicações. Neste cenário, dependendo da manifestação, manobras de lavagem nasal, uso de antimicrobianos ou antinflamatórios podem ser indicados dependendo da clínica apresentada.

 

  Marcelo Matusiak


Waze convida usuários a corrigirem a pronúncia de vias públicas

O app de navegação lança campanha comunitária para melhorar a pronúncia de nomes de ruas e rotas em português com a ajuda dos motoristas


Waze, a plataforma que conecta comunidades dentro e fora das estradas, lança uma nova campanha comunitária para melhorar e atualizar a pronúncia de ruas, avenidas e rotas em português. A ativação faz parte do trabalho de desenvolvimento da operação de conversão de texto em voz dos engenheiros da empresa, que visa tornar uma das suas vozes padrão - a Alessandra, que reproduz o nome das ruas e avenidas - mais fluente e compreensível para os usuários do aplicativo.

 

A partir do dia 15 de maio e até dia 31/05, os usuários do Waze poderão ajudar a aprimorar a experiência de navegação para si e para outras pessoas ao relatar a pronúncia incorreta de nomes de ruas e rotas em todo o país.  Por  meio desse formulário, o feedback será enviado aos engenheiros e desenvolvedores da empresa e ajudará a atualizar e melhorar a experiência de navegação para milhões de motoristas do Brasil. A iniciativa já foi realizada em Israel,  país onde o aplicativo nasceu e o resultado foi bastante satisfatório, em duas semanas de campanha foram feitos 200% mais ajustes do que em um ano. Os usuários agora têm uma pronúncia em hebraico muito mais clara e fluída. 

 

O Waze adiciona recursos úteis regularmente, atualizar o desenvolvimento de texto para fala é outra melhoria projetada para aperfeiçoar a experiência do uso em português do Brasil. 

 

Para mais informações ou para baixar o aplicativo Waze, acesse www.waze.com/pt-BR.


Registros de ameaça contra meninas e mulheres aumentam mais de 20% em dias de partidas de futebol

  Estudo encomendado pelo Instituto Avon analisou dias de jogos do Campeonato Brasileiro da série A e observou base de dados de violência contra a mulher

 

Os boletins de ocorrências de ameaça contra mulheres aumentam em 23,7% quando um dos times de futebol da cidade joga, é o que mostrou a pesquisa “Violência Contra Mulheres e o Futebol”, idealizada pelo Instituto Avon e encomendada ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Para entender a relação entre o esporte e enfrentamento às violências contra mulheres e meninas, o estudo analisou bases de dados de violência com informações de todos os dias de jogos do Campeonato Brasileiro da série A entre os anos de 2015 e 2018, em cinco capitais brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre.
 


"A pesquisa demonstra que há uma relação entre jogos de futebol e aumento de registros de violência doméstica. Naturalmente, não estamos sugerindo que a causa seja o jogo de futebol, que é uma paixão nacional, mas que este pode funcionar como uma espécie de catalisador das desigualdades de poder entre homens e mulheres, ao interagir com valores ligados a masculinidade, competitividade, rivalidade, hostilidade, pertencimento, virilidade e, por vezes, à frustração", explica a coordenadora das áreas de pesquisa e impacto e enfrentamento às violências contra as meninas e mulheres do Instituto Avon, Beatriz Accioly.  

Entre os registros de lesão corporal dolosa, o aumento em dias de jogos dos times das regiões observadas é de 20,8%. Já nos dias em que o clube é o mandante da partida e joga na própria cidade e estádio, o levantamento identificou o aumento de 25,9% de registros policiais. O estudo “Violência Contra Mulheres e o Futebol” também revela que, em sua maioria, os responsáveis pelas violências são os companheiros e ex-companheiros. 

“A violência relacionada ao futebol não é uma exclusividade brasileira e tampouco acontece apenas entre torcidas organizadas. No mundo, em países como a Inglaterra, por exemplo, quando a seleção perde, a violência doméstica aumenta até 38%, segundo análise entre os anos de 2012 e 2013. Nos Estados Unidos, o mesmo é observado na final do campeonato de futebol americano, que representa um dos piores dias de registros de violência contra meninas e mulheres, com aumento de 40% de casos, segundo um estudo realizado em 1993”, complementa Beatriz. 

A diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, lamenta que poucos estudos do gênero tenham sido realizados no país até o momento, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos e na Inglaterra. "Infelizmente a violência doméstica é uma realidade não só dos brasileiros, como demonstram os levantamentos realizados no exterior. Mas é uma pena que ainda existam poucos trabalhos no Brasil fazendo uma correlação com o futebol. Olhamos pouco para o que ocorre além das quatro linhas e espero que esse estudo possa induzir um debate sério sobre o tema, ainda mais em ano de Copa do Mundo", destaca Samira. 

O estudo revelou que os boletins de ocorrências por ameaça são maioria entre mulheres de 30 e 49 em São Paulo e Rio de Janeiro com percentuais de 49,7% e 49,6%, respectivamente, seguidas por Belo Horizonte com 48% de registros. Na análise de ocorrências por agressão física, a faixa etária mais afetada é de mulheres entre 18 a 29 anos, principalmente em Porto Alegre, cujo percentual corresponde a 37,4% dos casos. São Paulo vem na sequência, com 36,3%, seguida por Rio de Janeiro (35,9%) e Belo Horizonte (35,4%). 

O perfil racial das ocorrências é liderado por mulheres negras em Salvador e Belo Horizonte, que correspondem a mais da metade dos registros por ameaças e agressões. Na capital baiana, o índice ultrapassa 80%. Já no Rio de Janeiro, elas representam 5 em cada 10 mulheres. 

“O esporte e a paixão pelo time não podem abrir procedentes para violências contra meninas mulheres. Para evitar que isso aconteça é importante e necessário o debate sobre o assunto, principalmente com os homens, para isso precisamos contar com os próprios clubes e times. À exemplo, recentemente o São Paulo Futebol Clube e o Sport Club do Recife passaram a integrar a Coalizão Empresarial Pelo Fim das Violências Contra Mulheres e Meninas, assumindo o compromisso de intensificar ações internas com todas as categorias, com potencial de impacto na sociedade”, conclui Beatriz.

 

Coalizão Empresarial Pelo Das Violências Contra Mulheres e Meninas e o futebol brasileiro 

O São Paulo Futebol Clube e o Sport Club do Recife são os primeiros times de futebol a ingressarem na aliança empresarial que une esforços e recursos da iniciativa privada para gerar impacto social por meio da conscientização e mobilização para o fim da violência contra mulheres e meninas. Os clubes integrarão as agendas de treinamentos de lideranças, ações para funcionários e as categorias de base e time principal, implementação de canais e projetos de apoio às suas profissionais para ambientes de trabalho seguros e que priorizem a equidade de gênero. 

 

Sobre o Fórum Brasileiro de Segurança Pública

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública foi constituído em março de 2006 como uma organização não-governamental, apartidária e sem fins lucrativos, cujo objetivo é construir um ambiente de referência e cooperação técnica na área de atividade policial e na gestão de segurança pública em todo o País. Composto por profissionais de diversos segmentos (policiais, peritos, guardas municipais, operadores do sistema de justiça criminal, pesquisadores acadêmicos e representantes da sociedade civil), o FBSP tem por foco o aprimoramento técnico da atividade policial e da governança democrática da segurança pública. O FBSP faz uma aposta radical na transparência e na aproximação entre segmentos enquanto ferramentas de prestação de contas e de modernização da segurança pública, compreendida como direito fundamental e condição para o exercício da cidadania e para justiça social.

 

Instituto Avon


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