Brincadeiras ao ar livre,
como pular corda, correr no pega-pega, dançar ou se divertir no balanço, foram
substituídas por tablets, smartphones e computadores em muitos lares. Além
disso, com a pandemia e as aulas online, o tempo em frente à tela agravou o
sedentarismo infantil
Segundo os especialistas da Omron
Healthcare, o sedentarismo pode ser definido pela falta de atividades físicas,
o que leva a pessoa a ter uma redução no seu gasto calórico. É importante
destacar que essas atividades não precisam, necessariamente, ser exercícios em
academias ou a prática regular de um esporte.
Quanto mais o indivíduo se movimentar,
maior será a queima calórica e mais distante estará o sedentarismo. Vale
esclarecer que o organismo queima calorias mesmo em repouso, para manter suas
funções vitais. Isso é chamado de metabolismo basal. Porém, sem atividades
físicas, esse gasto de energia se reduz e todos os alimentos (e guloseimas)
consumidos se transformam em gordura.
Várias condições levam as crianças a se
movimentarem cada vez menos. As casas com grandes quintais e as brincadeiras na
rua deixaram de fazer parte da realidade da vida urbana, seja por questões de
segurança, seja por falta de espaço. O crescimento das grandes cidades é
vertical e cada vez mais famílias moram em apartamentos.
Por isso, o espaço para que a criança
corra e se exercite, naturalmente, ficou menor. Hoje, outras atividades
substituíram brincadeiras tradicionais, como pular corda ou amarelinha. As
crianças começam a se distrair com tablets, jogos online ou mesmo desenhos na
televisão.
Soma-se a isso, a vida atribulada dos pais, que
acumulam inúmeros compromissos, como resultado da maior digitalização. Apesar
das facilidades proporcionadas pela internet, a tecnologia faz com que as
pessoas se sintam disponíveis para demandas de trabalho por mais horas diárias,
reduzindo o tempo de atenção à família.
Essa prática acaba interferindo na rotina e, muitas
vezes, levando a criança ao sedentarismo. Conforme dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo menos, 74,7% dos brasileiros com mais de 10 anos
utilizam a internet para enviar mensagens, fazer chamadas de voz, compartilhar
imagens, assistir vídeos e jogar. O principal dispositivo utilizado é o
smartphone.
Esse uso, que já era excessivo, acentuou-se durante a
pandemia, devido à necessidade de aulas online e grande parte das famílias em
home office. Com as restrições sanitárias e o distanciamento social, as opções
de lazer ficaram restritas ao ambiente doméstico, limitando os exercícios. Por
outro lado, existem alternativas para fugir do sedentarismo, especialmente
quando se trata de crianças.
Quais são os riscos do sedentarismo para a saúde da criança?
O sedentarismo pode causar doenças como hipertensão
arterial, obesidade, diabetes e
aumento do colesterol. Embora essas enfermidades possam se manifestar somente
alguns anos mais tarde, muitos dos fatores de risco surgem na infância ou
adolescência, segundo o Estudo
de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA).
O trabalho, que é um manual de orientação da
Sociedade Brasileira de Pediatria, destaca que mais de 50% dos jovens não
praticam atividades físicas suficientes, sendo mais prevalente no sexo
feminino. Como consequência, o risco de doenças crônicas aumenta.
Obesidade: um dos
resultados da inatividade é a obesidade, que pode levar ao desenvolvimento de
várias doenças no futuro. Além disso, uma criança obesa, que chega à vida
adulta com excesso de peso, tem maior possibilidade de sofrer com problemas
relacionados à autoestima e viver em guerra com a balança.
Má qualidade do sono: outro grande problema do sedentarismo é a má qualidade do
sono, que interfere diretamente na produção hormonal, comprometendo, por
exemplo, a liberação do hormônio do crescimento. As noites mal dormidas também
podem causar apneia e cansaço no dia seguinte, desestimulando a atividade
física.
Diabetes: entre as
consequências do sedentarismo infantil, o diabetes é motivo de grande
preocupação, pois causa resistência à insulina. Nessa condição, o organismo não
transforma o açúcar em energia, levando ao desenvolvimento de outros problemas.
Dores e fraqueza muscular: outras consequências do sedentarismo são relacionadas ao
desenvolvimento muscular e articular. Sem estímulos para se desenvolverem, os
músculos se tornam fracos, causando dores e até condições mais sérias, como
osteoporose e fibromialgia, que só serão diagnosticadas no futuro.
Inapetência: além
de todas as doenças, a falta de atividade física leva à diminuição do apetite,
que pode prejudicar o desenvolvimento da criança ou provocar práticas
alimentares erradas.
Como evitar e combater o sedentarismo na infância?
Para tratar e evitar as doenças, a
criança deve ter acompanhamento médico e consultas de rotina, além de adotar
hábitos saudáveis e controlados. Isso inclui tanto a alimentação quanto o
estímulo à prática regular de exercícios. Algumas estratégias para combater o
sedentarismo são:
- Procure uma atividade física adequada à idade da criança e da qual ela goste. Natação, dança ou artes marciais
são algumas opções;
- Limite o tempo de lazer com o uso de dispositivos
eletrônicos (televisão, computador, tablet ou celular). Mesmo em casa, as
crianças podem ser estimuladas a brincar e se movimentar;
- Use a criatividade para incentivar o movimento. Coloque
músicas para as crianças dançarem, crie brincadeiras divertidas mesmo
dentro de casa e, sempre que possível, chame-as para atividades ao ar
livre;
- Ofereça bicicletas, patins, corda, bola e outros
brinquedos que estimulem os movimentos;
- Dê o exemplo, praticando atividades físicas. Sabia que
é possível fazer exercício físico em casa? Chame a família e pratiquem juntos!
Segundo os especialistas da Omron,
crianças entre 3 e 5 anos devem fazer, no mínimo, 180 minutos de atividade
física de qualquer intensidade por dia, de modo fracionado. Já para crianças e
adolescentes entre 6 e 19 anos, o mínimo para evitar as consequências do
sedentarismo infantil e juvenil são 60 minutos de movimento, de acordo com o
estudo da Sociedade Brasileira de Pediatria.
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