Expectativa é de que os indicativos cresçam ou se estabilizem em patamar elevado até o final de janeiro. Se vacinar contra as doenças e saber quando procurar o pronto atendimento são estratégias importantes para atravessar o momento atual com segurança
O início de 2022 está sendo marcado por um aumento
no fluxo de pacientes em pronto atendimentos. A grande maioria apresenta
sintomas gripais de baixa complexidade, como coriza, tosse, febre e dor no
corpo. A alta demanda concentra casos suspeitos de Covid-19 e gripe. “O aumento
na procura pelos serviços de saúde e, consequentemente, na testagem para ambas
as doenças começou a partir da segunda semana de dezembro. Notamos também um
aumento expressivo no percentual de positividade a partir do último mês. Nos
meses anteriores, esse indicador se mantinha em queda ou estabilidade”, relata
Maura Salaroli, infectologista e responsável pela Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar (CCIH) do Sírio-Libanês.
Novidade em relação aos dois primeiros anos de
pandemia, os casos de co-detecção desses vírus se tornam cada vez mais comuns.
“Chamamos de co-detecção quando é identificado mais de um vírus no sistema respiratório
do paciente. Com o surto de gripe que ocorreu após a flexibilização das medidas
de controle da pandemia, essas situações têm se tornado mais frequentes. É
importante esclarecer que embora o paciente esteja infectado por dois tipos
diferentes de vírus, não necessariamente significa que estes microrganismos
estejam provocando duas doenças distintas concomitantemente.”
Embora sutil, cresce o número de pacientes
internados em função dessas doenças. “Em comparação com o aumento de casos, a
necessidade de internações ainda é pequena, muito provavelmente em função da
grande adesão à vacinação contra a Covid-19. No entanto, ter um surto de gripe
demandando o sistema de saúde ao mesmo tempo pode ser especialmente desafiador
para o setor público, já que compromete a gestão de recursos essenciais para ao
atendimento da população, como leitos, medicamentos e profissionais”, comenta a
especialista.
Por ora, os prontos atendimentos são os mais
afetados. “O brasileiro entendeu a importância de testar em caso de sintomas
gripais. O problema é que todos acabam recorrendo ao serviço de urgência e
emergência, provocando longos períodos de espera”, explica Christian Morinaga,
Gerente do Pronto Atendimento Adulto do Hospital Sírio-Libanês. “Indivíduos com
sintomas gripais leves, que tem interesse em fazer os testes para influenza ou
covid-19 e receber orientação para lidar com os sintomas, podem utilizar a
testagem Fast Track (drive thru), procurar seu médico habitual ou acionar
telemedicina”, completa.
O especialista reforça os sintomas que geram
preocupação e devem motivar a busca pelo serviço de urgência e emergência:
falta de ar, lábios arroxeados (cianose), chiado ou dor no peito, desmaio ou
sensação de desmaio, confusão mental, febre de difícil controle a partir do
quinto dia e convulsão. E esclarece que embora a demanda atual seja elevada, o
tempo para o atendimento de casos de urgência, independentemente da suspeita,
continua seguindo o protocolo. “Quem não se enquadra nesse perfil e tem a
necessidade de ir ao pronto atendimento não precisa ter medo. O Hospital
Sírio-Libanês conta com fluxos de atendimento separados no PA e medidas de
segurança em toda a instituição. Nos últimos dois anos, tais protocolos se
mostraram muito eficazes na preservação da saúde dos pacientes e profissionais
com relação a covid-19”, reforça Morinaga.
O que esperar para as próximas semanas?
Até o final de janeiro será possível compreender o
impacto das festas de fim de ano no aumento de casos. “A expectativa é que o
número de casos para ambas as doenças continue crescendo ou se estabilize no
patamar elevado pelo menos até o final de janeiro, já que muitas pessoas
infectadas, sintomáticas ou não, podem ter celebrado Natal e Ano Novo junto aos
demais, contrariando recomendações”, explica Maura. “Quanto ao aumento de
internações, a expectativa e torcida é para que, embora cresça, se mantenha
discreto, especialmente em Unidade de Terapia Intensiva e uso de ventilação
mecânica”. A especialista alerta “somente se preocupar com esse aumento não é suficiente.
É preciso que as pessoas completem o esquema vacinal contra a Covid-19, tomem
as doses pendentes e vacinem as crianças. Que busquem se imunizar também contra
a gripe. Faça sua parte”.
Outras medidas indicadas para diminuir a
transmissão dos vírus são os cuidados adotados nos últimos dois anos: seguir o
isolamento social em caso de diagnóstico positivo, uso de máscara, higiene
adequada das mãos, evitar aglomerações e preferir locais abertos quando for
encontrar outras pessoas.
Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês
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