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terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Embora os números de casos de Covid-19 e influenza estejam crescendo, panorama atual é melhor do que os últimos anos

 Expectativa é de que os indicativos cresçam ou se estabilizem em patamar elevado até o final de janeiro. Se vacinar contra as doenças e saber quando procurar o pronto atendimento são estratégias importantes para atravessar o momento atual com segurança

 

O início de 2022 está sendo marcado por um aumento no fluxo de pacientes em pronto atendimentos. A grande maioria apresenta sintomas gripais de baixa complexidade, como coriza, tosse, febre e dor no corpo. A alta demanda concentra casos suspeitos de Covid-19 e gripe. “O aumento na procura pelos serviços de saúde e, consequentemente, na testagem para ambas as doenças começou a partir da segunda semana de dezembro. Notamos também um aumento expressivo no percentual de positividade a partir do último mês. Nos meses anteriores, esse indicador se mantinha em queda ou estabilidade”, relata Maura Salaroli, infectologista e responsável pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Sírio-Libanês.

Novidade em relação aos dois primeiros anos de pandemia, os casos de co-detecção desses vírus se tornam cada vez mais comuns. “Chamamos de co-detecção quando é identificado mais de um vírus no sistema respiratório do paciente. Com o surto de gripe que ocorreu após a flexibilização das medidas de controle da pandemia, essas situações têm se tornado mais frequentes. É importante esclarecer que embora o paciente esteja infectado por dois tipos diferentes de vírus, não necessariamente significa que estes microrganismos estejam provocando duas doenças distintas concomitantemente.”

Embora sutil, cresce o número de pacientes internados em função dessas doenças. “Em comparação com o aumento de casos, a necessidade de internações ainda é pequena, muito provavelmente em função da grande adesão à vacinação contra a Covid-19. No entanto, ter um surto de gripe demandando o sistema de saúde ao mesmo tempo pode ser especialmente desafiador para o setor público, já que compromete a gestão de recursos essenciais para ao atendimento da população, como leitos, medicamentos e profissionais”, comenta a especialista.

Por ora, os prontos atendimentos são os mais afetados. “O brasileiro entendeu a importância de testar em caso de sintomas gripais. O problema é que todos acabam recorrendo ao serviço de urgência e emergência, provocando longos períodos de espera”, explica Christian Morinaga, Gerente do Pronto Atendimento Adulto do Hospital Sírio-Libanês. “Indivíduos com sintomas gripais leves, que tem interesse em fazer os testes para influenza ou covid-19 e receber orientação para lidar com os sintomas, podem utilizar a testagem Fast Track (drive thru), procurar seu médico habitual ou acionar telemedicina”, completa.

O especialista reforça os sintomas que geram preocupação e devem motivar a busca pelo serviço de urgência e emergência: falta de ar, lábios arroxeados (cianose), chiado ou dor no peito, desmaio ou sensação de desmaio, confusão mental, febre de difícil controle a partir do quinto dia e convulsão. E esclarece que embora a demanda atual seja elevada, o tempo para o atendimento de casos de urgência, independentemente da suspeita, continua seguindo o protocolo. “Quem não se enquadra nesse perfil e tem a necessidade de ir ao pronto atendimento não precisa ter medo. O Hospital Sírio-Libanês conta com fluxos de atendimento separados no PA e medidas de segurança em toda a instituição. Nos últimos dois anos, tais protocolos se mostraram muito eficazes na preservação da saúde dos pacientes e profissionais com relação a covid-19”, reforça Morinaga.


O que esperar para as próximas semanas?

Até o final de janeiro será possível compreender o impacto das festas de fim de ano no aumento de casos. “A expectativa é que o número de casos para ambas as doenças continue crescendo ou se estabilize no patamar elevado pelo menos até o final de janeiro, já que muitas pessoas infectadas, sintomáticas ou não, podem ter celebrado Natal e Ano Novo junto aos demais, contrariando recomendações”, explica Maura. “Quanto ao aumento de internações, a expectativa e torcida é para que, embora cresça, se mantenha discreto, especialmente em Unidade de Terapia Intensiva e uso de ventilação mecânica”. A especialista alerta “somente se preocupar com esse aumento não é suficiente. É preciso que as pessoas completem o esquema vacinal contra a Covid-19, tomem as doses pendentes e vacinem as crianças. Que busquem se imunizar também contra a gripe. Faça sua parte”.

Outras medidas indicadas para diminuir a transmissão dos vírus são os cuidados adotados nos últimos dois anos: seguir o isolamento social em caso de diagnóstico positivo, uso de máscara, higiene adequada das mãos, evitar aglomerações e preferir locais abertos quando for encontrar outras pessoas.
 


Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês

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