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quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Vícios construtivos: quem paga essa conta?

Freepik
Quando surge algum problema em condomínios, moradores, proprietários, construtoras, imobiliárias, arquitetos e síndicos entram em uma verdadeira disputa para descobrir e apontar o responsável pelo dano. Esse tema tem sido recorrente na área de Direito Imobiliário. De acordo com a doutora em Engenharia da Construção e professora nos eixos de Materiais e Construção Civil do curso de Engenharia Civil da Universidade Positivo, Ana Paula Brandão Capraro, vícios construtivos são anomalias, defeitos ou imperfeições encontradas em um imóvel, que afetam o uso dele e comprometem a finalidade para a qual se destina, seja residencial, comercial, órgão público etc. 

Esses vícios decorrem, necessariamente, de falhas no projeto ou na execução da edificação, sendo assim, nem toda anomalia é um vício construtivo, haja vista que a falta de manutenção, por exemplo, também é responsável pelo surgimento de manifestações patológicas, isto é, deslocamento de revestimentos internos, destacamento de revestimento de fachadas e infiltrações provocadas por falhas nos sistemas de impermeabilização e vedação. Os vícios são classificados como aparentes (falhas construtivas evidentes, que podem ser identificadas imediatamente, como, por exemplo, um vidro quebrado) e ocultos (falhas em que a identificação ocorre durante o uso do imóvel, como infiltrações ou vazamentos de água.

Cabe lembrar que nem todo vício que aparece no imóvel é de ordem construtiva. “Só são considerados vícios construtivos aqueles que vêm de uma falha no projeto, dos materiais que foram utilizados na obra, e até de uma determinada metodologia aplicada no processo. Para quem vai adquirir o imóvel, esses defeitos significam a depreciação do imóvel, e, muitas vezes, um perigo para o proprietário”, afirma a professora. "É importante ressaltar que o profissional responsável pela construção, assim como o projetista da mesma, deve dar a devida importância às boas práticas na execução", ressalta.

De acordo com o coordenador de Qualidade e Assistência Técnica da Prestes Construtora, Erick Pires Navarro, os principais pilares das boas práticas são a segurança dos trabalhadores e o foco no cliente. "Para mitigar os vícios construtivos, é imprescindível melhorar a qualidade da obra, sem interferir no prazo e custo de construção, com incremento à segurança", afirma.

Segundo ele, além da qualidade no atendimento ao cliente, a Prestes realiza um trabalho de retroalimentação das áreas envolvidas, por meio de uma equipe motivada, engajada e qualificada para evitar retrabalhos, aplicando tecnologias de gestão e de construção, desde o primeiro contato com o cliente até a entrega das chaves. "Para garantir a qualidade real da obra, são realizadas inspeções de serviços, aferições, auditorias periódicas, entre outras medidas como gestão de qualidade, controle de tecnologia, e análise de dados", detalha Navarro.

Na entrega das chaves, as boas práticas também são adotadas. A equipe é treinada para aplicar o check-list e a vistoria é feita junto ao comprador (vistoria após o Habite-se, além de vistoria guiada). “Nosso compromisso é oferecer a melhor experiência ao cliente”, garante o coordenador.

Segundo o advogado e membro da Comissão de Direito Imobiliário e da Construção Civil da OAB Paraná, Alceu Nascimento, os vícios construtivos podem ser definidos, de maneira geral, como problemas que afetam o uso do imóvel, seja pela maneira esperada pelo proprietário, seja pelas qualidades especificadas nas normas técnicas. Especialmente na área legal, é comum "emprestar" a definição criada pela engenharia a qual é baseada na norma técnica da ABNT NBR 13752. "Ou seja: os vícios construtivos são anomalias que comprometem o desempenho de produtos ou serviços, podendo torná-los inadequados para o fim ao qual se destinam, causando transtornos ou prejuízos materiais ao consumidor. Portanto, podem decorrer de falha no projeto, ou da execução, ou ainda da informação defeituosa sobre sua utilização ou manutenção."

De acordo com Nascimento, em caso de identificação de vícios construtivos em uma obra, o proprietário tem o direito de ter o problema resolvido. “A forma de solução para essa questão se encontra tanto no Código Civil (Lei 10.406/02) quanto no Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90)”, ressalta.

Antes de questionar a responsabilidade do empreiteiro, porém, é preciso entender que os vícios construtivos podem ter diversas origens. Só depois dessa análise, é possível concluir que, quando existem vícios, a primeira medida é descobrir a origem deles. “Se for de projeto, a pessoa que deve apresentar a solução é o arquiteto;  se for de execução, aí é com o empreiteiro”, esclarece o advogado.

Nascimento reforça que é importante ter esse entendimento logo no início, pois, ainda que o Código de Defesa do Consumidor estabeleça uma ampla responsabilidade entre todos os fornecedores envolvidos na execução da obra, normalmente, é mais fácil conseguir uma solução rápida e adequada diretamente com o grupo de profissionais responsáveis pelo problema. “Ainda que haja uma judicialização do caso, a identificação da origem ajuda na condução de um processo eficaz”, pontua. De modo geral, segundo o advogado, constatada a existência de um vício construtivo de origem na execução da obra, o empreiteiro deve apresentar uma solução que promova a adequação aos critérios técnicos minimamente exigidos.

Por fim, Nascimento acrescenta que é bom entender que nem sempre um vício tem origem na execução da obra, podendo ser resultado de execuções erradas de manutenção (ou até mesmo a ausência de manutenção), tanto quanto de intervenções do próprio proprietário. “E mais. É preciso lembrar que todo material tem uma vida útil específica, portanto, a performance vai diminuindo com o tempo e, ao final, tudo deve ser substituído, mesmo que aos poucos, para se obter o mesmo grau de usabilidade”. O advogado recomenda que, para alongar a vida útil dos materiais, é necessário realizar manutenções periódicas. “Sua ausência ou execução fora dos padrões pode causar problemas nos imóveis. Um exemplo comum são as telas de proteção colocadas nas janelas, onde são fixadas por parafusos que facilitam a infiltração de água nas paredes externas, causando danos ao imóvel. Mas atenção: não se trata de vícios construtivos”.  

 


Universidade Positivo

up.edu.br/


Brasil atinge 800 mil consumidores com geração própria de energia solar, informa ABSOLAR

Segundo mapeamento da entidade, segmento já agregou R$ 36,7 bilhões em investimentos e gerou mais de 217 mil empregos acumulados no País

 

Segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o Brasil acaba de ultrapassar a marca de 800 mil unidades consumidoras com geração própria de energia a partir da fonte solar. A modalidade representa mais de 7,2 gigawatts de potência instalada operacional, equivalente a mais da metade da potência da usina de Itaipu, sendo responsável pela atração de mais de R$ 36,7 bilhões em novos investimentos ao País, agregando mais de 217 mil empregos acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões nacionais.
 
Embora tenha avançado nos últimos anos, o Brasil – detentor de um dos melhores recursos solares do planeta – continua atrasado no uso da geração própria de energia solar. Dos mais de 88 milhões de consumidores de eletricidade do País, apenas 0,9% já faz uso do sol para produzir energia limpa, renovável e competitiva. Segundo análise da ABSOLAR, a tecnologia fotovoltaica em telhados e pequenos terrenos deve ganhar um impulso importante neste e nos próximos anos.
 
Em número de unidades consumidoras que utilizam a geração própria de energia solar, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 75,8% do total. Em seguida, aparecem consumidores dos setores de comércio e serviços (14,4%), produtores rurais (7,3%), indústrias (2,1%), poder público (0,3%) e outros tipos, como serviços públicos (0,02%) e iluminação pública (0,01%).
 
A geração própria de energia solar já está presente em 5.083 municípios e em todos os estados brasileiros. Entre os cinco municípios líderes estão Cuiabá (MT), Brasília (DF), Uberlândia (MG), Teresina (PI) e Rio de Janeiro (RJ), respectivamente.
 
“A energia solar terá função cada vez mais estratégica para o atingimento das metas de desenvolvimento econômico e ambiental do País, sobretudo neste momento, para ajudar na recuperação da economia após a pandemia, já que se trata da fonte renovável que mais gera empregos no mundo”, aponta o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia.
 
“A energia solar tem ajudado a baratear a conta de luz de todos os brasileiros com a redução do uso de termelétricas fósseis, mais caras e poluentes e responsáveis pela bandeira vermelha, incluindo o adicional de escassez hídrica. Também ajuda a reduzir as perdas elétricas e novos gastos com infraestrutura, que seriam cobrados nas faturas de energia elétrica”, comenta o presidente do Conselho de Administração da entidade, Ronaldo Koloszuk.


Por que os nossos dados pessoais são tão valiosos para as empresas?

A tecnologia permite o processamento de milhares de informações em poucos segundos e diminui a distância física, o tempo e o espaço, além de ter dado origem à sociedade da informação ao elevá-la à condição de elemento central não só da economia, mas da organização e interação social como um todo.

Cada vez mais, a qualidade das informações é considerada como um fator determinante na geração de riquezas. Gradativamente, as empresas se conscientizam de que converter a informação em conhecimento garante melhores resultados.

A informação vira conhecimento para o setor empresarial a partir da análise dos dados pessoais dos consumidores. Conhecendo melhor os gostos, hábitos e tendências do consumidor, é possível entregar serviços e produtos com maior receptividade no mercado.

Convertida em conhecimento, a informação pode ser considerada como um ativo estratégico da atividade empresarial. Esta é a razão de a análise dos dados pessoais dos cidadãos ter ganho papel de destaque na publicidade e marketing das empresas. O consumidor deixou de ocupar uma posição meramente receptiva e passou a ter uma participação ativa na produção do bem de consumo, ainda que a sua total revelia ou consciência.

Todos os usuários da internet, ao acessarem sites, alimentarem as suas redes sociais, compartilharem a sua geolocalização e realizarem compras online, acabam construindo uma biografia digital pois, pela análise do seu histórico de navegação, é possível traçar o perfil bem assertivo dos seus gostos, tendências, interesses e hábitos. Essa nossa biografia é utilizada por diversas empresas para que cheguem até nós a publicidade dos produtos e serviços mais relacionados com os nossos interesses.

Se de um lado esta prática aumenta o êxito das vendas e reduz os custos com ações publicitárias por direcionar os produtos e serviços de forma mais assertiva aos potenciais consumidores, por outro lado, ela expõe cada vez mais o consumidor, muitas vezes anulando a sua privacidade e até o seu direito de escolha.

Na internet prevalece o acesso livre e gratuito às redes sociais, softwares, e-mails e sites e o lucro destes negócios gira em torno da análise e venda dos nossos dados pessoais para a publicidade direcionada.

Ou seja, a contraprestação para o acesso à maioria das páginas virtuais é o fornecimento dos nossos dados pessoais. A grande questão é a seguinte: nos negócios tradicionais, trocamos uma determinada quantia em dinheiro por um produto ou serviço e, portanto, sabemos exatamente o preço daquele bem. O mesmo não ocorre com o fornecimento dos nossos dados pessoais em razão das inúmeras possibilidades de uso que podem ser feitas com um dado pessoal por tempo indeterminado.

Até as nossas emoções estão sendo utilizadas como estratégia de publicidade para aumentar as vendas dos produtos e serviços. A Microsoft, Apple e o Google têm investido no patenteamento da tecnologia de direcionamento de anúncios com base nas emoções e projeções capazes de captar nossas expressões faciais diante da tela.

Ou seja, somos submetidos a uma constante vigilância e, muitas vezes, sem que haja qualquer informação ou transparência de como os nossos dados pessoais são utilizados.

Este é apenas um dos cenários que impulsionaram a publicação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018) e que validam a importância do tema. Não se nega os benefícios da publicidade direcionada e até mesmo da análise dos nossos dados pessoais. Porém, é necessário encontrar um equilíbrio entre este benefício e o direito à privacidade e liberdade dos titulares de dados pessoais.

Por isso, a importância das políticas de privacidade que estão sendo desenvolvidas pelas empresas: para que os consumidores consigam mensurar o real preço do produto ou serviço que estão adquirindo por meio do fornecimento dos dados pessoais, entendam como os seus dados pessoais são utilizados, com quem são compartilhados e os riscos envolvidos.

Muitos aplicativos e sites já estão adequados à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais e permitem ao titular restringir a coleta dos dados pessoais e preservar mais a sua privacidade.

 

 

Juliana Callado Gonçales - sócia do Silveira Advogados e especialista em Direito Tributário e em Proteção de Dados (www.silveiralaw.com.br)

 

Cinco tendências em negócios para 2022

As turbulentas tempestades provocadas pela pandemia estão, finalmente, dando pequenos sinais de melhora. Contudo, o cenário que se desenha não parece dos mais promissores. Para os negócios que sobreviveram a esse período conturbado, é hora de reorganizar e planejar as ações para o próximo ano.

No Brasil, a perspectiva é de juros mais altos, somado a uma crise hídrica e às incertezas típicas de um ano eleitoral. No mundo, já se considera um panorama de estagflação, onde a atividade econômica se encontra estagnada em meio a uma alta inflação.

Diante de tantas incertezas, algumas medidas devem ser tomadas a fim de conter a crise e alavancar a retomada econômica. Por isso, listo aqui cinco tendências de negócios que devem se acentuar em 2022.


#1 - Exportação: As exportações brasileiras registraram recordes no período da pandemia. Entre janeiro e julho desse ano, foi registrado um aumento de 35,3% em relação ao mesmo período de 2020 – o equivalente a US$ 161,42 bilhões, segundo dados do Governo Federal. O destaque é, sem dúvidas, para o agronegócio, cujo PIB também apresentou seu maior crescimento histórico, de 24,31% em 2020, de acordo com o Comunicado Técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O setor foi especialmente favorecido pela desvalorização do Real – especialmente se tratando da soja e o minério de ferro. Com o Dólar em alta, a tendência é que mais empresas intensifiquem suas operações internacionais em 2022.


#2 - Internacionalização: Nos últimos oito anos, o nível de internacionalização das empresas brasileiras saltou de 12,9% para 21,6%, de acordo com um estudo publicado pela Fundação Dom Cabral. O aumento deixa claro a quantidade de portas abertas para os empreendedores constituírem suas empresas ao redor do mundo – novamente favorecidos pela cotação das moedas estrangeiras e menor tributação em determinados países. A Lei nº 14.195, que tem como objetivo a desburocratização do ambiente de negócios no Brasil, deve reduzir a insegurança jurídica tanto das empresas estrangeiras que querem atuar no Brasil quando das brasileiras que eram se internacionalizar.


#3 - Fusões e aquisições: Com foco em garantir sua sobrevivência, minimizando os impactos econômicos sentidos nesse último ano, as operações de fusões e aquisições vêm batendo recordes tanto em âmbito nacional quanto internacional. Só no primeiro trimestre deste ano, essas operações atingiram US$ 1,1 trilhão, um recorde desde 1998, segundo dados da Bloomberg. Para 2022, a tendência é que cada vez mais companhias busquem essa estratégia como forma de unir forças, melhorar a eficiência e garantir a continuidade dos negócios.


#4 - Reestruturação societária: Passado o período mais turbulento da pandemia, muitas empresas devem fazer uma análise mais profunda de seu quadro societário. Afinal, a reorganização interna é uma das principais chaves para que as empresas consigam sair da crise. Esse processo é uma consequência das mudanças estruturais que aconteceram ao longo do período dentro das companhias, como também em decorrência das próprias operações de fusões e aquisições. O objetivo é proteger os direitos dos acionistas ou sócios, aumentando a eficiência e competitividade das empresas.


#5 - Planejamento sucessório: Nunca sentimos tanto a vulnerabilidade da vida como neste período de pandemia. Foram mais de 600 mil óbitos causados pela Covid-19 apenas no Brasil – perdas que impactaram muitas empresas. Nesse contexto, a busca por um planejamento sucessório tem sido grande. Segundo o IBGE, a procura por esse tipo de documentação aumentou em mais de 50% em 2020. Como mais de 90% das empresas brasileiras são familiares, pensar a sucessão é fundamental para garantir a perpetuidade do negócio. Dados mostram que mais de 70% das empresas não chegam aos filhos e apenas 5% chegam à geração dos netos de seu fundador. Ter uma visão de longo prazo é fundamental.

O ano de 2022 deve ser desafiador, com uma projeção tímida no PIB, de crescimento previsto de apenas 1,57%. Contudo, é hora de as empresas olharem mais para dentro. É preciso estar com tudo em ordem e sempre atento aos negócios. Afinal, toda crise sempre reserva boas oportunidades. Estar preparado para aproveitá-las é o que faz a diferença.

 


Thais Cordero - advogada e Líder da área societária do escritório Marcos Martins Advogados. 

 

Marcos Martins Advogados 

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Escolha da profissão gera ansiedade em jovens, mas é possível amenizar o problema

Segundo especialista, dá para sentir menos a pressão causada pela necessidade de tomar essa decisão em um período cheio de incertezas


Para os jovens, decidir qual caminho profissional seguir é um verdadeiro desafio que pode, inclusive, levar a complicações como a ansiedade, por exemplo. Isso porque atuar em uma área que agrada e ainda ter retorno financeiro, para muitos, pode parecer uma missão complicada, que gera muitas incertezas – fato comprovado por um levantamento feito pela plataforma de carreira Cmov. Segundo o estudo, 82% dos adolescentes brasileiros têm dúvidas ou simplesmente não sabem qual carreira querem seguir. 

A saúde mental dos jovens piorou no período de pandemia e isso pode dificultar ainda mais a decisão. Um trabalho, que revisou 29 pesquisas sobre o assunto e foi publicado na revista científica JAMA Pediatrics, da American Medical Association, apontou que os sintomas de depressão e ansiedade em crianças e adolescentes dobraram desde o surgimento do coronavírus. Além disso, o afastamento dos colegas e dos professores acabou fazendo com que a decisão se tornasse ainda mais difícil, já que o isolamento social prejudica o bem-estar mental.

Segundo especialistas, é possível diminuir a angústia e a ansiedade causadas pela escolha da profissão nessa fase ainda tão repleta de incertezas. Entre as alternativas disponíveis, pedir ajuda especializada é uma boa saída. Testes vocacionais, por exemplo, podem ajudar. “Outra alternativa válida é conversar com profissionais que já atuam nas áreas de interesse do jovem. Assim, é possível ter uma visão realista e não romantizada da profissão e do mercado de trabalho”, afirma Karoline Hasse, coordenadora de pessoas e cultura da startup PhoneTrack.

Ainda que o medo e a indecisão tenham ganhado força entre os mais novos desde 2020, a profissional afirma que é possível diminuir os efeitos da pressão causada pela necessidade de fazer uma escolha tão séria ainda na juventude.  Segundo ela, “O momento de decidir a profissão, por si só, já gera uma carga de ansiedade muito grande. Os jovens podem amenizar esse sentimento pensando em que tipo de atividade eles querem desenvolver pelos próximos cinco ou dez anos. É importante lembrar que pessoas mudam de interesse e de carreira ao longo do tempo e pensar num futuro a médio e longo prazo tira um pouco desse peso”. 

 

 

Karoline Hasse - Formada em Psicologia, com experiência em empresas de software, serviços e inovação. Pós graduada em Gestão Estratégica de Pessoas, com vivência em gestão de times. Cursou MBA onde desenvolveu um olhar sistêmico sobre as organizações e sobre negócios. Consultora em Psicologia Organizacional, apaixonada pelas novas metodologias em Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Humano.  Possui atuação em áreas de recursos humanos como Atração de Talentos, Desenvolvimento Humano e Organizacional, Formação de Lideranças e Gestão de Equipes, onde transitou em diversas áreas e projetos, em diferentes portes de empresa.

  

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terça-feira, 9 de novembro de 2021

Animal de estimação robótico melhora o humor, o comportamento e a cognição em adultos com demência


Os indivíduos com doença de Alzheimer costumam apresentar sintomas comportamentais e psicológicos, como depressão, agressividade e ansiedade. Frequentemente, esses sintomas são tratados com antipsicóticos, anticonvulsivantes e antidepressivos, que costumam ter efeitos colaterais importantes.

Embora a terapia com animais de estimação seja conhecida por ser uma intervenção terapêutica e econômica para melhorar o humor e o comportamento em idosos pouco se sabe sobre a terapia com animais de estimação em casas de repouso, apesar das vantagens logísticas, como socialização e atividades em grupo.

Com a ajuda de um companheiro fofinho e "peludo", pesquisadores da Faculdade de Enfermagem Christine E. Lynn da Florida Atlantic University testaram a eficácia de gatos robóticos interativos e acessíveis para melhorar o humor, o comportamento e a cognição em idosos com demência leve a moderada. A intervenção não farmacológica ocorreu ao longo de 12 visitas em um centro para idosos. Os participantes foram informados de que seu animal de estimação era um robô e não um animal vivo. Cada um escolheu um nome para o seu gato, que tinha uma coleira e um crachá personalizado.

Para o estudo, publicado na revista Issues in Mental Health Nursing, os pesquisadores avaliaram o humor e os sintomas comportamentais usando a Escala de Humor da Doença de Alzheimer, a Escala de Avaliação de Emoções Observadas e a Escala Cornell de Depressão em Demências. Eles também avaliaram a cognição por meio do Mini Exame do Estado Mental.

O gato robótico respondeu ronronando, miando, virando a cabeça, rolando ou piscando os olhos.

Os resultados demonstraram que a intervenção com um gato robótico de estimação melhorou todos os escores de humor ao longo do tempo, com melhorias significativas na Escala de Avaliação da Emoção Observada e na Escala Cornell de Depressão em Demência. Mais da metade dos participantes pontuou mais alto no pós-teste do Mini Exame do Estado Mental do que no pré-teste, com melhora leve a moderada na atenção / cálculo, linguagem e registros. As pontuações pós-teste na Escala de Humor da Doença de Alzheimer foram seis pontos mais altas do que as condições pré-teste.

Os pesquisadores frequentemente observaram os participantes do estudo sorrindo e conversando com seus gatos robóticos e expressando sentimentos como "o gato está olhando para mim como alguém que me escuta e me ama". Eles acreditavam que o animal robótico estava respondendo às suas declarações miando, virando a cabeça ou piscando os olhos e que estavam conversando com o animal. Vários cuidadores relataram que seu ente querido havia dormido com o gato, segurado no gato quando estava sentado ou brincado constantemente com o gato. Um participante até dormiu com seu gato robótico de estimação enquanto ela estava hospitalizada.

"Como não há cura para a demência, nosso projeto oferece uma maneira de tratar os sintomas naturalmente e sem o uso de tratamentos farmacológicos, que podem ou não ser eficazes e ter possíveis efeitos colaterais prejudiciais", disse Bryanna Streit LaRose, autora principal que conduziu o estudo, juntamente com os coautores Lisa Kirk Wiese.

Ao usar animais de estimação terapêuticos em vez de animais de estimação vivos, não houve preocupação com a segurança do animal, alimentando-o, levando-o para fora ou certificando-se de que ele estava em dia com as vacinas. Além disso, não houve receio sobre a segurança dos participantes devido a possível agressão ao animal de estimação, alergias, tropeçar neles e os custos associados ao cuidado de um animal vivo.

Os gatos robóticos de estimação forneceram aos participantes uma forma alternativa de se expressarem.

"Além de melhorar o humor, os comportamentos e a cognição, esses gatos robóticos de estimação forneceram aos nossos participantes uma forma alternativa de se expressarem", disse Wiese. "É importante ressaltar que a melhora geral do humor e do comportamento em indivíduos com doença de Alzheimer também pode melhorar a qualidade de vida de seus cuidadores e familiares."

Os pesquisadores também examinaram a relação entre o Mini Exame do Estado Mental e as pontuações da subescala pós-intervenção da Escala Cornell de Depressão na Demência, Escala de Avaliação da Emoção Observada e Escala de Humor da Doença de Alzheimer. Eles encontraram múltiplas correlações significativas e fortes entre as 11 subescalas da Escala de Humor da Doença de Alzheimer e Demências Relacionadas e o Mini Exame do Estado Mental após a intervenção. Nove categorias relacionadas ao humor / comportamento agradável se correlacionaram favoravelmente com a pontuação do Mini Exame do Estado Mental, indicando uma relação entre o humor / comportamento positivo e as pontuações aumentadas do Mini Exame do Estado Mental.

"Nos Estados Unidos, um em cada três idosos morre com a doença de Alzheimer ou uma demência relacionada e atualmente não há cura para o fardo que cresce rapidamente", disse Safiya George, Ph.D., reitora da Christine E. Lynn College of Nursing.

 

 

Rubens de Fraga Júnior - professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná. Médico especialista em geriatria e gerontologia pela SBGG.

 

Fonte: Bryanna Streit LaRose et al, Improving Behavioral and Psychological Symptoms and Cognitive Status of Participants With Dementia Through the Use of Therapeutic Interactive Pets, Issues in Mental Health Nursing (2021). DOI: 10.1080/01612840.2021.1979142

 

Como controlar seu estresse e ansiedade com uma simples técnica

 

O estresse e a ansiedade costumam ser nossos maiores adversários quando se trata de momentos importantes das nossas vidas. Quando algo é relevante e não pode dar errado como o ato de realizar provas, reuniões no trabalho, o dia de uma viagem importante ou até mesmo uma competição esportiva, essas experiências emocionantes e positivas podem, sem um gerenciamento emocional adequado, ter um impacto negativo nos resultados, no sucesso e até mesmo, a longo prazo, na nossa saúde.

O hipnoterapeuta Guilherme Alves atua com clientes que passam diariamente por estas crises e indica a técnica de aterramento 54321 como forma de controle destas emoções. A técnica é projetada para aliviar seu estado de espírito para que você possa passar por momentos estressantes. O objetivo com este exercício é usar os cinco sentidos para se concentrar no momento e evitar vários pensamentos ansiosos que podem atrapalhar o seu progresso.

Respirações profundas, lentas e longas são sua primeira prioridade para alcançar um estado de calma antes de prosseguir para as seguintes etapas:


5. VEJA: Reconheça cinco coisas que você pode ver ao seu redor. As opções podem variar de uma caneta ou grampeador em seu escritório a um pássaro ou árvore enquanto você estiver na rua. Se você está em casa, pode olhar uma foto de família na parede ou um copo d'água na bancada da cozinha. Você pode escolher entre itens grandes e pequenos para manter suas opções em aberto.


4. TOQUE: Reconheça quatro coisas que você pode tocar ao seu redor. Você pode começar com seu cabelo, mãos, cotovelos e outras partes do seu corpo se tiver pouco tempo. O chão sob seus pés, seja o chão do seu quarto ou do escritório no trabalho, também ajuda. ravesseiros, mesas, telefones e teclados podem atender a essa etapa. Percepção de sensações é a palavra chave.


3. OUÇA: Reconheça três coisas que você pode ouvir ao seu redor. Em vez de ouvir seus próprios pensamentos ou sons do corpo, como o estômago roncando, concentre-se nos ruídos externos. Os exemplos incluem alguém dirigindo um carro nas proximidades, o tic-tac de um relógio ou um cachorro latindo. Se você está no trabalho, pode ouvir a digitação e os passos das pessoas que passam por sua mesa.


2. CHEIRO: Reconheça duas coisas ao seu redor que você pode cheirar. Esta etapa pode ser um desafio em comparação com as outras, por isso é melhor ir para um lugar com mais fontes de cheiro, se você não sentir o cheiro de nada onde quer que esteja no momento. O ar livre tem muitas opções de cheiros, e o sabonete nos banheiros também ajuda. Sua mobília pode fornecer cheiros agradáveis ​​para esta etapa quando você estiver em casa.


1. SABOREIE: Reconheça algo ao seu redor que você pode provar. Não precisa ser necessariamente comida, pois pasta de dente e aqueles fio-dentais com gostinho que você usa pela manhã ou à noite são fontes fáceis. Você também pode ir com o gosto do seu café da manhã, do almoço ou jantar. Café, chá e outras bebidas que você precisa para passar o dia também funcionam. Lembrando que é para reconhecer e se lembrar do sabor e não para ir comer.


Termine este exercício com uma respiração longa e profunda.

Com essas etapas, você poderá aproveitar ao máximo o momento. Concentrar-se em seus sentidos o ajudará a ser mais consciente, o que o ajudará a realizar suas tarefas e ter sucesso. Ao focar em você e no que sente, o seu pensamento fica no agora e foge do futuro que gera ansiedade. Fazendo isso, você se livra destas emoções indesejadas e se sente no controle de sua vida.

Pratique esta técnica para que possa melhorar a sua saúde e tornar divertidos aqueles grandes dias!


SENTIMENTO DE SOLIDÃO


A dor da solidão, o sentimento de desamparo, tornou-se mal alastradiço. Fala-se em crise de valores: os salvacionismos terrenos, liberalismo e comunismo, prometiam a felicidade geral. Com a queda, ou o desencantamento, dessas certezas ideológicas, as pessoas teriam sobrado sem pauta: cada qual que fosse arranjar o próprio sentido da vida.


Como a vida não tem sentido que não seja o sentido que lhe damos, ou historicamente inventamos, muita gente se perdeu. Ou se transmudou para sítio que não é igual, mas é a mesma coisa: conheço ex-marxista que, na falta de céu comunista na Terra, virou pastor; promete céu noutro lugar. Os sem causa para proselitismo arranjam causa para fazer pregação.


Não me parece uma boa alternativa, seja porque a proporção de alinhados aos salvacionismos laicos era escassa (quantos liberais ou comunistas você conhece?), seja porque a atualidade oferece muito mais valores do que o passado: ecologia, igualdade de gênero, batalha ao racismo, combate à corrupção estão em debate público com significativa militância.


O anonimato do indivíduo avulso nas multidões das grandes cidades é opressivo. Sim, mas o fenômeno não poupou os pequenos lugares. Consta que os gregos evitavam que suas urbes crescessem acima de cinquenta mil habitantes, temendo a deterioração da qualidade de vida. De fato, ser ninguém numa megalópole é desagradável, mas pior é ser ninguém em uma cidadezinha.


Culpou-se a oferta de coisas a serem desejadas (tenho, logo existo), mas que nunca são alcançadas. Tudo foi convertido em mercadoria e as mercadorias atiçam nos nossos desejos. Tem propaganda de tudo, para todo mundo, mas o todo mundo não tem meios para quase nada, mesmo que se pague o dobro do preço no que se nomeia carnê de prestação.


Ainda que geralmente as pessoas aprendam a viver em conformação ao seu status, deve ser frustrante constatar a incapacidade de comprar o algo com que nos seduziram. Não tenho, todavia, dados empíricos para sustentar a hipótese, ademais solidão não escolhe classe social. Claro, antes triste, mas rico, do que pobre e triste, mas isso não garante companhia significativa.


Talvez a longevidade... A evolução leva eras para formar as condições de sobrevivência de um organismo. A humanidade, contudo, em meio século dobrou o seu tempo médio de vida; só ainda não aprendeu a curtir essa existência longa com que a ciência a agraciou.


Isso não alterou a tristeza que decorre do sentimento de solidão. Aliás, há alguns milênios existem longevos, ou seja, já havia a condição genética. Se hoje existem mais idosos é apenas devido às oportunidades ambientais, as de higiene, sobretudo. De toda sorte, o que importa dizer é que as angústias atingem indistintamente velhos e jovens.


Patrícia Pozza (A importância da vida de relação, Notisul, 04abr11) e Dráuzio Varela (Solidão Crônica, FSP, 23mar11) alertam para a degradação orgânica, cerebral inclusive, do solitário. Patrícia sugere “empenho para o incremento e as aquisições na vida de relação, na vida afetiva”; Dráuzio diz que “criamos possibilidades ilimitadas de interações sociais, mas que, contraditoriamente, o contingente dos que se queixam da falta de alguém com quem compartilhar sentimentos íntimos aumenta em todos os países”.


Nunca se rematou o assunto. Psicanalistas e existencialistas advertem que somos mesmo esta incompletude ambulante. Não sei e quase concluo que ninguém sabe o que fazer para aplacar essa eterna demanda por interlocução. Talvez, como tantos filósofos nos dizem, esse seja apanágio da humanidade e de humanidade.


Bem, Jean-Paul Sartre disse por um personagem seu que “o inferno são os outros”. Valter Hugo Mãe, por outra figura, o contraria: “O inferno não são os outros. Eles são o paraíso [...]. A humanidade começa nos que te rodeiam, e não exatamente em ti. Sobre essa condição humana, Aristóteles – lá se vão milênios – pontificou: Quem for incapaz de se associar, ou não sente essa necessidade [...] será um bicho ou um deus”.


Se eu supusesse pressupostos para abrandar a situação, apostaria em duas coisas: somos serem em relação, não há solução individual para as dores do mundo (ocorre-me Nenhum homem é uma ilha, John Donne); crendices ideológicas (as religiosas, inclusive) não levam, como de fato nunca levaram, a porto seguro nenhum. A humanidade será o que a humanidade, coletivamente, fizer dela.


Jamais amarias teu semelhante como a ti mesmo (pieguice cristã), contudo, nisso de que falo vai amor ao próximo. Cuido desse próximo da vida em comum civilizada, como já há alguma por alguns lugares do mundo. Seja; o próximo não é objeto de piedade; ele tem, sobre todas as coisas, o mesmo direito que tu te dás a ti. Sem um próximo à tua altura, não terás um bom interlocutor.

 


Léo Rosa de Andrade

Doutor em Direito pela UFSC.

Psicanalista e Jornalista.


DIA NACIONAL DA UMBANDA: VEJA TRÊS RITUAIS RELIGIOSOS QUE VOCÊ PRATICA

 


Quem nunca pulou as sete ondinhas na virada do ano? O ritual umbandista faz parte da tradição de muitos brasileiros 


O dia nacional da umbanda é celebrado anualmente em nosso país no dia 15 de novembro. A Umbanda é uma religião brasileira e sua origem reúne características de outras religiões, como a cristã, espírita, indígenas e as de matriz africana.  A palavra umbanda significa “curandeiro” na língua banta falada em Angola, o kimbundo, e por muito tempo foi alvo de intolerância religiosa e vista como algo ruim.   

Para celebrar esse dia importante, o Astrocentro trouxe três rituais da umbanda que você faz e talvez nem sabia. Os especialistas também reforçam que os rituais são práticas que trazem proteção, amor e vibrações positivas, e felizmente com menos preconceito social. Mas é importante reforçar que a religião umbandista prega através do autoconhecimento a verdadeira cura do ser humano, e todos esses rituais apenas vão trazer coisas boas.

Durante as celebrações do ano novo, por exemplo, é comum seguir alguns ritos que passam de geração para geração, com o objetivo de atrair boa sorte para o próximo ano e muitas vezes sem questionar o seu propósito ou significado. Entre os rituais celebrados na praia, o mais comum é pular as sete ondas.

Alguns, pulam com o pé direito; outros enquanto pulam arremessam moedas douradas no mar; mas no geral, mentalizam coisas positivas e fazem pedidos aos céus. Esse ritual é um ato umbandista que simboliza as sete vibrações divinas. Para os que seguem a religião Umbandista, além de obter a proteção e força de Iemanjá, a Rainha do Mar, eles não costumam sair do mar de costas, pois acreditam que pode atrair má sorte.

Ainda na passagem de ano na praia, é comum ver pessoas distribuindo flores na praia. Esse também é um ato umbandista que representa fé, amor e fidelidade à Iemanjá. Assim, é comum que elas estejam presentes nessa data, em sua maioria na cor branca.

Já a cor branca, uma das mais usadas neste dia, para alguns simboliza paz e pureza. No entanto, essa cor carrega significados importantes. Sua origem aconteceu devido às festividades de Iemanjá com o encontro da divina mãe Oxum  que era celebrado pelo pai Jaú principalmente nas praias  do Rio de Janeiro. 

Eles vestiam branco, que representa a purificação espiritual. Depois, iam às praias e faziam oferendas a Iemanjá para conseguir sucesso no ano que estava começando.  As pessoas que frequentavam as praias começaram a achar bonito esse costume e passaram a usar branco também.

 


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Estratégias para lidar com o comportamento inadequado

Os pais são a principal referência dos filhos e responsáveis por ajudar a criança a determinar  quem se tornarão ao longo da vida, moldando seu coração, o caráter e as estruturas do cérebro. Se por um lado é um privilégio ensinar e preparar os filhos na tomada de boas decisões, na condução de um caminho bem-sucedido e no enfrentamento de situações desafiadoras; por outro pesa a responsabilidade de fazê-lo.

Compreender o comportamento inadequado pode ser reconfortante e encorajador para pais e filhos, especialmente quando desvinculamos o sentido de responsabilidade a culpa e vergonha. Com base na disciplina positiva, é possível entender a responsabilidade como sendo libertadora, a partir da consciência de que é possível fazer novas escolhas. A boa notícia, é que quando os pais percebem que são partes integrantes desse comportamento, são também responsáveis pelas mudanças desejadas.

Quando falamos em comportamento inadequado, nos referimos aqueles comportamentos que as crianças expressam, muitas vezes por ausência de conhecimento ou de habilidades e comportamentos adequados para determinada situação. Porém, nos momentos mais desafiadores, os filhos não são os únicos a sofrerem com a falta de habilidades para lidar com a situação. Os pais também sofrem por não saberem como agir, falta repertório de habilidades para lidar com a situação.

Devemos estar atentos para a fase de desenvolvimento da criança, para não tratar um comportamento como inadequado, quando na verdade esse comportamento é adequado para seu momento de desenvolvimento. É preciso que a criança compreenda o que se espera dela.

Um bom começo para os pais refletirem sobre o comportamento inadequado é se perguntar:

  • Será que meu filho (a) tem linguagem e habilidades sociais para expressar o que quer?
  • Será que ele (a) está com sono?
  • Será que ele (a) está fome?
  • Será que ele (a) está com dor?

Uma estratégia eficiente e encorajadora é tratar desse assunto, a partir da responsabilidade com foco na solução de problemas, evitando a punição. O que quero dizer com isso, é que se os pais querem que o filho mude o comportamento, é preciso se responsabilizar e se comprometer com uma mudança de atitudes, incentivando e direcionando a criança a fazer o mesmo, sem afetar o seu senso de autovalor.

Jane Nelsen (2015) em seu best-seller sobre Disciplina Positiva, propõe um novo olhar sobre o mau comportamento e aborda objetivos e crenças equivocados da criança:

1- Atenção indevida – crença equivocada: “eu me sinto aceito apenas quando tenho sua atenção”;


2- Poder mal dirigido – crença equivocada: “Eu me sinto aceito apenas quando sou o chefe, ou pelo menos quando não deixo você mandar em mim”;


3- Vingança – crença equivocada: “eu não me sinto aceito, mas pelo menos posso me vingar” e;


4- Inadequação Assumida – crença equivocada: “É impossível ser aceito. Eu desisto”.           

Esses objetivos e crenças equivocados acontecem porque as crianças precisam se sentir aceitas e importantes, ou mesmo porque se sentem inadequados. Para lidar de forma eficaz nessas situações é necessária análise do comportamento, métodos encorajadores e efetivos a longo prazo, e que os pais assumam a responsabilidade em controlar o seu comportamento, modificando-o se necessário e consciente que são espelhos para os filhos.

Um exemplo de estratégias eficientes para lidar com situações desafiadoras:

  • Redirecionar a criança para que ela consiga atenção de forma mais adequada e produtiva, utilizando seu poder de forma socialmente útil;
  • O adulto deve controlar o seu comportamento, caso se sinta magoado, evite revidar e utilizar frases sem efeito, pense em formas de “resolver o problema”;
  • Sempre valide o sentimento da criança, e diga que entende o que está sentido, ainda que não seja possível ceder ou fazer à vontade;
  • Separe as atividades por etapas, garantindo que a criança tenha condições de realizar;
  • Não faça pela criança o que ela pode fazer sozinha.           

Se precisar, não hesite em buscar por um profissional especializado para auxiliar a família em situações desafiadoras.

 


Luanda Garcez - Psicóloga, psicopedagoga, coordenadora do grupo de pais de crianças com TEA e supervisora certificada em Intervenção Precoce Para Crianças com Autismo, profissional ao longo de 15 anos de formação e dedicação ao desenvolvimento infantil. Mestranda em Educação na linha de pesquisa sobre Práticas Educativas e Representações Sociais, pós-graduada em Terapia Cognitivo Comportamental e Análise do Comportamento aplicada, com formação em Psicologia Fenomenológico-Existencial, entre outras certificações nacionais e internacionais, como estágio clínico e pedagógico em Avaliação e Intervenção nas Dificuldades de Aprendizagem – certificado pela Qualconsoante – Disclínica – Lisboa - Portugal. Autora do capítulo "Inclusão na escola: desafios e possibilidades na educação infantil" no livro "Autsimo: integração e diversidade", pela Literare Books International.


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