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segunda-feira, 12 de julho de 2021

Artistas criam "floresta de postes" como alerta sobre a crise ambiental no Rio de Janeiro

Créditos: SWEAT Productions




















Unindo arte, sustentabilidade e tecnologia como forma de protesto, a iniciativa faz parte do projeto global Converse City Forests, que utiliza tinta ecológica para limpar o ar em grandes cidades ao redor do mundo

 

Vídeo da campanha




Depois de passar por 27 cidades ao redor do mundo, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e, mais recentemente, Salvador, o projeto global Converse City Forests, idealizado pela criadora dos icônicos tênis All Stars, voltou às terras cariocas no último dia 13 de junho com o objetivo de expandir ainda mais a discussão em torno dos temas sustentabilidade, arte urbana e moda. 

 

Mural pintado pelo artista André Kajaman, no Rio de Janeiro

Créditos: Tio Verde

 

Por meio de uma tinta fotocatalítica que absorve CO2 durante seu processo de secagem e ao longo de sua vida útil, a iniciativa consiste na pintura de murais ecológicos que filtram o ar em seu entorno, colocando também o trabalho de artistas independentes e pautas historicamente silenciadas, como o afrofuturismo e a cultura de povos originários, no centro do palco. 

 

Na abertura de sua nova fase, chamada Recrie o Amanhã, Converse City Forests traz o aquecimento global e a iminente elevação do nível dos oceanos como tema principal por meio de "inundações" projetadas no Museu do Amanhã e nos Arcos da Lapa, marcos culturais mundialmente conhecidos, com o objetivo de materializar, de forma virtual, o que pode acontecer no futuro caso o cenário atual da devastação ambiental não seja revertido. A inundação digital contou também com um movimento nas redes sociais: com publicações que trazem telas na cor Azul Oceano, a marca convidou a audiência a recriar o amanhã por meio das atitudes de hoje, simbolizando como, por meio de ações locais como pintar um mural, é possível contribuir para a amenização do problema.

 


"Inundações" projetadas nos Arcos da Lapa (esquerda) e no Museu do Amanhã (direita), no Rio de Janeiro

Créditos: SWEAT Productions

 

Desta vez, ao invés de muros, o projeto ganhou forma em uma "floresta" de 47 postes no bairro de Copacabana, representando figurativamente sua função de filtragem do ar. Conforme as atividades humanas evoluíram ao longo da história no Rio de Janeiro, sua vegetação nativa foi gradualmente substituída por concreto, dando lugar a postes presentes em toda a cidade, que foram ressignificados a partir de sua pintura sustentável.

 




 





























Créditos: SWEAT Productions



Inspirados pela temática da fauna e flora, ameaçadas pela mudança climática, os artistas convidados para a nova fase do Converse City Forests foram selecionados por meio da curadoria de André Kajaman, responsável pelo mural pintado no Morro do Santo Amaro, e Ademar Lucas, fundador da Ademáfia, um coletivo que valoriza a cultura do skate e da arte de rua como ferramentas de transformação sociocultural e ambiental. "Como o Converse City Forests é uma iniciativa que fala muito sobre ações locais e cultura jovem, nossa intenção era a de que artistas independentes locais pudessem ter espaço para mostrar sua arte e colocar ali suas próprias vivências e visões sobre o Rio de Janeiro", conta Ademar.

 

Artistas selecionados para o projeto, sob curadoria de Ademar Lucas e André Kajaman

Créditos: SWEAT Productions


 

Nove artistas ascendentes foram convidados para dar vida à floresta de postes, situada em Copacabana: Guilherme Memi, Lídia Viber, Ju Angelino, Lolly, Rodrigo Sini, OMEP, Fredy Nascimento, Priscila Rooxo e Mario Band's. 

 

Lídia Viber assimila sua vivência como mulher preta e periférica em seu trabalho, a partir da educação dada a ela na infância, com seus limites, crenças, imposições, afetos e a ausência deles. A mineira, que hoje reside na capital fluminense, dedicou-se por mais de 7 anos à formação social de jovens periféricos em Belo Horizonte e é reconhecida pelo Sindicato dos Professores de Minas Gerais como uma das 15 mulheres mais influentes do Estado na categoria. Para ela, "sustentabilidade é uma maneira eficaz de viver e desfrutar o planeta em harmonia, com respeito e igualdade, visando um futuro renovável", conta.

 



Postes pintados por Lídia Viber, no Rio de Janeiro

Créditos: SWEAT Productions

 

Assim como ela, o carioca Guilherme Memi também volta-se para dentro para encontrar sua inspiração, tendo como ponto de partida sua própria casa e em sua relação com sua singela e pacata família, manifestadas em sua obra em traços retos e cores pastel que incorporam uma atmosfera nostálgica a seu trabalho. Ao mesmo tempo, Memi propõe uma reflexão sobre a conexão com o divino e a resistência ao caos das cidades. "As sobreposições de fases da vida em diferentes tempos e espaços incorporam a incompletude do ser e as transformações no curso cíclico do existir", conta.



































Postes pintados por Guilherme Memi, no Rio de Janeiro

Créditos: SWEAT Productions

 

A tinta fotocatalítica, desenvolvida pela Graphenstone e utilizada como material fundamental das obras, usa cal natural como base, que tem um ciclo de produção sustentável em todas as etapas do processo, desde a madeira utilizada como matéria-prima até o produto final, e que é livre de VOCS (compostos orgânicos voláteis) e substâncias tóxicas. A tinta também é enriquecida com grafeno, que otimiza suas propriedades e aumenta sua durabilidade, sendo capaz de absorver até 120 gramas de dióxido de carbono por metro pintado. 

 

Por meio do portal global do projeto e das redes oficiais da marca, é possível ter acesso a todas as obras pintadas ao redor do mundo e mais informações sobre a iniciativa.

 

A nova fase do Converse City Forests marca também a chegada da linha Renew Knit no Brasil. Os tênis, que têm 85% de poliéster reciclado em sua composição, propõem uma reinvenção do icônico Chuck Taylor All Star em tricô respirável, garantindo acabamento premium e conforto extra durante o uso, complementados por suas palmilhas OrthoLite. Sua nova sola transparente também incorpora a proposta sustentável da linha Renew e é feita a partir de sobras de borracha que seriam descartadas no processo de manufatura.

 

Tênis Converse All Star Renew Chuck 70 Knit Hi

Créditos: Divulgação

 

Café: Brasil exporta volume recorde de 45,6 milhões de sacas na safra 2020/21

Maior colheita da história, profissionalismo de produtores e eficiência comercial e logística dos exportadores permitiram que o país apresentasse alta de 10% sobre o recorde anterior, de 2018/19

 

Segundo levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), os embarques nacionais do produto somaram 3,012 milhões de sacas de 60 kg em junho, gerando US$ 423,2 milhões. Com o desempenho, o país registrou novo recorde no fechamento das remessas cafeeiras no acumulado da safra 2020/21, que alcançaram 45,599 milhões de sacas, apresentando alta de 13,3% em relação à temporada 2019/20 e de 10,1% sobre as 41,426 milhões de sacas de 2018/19, até então o melhor desempenho. 

Em receita cambial, as exportações do produto nacional ao exterior renderam US$ 5,842 bilhões na safra 2020/21, o melhor resultado nos últimos cinco anos, que representou crescimento de 13,4% na comparação com os US$ 5,154 bilhões do ciclo 2019/20. 

O presidente do Cecafé, Nicolas Rueda, revela que o novo recorde reflete a safra 2020/21 exemplar em volume, qualidade e sustentabilidade e que foi possível alcançar o maior patamar histórico das exportações nacionais do produto devido à eficiência comercial e logística dos exportadores brasileiros e ao profissionalismo dos cafeicultores do país. 

"Os produtores mantêm seu constante ciclo de investimento em qualidade, sustentabilidade e responsabilidade socioambiental, colhendo um volume recorde de arábica e conilon na safra 2020. Dessa forma, possibilita que os cafés nacionais sejam aceitos em todo o mundo, sendo impulsionados pelos profissionais de logística dos nossos associados, os quais redobraram esforços durante a pandemia para honrar os compromissos diante dos entraves logísticos, potencializados pela expressiva alta nos custos dos fretes, consequentes e sucessivos cancelamentos de bookings e dificuldade de novos agendamentos", explica Rueda.

 

ANO CIVIL

No acumulado do primeiro semestre de 2021, o Brasil remeteu o também recorde de 20,866 milhões de sacas de café ao exterior, obtendo ingressos de US$ 2,794 bilhões – maior valor desde 2016 –, desempenho que implica alta de 4,5% em volume e de 7% em receita frente ao resultado dos seis primeiros meses de 2020. Na média mensal deste ano, o resultado corresponde a embarques de 3,5 milhões de sacas ao exterior, com receita equivalente a US$ 466 milhões ao mês.

 

PRINCIPAIS DESTINOS

Entre julho do ano passado e o fim de junho deste ano, o Brasil exportou café a 115 países e os Estados Unidos permaneceram como principais parceiros comerciais. Os norte-americanos elevaram em 5,8% as aquisições do produto frente ao ciclo 2019/20, importando 8,337 milhões de sacas, as quais representaram 18,3% das exportações totais. 

A Alemanha, com representatividade de 17,4%, adquiriu 7,948 milhões de sacas (+16,2%) e ocupou o segundo lugar no ranking. As exportações dos cafés nacionais para a Bélgica cresceram 40%, somando 3,833 milhões de sacas. Assim, os belgas saltaram ao terceiro lugar na tabela e responderam por 8,4% dos embarques. Fechando o top 5, vieram Itália, com 2,762 mi/scs (6,1% do total), e Japão, com 2,626 mi/scs (5,8%). 

Também merece destaque a inserção de dois países produtores entre os 10 principais mercados compradores do produto nacional na safra 2020/21. A Colômbia ocupou a oitava posição na tabela, elevando suas importações em 150% – para 1,137 milhão de sacas – na comparação com o ciclo anterior e passando a representar 2,5% das exportações totais do Brasil. O México veio na sequência, ocupando a nona posição com a aquisição de 965 mil sacas, ou 2,1% do total. 

De acordo com o presidente do Cecafé, esses mercados produtores e exportadores podem ser considerados “novos paradigmas” para os cafés do Brasil. "Eles importam para o consumo interno e para industrializar e comercializar com outros países, como no exemplo dos mexicanos, que vendem muito para os EUA. O México virou uma potência industrial do solúvel e tem demandado cada vez mais grãos brasileiros para isso”, revela. 

No acumulado da temporada 2020/21, as exportações de café verde do Brasil para outros países produtores totalizaram 2,697 milhões de sacas, o que implicou incremento de 47,2% em relação às 1,833 milhão de sacas embarcadas na safra antecedente. Além de Colômbia e México, fecham a lista das cinco principais nações produtoras que mais importaram café in natura brasileiro o Equador (201 mil sacas / +124,6%), República Dominicana (139 mil sacas / +217,6%) e Vietnã, o segundo maior produtor global do produto (95 mil sacas / +27,2%).

 

TIPOS DE CAFÉ

Com o embarque de 36,917 milhões de sacas na recém-encerrada temporada, a variedade arábica respondeu por 81% do total remetido ao exterior de julho de 2020 ao fim de junho deste ano e obteve o melhor desempenho de todos os tempos. Outro recorde foi registrado nas exportações de café canéfora (robusta e conilon), que envolveram 4,715 milhões de sacas exportadas, com representatividade de 10,3%. Na sequência, vieram solúvel, com 3,936 milhões de sacas (8,6%) e o produto torrado e moído, com 30.704 sacas (0,1%).

 

CAFÉS DIFERENCIADOS

A exportação dos cafés com qualidade superior ou que possuem certificações de práticas sustentáveis responderam por 17,3% dos embarques brasileiros na safra 2020/21. Com o envio de 7,889 milhões de sacas ao exterior, os frutos diferenciados apresentaram crescimento de 16,4% ante as 6,775 milhões de sacas registradas no ciclo anterior e geraram uma receita da ordem de US$ 1,310 bilhão.

 

PORTOS

O complexo marítimo de Santos (SP) seguiu como o principal despachador dos cafés do Brasil na safra 2020/21, com 34,813 milhões de sacas partindo do litoral paulista, o que correspondeu a 76,3% do total. Na sequência, vieram os portos do Rio de Janeiro, que responderam por 16,6% do total ao embarcarem 7,565 milhões de sacas, e Vitória (ES), com a remessa de 1,550 milhão de sacas, respondendo por 3,4%.

 

DE OLHO NO FUTURO

Em função da retomada da economia em importantes potências mundiais, como  os EUA e países da Ásia, especialmente a China, o transporte marítimo global enfrenta intensos desafios relacionados ao transporte de cargas, que passa por grave crise operacional. Com o avanço da vacinação nessas nações, a demanda deixou de ser reprimida e houve aquecimento na procura por produtos alimentares e eletrônicos, o que gerou congestionamentos nos portos norte-americanos e asiáticos. 

Esse cenário gerou sucessivos cancelamentos de bookings, dificuldade para novos agendamentos de embarques e concorrência por contêineres e espaço nos navios. “Esses gargalos de infraestrutura e logística são preocupantes e impactam o desempenho das exportações brasileiras de café, pois os portos norte-americanos e asiáticos operam com capacidades máximas devido ao desbalanço do comércio global", explica o presidente do Cecafé. 

Segundo Rueda, agregando a excelente safra em volume e qualidade de 2020 com a menor colheita de 2021, por conta da bienalidade e das irregularidades climáticas, a oferta dos cafés do Brasil parece estar equilibrada com a demanda mundial. “Os exportadores continuam monitorando a colheita deste ano e as condições de desenvolvimento para o ciclo 2022, assim como seguem atentos ao panorama do consumo global, que parece animado para o cenário pós-Covid-19, com o avanço da vacinação, e para qual o produto brasileiro é essencial. Assim, a boa hora dos cafés do Brasil parece perdurar no cenário mundial”, conclui.

 


CECAFÉ


Procura por seguro de vida cresce na pandemia; veja se compensa aderir!

As contratações individuais encerraram 2020 com alta de 26,2%, segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida


A percepção de vulnerabilidade em decorrência da pandemia tem levado cada vez mais brasileiros a buscarem a cobertura de um seguro de vida.

Só em 2020, as contratações individuais encerraram o ano com alta de 26,2%, de acordo com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi). O avanço, entretanto, não parou por aí.

Os dados computados pela FenaPrevi, até o momento, indicam que a adesão pessoal ao serviço aumentou 24,9% nos dois primeiros meses de 2021. 

Esse crescimento na contratação do seguro de vida também foi constatado em um levantamento feito pela Superintendência de Seguros Privados (Susesp). 

Segundo os números, houve aumento de 11,4% na busca pelo serviço em todo o país no primeiro bimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano anterior. 


Cenário do seguro de vida no Brasil

Embora o seguro auto ainda represente a maior fatia do setor no Brasil, o seguro de vida tem demonstrado potencial para crescer mais no mercado nacional. 

A elevação na contratação do serviço no país está associada a incertezas do período pandêmico em relação à saúde, à economia e à segurança da população.

Ainda de acordo com os dados da FenaPrevi, o público jovem é um dos mais preocupados com os efeitos da crise sanitária. Isso porque a adesão ao serviço entre pessoas com idade de 18 a 34 anos passou de 7%, antes da pandemia, para 31% em 2021.  

No entanto, apesar do aumento no número de contratações durante a crise do coronavírus, é importante lembrar que a Covid-19 é um risco excluído dos contratos. Algumas seguradoras, porém, já incluem a cobertura para os eventos decorrentes da pandemia.


Indenizações na pandemia

O ano de 2020 não registrou crescimento apenas na adesão aos serviços de seguro de vida. Houve alta também nos prêmios pagos, assim como no volume das indenizações. 

Segundo cálculos da FenaPrev, os sinistros abertos em 2020 aumentaram 43% em relação ao ano anterior, saltando de R$ 524 milhões para R$ 749 milhões

Além das coberturas por morte, invalidez permanente e assistência funerária — que já são tradicionais —, foram acionados outros benefícios nas apólices, em razão da pandemia.  Alguns exemplos são a assistência médica e as diárias de incapacidade.


Compensa aderir? 

Os dados do mercado mostram que, com a pandemia, a população em geral tem procurado mais por seguro de vida. Isso demonstra que as pessoas começam a enxergar o serviço como uma necessidade essencial, e não mais como uma despesa extra.

Isso porque um seguro de vida vai além das situações relacionadas à morte. Ele oferece benefícios e seguridade que podem ser usados em vida, como proteção financeira, assistência no tratamento de doenças graves, reembolso de despesas com hospitais, remédios, médicos e serviços odontológicos, pagamento de diárias por afastamento do trabalho, entre outros.

Imagine que, durante a pandemia, um profissional autônomo responsável pelo sustento do lar contraia Covid-19 e passe alguns dias internado. 

Nesta situação, o seguro de vida pode ser acionado para indenizar as diárias de incapacidade e em hospitais. Em caso de falecimento desta pessoa, os dependentes financeiros também não ficam desamparados.

Outra vantagem desse tipo de seguro é que ele não se enquadra como herança. Dessa forma, o serviço não entra no inventário do falecido segurado e é isento de dívidas e penhora, de maneira que os beneficiários da apólice têm a indenização garantida.

Portanto, é importante a pessoa analisar as condições, o orçamento pessoal e os benefícios, e avaliar se compensa contratar o serviço.


Quanto custa? 

O interessado em adquirir um seguro de vida, primeiro precisa entender qual é o seu momento financeiro para buscar o plano que oferece o melhor custo-benefício a longo prazo. 

Muitas vezes, o produto custa bem menos ao ano do que um seguro automotivo, por exemplo. Mas tudo depende do estilo de vida da pessoa, do estado de saúde, além da cobertura contratada. 

De acordo com uma consulta feita pelo InfoMoney junto às principais seguradoras do país, existem opções no mercado brasileito que custam menos de R$ 100,00 por mês. Trata-se de coberturas básicas, com indenização por morte natural, por morte acidental e por invalidez permanente por acidente. 

Esse panorama de orçamento considera o perfil de um jovem do sexo masculino, de 30 anos de idade, casado, não fumante e não obeso.

Porém, quanto maior o número de dependentes, maior é o valor da apólice para garantir o conforto de todos.


Julho sem plástico: empresa retira lixo dos oceanos para transformar em novas embalagens e produtos

A Positiv.a, já reutilizou mais de 13 toneladas de plástico e está ajudando a conscientizar o consumidor


"Julho sem plástico" é um movimento global que tem como objetivo reduzir a poluição plástica. O movimento, que teve início em 2011, é acessado e discutido no mundo todo durante o mês de julho, guiado pela fundação australiana Plastic Free Foundation. A Sea Shepherd, uma das principais ONGs do mundo que defendem e conservam os oceanos e a vida marinha, destaca os dados alarmantes: todos os anos mais de 9 milhões de plásticos chegam ao oceano, matando 1 milhão de aves marinhas e mais de 100 mil animais marinhos.

No Brasil, a Positiv.a, empresa B que cria soluções para cuidar da casa, do corpo e da natureza, convida os consumidores a repensarem seus hábitos de consumo e, sobretudo neste mês, a não utilizarem embalagens plásticas virgens, ou seja, optar por itens que possuem embalagens ecológicas ou que utilizam plástico usado. "Nós acreditamos que o lixo é um erro de design e que não dá mais pra gente continuar consumindo sem pensar no planeta", afirma Marcella Zambardino, co-CEO da Positiv.a.

A empresa, que possui uma linha de produtos de limpeza e uma linha de autocuidado, transformou no ano passado mais de 13 toneladas de plástico usado em embalagens novas e produziu mais de 714 kg de produtos feitos com redes de pescas retiradas de oceanos. Além de ter reciclado mais de 10 toneladas de papelão para realizar a entrega dos produtos em todo Brasil com matéria-prima que já existia no mundo.

Na transformação das redes de pesca, a marca também incentiva a economia verde local. Junto com a artista plástica e ambientalista de Florianópolis, Nara Guichon, redes de pesca que estavam poluindo os oceanos são transformadas em esfregões ecológicos, produto ideal para limpeza pesada e que substitui produtos de plástico e com menor durabilidade, além de saquinhos ecológicos, que substituem as sacolas plásticas.

Além das ações que reutilizam plásticos usados, a Positiv.a busca também eliminar o plástico dos produtos tradicionalmente embalados com esse material. Um dos exemplos é o Desodorante Natural, que possui uma embalagem de tubo de papel impermeabilizado com ceras vegetais, o que o torna resistente à umidade e prático para aplicação, ao acabar o produto a embalagem pode ser compostada ou reciclada. Outros produtos da Positiv.a com embalagens que não utilizam plásticos são o sabão de coco em pó, o tira-manchas (primeiro do Brasil com embalagem zero plástico), o lava louças em barra, entre outros.

"Cada produto Positiv.a contribui para um oceano mais limpo, uma sociedade mais igualitária e um futuro mais promissor para todas e todos. Isso nos motiva a trabalhar a cada dia para um mundo mais sustentável", finaliza Marcella Zambardino.


Como preparar as melhores estratégias de marketing para e-commerce

Para os empreendedores que já vendem online, ou os que iniciaram recentemente, conhecer as estratégias de marketing para alavancar seu e-commerce é um passo fundamental. Entrar para o mundo online pode até parecer simples e fácil, devido ao crescimento acelerado do último ano, no entanto, a concorrência cada vez mais acirrada faz com que apenas os preparados e organizados consigam conquistar, fidelizar clientes e assim, atingir o sucesso. Isso só pode ser feito de uma maneira: aliando o marketing digital com as ferramentas certas. Este é o impulso inicial para crescer o negócio e obter resultados positivos. 

Não posso dizer que há uma ‘receita de bolo’ específica para isso, pois existem muitas variáveis, como quais produtos serão ofertados, qual o público-alvo, qual região será atendida, entre outros pontos. Contudo, é possível estar sempre um passo à frente e conhecer as principais estratégias de marketing para e-commerce. O meu objetivo neste artigo é apresentar as dicas que funcionam, independentemente do nicho em que atua. 



1 - Construa uma forte presença nas redes sociais - Isso deve ser feito pensando muito mais na qualidade do que na quantidade de perfis utilizados. Desta forma, o ideal é identificar quais as principais redes que seu cliente está presente e focar nelas, pois estar em lugares onde sua marca não vai ser reproduzida é uma grande perda de tempo. Para saber onde o seu conteúdo melhor se adapta e impactar o seu público-alvo, é importante se ater a um estudo da plataforma. Sua meta naquela rede é atrair pessoas para que conheçam sua marca? Engajar com seu público ou aumentar a conversão de suas vendas? Após responder essas perguntas, você já pode focar na sua estratégia de conteúdo e no tom de voz que irá utilizar.



2 - Pense fora da caixa - Fazer publicações em blogs, postar no Instagram e anunciar no Google ou Facebook são ações comumente realizadas pela maioria das empresas e lojas virtuais. Por isso, para se diferenciar dos concorrentes é importante pensar diferente e ir além. Uma ideia é trabalhar com os influenciadores digitais que, por meio dos publiposts, apresentam o produto ou serviço como uma recomendação para um ‘amigo’, que são os seus seguidores. Os influenciadores atrelam a sua credibilidade à empresa que estão divulgando. Caso você esteja começando, uma ideia é trabalhar com os micros e nano influenciadores, pois são eles que conseguem atacar nichos mais específicos e possuem grande poder de divulgação e conversão, afinal, são autoridades no segmento.



3 - Segmente o seu público-alvo - Dentro de um e-commerce, é muito comum vender vários produtos, dos quais alguns deles estejam focados em determinados públicos e outros sejam mais comprados por um consumidor similar ou até mesmo completamente diferente. Baseado em dados, você pode entender qual o perfil de pessoa que mais compra seus produtos e fazer uma comunicação específica, seja por meio de anúncios, ou posts dentro de plataformas, como o Google Ads e o Facebook Ads. Assim, é possível traçar uma comunicação, por exemplo, para sua lista de clientes, lista de leads, pessoas que visitaram sua página, entre outros. Do mesmo modo, é possível criar anúncios direcionados para consumidores que já interagiram com a marca anteriormente. Com isso, você vai conseguir falar especificamente para aquela persona, com uma comunicação mais personalizada e fazer com que o seu cliente sinta que aquele post ou anúncio foi feito para ele, aumentando a sua taxa de conversão.



4 - Crie conteúdos com potencial para viralizar - Para atingir esse objetivo, é necessário estudar e entender o que a concorrência não está fazendo e pensar além do que já é feito no mercado. Contudo, isso não necessariamente precisa ser complexo. É possível, por exemplo, construir um bom conteúdo rico (seja ele um ebook, uma calculadora, planilha ou qualquer tipo de ferramenta atrativa), com uma landing page bem estruturada, e divulgá-lo nas suas redes sociais e por meio de anúncios. Se o conteúdo dele for muito bom, relevante para a sua persona e não existir algo similar ou tão profundo quanto o seu material disponível de maneira gratuita, há uma grande chance dele viralizar, se atingir a persona certa.


 

5 - Bullseye Framework - Essa é uma estratégia que reúne as principais formas de alcançar um cliente. A metodologia funciona da seguinte maneira: o primeiro passo é definir seis canais para testar por um determinado período de tempo entre todos os disponíveis no mercado; depois, à medida que obter os primeiros resultados, você conseguirá entender quais ainda fazem sentido e quais não fazem e assim definir seus três principais canais de tração; por último, o ideal para não se perder é estipular metas e identificar que alguns canais, como o SEO, funcionam a médio e longo prazo. A partir disso, será possível definir quais canais de aquisição de clientes mais funcionam para a sua empresa e quais você ainda não testou.



6 - Ferramenta para recuperação de carrinho de compra - Em alguns e-commerces, o gargalo pode estar acontecendo na última etapa de compras, quando o cliente coloca tudo no carrinho, mas não fecha o pedido por algum motivo. Dessa forma, utilizar uma ferramenta para recuperação de carrinho abandonado é essencial para converter esses leads perdidos. Dentro dessa lógica, é possível re-impactar esse público com anúncios que resolvam uma possível objeção que tenha levado a desistência. O problema foi o preço do produto? Comunique uma promoção com um cupom de desconto! Foi o frete? Rode uma campanha que anuncie frete grátis, caso ela esteja acontecendo no seu site.  É muito importante que você entenda a jornada do cliente para comprar um produto no seu site e identifique quais são os potenciais gargalos que estão ocorrendo. 


E como dica extra: faça uma análise do funil de vendas, da taxa de conversão e indicadores como por exemplo, seu custo de aquisição, retorno sobre o investimento e seu LTV (Lifetime value ou valor vitalício no português). Com esses tópicos bem definidos, sem dúvidas você conseguirá fazer ações para otimizar a aquisição de clientes e converter mais leads em vendas.



 

Vinicius Ribeiro - Gerente de Marketing do Magis5, Hub de Integração e Automação para vender em Marketplaces.


Os meus colaboradores não falam inglês. E agora?!

Uma empresa que pretende expandir seu negócio para além das fronteiras brasileiras precisa ter uma equipe capacitada e com domínio do inglês. E quando falamos de expansão não falamos, necessariamente, sobre exportação. Ou seja, vender para fora.

Falamos de outras formas de interações negociais, desde importação, intercâmbio de tecnologias, capacitações, dentre outros.

Yes, o inglês é muito importante para os negócios!

Erra quem pensa que só as multinacionais precisam de colaboradores com o domínio do inglês.

De acordo com o Sebrae, falar um outro idioma é muito importante para diversas atividades. Não só para a parte da negociação em si, mas para ter acesso às pesquisas e publicações recentes (ou seja, o profissional manter-se atualizado); para realizar networking; e muito mais.

E qual o problema? Poucas pessoas no Brasil falam, de fato, inglês. De acordo com uma pesquisa da Catho, apenas 5% da população brasileira fala uma segunda língua, sendo que menos de 3% têm fluência no inglês.

Além disso, se a exigência de fluência em outro idioma estava mais direcionada para altos cargos executivos em grandes empresas, nos últimos tempos é possível verificar essa necessidade em diversos tipos de cargos e em todos os portes de empresas, inclusive nas pequenas organizações.

E as empresas estão investindo em seus colaboradores?

Um estudo de 2019 da Hays apontou que cresceu o número de empresas que oferecem auxílios para cursos de idiomas, inclusive o inglês.

Para termos ideia de alguns números: por parte das empresas, 54% oferecem auxílio de cursos de idiomas para os funcionários. Comparando com 2017, este número era de apenas 34%.

Além disso, o inglês (91%) ainda é, de longe, a língua mais requisitada na comunicação interna das empresas, seguida do espanhol (42%), de acordo com a Hays.

Como posso ter colaboradores dominando o inglês?

Não tem segredo: é necessário investir e capacitar seu time. E que tal otimizar esta experiência por meio do ensino online de inglês? A Uniway School é uma escola de inglês e edtech presente em mais de 50 países. Tem uma metodologia criada para que todos atinjam os melhores resultados, inclusive no business english (inglês para negócios).

 

 

Fabricio Vargas - Iniciou a sua carreira na área da educação logo após o seu retorno ao Brasil, depois de morar e estudar por mais de cinco anos no continente Europeu. Estudou e trabalhou em diversas áreas durante esse período, inclusive como intérprete dentro das cortes Irlandesas e Inglesas. Logo após a sua chegada ao Brasil, começou a lecionar aulas de inglês dentro de algumas escolas e, portanto, percebeu que o ensino precisava de mais, os alunos mereciam algo diferente e inovador. Fabricio percebeu que as escolas de idiomas estavam muito engessadas ao modo tradicional de ensinar e avaliar os seus alunos. Em 2017, depois de trabalhar muito e conseguir um certo valor para investir, Fabricio abriu a sua própria escola de inglês, a Uniway School, foi um dos anos mais comemorados por ele e também o mais desafiador. Para mais informações, acesse https://uniwayschool.com/ ou pelas redes @uniwayschool


Não, o que estamos vivendo não é home office (e nem trabalho remoto)

Deives Rezende Filho, especialista em diversidade e inclusão e fundador da Condurú, explica “a falácia” do novo método de trabalho imposto durante a pandemia 



Em março de 2020, a vida de grande parte dos trabalhadores mudou com a chegada da pandemia do COVID-19. O distanciamento social necessário para conter a propagação do vírus forçou milhares de pessoas a ficarem em casa e, consequentemente, se adaptarem ao trabalho remoto, que além de ser compartilhado com os demais moradores da residência, precisou se conciliar com os barulhos da rua, dos vizinhos e até mesmo dos pets. O grande problema é que o estamos vivendo não momento não pode ser chamado de “home office”. 

 

Para entender a questão, é preciso saber que, entre as principais premissas desse tipo de trabalho estão: um escritório adaptado em casa (com todos os recursos necessários para o conforto e bem estar após horas de jornada de trabalho), um ambiente com todos os recursos tecnológicos e ferramentas para a execução das tarefas e, claro, ter disciplina para lidar com o horários de início de final do dia de trabalho. 

 

Trabalhar diretamente do “conforto” do lar nas condições atuais de quarentena - afinal, ainda há um vírus lá fora que mata cerca de 1700 brasileiros por dia - é muito diferente do que os trabalhadores remotos estão acostumados. Deives Rezende Filho, especialista em ética, diversidade e inclusão e fundador da Condurú Consultoria, explica que o trabalho remoto vai muito além de oferecer um notebook e um VPN aos colaboradores. “O que estamos vivendo não é home office, assim como o que nossas crianças estão tendo não é ensino à distância. Para que a prática aconteça, é preciso levar em conta muitos outros fatores, como a segurança do acesso, as ferramentas corretas, as aplicações necessárias, o treinamento aos trabalhadores e aos gestores, que devem ser os responsáveis por transmitir os processos corretos aos demais”, diz. 

 

Um dos fatores que torna a adaptação a esse novo modo de trabalho complicado é o fator social, que é extremamente necessário para o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Durante uma crise sanitária, é muito mais difícil se concentrar no trabalho e ser produtivo. De acordo com uma pesquisa da Harvard Business School, houve um aumento de 8,3% no número de e-mails enviados após o horário comercial desde o início da pandemia. 

 

O que querem os trabalhadores? 

 

Um levantamento da Fundação Instituto de Administração (FIA) aponta que 70% das pessoas gostariam de permanecer em regime de trabalho remoto. Para Deives, isso é resultado de uma adaptação, que continua em processo, após mais de um ano das restrições impostas pelo coronavírus. “O futuro é remoto, não há dúvidas disso. Se podemos tirar algo de bom desse momento, é que empresas e funcionários estão tendo a oportunidade de experimentar essa nova modalidade de trabalho. Mas temos que começar a colocar balanço nessa equação. Os trabalhadores precisam ter seus horários respeitados e ter tempo para cuidar dos vários pratinhos que todos seguram, inclusive com tempo para olhar para si mesmo e para sua saúde mental”, afirma. Conversar com os colaboradores e entender a situação de cada um é fundamental para que todos sejam atendidos em suas necessidades.  

"A grande questão que fica é: estamos trabalhando mais e não sabemos se realmente estamos produzindo mais. E o pior, com a qualidade que gostaríamos de estar entregando para nós mesmos e os outros. Além disso, a falta de contato físico, dificulta muitas vezes a comunicação entre as equipes. Não sabemos ainda, pelo menos nós, brasileiros(as), quando poderemos voltar às reuniões presenciais e escritórios cheios. Mas temos certeza de que enquanto esse momento não chega, temos que cuidar não só dos nossos negócios, equipes, familiares e amigos, mas sobretudo da nossa saúde mental. Pois se tem algo que esse mundo online põe à prova é a nossa mente", finaliza o fundador da Condurú.

 


Condurú consultoria

http://condurucoaching.com.br/


Dia do Escritor: quantos talentos estão misturados na multidão da calçada?

Lembro-me da minha professora de português do ginásio ou ensino fundamental 2 no modelo atual. A professora Delma tinha uma forma rígida e honesta de conduzir as aulas. Ela passava ao meu lado, olhava meu caderno sobre a escrivaninha e dizia: “você tem a letra feia Sérgio, precisa melhorar essa letra”. Ela repetiu essa frase durante os quatro anos. Sim. Eu realmente tinha a letra feia!

Mesmo com aquele trauma eu não deixava de escrever poemas, pequenas peças teatrais para nosso grupo juvenil de teatro e, é claro, cartas para a namorada, minha esposa depois. Quando fiz o curso técnico de eletrônica, depois de seis meses praticando a letra técnica, é que melhorei minha escrita. Acredito que a professora Delma ficaria satisfeita!

O tempo passou e a caneta foi substituída pelo teclado da máquina de escrever, depois pelos computadores, e fui deixando para trás, mas não esquecido, aquele trauma dos quatro anos de ginásio. Muitos poemas e textos foram engavetados, ou melhor, arquivados com o passar dos anos. A profissão de engenheiro eletricista tomou conta da minha vida e fui engolido na insana rotina do dia a dia, mas os arquivos continuavam crescendo.

Eu havia passado dos 50 anos quando um dia resolvi que escreveria um romance. Sem pretensões alguma, meu objetivo era entregar a alguém da família ou algum amigo gentil que quisesse ler e me devolver. Mas fui surpreendido quando mostrei para uma amiga o primeiro capítulo. Não duvidando de minha capacidade, ela inicialmente pensou que eu tivesse copiado de algum livro.

Mostrei o segundo capítulo, terceiro e lá pelo sexto ela sugeriu juntar um grupo de pessoas para ler meus escritos, porque eu acreditava que ela estava me elogiando apenas para agradar seu amigo, eu. Ela quis provar que eu estava aflorando minha carreira de escritor. Ela estava certa!

Depois de ter publicado meu livro e estar quase finalizando o segundo, pergunto-me quantos como eu tiveram sua criatividade podada por um mero detalhe como a letra feia? Conjugação de verbos, análise sintática, enfim, comentários negativos? Esses mesmos que não tiveram sua criatividade vista e valorizada por alguém que os incentivasse. Quantos escritores e escritoras de talento estão misturados na multidão da calçada?

Citei o exemplo da escrita para elucidar o desperdício de talentos. Olhe em sua volta, observe se alguém possui algum talento ou habilidade positiva e incentive-o, valorize. Não falo apenas no campo das artes, mas no vasto mundo do ser humano, da essência do "ser" humano.

Parabéns a todos os escritores que, cedo ou tarde, descobriram e praticaram seu talento e sua habilidade de traduzir seus pensamentos em palavras que aguçam as emoções das pessoas.

 


Sérgio Giacomelli - escritor, engenheiro eletricista, nascido em São Miguel do Oeste/SC, passou a infância e a juventude entre a cidade e o campo. Viveu muitos anos em Ribeirão Preto/SP e na capital paulista, hoje segue a vida profissional em Belo Horizonte/MG. Apaixonado por pesquisas, é descendente de italianos e coloca essas particularidades no romance de época D'Angelo - O Viajante de Conca. 

Robin Hood na prática: herói ou vilão?

Em 1534, Portugal dividiu o território brasileiro em extensas faixas de terra e repassou a administração aos capitães-donatários - apenas 15 ficaram responsáveis pela ocupação no país. Após quase 500 anos, o cenário é similar: a riqueza do Brasil  ainda está concentrada nas mãos de poucos, tornando a desigualdade na distribuição de renda um fator marcante na história brasileira. Apesar da concordância quanto à necessidade da redução dessa disparidade, não existe consenso sobre como resolver o problema. Dentre as soluções  mais debatidas, vale destacar a taxação de grandes fortunas.

À primeira vista, esse imposto "Robin Hood" aparenta ser positivo somente para os mais pobres, e causar apenas um pequeno efeito negativo na vida dos mais ricos, afinal, eles continuarão ricos. Entretanto, a consequência prática dessa mudança sobre a sociedade brasileira é incerta e duvidosa. O que se sabe é que ter mais é sempre melhor que ter menos, pois, em todo o tempo,  buscamos alcançar mais prosperidade. Nesse sentido, com a instituição de um imposto sobre grandes fortunas, os mais ricos podem se deparar com três situações: não ter riqueza contábil, não aumentar sua fortuna ou manter seu dinheiro em países que não tributam a riqueza. No primeiro caso, os indivíduos mais ricos podem utilizar estratégias contábeis para diminuir o pagamento do imposto, manipulando a contabilização de seus rendimentos, de tal modo que o montante pago de imposto possa ser menor com a cobrança desse encargo. Dadas às peculiaridades do sistema tributário brasileiro, esse é um resultado esperado.

No caso anterior, pressupomos que os mais abastados, apesar de terem que pagar mais impostos, continuem tentando aumentar seu patrimônio. Mas isso nos leva a um paradoxo: se passarmos a ser  penalizados por termos mais dinheiro,  por que então ficarmos mais ricos? Qual a vantagem de realizarmos esse esforço se o prêmio é baixo? Dessa forma, a tributação da riqueza pode diminuir os investimentos produtivos no país, e comprometer também, o emprego, a renda e a arrecadação de impostos (mas o objetivo não era aumentar a arrecadação de impostos?). A redução do investimento no país é ainda pior quando analisada em um mundo globalizado, no qual os investidores buscam nações onde o seu lucro possa ser maior.

Nesse contexto, se o governo brasileiro aplicar o imposto sobre as grandes fortunas, vamos constatar a migração dessas riquezas para países onde não existe essa tributação. Consequentemente,  a geração de emprego e renda ocorrerá nesses lugares, assim como, o pagamento de tributos. Adicionalmente, diversas empresas já abandonaram a produção no Brasil alegando que as tarifas  são muito elevadas no país. Dessa forma, o efeito direto de um imposto sobre riquezas é justamente a diminuição da riqueza do país, seja contábil ou real, o que já foi registrado em várias partes do mundo. Mas afinal, estamos discutindo transferência de riqueza ou de pobreza?

Apesar de nobre, a história de Robin Hood dificilmente ocorre na prática, tanto que, apesar de previsto na Constituição federal, esse encargo jamais foi regulamentado. Em linhas gerais, o resultado direto do imposto sobre grandes fortunas é a transferência da riqueza e da produção para outros países, comprometendo a geração de empregos e a arrecadação dos governos e, logo, a renda dos mais pobres. De fato, a diminuição da desigualdade não ocorre retirando dos ricos para dar aos pobres, mas sim, com a melhor aplicação dos recursos existentes, com a promoção de igualdade de oportunidades e com aumento da produtividade do trabalho. E ainda existe outra questão importante a ser respondida: a receita desse imposto realmente seria enviada aos mais pobres?

 

Guilherme Marques Moura - doutor em Desenvolvimento Econômico, é professor da Escola de Negócios da Universidade Positivo (UP).

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