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quinta-feira, 1 de julho de 2021

Estação inverno - alerta para doações de sangue

 

Banco de Sangue de São Paulo lança campanha de inverno para sensibilizar doadores durante o período em que há maior queda nas doações; Unidade passa a atender também aos domingos


"O frio chegou e precisamos da sua solidariedade - a gratidão aquece o coração"!

 

Essa é a chamada da campanha de inverno do Banco de Sangue de São Paulo, que começa a circular a partir de 1 de julho nas redes sociais - Facebook e Instagram, com o objetivo de incentivar as pessoas a doarem sangue neste período em que os estoques sanguíneos ficam ainda mais críticos.

Se em razão da pandemia, já havia uma queda considerável nas doações, agora, com as temperaturas mais frias, as doações tendem a cair mais ainda, pois, no aconchego dos seus lares, as pessoas se esquecem de efetuar essa importante prática solidária que pode salvar até 4 vidas.

De acordo com Bibiana Alves, líder de captação do Banco de Sangue de São Paulo, com o início das temperaturas mais baixas, já é possível perceber uma queda de 30% nas doações. São necessárias 160 doações diárias, para atender com equilíbrio às demandas dos pacientes internados nos hospitais em tratamentos clínicos, o que raramente vem acontecendo.

"Isso é um fator preocupante, pois no frio temos um desafio maior para conseguir equilibrar os nossos estoques sanguíneos, já que todos querem mais é se ‘esconder’ debaixo de uma coberta. Porém, não podemos nos esquecer que os pacientes dos hospitais, que estão em tratamentos por diversas complicações clínicas, necessitam urgentemente das doações de sangue para se restabelecer", alerta Bibiana.

O Banco de Sangue de São Paulo segue rigorosamente todos os protocolos de segurança contra a Covid-19 e por isso conquistou o selo Covid Free de Excelência, concedido pelo IBES - Instituto Brasileiro para Excelência em Saúde, em reconhecimento por manter as melhores práticas de prevenção e enfrentamento da pandemia de coronavírus.


Unidade ampliou o horário de atendimento, inclusive aos domingos

O Banco de Sangue de São Paulo estendeu o seu horário de atendimento e passa a funcionar também aos domingos e feriados, a partir de 1 de julho. Seu horário de atendimento amplo, feito diariamente das 7h às 18h, permite aos profissionais que têm um horário de trabalho mais restrito, e às pessoas em geral, organizarem suas agendas de forma que possam encaixar com mais conforto suas doações de sangue, inclusive aos domingos.

A unidade está localizada na Rua Tomás Carvalhal, 711, Paraíso.

 

Requisitos básicos para doação de sangue:

• Apresentar um documento oficial com foto (RG, CNH, etc.) em bom estado de conservação;

• Ter idade entre 16 e 69 anos desde que a primeira doação seja realizada até os 60 anos (menores de idade precisam de autorização e presença dos pais no momento da doação);

• Estar em boas condições de saúde;

• Pesar no mínimo 50 kg;

• Não ter feito uso de bebida alcoólica nas últimas 12 horas;

• Após o almoço ou ingestão de alimentos gordurosos, aguardar 3 horas. Não é necessário estar em jejum;

• Se fez tatuagem e/ou piercing, aguardar 12 meses. Exceto para região genital e língua (12 meses após a retirada);

• Se passou por endoscopia ou procedimento endoscópico, aguardar 6 meses;

• Não ter tido gripe ou resfriado nos últimos 30 dias;

• Não ter tido Sífilis, Doença de Chagas ou AIDS;

• Não ter diabetes em uso de insulina;

Consulte a equipe do banco de sangue em casos de hipertensão, uso de medicamentos e cirurgias.


Critérios específicos para o CORONAVÍRUS:

• Candidatos que apresentaram sintomas de gripe e/ou resfriado devem aguardar 30 dias após cessarem os sintomas para realizar doação de sangue;

• Aguardar 48h para doar, caso tenham tomado a vacina Coronavac/Sinovac e 7 dias caso tenham tomado a Astrazeneca, Pfizer ou Janssen;

• Candidatos que viajaram para o exterior devem aguardar 14 dias após a data de retorno para realizar doação de sangue;

• Candidatos à doação de sangue que tiveram contato, nos últimos 30 dias, com pessoas que apresentaram diagnóstico clínico e/ou laboratorial de infecções pelos vírus SARS, MERS e/ou 2019-nCoV, bem como aqueles que tiveram contato com casos suspeitos em avaliação, deverão ser considerados inaptos pelo período de 14 dias após o último contato com essas pessoas;

• Candidatos à doação de sangue que foram infectados pelos SARS, ERS e/ou 2019-nCoV, após diagnóstico clínico e/ou laboratorial, deverão ser considerados inaptos por um período de 30 dias após a completa recuperação (assintomáticos e sem sequelas que contraindique a doação).

 


Serviço:

Banco de Sangue de São Paulo

Unidade Paraíso

Endereço: Rua Tomas Carvalhal, 711 - Paraíso

Tel.: (11) 3373-2000

Atendimento: Diariamente, das 7h às 18h; incluindo sábados, domingos e feriados. Estacionamento gratuito R. Tomas Carvalhal, 329 - Paraíso.


Fadiga, dores de cabeça e déficit de atenção estão entre as sequelas de maior incidência da "COVID longa"

 De acordo com neurologista do Hospital Santa Catarina - Paulista, quando não monitoradas de maneira adequada, as complicações pós-COVID podem se agravar e levar a sequelas duradouras. Pacientes com comorbidades neurológicas correm mais risco, com potencialização dos sintomas causada pelo vírus.


Conforme o cenário pandêmico progride, surgem cada vez mais relatos acerca da incidência de diferentes sequelas pós-COVID, com destaque para as manifestações neurológicas, que estão entre as mais frequentes. Um levantamento conduzido por universidades do México, Suécia e EUA identificou que entre as 55 repercussões da chamada "COVID longa", as dores de cabeça, dificuldade em manter a atenção e fadiga estão entre as três principais. Já uma matéria publicada pela revista científica The Lancet Psychiatry demonstrou que, após serem curados, 34% daqueles infectados pelo SARS-COV-2 desenvolvem problemas neuropsiquiátricos. Esta não é a única associação entre a infecção causada pelo coronavírus e o cérebro. Dados da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte mostram que, no caso de pacientes que já possuem determinadas comorbidades neurológicas, as repercussões causadas pelo vírus podem se apresentar de maneira acentuada. Por isso, aqueles que já apresentam um diagnóstico confirmado associado a estas condições devem tomar cuidado redobrado em meio a pandemia.

Entre os sintomas neuropsiquiátricos que podem persistir em pacientes já curados da COVID-19 estão as dores de cabeça (cefaléia), déficit de atenção, perda de memória, ansiedade, depressão, fadiga, dor muscular e a perda do paladar e olfato. Não se sabe a origem específica destas sequelas, porém uma das possíveis explicações, ainda sob análise, é que este fenômeno está associado a uma resposta inflamatória sistêmica, que é desencadeada com o objetivo de combater as agressões provocadas pelo coronavírus no organismo. O neurologista do Hospital Santa Catarina - Paulista, Dr. Maurício Hoshino, aponta que o cérebro está entre os órgãos mais sensíveis diante da COVID-19 e, por isso, o monitoramento do processo de reabilitação neurológica pós-COVID é essencial. "Além destas sequelas serem frequentes, elas são mais difíceis de reparar do que outras, visto que as respostas aos diferentes tratamentos são incertas. Mesmo assim, ainda não se sabe por que estas repercussões apresentam dificuldade elevada na reabilitação", adiciona o especialista.

Vale notar que o surgimento destas manifestações é menos frequente entre pacientes que tiveram quadros leves ou assintomáticos, porém mesmo este grupo de pessoas também está suscetível às repercussões citadas. Em casos graves, a infecção pelo coronavírus pode levar a incidência de convulsões e, até mesmo, um acidente vascular cerebral, popularmente conhecido como AVC. Não existe uma média definitiva para a permanência dos sintomas neurológicos causados, porém um estudo publicado no jornal médico Jama Network identificou que estes problemas podem persistir por até nove meses. "Sabemos que não são sintomas que podem ser rapidamente revertidos e não temos um período fixo de duração associado ao quadro. Alguns permanecem com estas sequelas por três, seis, ou até mais meses. Por isso, não podemos dizer se estes quadros são irreversíveis", completa.

Se não monitoradas com antecedência, os casos podem se agravar e levar a sequelas duradouras. Mesmo assim, o especialista destaca que, devido ao modo que o vírus se manifesta no sistema neurológico, os tratamentos disponíveis nem sempre têm a eficácia esperada. "Os tratamentos são específicos e sintomáticos, ou seja, irão variar de acordo com a função comprometida. Se um indivíduo apresenta certa fraqueza e fadiga, a reabilitação vai girar em torno de exercícios musculares e a utilização de analgésicos. Contudo, sabemos que a resposta será parcial e lenta", completa o Dr. Hoshino. O neurologista reforça que, devido à incerteza relacionada à resposta do organismo, ainda não existe um tratamento padronizado para estas sequelas.

Outro dado preocupante é que não há medidas preventivas ou grupos de risco associados ao fenômeno. Entretanto, o especialista aponta que, para pacientes que já possuíam comorbidades neurológicas antes de serem acometidos pela COVID, os novos sintomas causados pela doença podem agravar o quadro já presente. "Para aqueles que já possuem uma cefaleia crônica, por exemplo, a infecção pelo coronavírus irá dificultar o controle do problema. Os sintomas acabam sendo muito mais intensos e difíceis de aliviar", finaliza. Segundo o médico, algumas condições crônicas podem ser potencializadas pela presença do vírus e, por isso, indivíduos que se enquadram nestas características devem ficar atentos a todos os cuidados sanitários recomendados durante a pandemia, visto que não existem métodos específicos de prevenção para estas manifestações.

 


Hospital Santa Catarina


Médico alerta que os diabéticos necessitam manter os cuidados com os pés mesmo no período da pandemia de covid-19

 SARS-CoV-2 possui impacto vascular significativo no organismo, o que faz com que os diabéticos fiquem ainda mais suscetíveis a esta complicação

 

O pé diabético é um conjunto de alterações que podem ocorrer nos pés de pessoas portadoras de diabetes, principalmente quando a diabetes não está devidamente controlada. Entre as complicações mais comuns, estão problemas na circulação dos membros inferiores, neuropatia, que podem levar ao surgimento de feridas , dificuldade de cicatrização e infecções. Caso não for adequadamente tratado, o pé diabético pode levar à amputação. Em tempos de pandemia, o médico Dr. Josualdo Euzébio da Silva, Cirurgião Vascular e Endovascular, alerta para a necessidade de cuidados redobrados para evitar o problema.

Segundo Dr. Josualdo Euzébio explica, o SARS-CoV-2 possui impacto vascular significativo no organismo por parecer, segundo estudos, causar lesão endotelial, que é a camada interna do vaso. "Esta lesão pode causar dissecção deste vaso, inflamação do endotélio com comprometimento da circulação, tromboembolismo arterial e venoso, alteração da microcirculação, e consequente repercussão em todo o organismo. Estes fatores sobre uma artéria já com alterações, podem levar a complicações.

Com as importantes medidas de isolamento social, orientadas pelo Ministério da Saúde, a população fica mais sedentária e também há um certo receio de procurar assistência médica. Isso pode favorecer um controle inadequado do diabetes e também que pequenas feridas nos pés evoluam e haja uma perda do tempo ideal para tratamento. Tudo isso faz com que os diabéticos fiquem ainda mais suscetíveis as complicações em seus pés ", detalha o especialista.

Dados da Sociedade Brasileira de Diabetes indicam que cerca de 20% da população portadora desta doença desenvolva algum problema nos pés, no decorrer da vida. Atualmente, cerca de 16 milhões de brasileiros convivem com o diabetes. "Aqueles que já tiveram convid-19 precisam realizar acompanhamento com um cirurgião vascular de confiança. Além disso, é necessário que fiquem atentos aos primeiros sinais de complicações circulatórias porque a evolução para um quadro grave de pé diabético pode ser rápida e levar, inclusive, a amputações", avisa Dr. Josualdo Euzébio.

O cirurgião vascular lembra ainda que o autoexame é muito importante e deve ser realizado diariamente, em um lugar bem iluminado. "Deve-se verificar a existência de frieiras, cortes, calos; rachaduras, feridas, alterações de cor da pele (se está arroxeada) e das unhas (se demoram a crescer) e ausência de pelos. Uma dica é usar um espelho para uma visão completa".

Entre os sintomas do pé diabético, estão formigamentos, diminuição da sensibilidade do membro, queimação e sensação de "agulhada" nos pés e pernas, dormência e fraqueza nas pernas. "Qualquer uma destas sensações deve ser comunicada imediatamente ao médico".

Outra dica para facilitar a circulação é utilizar meias sem costuras, produzidas em algodão ou lã; tecidos sintéticos, como o nylon, podem prejudicar o quadro. Já os calçados devem ser fechados, macios e confortáveis. "Além disso, é fundamental manter os pés sempre limpos. Fazer a higiene com água morna, use toalhas macias e hidrate os pés. Mas cuidado com a umidade nos vãos dos dedos e em torno das unhas", diz Dr. Josualdo Euzébio.

Para ele, prevenir é a medida mais importante para evitar o pé diabético, sobretudo em tempos de covid-19. Além do controle dos níveis de glicemia, a avaliação periódica multidisciplinar com endocrinologista, ortopedista, cirurgião vascular e outras especialidades e profissões faz toda a diferença para evitar complicações extremas.



Dr. Josualdo Euzébio da Silva - Cirurgião Vascular em Belo Horizonte
CRM MG 26.128


Doença de Batten: Retrocesso no desenvolvimento pode ser um indicativo

 É fundamental que as crianças com CLN2 tenham acesso ao diagnóstico e aos recursos de tratamento precocemente

 

O mês de junho é reservado para a conscientização sobre a Doença de Batten, que possui herança genética e pode se manifestar a qualquer momento a partir dos dois anos de idade, apresentando piora progressiva. Também conhecida como CLN2, é um dos 14 tipos conhecidos de Lipofuscinose Neuronal Ceróide (CLN, sigla em inglês) e está entre as doenças mais raras que existem, com incidência de 1 para cada 200 mil nascidos vivos[1].

Segundo o neuropediatra Dr. Alexandre Fernandes, as CLNs são provocadas por genes anormais incapazes de produzir as proteínas necessárias que, consequentemente fazem com que as células não funcionem corretamente. Muitas formas de doenças neurodegenerativas na infância, que se apresentam inicialmente, como convulsões, evoluem para danos cerebrais, demência, epilepsia, cegueira e perda das funções motoras como, por exemplo, a capacidade de deglutição[1].

"A Doença de Batten é devastadora não somente para a criança, mas também para seus familiares, cuidadores e todo seu ciclo social. Por isso, é extremamente importante lembrar que regredir não é normal. Uma criança que apresenta desenvolvimento normal até os dois anos e depois começa a ter regressão motora, atraso na fala e, principalmente, convulsão, precisa de encaminhamento ao especialista o quando antes", esclarece Fernandes. É comum observar em crianças com CLN2, ou Batten, a dificuldade para caminhar e pronunciar as palavras, além disso, há uma frequência cada vez maior de ataques epiléticos associados.

A doença, geralmente, a doença ocorre por mutações genéticas no gene da CLN2, filhos de casal em que tanto o pai como a mãe carregam essas alterações têm 25% de chance de desenvolver a CLN2. Há, ainda, 50% de chances de a criança herdar o gene anormal apenas de um progenitor e ser um portador e não ser afetado pela doença. "Por isso, por vezes, os pais são pegos de surpresa pois, apesar de terem o gene comprometido, não sabem", explica Dr. Alexandre.

O diagnóstico precoce dificilmente ocorre, uma vez em que, geralmente, Batten pode ser confundida com outras doenças. Além disso, segundo o especialista, existe uma cultura de priorizar o diagnóstico de doenças curáveis. "Apesar de ainda não ter uma cura para CLN2, ela pode ser manejada para que o paciente tenha melhor qualidade de vida e menor progressão da doença", conta.

Essa realidade acaba tendo consequências irreparáveis, uma vez que os danos cerebrais causados são irreversíveis. Por isso, é essencial que ocorra campanhas que conscientizem a sociedade sobre os sintomas que podem afetar seus filhos, além de ressaltar a importância do diagnóstico precoce, a fim de evitar maiores perdas às crianças.

Um exemplo de iniciativa está a campanha "Tempo para eles" que conta com ações para a conscientização da doença com o engajamento nas redes sociais, por meio das hashtags #BattenDay e #TEMPOPARAELES. Para saber mais, acesse: https://www.battenday.com


Sinais e sintomas

Os primeiros sintomas da CLN2 são o atraso da linguagem e as crises epilépticas seguidos por perda de habilidades motoras e cognitivas já adquiridas. Contudo, há sintomas específicos de acordo com cada faixa etária[2]:

- Entre 1 e 4 anos: a principal manifestação inicial é o atraso na linguagem. No entanto, a epilepsia e a regressão neurológica também fazem parte desta fase.

- Entre 3 e 5 anos: há piora da regressão neurológica, da epilepsia (que torna-se refratária) e também há ataxia e distonia (contrações musculares involuntárias, que podem provocar movimentos e posturas anormais do corpo ou de um segmento dele).

- Entre 5 e 6 anos: a criança pode parar de falar, de andar e inicia o uso de cadeira de rodas.

- Entre 7 e 8 anos: fica mais evidente o quadro de demência, espasticidade (alteração no tônus muscular) e perda da visão.

- Entre 8 e 12 anos: a criança pode já estar acamada, com perda de visão e epilepsia refratária.

Em alguns casos, os sinais clínicos são sutis, com mudança da personalidade e de comportamento e aprendizagem lenta[3].




BioMarin

 


Referencias

[1] Claussen M, Heim P, Knispel J, Goebel HH, Kohlschütter A. Incidence of neuronal ceroid-lipofuscinoses in West Germany: variation of a method for studying autosomal recessive disorders. American Journal of Medical Genetics. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/1609834/
[2] Williams, R.E, Adams, H. R, Blohm, M. Management Strategies for CLN2 Disease. Pediatric Neurology. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28335910/
[3] https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/48425/Poster_12115.pdf?sequence=2


Vaginose Bacteriana: infecção pode prejudicar a fertilidade

Distúrbio no trato genital comum nas mulheres em idade reprodutiva


A vaginose bacteriana é um distúrbio no trato genital comum nas mulheres em idade reprodutiva. Quando ele ocorre, existe uma mudança no microbioma vaginal, fazendo com que se reduzam as bactérias saudáveis e aumentem as bactérias ruins. Os seus principais sintomas são: odor muito forte, coceira, dor e corrimento acinzentado.

Dentre as possíveis causas da vaginose bactérias podemos destacar relação sexual sem preservativo, múltiplos parceiros, tabagismo, deficiências nutricionais, sistema imunológico enfraquecido e uso de duchas para banho. “Este tipo de infecção não impede uma gravidez, mas, caso os seus danos não sejam tratados pode prejudicar a fertilidade, provocando outros problemas”, alerta o Ginecologista e Obstetra Domingos Mantelli

- Danos às células vaginais.

- Diminuição na produção de muco cervical saudável durante a ovulação.

- Aumento na inflamação, tornando o ambiente do útero tóxico para uma reprodução.

- Bloqueio das tubas uterinas se ocorrerem danos no tecido cicatricial, impedindo assim, o encontro do óvulo com o espermatozoide.

De acordo com o Dr. Domingos Mantelli, é muito importante que a mulher faça um acompanhamento médico e os exames de rotina, de modo a manter a sua saúde em dia. “E caso ela ocorra na gravidez também é importante tratar da maneira adequada, caso contrário, pode levar a um trabalho de parto prematuro e bebês de baixo peso ao nascimento,” acrescenta o ginecologista.

 Além disto, é essencial manter hábitos de vida saudáveis, alimentando-se bem, praticando exercícios físicos e tirando um tempo para si mesma.

 


Dr. Domingos Mantelli - Ginecologista e obstetra, com formação em neurolinguística e atuação na área de medicina psicossomática. É formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro (UNISA) e possui residência médica na área de ginecologia e obstetrícia pela mesma instituição. Também é autor do livro “Gestação: mitos e verdades sob o olhar do obstetra”.


Rouquidão persistente pode indicar uma doença mais grave, alerta especialista do Hospital Paulista

Sintoma está ligado a diversas patologias e pode representar riscos ao ultrapassar 15 dias

 

A rouquidão é um sintoma caracterizado pela alteração na qualidade vocal. Ela pode simplesmente estar ligada a fatores como o uso abusivo e mau uso da voz ou até servir de alerta para uma doença mais grave.

A otorrinolaringologista Dra. Isabela Tavares Ribeiro, do Hospital Paulista, chama a atenção para as diversas patologias associadas à rouquidão.

"Existem muitas doenças nas quais os pacientes podem apresentar rouquidão como sintoma. Entre as mais comuns, estão as infecções de via aérea superior, como gripes e resfriados; lesões benignas das cordas vocais - nódulos, pólipos e cistos -; alterações estruturais mínimas da laringe, geralmente desenvolvidas ao nascimento; doenças neurológicas e tumores benignos, como o papiloma; e, por fim, tumores malignos, como o câncer de laringe", explica.

A especialista ressalta a importância de investigar a causa da rouquidão, principalmente em fumantes, pois o tabagismo é o principal fator de risco para o câncer de laringe.

"Se descoberto precocemente, a chance de cura para esse tipo de câncer chega a 95%. Já nos casos mais avançados, o tratamento é complexo e até mutilante. Além disso, as chances de cura diminuem consideravelmente", alerta a otorrinolaringologista.

Segundo Dra. Isabela, justamente por conta do risco aumentado de desenvolver câncer de laringe, os fumantes devem estar sempre em alerta para quaisquer alterações na voz. Porém, não são apenas os tabagistas que devem se preocupar com a rouquidão. "Todas as pessoas que apresentarem o sintoma por mais de 15 dias devem procurar um otorrinolaringologista o quanto antes", recomenda.


Prevenção

Da mesma forma que manter um estilo de vida saudável previne o surgimento diversas doenças, com a rouquidão não é diferente.

"Praticar exercícios físicos regularmente, optar por uma alimentação balanceada e manter uma boa qualidade de sono, além da hidratação oral, são formas de prevenir a rouquidão. Em tempos mais frios, os cuidados precisam ser redobrados, com o aumento do consumo de água para evitar o ressecamento da laringe."

A Dra. Isabela orienta ainda evitar o tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Segundo a especialista, é importante também não gritar ou falar alto por muito tempo, assim como não cochichar ou sussurrar. Ela explica que esses comportamentos vocais aumentam a tensão na laringe e podem gerar rouquidão.


Tratamentos

Os tratamentos para rouquidão variam de acordo com a causa. As opções terapêuticas são escolhidas baseadas em evidências científicas e podem ser clínicas (com fonoterapia e medicamentos), cirúrgicas ou uma combinação das duas formas.

Segundo a Dra. Isabela, os fonoaudiólogos são grandes parceiros dos otorrinolaringologistas nesse sentido. "A fonoterapia, quando bem indicada, é muito eficaz e se configura como peça-chave no tratamento da maioria das causas de rouquidão."

"Cuidar da voz é tão importante quanto cuidar da nossa saúde em geral. A voz é a nossa comunicação com o mundo, nossa identidade", finaliza a médica, alertando para a importância de buscar um especialista o quanto antes, caso haja rouquidão persistente.

 


Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


No decorrer da pandemia, pacientes curados da Covid apresentam sintomas de outras doenças, que não tinham antes

 Distúrbios mentais, cardiovasculares, metabólicos, gastrointestinais, neurológicos, fraqueza e fadiga, são algumas das patologias que acometem os pacientes no pós-Covid, segundo médicos da clínica popular Clinipae

 

Com lotação do SUS, as clínicas populares tornaram-se soluções acessíveis para que pessoas de baixa e média renda tenham acesso a serviços de saúde. De acordo com dados da Clinipae -- Centro Médico e Odontológico da Riopae, empresa de assistência familiar, os atendimentos médicos e exames cresceram em 12,5%, comparando os meses de janeiro a maio de 2020 e 2021. Se o ritmo de crescimento continuar o mesmo, até o final de 2021, esse aumento pode chegar a 30%. Afinal, nunca antes houve tanta necessidade de atendimento médico no País, tanto para quem quer garantir a saúde e a imunidade, caso se contamine, como quem já sofreu com a doença e agora precisa administrar as sequelas. A clínica oferece consultas e exames com valores, em média, 40% menores do que os praticados em clínicas particulares. Os preços das consultas variam de R$ 10 a R$ 60 para associados e de R$ 60 a R$ 80 para pacientes particulares.

No início do ano passado, segundo dados da clínica, a procura maior foi para acompanhamento médico e consultas de rotina, já que o sistema público não estava dando conta de atender outras patologias, apenas Covid. Além disso, pessoas que não se preocupavam tanto com a saúde começaram a procurar as clínicas para fazer check-up, para fortalecer o sistema imune. Até o número de homens, que não costumam ter o mesmo cuidado com a saúde como as mulheres, aumentou em 40% nos serviços de medicina preventiva.

No entanto, no decorrer da pandemia, pacientes que se curaram da Covid começaram a apresentar sintomas de outras doenças, que não tinham antes. De acordo com o relato dos médicos da Clinipae, distúrbios cardiovasculares, metabólicos, gastrointestinais, neurológicos, anemia, dores articulares, fadiga, cefaleia e dispneia são alguns dos que acometem os pacientes no pós-Covid.

As doenças cardiovasculares estão entre os maiores atendimentos, de acordo com o Dr. Marcio Petrel Bermal, cardiologista da Clinipae e Diretor Médico da Unidade de Pronto Atendimento - UPA Jardim Iris, da Baixada Fluminense.  Além do aumento do sedentarismo, estresse e tabagismo, o coronavírus desregula a pressão dos hipertensos, mesmo com uso de medicamento, o que pode facilitar a formação de coágulos e evoluir para complicações, como AVC e infarto. Ainda segundo o médico, houve casos de pacientes que contraíram o vírus e, mesmo sem histórico de doenças cardiovasculares, apresentaram cardiopatia dilatada – aumento da área global do coração - após se recuperarem da Covid.

“Diversos pacientes relatam cansaço excessivo, falta de ar e fraqueza extrema após a recuperação da Covid. Subir a escada de casa, uma ladeira da rua e fazer atividades que exigem pequenos esforços ficaram difíceis após a doença, o que mostra a necessidade de saber se há outras sequelas que precisam ser monitoradas e tratadas”, diz o especialista.

Houve também um aumento da demanda para a fisioterapia, aliada importante no processo de reabilitação pós-Covid. De acordo com a fisioterapeuta Michelle Lessa da Silva, especialista em fisioterapia respiratória da Clinipae, as dores articulares aumentaram em 50% nos pacientes que tiveram Covid. “A fisioterapia respiratória está presente em todo o processo de combate à doença, desde o momento em que o paciente é internado, começando pelos exercícios de fortalecimento dos músculos respiratórios para evitar a entubação, até a necessidade de Ventilação Mecânica”, explica.

Após a alta hospitalar, há pacientes que precisam de reabilitação, como a cinesioterapia, que envolve exercícios para fortalecimento da musculatura respiratória, treino de força, exercícios de equilíbrio, controle muscular e treinamento de marcha. O tratamento pode durar de seis semanas a seis meses, dependendo do nível de comprometimento e da evolução de cada paciente.

Outra consequência da pandemia foi o aumento de casos de doenças mentais. Segundo o Dr. Jonatas Davi Stroher, clínico geral pela Universidade Iguaçu (UNIG) e médico da Clinipae, 70% dos pacientes atendidos no consultório apresentam algum transtorno de saúde mental, como ansiedade, depressão e pânico, geralmente associados às perdas familiares, desemprego e falta de perspectiva. Medicamentos vendidos somente com prescrição médica também entraram na lista dos mais consumidos indiscriminadamente, como ansiolíticos e antibióticos, o que tem causado sequelas graves.

“Muitas pessoas não procuram ajuda profissional pela dificuldade de achar um médico com boa escuta e interesse pelos problemas do paciente. É fundamental que os profissionais deem mais atenção às queixas, até para que o diagnóstico seja preciso. Muitas doenças são originadas devido a problemas psicológicos e o tratamento médico precisa ir além dos sintomas”, pontua o médico.

Diante desse cenário e ainda sem estudos científicos e clínicos sobre as sequelas que essa doença pode gerar, o que se sabe é que o caminho a ser percorrido é longo e ainda pouco conhecido. Nesse sentido, o acompanhamento de quem contraiu a doença e está passando pela reabilitação deve incluir uma equipe multidisciplinar e bastante disposição dos profissionais e pacientes para vencer mais essa etapa.

 


Clinipae - Centro Médico e Odontolótico

 

Riopae


Próteses dentárias são alternativa para perda de dentes na velhice

Procedimento tem sido cada vez mais procurado por pacientes idosos que buscam resgatar qualidade de vida e autoestima ao sorrir


O cuidado com os dentes deve ser um hábito diário, mantido da infância até a velhice, para uma melhor qualidade de vida. Porém, inúmeros fatores podem levar à perda precoce dos dentes no futuro. Pacientes com comorbidades, como diabetes, dificuldades de mobilidade, traumas na região da boca, além da ausência de uma boa higiene bucal são fatores de risco que podem causar a perda dentária.

A ausência de dentes afeta, além da estética, a fala e a mastigação, prejudicando a trituração e digestão de alimentos e na absorção de seus nutrientes, o que pode levar a problemas gastrointestinais devido à sobrecarga no estômago – que precisará produzir mais ácidos para digerir o alimento – causando doenças como azia, gastrite e úlceras estomacais, além de piorar a autoestima e bem-estar dos idosos.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que cerca de 16 milhões de brasileiros, 11% da população, não possuem nenhum dos dentes da boca. A pesquisa ainda revela que 41,5% das pessoas com mais de 60 anos já perderam todos os dentes. O problema tem sido encarado pela Odontologia como um grande desafio.

A alternativa para a perda dos dentes são as próteses dentárias. Trata-se de um procedimento seguro que, além de devolver a estética do sorriso, é essencial para que a mastigação do paciente idoso não seja comprometida. Para cada caso são recomendados tipos de próteses diferentes, que podem substituir um ou mais dentes, como explica o cirurgião-dentista Reinaldo Cesar Yoshino de Lima, presidente da Câmara Técnica de Prótese Dentária do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

“As próteses, de um modo geral, podem ser classificadas como: fixas ou removíveis; unitárias, parciais ou totais. Nos casos de unitárias, substituem uma coroa ou parte dessa coroa que foi perdida. Próteses fixas parciais substituem mais de um dente e geralmente são unidas. Existem próteses fixas totais também, geralmente elas unem os dentes de um lado ao outro da arcada. Outro tipo de prótese fixa total é a prótese sobre implantes. Nessas próteses geralmente utilizamos 4 a 6 implantes para sustentar a prótese total, que pode ser parafusada ou cimentada”, diz Reinaldo.

O avanço no tratamento de pacientes idosos com falta parcial ou total dos dentes também requer atenção e cuidados especiais para a conservação da prótese e evitar problemas com a saúde bucal. Mesmo não sendo constituída por dentes naturais, a prótese precisa ser higienizada regularmente de forma correta e o paciente deve ter o acompanhamento de um cirurgião-dentista.

“Próteses fixas precisam ser higienizadas assim como os dentes, sendo recomendado o uso de fio dental e escovas interdentais. Próteses removíveis precisam ser higienizadas fora da boca. Deve-se evitar pasta de dente nas próteses de resina para evitar que elas fiquem ásperas porque os cremes dentais têm abrasivos e são feitos para dentes naturais”, detalha o cirurgião-dentista.

“Próteses removíveis precisam de acompanhamento do cirurgião-dentista pós-instalação, ajustes muitas vezes são necessários pois a mucosa e a gengiva muitas vezes podem ficar machucadas e evoluir para aftas, o que chamamos de úlceras traumáticas. O mais importante é a visita periódica e frequente ao cirurgião-dentista, principalmente nos casos de próteses fixas (sobre dentes ou sobre implantes)”, completa.


Avaliação odontológica e confecção da prótese para idosos

Apesar de oferecer mais qualidade de vida e bem-estar às pessoas da terceira idade que já perderam seus dentes, a indicação de uso de uma prótese dentária deve ser seguida sempre de uma avaliação detalhada de um profissional sobre a saúde e as condições do idoso para que o procedimento odontológico seja realizado com segurança. Para cada tipo de prótese, sempre há observações importantes que o paciente idoso e seus familiares devem ter conhecimento antes do procedimento e tratamento.

“O profissional deve conversar muito com o idoso e, por meio de uma anamnese bem elaborada, verificar o estado cognitivo do paciente, a presença ou não de estado depressivo, a quantidade e qualidade de saliva para ajudar na autolimpeza, a capacidade funcional de higiene e o tecido ósseo de suporte para instalação da prótese”, indica a cirurgiã-dentista e presidente da Câmara Técnica de Odontogeriatria do CROSP, Denise Tibério.

No caso de indicação de um modelo dentário fixo, é importante que o idoso consiga manter a saúde bucal em dia após o procedimento, pois isso garante a conservação do material e impede o acúmulo de placas bacterianas nos dentes e desenvolvimento de doenças gengivais. “A indicação de uma prótese fixa está diretamente relacionada com a capacidade do idoso conseguir realizar uma higiene adequada em casa para manter a saúde gengival”, diz Denise. “Está provado cientificamente que doenças gengivais podem significar um fator de risco para declínio cognitivo e comprometimento sistêmico da saúde do paciente”, explica.

Segundo Denise, a procura de pacientes idosos por atendimento odontológico e por próteses dentárias têm aumentado e a associação entre velhice e perda dos dentes está desaparecendo. “A procura por próteses pelos idosos é alta. O mito que a perda dos dentes faz parte do envelhecimento está se esvaindo”, completa a cirurgiã-dentista.

 


Conselho Regional de Odontologia de São Paulo  - CROSP

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Tratamento inovador para leucemia mieloide aguda representa nova possibilidade para pacientes

Mylotarg, da Pfizer, bloqueia o crescimento das células cancerosas


 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou Mylotarg, tratamento para pacientes adultos com leucemia mieloide aguda (LMA) em fase inicial, cujos tumores expressam o antígeno CD33 (LMA positivo para CD33). O medicamento é um anticorpo que se conecta a um agente antitumoral tóxico para as células cancerosas e atua bloqueando o crescimento das células leucêmicas e as destruindo. Nos estudos clínicos, Mylotarg se mostrou capaz de proporcionar melhora na qualidade de vida dos pacientes e aumento da sobrevida livre de eventos da doença. 

 

“A aprovação de Mylotarg no Brasil representa um grande avanço no tratamento da leucemia mieloide aguda. Associado ao diagnóstico precoce e à quimioterapia, quando necessário, o medicamento traz esperança e qualidade de vida para os pacientes que enfrentam essa doença”, explica a diretora médica da Pfizer Brasil, Márjori Dulcine.

 

A leucemia mieloide aguda (LMA) é um câncer que se forma na medula óssea e resulta em um aumento do número de glóbulos brancos na corrente sanguínea, podendo se espalhar para outras partes do corpo, como os gânglios linfáticos, fígado, baço, sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) e testículos¹.

 

 

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Referências

1.    American Cancer Society. What Is Acute Myeloid Leukemia (AML)? Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/acute-myeloid-leukemia/about/what-is-aml.html Acesso em 29 jan 2021.


Incidência de infarto no inverno pode aumentar em 30%: veja quais os cuidados tomar


 A má alimentação, os efeitos do frio no organismo e a falta de exercícios físicos durante a estação estão entre as principais causas do ataque cardíaco

 

Uma das formas de prevenir o infarto é a realização de consultas periódicas para uma avaliação da saúde
Reprodução

O inverno começou e com ele chega um grande alerta à saúde da população. Dentro do período mais frio do ano, o número de infartos pode aumentar em 30%, segundo dados do Instituto Nacional de Cardiologia (INC). O fato se dá por diversos fatores, entre eles a própria queda de temperatura e a falta de atividade física.

Se a pessoa já possui um processo de obstrução em desenvolvimento, restringindo a passagem de sangue pelo vaso coronariano, durante o inverno essa condição pode piorar. A contração das artérias, devido ao frio, reduz o fluxo sanguíneo e provoca um desequilíbrio adicional entre a oferta e a demanda de oxigênio levado ao músculo do coração.

Segundo o médico do Hospital Cardiológico Costantini, Dr. Maurício Venâncio Sperandio, especialista em Medicina Interna e Cardiologia, outro motivo para esse aumento no número de infarto tem relação com a redução das atividades físicas durante os dias frios. “O exercício físico promove exatamente o contrário ao resfriamento do corpo: o esforço desencadeia dilatação imediata e, posteriormente, duradoura dos vasos sanguíneos, favorecendo o bom fluxo por todos os órgãos, inclusive pelo coração”, explica sobre a importância da continuidade nos exercícios físicos, mesmo durante a estação.

Uma terceira condição que pode estar diretamente relacionada a esse número é a alimentação. Na luta entre gastar energia para manter uma temperatura adequada, o organismo pede por mais comida e, instintivamente, o ser humano procura comer alimentos mais calóricos e ricos em gordura, por serem fontes mais robustas de energia. “A má alimentação tem íntima relação com o processo de formação e deterioração das placas de gordura que entopem nossas artérias e conduzem ao infarto”, esclarece Dr. Maurício.

Mas de que forma isso pode ser evitado? Além de permanecer realizando as atividades físicas que mais lhe agradam em dias frios, também é aconselhado a ida ao médico para uma avaliação de saúde periódica. “Cultivando a saúde e controlando doenças hoje, nós colhemos prevenção de complicações no amanhã”, destaca. Outras maneiras de prevenir o ataque cardíaco é manter uma alimentação balanceada, o controle emocional e também a supervisão de possíveis doenças subjacentes, como hipertensão arterial, diabetes e colesterol alto.


INFARTO E A PANDEMIA

No ano passado, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), durante a pandemia, as mortes por doenças cardiovasculares cresceram 31% no Brasil. Uma das preocupações de médicos de outras especialidades era que as pessoas deixassem de procurar o atendimento por medo do contágio da Covid-19. “Infelizmente, esse receio se concretizou. Perdemos muitas vidas para o medo”, enfatiza Dr. Maurício.

O médico relata que alguns pacientes, com sintomas relativamente leves, mas que em situações normais buscariam atendimento, relutaram em se dirigir aos hospitais para avaliação. Outros, por falta de renovação de orientações e até vencimento de receitas médicas, interromperam suas medicações. Além de casos em que foi ocasionado o infarto pela falta de avaliação preventiva. “Neste ano, por diversos motivos, de pouco em pouco os atendimentos estão se regularizando. Mas ainda é incerto quantos se encontram amedrontados em buscar seus médicos para atualizar suas avaliações”, conclui o médico do Hospital Cardiológico Costantini.


INSTITUTO DE RADIOLOGIA REALIZA EXAME INÉDITO NO BRASIL PARA DIAGNÓSTICO PRECOCE DE ALZHEIMER

Pioneiro no Brasil, a Divisão de Medicina Nuclear do Instituto de Radiologia (InRad-HCFMUSP) passa a fazer PET-CT para o diagnóstico precoce da doença de Alzheimer – que destrói de forma progressiva a memória e outras funções mentais importantes. Com o resultado das imagens é possível avaliar a deposição de proteína beta-amiloide cerebral, sem a necessidade de uma biópsia. Até então, o diagnóstico da doença era por meio de exames clínicos ou exames invasivos.

Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 1,2 milhão de brasileiros – ou seja: mais de 30% da população acima dos 85 anos – sofrem ou poderão sofrer de Alzheimer. A Associação Americana de Alzheimer e a Associação de Medicina Nuclear recomendam o exame PET-CT a pessoas com perdas cognitivas antes dos 60 anos para confirmar se existe ou não a patologia, e a idosos para os quais o método clínico tradicional não leva a uma avaliação conclusiva.

O exame PET-CT (Tomografia por Emissão de Pósitrons, na sigla em inglês) detecta a atividade metabólica das células do corpo. O paciente recebe uma aplicação por via intravenosa do composto B de Pittsburgh (um fármaco utilizado nesse tipo de procedimento), marcado com carbono-11 (um material radioativo), e com isso é possível verificar a presença no cérebro da proteína amiloide, o que permite confirmar a presença da doença quando o paciente apresenta sintomas e diagnóstico clínico já estabelecido – mas mais importante: se não for detectada a proteína, a possibilidade da doença de Alzheimer é excluída.

“Esse exame é um grande avanço da ciência, visto que o diagnóstico é feito normalmente apenas pelo quadro clínico, o que pode levar a erros em mais de 30% dos casos. Uma das opções seria pesquisar peptídeos no líquido cefalorraquidiano, o que porém é mais invasivo e pode oferecer mais efeitos colaterais, pois há necessidade de se fazer uma punção na medula. Agora podemos por meio de imagens ter um diagnóstico mais conclusivo”, diz Dr. Artur M. Coutinho, médico assistente e pesquisador do grupo de Neuroimagem Funcional da Divisão de Medicina Nuclear do InRad-HCFMUSP.


Estudo

O exame PET-CT já é feito em boa parte dos países desenvolvidos, como Estados Unidos, Europa, Japão e China. Por conta disso, pesquisadores do Hospital das Clínicas começaram a estudar em 2014 (ano) pacientes com idade acima de 60 anos, com suspeita clínica de doença de Alzheimer, comprometimento cognitivo leve e com cognição normal dos ambulatórios de neurologia e psiquiatria do HC. Os resultados mostraram particularidades que deram origem a artigos publicados em 2020 em vários periódicos de alto impacto científico.

Entre os pacientes brasileiros com baixa escolaridade, por exemplo, a deposição de proteína é maior do que em paciente com alta escolaridade, diz um dos estudos: “Isto significa que as pessoas com mais baixa escolaridade que tem a doença, tem menos proteína no cérebro. Eles precisam de menos lesão para ter Alzheimer, pois na prática possuem menor reserva cognitiva”, afirma Coutinho.

O Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas atualmente é atualmente é um dos dois únicos serviços do Brasil a disponibilizar o exame de PET-CT com este marcador amilóide."Devido ao procedimento ser ainda muito novo, infelizmente só é possível realizar através de tabela particular, mas acreditamos que com a crescente importância e propagação do exame, no futuro o mesmo poderá ser realizado em outros centros de saúde, reduzindo seu custo e estimulando sua incorporação pelos convênios e pelo SUS", diz Heitor Sado, supervisor de equipe técnica InRad.

Dr. Carlos Alberto Buchpiguel, Prof. Titular do Departamento de Radiologia e Oncologia e Diretor da Divisão de Medicina Nuclear e Imagem Molecular do InRad diz que este exame vai ajudar principalmente em afastar completamente a presença de doença, principalmente quando o diagnóstico clínico é duvidoso ou questionável, evitando assim que uma proporção não desprezível de pacientes seja submetida a tratamentos desnecessários. “Porém, cada vez mais observamos que este exame é importante também para selecionar quais pacientes poderão ser incluídos em ensaios clínicos que testam novos medicamentos para combater a doença, e que têm como alvo principal evitar ou reduzir o depósito desta proteína anômala no cérebro”.

Participaram do estudo o Professor Geraldo Busatto Filho, Prof. Titular do Departamento de Psiquiatria da FMUSP e Coordenador Geral do Projeto de Pesquisa conduzido na Instituição, além do Professor Ricardo Nitrini, Prof. Titular do Departamento de Neurologia da FMUSP, com colaboração de vários pesquisadores e professores dos respectivos departamentos.


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