A chegada de determinadas épocas do ano e a grande aglomeração de pessoas em um mesmo lugar podem trazer algumas consequências para a saúde. Em certos períodos, é comum nos depararmos com surtos de gripe, resfriados e outros problemas do tipo.
Essa questão ficou bastante evidente
com a pandemia do coronavírus COVID-19. Com os animais não é diferente, eles
também podem contrair doenças respiratórias altamente contagiosas, como a tosse
dos canis.
Também conhecida como gripe canina,
a tosse dos canis é uma doença comum em locais frequentados por uma
grande quantidade de cães.
Por isso, podemos observar surtos em
ONGs, abrigos, creches, hotéis e outros ambientes. No entanto, essa doença não
é exclusividade desses locais e também pode atingir pets que vivem sozinhos.
A doença costuma ter evolução favorável
na maioria dos casos, mas a tosse dos canis pode ser agravada e colocar a vida
do cãozinho em risco, principalmente se não houver tratamento adequado.
O que é a tosse dos canis?
Mais conhecida como tosse dos canis, a
Traqueobronquite Infecciosa Canina (TIC) é uma doença que acomete
principalmente as vias respiratórias superiores de cães. É conhecida por ser
extremamente contagiosa e de evolução aguda, ou seja, rápida e podendo ser
bastante prejudicial.
As bactérias e os vírus podem ser
agentes causadores, agindo isoladamente ou em conjunto. A bactéria Bordetella
bronchiseptica é a causa de maior importância. Dentre outras causas temos os
vírus da parainfluenza, adenovírus tipo 2, vírus da cinomose e micoplasmas. É
importante identificar adequadamente a origem do problema para tratar da
maneira mais adequada, afirma a Dra. Livia Romeiro do Vet Quality Centro
Veterinário 24h.
Quando a tosse dos canis acontece de
forma combinada, ou seja, mais de um agente causador, os sintomas podem ser
mais graves e perigosos.
Como o cachorro pode ficar doente?
Para entendermos como acontece a tosse
dos canis, podemos pensar em uma gripe ou resfriado comum, daqueles que
acometem os seres humanos. As doenças são espalhadas quase que da mesma forma,
ou seja, com uma transmissão muito veloz e de alta propagação.
Sua transmissão é rápida e fácil,
principalmente em locais com muitos animais, como hotéis para cachorros, lojas
de animais, abrigos etc. Apesar disso, como já mencionado, os bichinhos que
vivem em locais com vários outros pets não são os únicos afetados.
A forma de contágio é por contato
direto ou por aerossóis (secreções) gerados pela própria tosse – sintoma mais
característico da doença.
Também pode ser transmitida por fômites
(comedouros, bebedouros, gaiolas etc.). Animais que vivem sozinhos ou animais
de pequenas aglomerações podem se infectar, inclusive, durante os passeios.
Quais são os sintomas dessa doença?
“Mais uma vez faremos uma analogia
entre a tosse dos canis e a gripe que atinge os seres humanos para
facilitar a compreensão dos sintomas e sinais clínicos que os animais acometidos
apresentam”, comenta Livia.
Os sintomas podem mudar dependendo do
agente causador e da gravidade, porém a forma mais comum tem os seguintes
sintomas:
• tosse seca, repetitiva e alta, que
piora com exercício físico. Costuma ser seguida de mímica de vômito, sendo
confundida muitas vezes com engasgos;
• secreção nasal;
• febre;
• pneumonia em casos mais graves.
Conhecer os sintomas mais
frequentemente associados a uma doença é uma boa maneira de conseguir ajudar o
pet caso ele adoeça. Afinal, com esse tipo de conhecimento, torna-se mais fácil
intervir e fazer relatos mais precisos aos veterinários, auxiliando no
diagnóstico.
Como ocorre o diagnóstico do
problema?
O diagnóstico começa pela anamnese (ou
seja, pelo histórico do animal). Aqui, o tutor responderá uma série de
perguntas (se o pet entrou em contato com outros animais, se frequentou locais
de aglomerações, se houve contato com animais sabidamente doentes, protocolos
vacinais, situações recentes de estresse, entre outros fatores).
Após a anamnese é realizado um exame
físico minucioso para excluir outras doenças que apresentam sintomas iguais ou
parecidos com os apresentados pela tosse dos canis.
Para diferenciar essas doenças pode-se realizar exames
veterinários complementares como hemograma,
análises bioquímicas, radiografias, culturas de secreções, testes sorológicos e
reação em cadeia pela polimerase (PCR) de secreções e/ou sangue.
Quais são as possíveis complicações
da gripe dos cães?
Felizmente a maioria dos animais que
adoecem apresentam evolução favorável, sem grandes complicações ou necessidade
de tratamentos mais complexos.
Alguns animais podem ter complicações,
principalmente quando a doença está associada a agentes oportunistas que podem
causar infecções secundárias agravando o caso.
Sintomas como alteração de apetite,
apatia, dificuldades respiratórias são indicativos da necessidade de levar o
animal a um hospital ou clínica veterinária para uma avaliação.
Em alguns casos, é possível que o
animal precise ser hospitalizado para receber o suporte adequado. O veterinário
direcionará para o tratamento mais adequado e seguro para o momento.
Como é feito o tratamento da tosse
dos canis?
A maioria das infecções são
auto-limitantes, ou seja, podem desaparecer depois de 7 a 10 dias sem que haja
necessidade de tratamentos. Em alguns casos utiliza-se medicações para aliviar
os sintomas que causam desconfortos, como a tosse.
Para alguns animais é realizada a
prescrição de medicamentos a serem administrados em casa, como antibióticos e
reavaliações constantes para acompanhar a evolução da doença.
Novamente, a internação pode ser uma
indicação nos casos mais graves, especialmente quando há comprometimento
pulmonar dos animais, como uma pneumonia.
Quais são os métodos de prevenção da
gripe canina?
A prevenção da gripe canina, ou tosse
dos canis, é feita a partir de uma série de medidas complementares. A primeira
estratégia é evitar o contato direto entre animais contaminados e saudáveis,
evitando a disseminação do vírus e/ou bactéria causadores da doença.
Depois, devemos garantir a higienização
dos ambientes que têm uma grande aglomeração de animais. Nesses casos, uma
quarentena para os pets recém-chegados também é uma boa medida preventiva.
Há também vacinas disponíveis para
auxiliar na prevenção da tosse dos canis. Podem ser aplicadas em cães a partir
das 8 semanas de idade. Converse com um médico veterinário para saber se ela é
ou não indicada para o seu pet.
Como vimos, a tosse dos canis é um
problema relativamente simples, mas que exige atenção veterinária imediata para
evitar o seu agravamento.
Por isso, é fundamental contar com uma
boa clinica veterinária, que conte com veterinários experientes e qualificados,
que possam diagnosticar essa doença logo no início e tratá-la da melhor forma
possível.
Vet Quality