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sábado, 16 de janeiro de 2021

Guia prático para comerciantes: 5 dicas para de como estocar bebidas e alimentos corretamente e evitar o desperdício

Segundo especialista, o armazenamento correto de insumos melhora em 15% a lucratividade de bares e restaurantes 

 

O setor food service sentiu o impacto dos bares e restaurantes de portas fechadas, muitos estabelecimentos deixaram de funcionar. Segundo um levantamento realizado pela ANR (Associação Nacional dos Restaurantes) em parceria com a Galunion, aponta que 35% dos bares e restaurantes com mais de uma unidade já fecharam lojas permanentemente por conta da pandemia. 

 

De acordo com Ana Paula Coelho, CEO da Monte Carlo Alimentos - (https://www.montecarloalimentos.com.br/) - distribuidora com 26 anos de mercado focada em pequenos negócios do setor food service - para fugir das estatísticas ainda é preciso criatividade e atenção. “A gestão de estoque de insumos e alimentos dos estabelecimentos feita de uma maneira correta equivale a 15% da lucratividade dos negócios. Por isso, para quem vai investir no abastecimento do comércio para a chegada do final de ano, vale ficar atento aos tipos de alimentos, quantidade e armazenamento. É imprescindível manter a organização desse estoque”, afirma. 

Pensando nisso, Ana Paula apontou as 5 dicas para não perder dinheiro com o estoque de insumos do seu negócio:

 

1. Preste atenção aos cuidados sanitários

É fundamental seguir as normas de saúde e higiene estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que os produtos não sejam contaminados e também para evitar que os alimentos e as bebidas estraguem antes mesmo do prazo de validade. O armazenamento adequado pode evitar prejuízos como a perda de alimentos e bebidas estragadas ou fora do prazo de validade

 

2. Trabalhe com um estoque mais enxuto

Para movimentar o estoque de maneira rápida sem perder produtos. A gestão do estoque do estabelecimento influência no abastecimento de insumos desse bar e restaurante. Por isso invista em parcerias com seu fornecedor para entregas menores e contínuas, comprando apenas o que está em falta. Esse movimento ajuda neste período de incertezas em relação a pandemia do COVID-19.


3. Conecte-se com seus fornecedores 

Estamos todos no mesmo barco e vivemos numa era de conexão devido aos avanços da tecnologia. Isso facilita também as relações profissionais e é um passo importante para os dois lados saírem beneficiados. Converse com seus fornecedores e descubra se podem fazer algo juntos. Eles também têm produtos a serem trabalhados com urgência. Aqui na Monte Carlo, por exemplo, facilitamos o abastecimento dos clientes por uma plataforma B2B, onde os produtos podem ser comprados a qualquer hora do dia. 

 

4. Crie categorias para classificar produtos 

Crie categorias para separar os diferentes grupos de produtos. Essa é uma estratégia interessante porque cada tipo de alimento ou bebida tem suas necessidades específicas em termos de padrões de armazenamento. Com essa classificação é possível dividir a área do estoque e criar ambientes propícios para os diferentes tipos de alimentos e bebidas. 

 

5. Substitua alguns alimentos

 

Embora trabalhar com produtos frescos seja preferido por muitos empreendedores, algumas substituições podem valer a pena neste momento. Pegue suas receitas e veja se os ingredientes podem ser substituídos pelo que você ainda tem em estoque. Outra opção é enxugar o cardápio, eliminando alguns itens do cardápio diminui as chances de estragar alimentos, principalmente frutas, legumes e verduras. E seja transparente sobre as mudanças, os clientes vão entender sua postura.

 


Monte Carlo Alimentos
https://www.montecarloalimentos.com.br/

 

ENEM - questões fáceis precisam ser resolvidas primeiro

Resolver a prova do ENEM na ordem, da primeira até a última questão, pode diminuir a nota dos alunos, é o que afirmam um grupo de especialistas em questões relacionadas ao ENEM. O Educador Mateus Prado, o Professor

Ivys Urquiza e o Engenheiro de Computação Murilo Vasconcelos analisaram os dados de várias edições do ENEM para demonstrar como que a posição de uma questão na prova influencia qual vai ser a dificuldade dela para cada aluno. Dados compilados pela AIO Educação, que trabalha com inteligência artificial para a preparação para o exame, demonstraram isto.

 

Cada questão do ENEM aparece em quatro posições diferentes, uma em cada uma das quatro cores de prova que os alunos recebem. Um dos exemplos que deixa evidente a diferença de acertos é uma questão da prova de linguagens do ENEM de 2019 que falava de aranhas e do Homem Aranha. Na prova em que a questão estava na posição 12 teve acerto de 35,72%, na prova em que estava na posição 26 teve 20,04% de acertos, na prova em que estava na posição 34 teve 18,88% de acertos e na prova em que estava como questão 42 teve 19,07% de acertos.

 

Na prova de linguagens foi onde o grupo encontrou maior diferença entre a porcentagem de acertos quando as questões aparecem nas primeiras posições na prova e o quando aparece entre as últimas questões, mas a regra de que quando as questões estão nas últimas posições na prova elas têm menor probabilidade de acertos acontece também nas outras três provas objetivas do ENEM.

 

A primeira questão de matemática do ENEM 2019, prova azul, mostra isto com muita clareza. A questão era extremamente fácil, falava de uma maneira de representar quantidades dos Incas e pedia para o aluno assinalar qual era o número que estava representado em duas cordas. Quando apareceu como primeira questão, na prova azul, foi acertada por 65,40% das pessoas que fizeram o exame. Na cor de prova em que foi a questão 8 a porcentagem de acertos já desceu para 58,19%. Na posição 37 apenas 45,99% dos alunos acertaram a mesma questão e na posição 42, apenas 44,09% das pessoas acertaram a questão. Os números demonstraram que quase 50% de pessoas a mais acertaram esta questão por ela ser a primeira da prova e não uma das últimas.

 

Murilo Vasconcelos, que é diretor de tecnologia da AIO Educação, organizou um gráfico no qual demonstra que, no ENEM, quanto mais longe uma questão aparece na prova, maior a possibilidade de erro, independente do nível de dificuldade. Para isto levou em consideração os dados dos milhões de alunos que fizeram as provas do ENEM de 2010 a 2019, incluindo as provas PPLs e as provas extras. O gráfico está abaixo. Nele vemos a tendência de que pessoas que saberiam resolver uma questão a errem por não ser a primeira questão de cada uma das quatro provas do ENEM. Nas provas de Linguagens, se uma questão aparece na última posição há uma média de quase 5% de chance de erro a mais do que se a mesma aparecer no início da prova.

 

Murilo Vasconcelos explica que a prova do ENEM é muito longa e que aluno precisa usar os dados de inteligência sobre o ENEM a seu favor, tanto na preparação como na estratégia de prova. “É fácil não cometer os mesmos erros dos demais candidatos, um exemplo disto trazido por estes dados é responder primeiro as questões mais fáceis quando for fazer as provas. Só isto sozinho dá cerca de uma questão a mais inteira de graça em cada prova”.

 

O embaixador do YouTube EDU Ivys Urquiza, professor do canal Fisica Total, afirmou que “muitos estudantes perdem tempo insistindo em questões de maior dificuldade simplesmente para resolver os itens na ordem que se apresentam na prova." Ivys explica que, como sugere a análise do gráfico, fazendo isto o aluno compromete seu desempenho no exame já que fatalmente perderá pontos que ganharia se respondesse previamente perguntas de menor dificuldade distribuídas mais adiante.

 

O Educador Mateus Prado, reconhecido especialista em ENEM, inclusive com livro publicado na área, explica que em toda prova longa sempre deve-se começar a resolver as questões pelas mais fáceis e depois passar para as que não são tão fáceis, mas que a pessoa sabe resolvê-la. Se isto já era a regra a ser cumprida em provas como a da FUVEST, a da OAB e as de concursos públicos, entre outras, no ENEM a aplicação da TRI deixa isto bem mais importante. Mateus Prado lembra que se for para errar é bem melhor errar as questões que menos pessoas acertam já que são as mais fáceis e as médias aquelas que estamos todos proibidos de errar no ENEM. Prado afirma que “é fundamental que o aluno antes do exame conheça muito bem os dados e que conheça as particularidades da prova. Para fazer o ENEM é preciso ter uma estratégia baseada em como que é o percurso d prova e em como que ele foi percorrido por quem já o fez antes. Nisto podemos comparar o ENEM a fórmula 1 ou com um rally, quem conhece melhor o circuito vai melhor na prova”.

O gráfico abaixo extrapola todos os micro dados das provas do ENEM de 2010 até 2019, inclusive as provas PPLs e as provas extas, para simular o o que aconteceria com uma pessoas que "sabem" responder uma questão mas que a questão não fosse a primeira a aparecer em cada uma das quatro provas objetivas do ENEM. Como exemplo podemos olhar a questão 45 de cada prova. Só por ser a questão 45 de cada prova e não a primeira ela é errada por 5% das pessoas que "sabem" ela em Linguagens, por cerca de 3% das pessoas que "sabem" ela em Matemática e em Ciências Humanas e por cerca de 1% das pessoas que sabem ela em Ciências da Natureza. Em Ciências da Natureza é onde faz menos diferença a posição em que a questão aparece na prova. Em linguagens, onde em média os alunos acertam bem mais questões, é onde faz mais diferença a posição que a questão cai na prova.

 

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Saúde 2.1: o novo normal garante a qualidade de vida

Relembrar 2020 pode parecer tenebroso, mas médicos ressaltam que essa pode ser exatamente a melhor forma de começar 2021 em boa saúde 


Está claro que 2020 foi um ano atípico e repleto de desafios, mas de conhecimentos adquiridos também. Aprendemos questões importantes sobre higiene pessoal, transmissão de vírus e saúde mental, e por mais que reviver alguns momentos do último ano possa parecer tenebroso, médicos afirmam que essa é exatamente a melhor forma de começar 2021 em boa saúde.

E para ressaltar quais os principais hábitos que devem ser mantidos e seus motivos, quatro especialistas da maior plataforma de streaming voltada aos conteúdos que ajudam na formação de estudantes de medicina, o Jaleko, vão explicar quais são as lições essenciais que devem ser mantidas em nosso dia-a-dia.


Máscaras: De acordo com Felipe Magalhães, diretor científico do Jaleko, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), por exemplo, é a maior responsável pelas complicações fatais envolvendo o Covid-19, porém ela não é proveniente apenas desse vírus pandêmico. A SRAG atingiu muitas pessoas antes do coronavirus, em um panorama geral, em 2019, essa síndrome e outras doenças respiratórias, como pneumonia, insuficiência respiratória e demais que não foram conclusivas, mas provenientes do trato respiratório, mataram mais de 250 mil pessoas, segundo dados do Portal da Transparência. Utilizar máscaras reduz consideravelmente o contágio de doenças respiratórias virais, bem como protege da poluição em casos crônicos.

"O uso da máscara é um dos pontos mais visíveis do mundo em pandemia -e para algumas pessoas o mais incomodo - mas é também um dos pontos que mais salvam vidas. As máscaras ainda farão parte de nossas vidas e vão salvar nós mesmos ou as pessoas que amamos até que a pandemia de fato acabe." - Felipe Magalhães, diretor científico do Jaleko.


Higiene Pessoal: a higienização das mãos é indiscutivelmente a medida mais eficaz na prevenção de infecções, não só da COVID 19, mas também do resfriado comum, gripe, diarreia, conjuntivite, infecções relacionadas à saúde e outras. A via de transmissão está relacionada com ações simples como contar dinheiro, falar ao telefone, fazer compras e não higienizar as mãos após, sendo que a mesma mão suja é a que entra em contato com olhos, nariz e boca. Ainda, de acordo com a professora do Jaleko e residente em infectologia, Dra Ana Elisa Almeida, a higiene das mãos pode ser realizada através de práticas simples e bastante eficazes utilizando água e sabão ou preparações alcoólicas a 70%, deixando assim as mãos livres de contaminação microbiana potencialmente prejudicial.


Saúde mental: depressão, ansiedade e estresse são apenas algumas das questões mais potencializadas quando falamos em saúde mental, principalmente em 2020. Muitas foram as pessoas afetadas e que ainda serão. No entanto, alguns hábitos foram aprendidos durante o caminho até aqui. Cada vez mais percebeu-se a relevância do acompanhamento especializado para expor suas questões, e os atendimentos on-line cresceram exponencialmente como importante ferramenta nesse período de pandemia. Mas não só isso, muitos buscaram qualidade de vida em outros aspectos com desenvolvimento de estratégias para instaurar estilos de vida mais saudáveis. Para Dra. Carolina Stoffel, psiquiatra e professora dessa disciplina no Jaleko, uma rotina de autocuidado que envolva atividades físicas e boa alimentação tem grande impacto em tratamentos.

“Alguns minutos diários de atenção e cuidado às nossas próprias necessidades podem trazer muitas coisas boas. Criar o hábito de cuidar do corpo e da mente é essencial para prevenir doenças, desestressar e, sobretudo, se amar. Todo autocuidado, desde beber mais água, meditar, pintar, fazer atividade física, cuidar dos nossos pensamentos, entre outros, nos deixam mais próximos de um convívio saudável conosco e com tudo o que nos cerca. E você, já se amou hoje?” - Carolina Stoffel professora de psiquiatria do Jaleko

 



Felipe Magalhães - médico e diretor científico do Jaleko, graduado na UFF- Universidade Federal Fluminense, com residência clínica médica no Hospital Adventista Silvestre e residência em nefrologia na UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é também coordenador da comissão de residência médica do Hospital Federal da Lagoa.


Ana Elisa Almeida - médica graduada pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), residente de Infectologia - Complexo Hospitalar Universitário Prof. Edgar Santos/ UFBA e professora do Jaleko, plataforma de streaming com conteúdos voltados aos estudantes de medicina.

Carolina Stoffel - médica graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e especialista em psiquiatria pela Universidade Federal Fluminense. Professora de psiquiatria no Jaleko, responsável técnica da Saúde Mental do Município de Guapimirim e médica Psiquiatra CAPS de Guapimirim.

 

Tudo que você precisa saber sobre o estrabismo convergente

Popularmente chamado de vesguice, esse tipo de estrabismo pode afetar a visão binocular de forma irreversível 

 

O estrabismo convergente é, de longe, o mais conhecido do público em geral. É o estrabismo que leva o olho a se desviar para dentro, ou seja, em direção ao nariz, popularmente chamado de vesguice. É também o mais comum na infância.

De acordo com Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, a condição ocorre quando há desalinhamento dos eixos visuais.

“O estrabismo impede que os músculos oculares funcionem de forma sincronizada e isso faz com que um dos olhos se desvie. Esses desvios podem ocorrer para dentro, para fora, para cima e para baixo. Aquele que leva o olho em direção ao nariz é chamado de convergente”.  



Desde o início


“O estrabismo convergente, além de ser o mais prevalente na infância, pode estar presente desde o nascimento. A forma congênita é a mais preocupante e se desenvolve até os 6 meses de idade. Porém, é a forma mais rara da condição”, explica a especialista.
 
Aqui vale um lembrete: até os 3 meses de vida, o desvio nos olhos do bebê é considerado normal, pois a visão está em desenvolvimento, exceto nos casos congênitos. 
 
Entretanto, se depois desse período o desvio se tornar constante, o ideal é procurar um oftalmopediatra. O estrabismo convergente pode também aparecer nas crianças mais velhas, adolescentes e adultos. 


 
A origem


Em geral, o estrabismo é causado por alterações nos músculos oculares, bem como por erros de refração, como hipermetropia. Nos últimos anos, estudos têm apontado que há também uma base genética envolvida no estrabismo, relacionada à expressão de genes específicos dos músculos oculares. 
 
Outra descoberta é que os pesquisadores encontraram mutações genéticas compartilhadas por famílias. “Esse achado corrobora o que já é observado na prática clínica, pois há muitos casos em que o estrabismo está presente em vários membros de uma mesma família”, comenta Dra. Marcela. 
 
Há também causas neurológicas, como paralisia cerebral e outras doenças neurológicas. Algumas síndromes, como a de Down, também aumentam o risco. Estima-se que 40% das crianças com a trissomia do cromossomo 21 têm estrabismo.  
 
A prematuridade, a exposição a drogas durante a gravidez, bem como baixo peso ao nascer, defeitos oculares congênitos ou adquiridos são outras condições relacionadas ao desenvolvimento do estrabismo.


 
Além da estética


Um dos principais mitos em relação ao estrabismo é que a cirurgia é apenas para melhorar a estética. “Entretanto, a cirurgia é fundamental para preservar a visão binocular, responsável pela visão de profundidade, a visão 3D”, ressalta Dra. Marcela.
 
“Nos casos congênitos de estrabismo convergente, por exemplo, a cirurgia pode ser indicada antes mesmo da criança completar um ano de idade. Mas, em média, os bebês com esse tipo de estrabismo passam pelo procedimento cirúrgico de correção entre 10 e 18 meses”.



Importância da visão binocular


A visão binocular intacta é exigida em diversas profissões, como piloto de avião, médico cirurgião etc. Além da vida profissional, pode afetar os estudos, pois para ver imagens num microscópio, por exemplo, é preciso usar a visão binocular.
 
A imagem que vemos se forma da seguinte maneira: cada olho capta uma imagem por meio da retina. Essas imagens são enviadas ao cérebro por meio do nervo óptico e fundidas em uma única.
 
“Em quem tem estrabismo, as imagens captadas são diferentes devido ao desvio dos eixos visuais. Quando elas chegam ao cérebro, o órgão opta pela melhor imagem, ou seja, aquela captada pelo olho sem o desvio. A consequência dessa supressão, por período prolongado, é a ambliopia (olho preguiçoso)”, diz Dra. Marcela.
 
“Caso essa supressão aconteça por tempo prolongado, durante o período considerado crítico para o desenvolvimento visual, que é por volta dos dois anos de idade, e que se completa por volta dos sete, há a possibilidade de ocorrer supressão irreversível. Ou seja, o cérebro vai continuamente favorecer o olho com a melhor visão, reduzindo a capacidade visual do olho afetado”, afirma Dra. Marcela.  
 
Infelizmente, nos casos de estrabismo convergente congênito, raramente é possível recuperar a visão binocular.


 
Cirurgia ou tampão?


Há muita confusão quando se fala no tratamento do estrabismo, principalmente em relação ao uso do tampão.
 
“O uso do tampão no olho dominante, ou seja, com a melhor capacidade visual, é o tratamento padrão para a ambliopia. A oclusão força o cérebro a utilizar a imagem captada pelo olho afetado. Entretanto, o tampão não trata o estrabismo! Portanto, não vai reverter o desvio do olho”, reforça Dra. Marcela. 
 
“A correção do desvio só é possível por meio da cirurgia para alinhamento dos eixos visuais. Mesmo com a cirurgia, nas crianças que já desenvolveram a ambliopia, a oclusão pode ser necessária”, finaliza Dra. Marcela.
 
A dica para os pais é levar o bebê, ainda no primeiro ano de vida, ao oftalmopediatra para uma consulta de rotina.

  

Campanha Janeiro Roxo alerta sobre importância do diagnóstico e tratamento precoce da hanseníase

Doença tem cura e tratamento é disponibilizado gratuitamente pelo SUS


Promovida desde 2016 pelo Ministério da Saúde, a campanha Janeiro Roxo conscientiza toda a população brasileira a respeito da hanseníase. A doença infecciosa é conhecida e reportada há milhares de anos - sendo anteriormente conhecida como lepra - e, apesar dos esforços para erradicá-la, ainda concentra cerca de 30 mil novos casos por ano no Brasil.

O país, inclusive, ocupa a segunda posição no ranking mundial de países com maior número de casos, atrás apenas da Índia. Somente nas Américas, os brasileiros representam 90% dos pacientes diagnosticados com a doença.

De acordo com Flávia Rosalba, dermatologista do Hospital Dia Campo Limpo, unidade sob gestão do Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" (CEJAM), algumas situações podem justificar o aumento de casos, fazendo com que o Brasil ocupe essa posição no ranking mundial.

"O diagnóstico tardio da doença, a falta de capacitação técnica de profissionais de saúde, a negligência geral com a doença e o fato de ser uma doença mais frequente em populações menos privilegiadas estão entre as causas para o aumento. Esses indivíduos vivem em situações desfavoráveis, com condições de habitação e alimentação precárias e geralmente escasso acesso à saúde e informação", explica a médica.

Ao conscientizar a população, a campanha Janeiro Roxo chama a atenção também para o fato de que o diagnóstico da hanseníase é clínico e epidemiológico, o que significa que o mesmo só é possível diante da manifestação de sintomas. O diagnóstico precoce permite o início imediato do tratamento, interrompendo a transmissibilidade (capacidade de contágio) em relação ao paciente tratado.

Segundo a especialista, o mais importante é que a população conheça os sintomas mais comuns (como manchas na pele) e busque atendimento médico precocemente, para, assim, ter um diagnóstico na fase inicial da doença. O período de incubação (tempo entre a contaminação e apresentação do quadro clínico da doença) pode variar de 6 meses a 5 anos.

"A campanha é importante para que a doença deixe de ser negligenciada, ampliando o conhecimento da população sobre seus sinais e sintomas. A hanseníase tem cura e o tratamento é disponibilizado gratuitamente no SUS", destaca a dermatologista.

"É importante esclarecer que não há necessidade de nenhuma medida higienista em relação à doença, desde que iniciado o seu tratamento, como separar copos, pratos e talheres, ou isolar o paciente", complementa.

Tratamento e diagnóstico

O tratamento atual contra a hanseníase é feito com antibióticos, que devem ser tomados via oral, tornando o doente praticamente não contagiante a partir da primeira dose das medicações recomendadas.

"É imprescindível que o uso da medicação respeite as indicações da equipe de saúde, sem interrupções. As pessoas que residem junto com o doente devem ser avaliadas pela equipe de saúde, pois a transmissão pode ocorrer antes do início do tratamento. Ter uma vida ‘normal’ depende do estágio da doença no momento do diagnóstico. Infelizmente, é comum o diagnóstico tardio e já com sequelas limitantes", afirma a médica.

O diagnóstico precoce da hanseníase é essencial para a prevenção de incapacidades do paciente. A evolução da doença leva a lesões incapacitantes tais como dormência, perda de sensibilidade tátil e térmica, perda de força nas mãos, cegueira, entre outras, bem como desfiguração e amputação de membros.

"Além disso, o diagnóstico precoce também ajuda a controlar a transmissibilidade da doença, visto que o atraso no diagnóstico aumenta a exposição e o contágio das pessoas de convívio", ressalta.

A hanseníase é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae e atinge principalmente braços, mãos, pernas, pés, rosto e orelhas, ocasionando manchas esbranquiçadas, amarronzadas ou avermelhadas na pele.

Seus principais sintomas são, entre outros:

- Manchas avermelhadas, amarronzadas ou esbranquiçadas na pele;

- Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face;

- Alteração de sensibilidade na pele;

- Sensação de formigamento;

- Queda de pelos e cabelos;

- Dor e sensação de choque;

- Pele seca e falta de suor;

- Febre, edemas e dor nas juntas.

Segundo a especialista, é importante ressaltar que o contágio da hanseníase não é feito de forma hereditária. "A transmissão da doença é feita exclusivamente por pessoas contagiadas, sem tratamento, através de tosse, espirro e fala. Ou seja, pessoas em tratamento não transmitem a doença", finaliza.

 


Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" (CEJAM)


Especialista aponta quais enfermidades podem acontecer em uma gravidez, bem como quais mulheres estão mais propensas a passar por complicações inesperadas

 

Dedicar-se à saúde da futura mamãe em todas as etapas da gravidez e durante o parto é um cuidado que representa uma forma de investimento no futuro. Isto é, uma maneira de preservar a nova vida em formação, que chegará ao mundo com a ajuda da melhor assistência possível.

Nesse período da vida de uma mulher, é preciso ter atenção redobrada aos pequenos detalhes. Afinal, a gestação representa um momento delicado e até mesmo frágil, que traz consigo alterações e impactos no organismo da gestante, que devem ser avaliados e tratados por meio de acompanhamento médico e exames de pré-natal.

Assim, é importante compreender quais enfermidades podem acontecer em uma gravidez, bem como quais mulheres estão mais propensas a passar por complicações inesperadas.


Conheça as principais patologias que podem acometer as grávidas

Falar sobre distúrbios e doenças “característicos” da gestação é algo complexo, pois as possibilidades são diversas e variáveis, de forma que é difícil se limitar a simplificações. No entanto, elaboramos uma lista das complicações mais frequentes.


  • Pré-eclâmpsia (pressão alta na gravidez)

Esse quadro representa um dos riscos mais graves para a saúde da mulher grávida, uma vez que, na falta de diagnóstico e tratamento rápidos e precisos, pode evoluir para a eclâmpsia, uma condição de alto risco capaz de causar convulsões e hemorragia cerebral, colocando em risco a vida da paciente.

A pré-eclâmpsia acontece diante da coexistência de sintomas como hipertensão, inchaço e proteinúria, isto é, quando há a presença de proteínas na urina. Também pode causar dor abdominal, visão turva, tontura, dores de cabeça e até mesmo convulsões. A única forma de cura é a realização do parto em si. “Mas até esse momento, é importante o manejo adequado da gestação, que deve ser conduzida com consultas regulares e bom controle da pressão, “as gestantes devem ser acompanhadas por meio de consultas regulares, com controle da pressão e análise periódica do bem-estar fetal”, explica o obstetra da Maternidade Brasília Noboru Sato.  


  • Diabetes gestacional

Milhares de mulheres sofrem com a diabetes gestacional, desencadeada por níveis de açúcar elevados no sangue durante a gravidez. Geralmente, esse quadro acontece em decorrência dos hormônios liberados nesse período, que podem neutralizar a produção de insulina em pessoas predispostas, o que pode ser acentuado por fatores como excesso de peso ou dieta inadequada. O tratamento inclui o controle glicêmico, por meio de uma alimentação saudável e exercícios físicos, podendo ainda haver auxílio medicamentoso ou o uso de insulina caso os valores de açúcar no sangue continuem altos.

A diabetes gestacional promove um crescimento acelerado do feto, que pode ficar com o peso muito acima do percentil normal, o que dificulta o trabalho de parto. A sua ocorrência também aumenta o risco de morte súbita do bebê dentro do útero, especialmente no fim da gravidez. Por causa desse risco, é essencial a realização de exames periódicos de monitorização do bem-estar do bebê, especialmente no final da gestação.

“Depois do parto, esse recém-nascido deverá ser monitorizado, especialmente em relação à hipoglicemia, já que a diabetes gestacional aumenta o risco de ocorrência em neonatos”, pontua o médico.


  • Anemia

Durante a gestação, a mulher precisa de mais ácido fólico e ferro do que o normal, para aumentar a quantidade de sangue no corpo e para seu filho, que está em desenvolvimento. Com isso, pode ser que o número de glóbulos vermelhos fique abaixo do esperado, de forma que o sangue não consegue transportar tanto oxigênio quanto deveria. A anemia na gravidez pode apresentar alguns sinais vagos inicialmente, como fadiga, fraqueza, tontura, falta de ar a esforços, dor de cabeça e palidez. Em casos mais graves, o pulso pode ser rápido e fraco, com chances de desmaios e pressão arterial muito baixa. A anemia faz com que os riscos de parto prematuro e de hemorragia durante o trabalho de parto sejam maiores. Por isso é importante que o quadro seja tratado, se possível, antes do parto.  


  • Infecções

Diversos tipos de infecção podem acometer uma gestante, causando desdobramentos potencialmente perigosos para a gravidez e para o embrião. Isso porque algumas doenças podem ser transmitidas para o feto antes ou durante o nascimento, o que pode impactar negativamente o seu desenvolvimento, causando defeitos congênitos, aborto espontâneo ou um parto prematuro.

Os exemplos mais importantes são infecção urinária na gravidez, toxoplasmose, infecção por citomegalovírus, rubéola, hepatite, infecções do trato urinário e as ISTs, como clamídia, gonorreia, HIV, HTLV, sífilis e herpes genital. Para determinar o tratamento adequado e pesar os riscos do uso do medicamento contra os da infecção, é preciso consultar um médico especialista.

É importante ressaltar que muitas dessas patologias podem ser evitadas ou tratadas com cuidados adequados de acompanhamento pré-gravidez, pré-natal e pós-parto.


Que condições preexistentes podem impactar diretamente a gestação?

Dois grandes exemplos de distúrbios preexistentes que aumentam o risco de problemas durante a gravidez são a diabetes e a hipertensão. Mulheres que apresentam tais comorbidades e mesmo assim desejam engravidar devem, primeiro, conversar com um especialista em obstetrícia, para tentar entrar na melhor condição física possível antes da gestação em si e, claro, evitar desdobramentos indesejáveis.

Durante a gravidez dessas pacientes, é preciso que haja um monitoramento detalhado por parte da equipe multidisciplinar responsável, uma vez que elas podem precisar de cuidados especiais e até emergenciais.

Outras condições preexistentes que podem impactar de forma negativa a gestação são: insuficiência cardíaca; tendência a doenças e a infecções renais; obesidade; anormalidades no trato genital; presença de doenças sexualmente transmissíveis; asma; doenças autoimunes; distúrbios de coagulação; alterações na tireoide e idade materna avançada.

“Nesses casos, é importante realizar uma investigação adequada para a presença dessas patologias e acompanhar e tratar essas condições antes, durante e até mesmo após o parto”, conclui o especialista.

 


 Maternidade Brasília


7 dicas de alimentação para ter mais energia e disposição

Escolhas alimentares podem estar diretamente relacionadas ao cansaço e à fadiga


Não é de hoje que boa parte da população tem deixado de lado as horas de descanso em detrimento de tantas atividades diárias. Na correria, muitos ainda combinam noites mal dormidas a uma alimentação nada saudável, o que não só aumenta o risco de desenvolver diversas doenças crônicas, como também derruba os níveis de energia e disposição. O resultado não podia ser diferente: no Brasil e no mundo, parte significativa da população enfrenta uma luta diária contra a fadiga e o cansaço.

Uma pesquisa feita em 2013 pelo Ibope revelou que 98% dos brasileiros se sentem cansados e 61% deles estão exaustos. "Isso pode ser resultado não só da falta de sono, que desequilibra o ciclo circadiano, mas também de uma dieta desequilibrada, com déficit de nutrientes e excesso de alimentos ultraprocessados, que deixam o organismo inflamado e trazem uma série de desordens, intensificando a falta de disposição", explica a nutricionista ortomolecular Claudia Luz, da Via Farma.

De forma geral, a falta de foco e energia para as tarefas diárias é sintoma de uma série de doenças, mas também pode ser apenas o resultado de uma rotina mal organizada. O importante é procurar a ajuda de um profissional quando a fadiga se torna persistente, afetando a rotina de forma significativa. "Nesses casos, é preciso de uma investigação médica para entender o que pode estar por trás do cansaço. No entanto, boa parte dos casos pode ser resolvida com o ajuste do sono, uma prática diária de exercícios físicos e a adequação alimentar, com indicação de suplementos, se necessário", afirma Claudia.

Para ajudar a colocar a "casa em ordem" e melhorar os níveis de energia, a especialista preparou algumas dicas de alimentação, confira:


1. Não pule o café da manhã

Para começar o dia com energia, é importante fazer boas escolhas no café da manhã, já que o organismo passou muitas horas em jejum durante a noite. As melhores opções são os carboidratos complexos (encontrados em alimentos integrais), combinados a proteínas saudáveis, como as do ovo. Frutas acompanhadas de boas doses de fibra (encontradas na aveia, chia e linhaça, por exemplo) ajudam a dar saciedade e manter os níveis de energia constantes nas próximas horas.


2. Faça pratos coloridos

A dieta monótona e repetitiva pode causar déficits de nutrientes importantes para o funcionamento do organismo, afetando não só a disposição, mas a saúde como um todo. Para garantir a ingestão adequada de macro e micronutrientes, a dica é ter um cardápio natural e o mais variado possível. Na hora de montar o prato, vale seguir a regrinha das cinco cores. Quanto mais colorido, melhor!


3. Passe longe do pé na jaca

Não é segredo para ninguém que comer demais afeta a energia para desempenhar as demais atividades do dia. Isso porque, com o excesso de comida ingerida, o organismo precisa dedicar todos os seus esforços à digestão, o que resulta na sensação de sonolência. Por isso, procure respeitar as porções necessárias para que a sensação de saciedade seja alcançada, evitando exageros.


4. Nada de ultraprocessados

No supermercado, leia os rótulos e opte por alimentos com a menor lista de ingredientes possível. Ultraprocessados têm pouco (ou até mesmo nada) de natural em sua composição, contando com gorduras hidrogenadas, corantes e realçadores de sabor, por exemplo. Biscoitos, embutidos, refeições congeladas, barras de cereal e refrigerantes são alguns desses alimentos que, além de serem inflamatórios para o organismo, comprometendo o estado geral de bem-estar e disposição, ainda aumentam a chance de doenças crônicas, como o câncer.


5. Beba mais água!

Indica-se beber diariamente entre 30 e 45ml de água por quilo do indivíduo. Um organismo bem hidratado elimina mais toxinas e distribui melhor todos os nutrientes pelo corpo, transportando a glicose - que é fonte de energia - de maneira mais eficaz. Um dos sinais da falta de água no organismo é, inclusive, o cansaço, a dificuldade de concentração e a sonolência. Por isso, vale carregar a garrafinha de água para todos os cantos ao longo do dia.


6. Valorize seu intestino

Diversos estudos vêm mostrando o quanto o intestino está ligado à saúde geral do organismo e ao humor. Com uma microbiota equilibrada e a ingestão adequada de fibras, o corpo absorve melhor os nutrientes. Além disso, uma boa microbiota estimula maior produção de serotonina, o hormônio do bem-estar, que também traz mais disposição. Para manter essas bactérias do bem, indica-se o consumo de iogurtes naturais, kefir ou até mesmo cápsulas probióticas, encontradas em farmácias de manipulação.


07. Não abuse do café

Quando bate o cansaço no trabalho, é de lei apelar para o cafezinho. Mas o excesso da bebida pode causar efeito rebote após o pico de ação, causando um cansaço ainda maior em seguida. Para dar aquele up sem correr esse risco, vale optar por ativos como a Alpinia galanga, da família do gengibre. Encontrado em farmácias de manipulação, ele é capaz de dobrar o foco por até cinco horas, sem efeitos colaterais. Já quando a fadiga está instalada e requer um tratamento específico, o médico ou nutricionista podem indicar terapias naturais para melhorar o trabalho das mitocôndrias - as "usinas" de energia celular. Entre as opções, o extrato de carvalho francês é a que mais tem se destacado em estudos, com capacidade de aumentar os níveis de energia em até 48%.


Sociedade Bras. Diabetes alerta para cuidados com os pés no verão

 A atenção a micoses e ferimentos deve ser constante, isto auxilia na prevenção de feridas e infecções

 

Comuns em todo o ano, as micoses são doenças causadas por fungos que se proliferam mais facilmente em meio ao calor e umidade. No verão, alguns comportamentos típicos da estação contribuem para maior proliferação da doença, como ficar com o corpo molhado (em função de praia, piscina ou mesmo das chuvas), andar descalço, além de outros – o que em pessoas com diabetes pode acarretar maior risco para ferimentos e complicações. Diante deste cenário, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) aponta alguns cuidados que todas as pessoas devem se atentar, sobretudo aquelas com diabetes.

Estima-se que cerca de 3,2 milhões de brasileiros com diabetes desenvolvam algum problema nos pés, no decorrer da vida. Isso equivale a 20% da população com a doença no país hoje - as projeções mais recentes apontam para uma população de 16 mi de pessoas convivendo com a doença, atualmente, no Brasil.

Dentre esses problemas, a micose tende a figurar como um dos mais recorrentes. A maior exposição dos pés a ambientes úmidos, associada à incompleta secagem da pele, gera condições propícias para a contaminação e multiplicação dos fungos. As micoses podem causar o tradicional incômodo, devido à alteração da pele e presença de odor nos pés. Contudo, adicionalmente, pessoas com diabetes podem apresentar outros problemas nos pés como diminuição da sensibilidade protetora e do fluxo sanguíneo – o que contribui para a ocorrência de feridas nos pés e dificulta a cicatrização.

 A endocrinologista Dra. Maria Cândida Parisi, coordenadora do Departamento de Doenças nos Pés e Neuropatias da SBD, orienta a criação e manutenção de uma rotina de atenção aos pés que consiste em:

- análise diária dos pés a fim de identificar possíveis modificações na pele, feridas e sinais de infecção;


- verificar diariamente a presença de umidade, sobretudo entre os dedos. Para melhor secagem dos pés, indica-se a utilização de uma toalha separada (seca) a fim de garantir melhor absorção da água;


- Observar qualquer mudança na sensibilidade ou vascularização da região; ficar sempre atento


- Em caso de qualquer alteração, buscar atendimento da equipe de saúde que lhe faz assistência a fim de realizar uma avaliação clínica e indicar tratamento quando necessário.

 

Para outras recomendações de cuidados com os pés, a especialista recomenda a leitura do manual Cuidados com os pés em pessoas com diabetes, em tempos de Covid-19, produzido pela Sociedade Brasileira de Diabetes. Com linguagem simples e acessível, o documento apresenta uma compilação das principais recomendações para a prevenção cotidiana de feridas, infecções e outras complicações. O material é gratuito e está disponível no link https://materiais.diabetes.org.br/e-book-cuidado-com-os-pes. Cabe ressaltar que o manual não substitui uma consulta médica.

 

Vacina contra a COVID-19 já é realidade, mas os pacientes com câncer poderão tomar?

Segundo oncologista Rafael Luís, do Grupo SOnHe, nenhum dos estudos já publicados incluiu pacientes com câncer, portanto, a segurança não é comprovada e é necessário orientação expressa do médico

 

86 milhões de casos e mais de 1.800.000 mortes no mundo. 8 milhões de casos e mais de 200.000 mortes no Brasil.Enquanto a pandemia de COVID-19 se alastra como nunca antes, o mundo urge por uma solução. E essa solução tem nome: vacinação. E os pacientes com câncer – em maior risco de desenvolver a COVID-19 – também precisam desta proteção. Mas a vacinação para estas pessoas será possível? A decisão de tomar a vacina deve ser compartilhada com o médico que acompanha o paciente, com as ressalvas que, em geral, pacientes imunocomprometidos têm menos resposta imune às vacinas, que podem ter, então, uma menor eficácia nessa população. Não só isso, nenhum dos estudos já publicados incluiu pacientes com câncer, portanto, a segurança não é comprovada. Entretanto, como temos experiência com outras vacinas mais antigas, a segurança daquelas desenvolvidas para COVID-19 não deve diferir muito para os pacientes oncológicos”, explica o oncologista Rafael Luís, do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia. 

De acordo com o oncologista, as sociedades internacionais americana e europeia de oncologia e a maioria dos especialistas defendem a vacinação dos pacientes com câncer tratado ou mesmo ativo em tratamento. “Importante ressaltar que vacinas de vírus atenuados não devem ser dadas às pessoas em tratamento. Nesse caso, como não temos vacinas deste tipo para COVID-19 em fases avançadas, não nos preocupemos com isso nesse momento. Vale ressaltar alguns esclarecimentos de fakenewsque circulam por aí: vacinas não causam câncer, não modificam o DNA de quem as recebe e não, não têm chips embutidos para controlar a todos. Fato é que vacinas salvam vidas e, portanto, o movimento antivacina é criminoso”, afirma. 

“Até o momento, há por volta de 150 vacinas em teste, sendo que 40 estão nas fases avançadas em humanos e apenas três têm publicações em revistas científicas. Isso é um histórico extremamente importante passo da ciência mundial: em menos de seis meses, foram desenvolvidas vacinas, as quais começaram a ser aplicadas em pessoas em menos de um ano da declaração da pandemia pela Organização Mundial da Saúde. Algo nunca antes visto (ou imaginado)”, conta Rafael. 

As três vacinas com resultados publicados e já aprovadas em países do ocidente são: Pfizer/BioNTech, Moderna e Oxford/AstraZeneca. Todas as três mostraram eficácias altas com uso de duas doses. As duas primeiras usam a tecnologia do RNA mensageiro, algo novo, mas muito eficaz e seguro, ao menos em curto prazo. Além disso, seus estudos incluíram mais de 30.000 pessoas. A última, de Oxford, é baseada em um vetor viral e, apesar de ter um estudo mostrando sua eficácia entre 60 e 90%,, o mesmo teve algumas questões ainda questionadas pelos cientistas, o que, porém, não a tira da lista de opções para uso emergencial.  

Nos dias 7 e 12 de janeiro de 2021, foram apresentados os dados de fase III da Coronavac, vacina feita pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac. O estudo foi conduzido no Brasil com mais de 12.000 profissionais de saúde. As taxas de eficácia foram muito satisfatórias (50,4% na população geral,78% para casos leves e 100% para os graves) e correspondem ao limiar mínimo da OMS. Um ponto importante, foi que não houve casos graves nem mortes do grupo que tomou a vacina. Porém, para uma análise mais acurada, os dados ainda têm de ser revelados em publicação em revista científica, visto que os resultados estatísticos ainda não foram detalhados. Apesar disso, é uma vacina eficaz e segura e, portanto, deve ser aprovada para uso emergencial. 

“Em geral, as contraindicações são apenas para pessoas com alergias a algum componente da fórmula ou, em algumas situações, a outras vacinas. E vale ressaltar que a análise das vacinas deve (e vai) continuar acontecendo após a aprovação das mesmas, pois ainda não se sabe a duração da proteção, se precisamos de um reforço, quais subpopulações podem ou não podem tomar, os efeitos colaterais em longo prazo e qual é o limiar para atingirmos uma imunidade de rebanho. É salutar o entendimento de que as vacinas só funcionam quando dadas em uma porção grande da população (vacinação), ou seja, não servem como um mecanismo de defesa individual. Por isso, para o sucesso da vacina, os governos devem usar de uma estratégia que foque na vacinação do maior número de pessoas, no menor tempo possível, priorizando aqueles que estejam em maior risco de óbito ou de infecção. Esperemos que consigamos começar a vacinar o quanto antes e utilizar a nossa expertise com o Programa Nacional de Imunização, que é (ou era) referência no mundo. Mas até lá, devemos manter as medidas de distanciamento, máscara e lavagem de mãos. Vacinação, não vacina, salva vidas (inclusive a sua)”, finaliza o especialista.

 

 

 

Rafael Luís Moura Lima do Carmo - mestre em oncologia pela Unicamp. Tem graduação e residência em Clínica Médica e Oncologia clínica também pela Unicamp. Realizou Fellowship no MD Anderson Cancer Center Madrid. É membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e da Sociedade Europeia de Oncologia Clínica (ESMO). Rafael faz parte do corpo clínico de oncologistas do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia e atua no Instituto Radium de Campinas, no Hospital Santa Tereza, Hospital Madre Theodora e Santa Casa de Valinhos.


Reabilitação COVID-19: integração de especialidades é essencial na recuperação de pacient

Divulgação / Hospital Marcelino Champagnat 
Tratamento multiprofissional respeita fases da doença e é focado na melhora segura e gradativa


12.385: esse é o número de pacientes que receberam alta por melhora clínica após chegarem ao Pronto Atendimento exclusivo para pacientes com sintomas respiratórios do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba, no período de 19 de março a 08 de janeiro. Os dados consideram casos suspeitos, negativos e confirmados ligados à COVID-19. Os esforços multidisciplinares dos profissionais de saúde, a garra e determinação dos pacientes e de seus familiares fizeram toda a diferença nesse processo da alta hospitalar e retomada de atividades.

Nos primeiros dias de internação de casos mais graves da doença, muitos pacientes sentem fraqueza, alguns não conseguem andar, falar e comer. Nessas situações, uma das especialidades que entra em ação é a fisioterapia. “Em alguns casos chegamos a fazer duas intervenções diárias para estimular os trabalhos funcionais, fazendo com que o paciente consiga aos poucos ficar em pé e, na sequência, volte a andar”, explica a fisioterapeuta do Hospital Marcelino Champagnat, Flávia Makoski Ciescilivski. 

O gerente de operações portuárias, Leonardo Potin da Rós, não lembra da sua transferência do hospital em Paranaguá onde estava internado devido a complicações da COVID-19 para a UTI do Hospital Marcelino Champagnat, onde ficou 43 dias internado, parte deles em coma induzido. “Acordei com os braços amarrados, devido aos procedimentos, com sonda, traqueostomia e totalmente desorientado. Os impactos da doença são muito fortes e me deparei com situações muito difíceis como a necessidade de colocar o dedo no tubo de traqueostomia para poder falar e a falta de força física para tomar banho sozinho. Os vídeos que me mostravam da minha família e que eu gravava me deram ânimo para seguir”, relembra.

O longo período com traqueostomia que os pacientes graves de COVID-19 precisam passar é um dos principais desafios das equipes. Alguns pacientes não conseguem se alimentar no início. Com as intervenções de fonoaudiologia, recebem apoio e estímulo para voltar a falar e comer. “Nosso trabalho é fazer com que esses pacientes recuperem essas habilidades o quanto antes. Na maioria das vezes, no momento da alta hospitalar eles já saem com as principais funções restabelecidas", explica a fonoaudióloga Franciele Sória.

A doença que provoca uma mistura de sentimentos e incertezas, também acaba sendo, por muitas vezes, traumática. Por isso, a integração e incentivo das equipes multidisciplinares fazem toda a diferença na recuperação. E o estímulo aos internados vai muito além da rotina antes da pandemia: com o início do isolamento social, uma das recomendações repassadas aos hospitais foi a restrição de visitas, o que segue até o momento. Por isso, a equipe de nutrição do Hospital Marcelino Champagnat teve a ideia de enviar mensagens motivacionais junto com as refeições. “Tudo vai dar certo, nós estamos aqui por você, Pense positivo. Você é mais forte do que imagina!” foram algumas das frases de incentivo, carinho e acolhimento.

Além disso, também foram feitas adaptações no cardápio dos pacientes, sempre respeitando as prescrições médicas e as preferências pessoais. “Implantamos o sal de ervas para melhorar o sabor e aceitação dos alimentos e também para reduzir o consumo de sódio. Sugerimos temperar as saladas com frutas cítricas, como limão, para estimular o paladar”, comenta a nutricionista do hospital, Patrícia Conter Lara Prehs.

Mesmo após a alta, a indisposição e a falta de apetite permanecem em muitos casos. A perda de olfato e paladar são sintomas característicos da doença e muitas pessoas apresentam demora e até distorção desses sentidos. “Recomendamos sempre a continuidade da alimentação equilibrada, em pequenas porções e com frequência maior, respeitando as preferências individuais. O consumo de água é fundamental para restabelecer a saúde e a hidratação. Deve ser evitado o consumo de alimentos processados, como enlatados e também ultra processados, como embutidos e salgadinhos. Descasque mais e desembale menos, é uma dica valiosa”, reforça.


Humanização: um processo de apoio e incentivo

Após sair vitorioso do hospital, o desafio da maioria dos recuperados é focar na reabilitação devido aos danos causados pela COVID-19, que podem variar entre fadiga, fraqueza respiratória e muscular, sintomas depressivos, alterações de paladar, olfato e até mesmo sensibilidade. A fisioterapeuta Flávia explica que os pacientes que passaram muito tempo com ventilação mecânica, com muita medicação, tiveram o organismo bem debilitado e muita redução na massa muscular. Com a perda de grande parte da função pulmonar, acabam ficando com muita fadiga. "Eles não conseguem nem coçar os olhos, então ficar em pé novamente é um desafio gigantesco e um ato heróico", relembra.

Em oito meses de pandemia, todos ainda estão aprendendo a lidar com sintomas, desafios, momentos difíceis e as vitórias nessa luta contra a COVID-19. O retorno pra casa é uma alegria para toda equipe profissional que esteve envolvida e mais ainda para o paciente e seus familiares. Mas é importante reforçar que a reabilitação com as especialidades integradas é fundamental tanto para a recuperação das sequelas causadas pela doença quanto para a melhora da qualidade de vida.

É preciso um acompanhamento médico para o retorno das atividades, com engajamento do paciente, de familiares e de profissionais em todo esse processo. Existe ainda toda a questão do medo, angústia, apreensão familiar; um misto de emoções e novos desafios. “Há um desgaste físico e mental. O desespero de achar que não vai ser mais capaz de retomar a vida, por isso o apoio integrado é muito importante para encorajar esse paciente nesse momento tão delicado”, orienta a psicóloga do serviço de check-up do Hospital Marcelino Champagnat, Raquel Pusch.

Após pouco mais de duas semanas da alta hospitalar, Leonardo ainda faz o acompanhamento com fisioterapeuta e fonoaudiólogo. “É um processo gradativo, mas para quem ficou mais de um mês só dentro de uma UTI está sendo tudo muito rápido. Sou uma outra pessoa que dá valor a coisas diferentes agora. Em breve volto a trabalhar, em home office, mas sempre mantendo contato com profissionais que foram fundamentais na minha recuperação e que hoje tenho o contato pessoal deles”, ressalta.

 



Hospital Marcelino Champagnat


Grávidas devem criar expectativa na vacina contra o coronavírus?

Especialista alerta que vacinas foram desenvolvidas em estado emergencial sem incluir gestantes nas fases de teste


O início da pandemia em 2020 interrompeu o planejamento na vida de muitos brasileiros. Grande parte dos casais que gostariam de aumentar a família no ano passado em especial, tiveram que adiar seus planos com a esperança de que o clima de incerteza terminasse com a chegada de 2021. Porém, ele ainda permanece.

Apesar de sabermos cada vez mais sobre a covid-19 e a vacina estar perto de ser distribuída, o cenário ainda é complicado para as gestantes. “Como mulheres grávidas não foram incluídas nos testes emergenciais da vacina, ainda não existem resultados conclusivos sobre o efeito em seus organismos”, esclarece Doutor Fernando Prado, ginecologista e obstetra especialista em reprodução assistida da Clínica Neo Vita.

Para Doutor Prado, o momento deve ser de cautela. Mesmo que outras vacinas antivirais, como a da gripe por exemplo, não afetem o período de gravidez, a falta de dados concretos é um risco. “A minha recomendação às pacientes é de que não se vacinem enquanto os estudos não demonstrarem segurança para este grupo tão importante, que são as gestantes.” Segundo o Instituto Butantã, as lactantes também devem aguardar para receber a vacina, pelos mesmos motivos.

O especialista acredita que pela familiaridade do coronavírus com outras doenças virais, as vacinas provavelmente não terão um efeito negativo. Mas, por causa da imprevisibilidade da covid-19, por enquanto, o ideal é seguir as normas da OMS e continuar praticando o distanciamento social.

Já quando falamos de casais que pretendem conceber, o conselho é esperar até depois da segunda dose de imunização. “Ainda não sabemos o efeito às células reprodutivas enquanto a vacina está trabalhando no sistema imunológico,” esclarece Doutor Prado. Por isso, o processo de reprodução assistida também deve ser pausado durante o período, já que não se sabe se os gametas recolhidos poderão ser aproveitados.

O obstetra entende que agora que estamos tão perto de controlar a pandemia, e não devemos nos precipitar, principalmente quando se trata de reprodução. “Neste momento emergencial devemos ter paciência e aguardar os resultados para grupos específicos. Com tantas pesquisas trazendo mais e mais informações diariamente, teremos logo uma resposta para todas estas dúvidas,” finaliza.

 



Fernando Prado - Médico ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana, doutor pelo Imperial College London e pela Universidade Federal de São Paulo, diretor técnico da Neo Vita e diretor do setor de embriologia do Labforlife.


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