Especialista aponta quais enfermidades podem acontecer em uma gravidez, bem como quais mulheres estão mais propensas a passar por complicações inesperadas
Dedicar-se à saúde da futura mamãe em todas as etapas da gravidez e durante o parto é um cuidado que representa uma forma de investimento no futuro. Isto é, uma maneira de preservar a nova vida em formação, que chegará ao mundo com a ajuda da melhor assistência possível.
Nesse período da vida de
uma mulher, é preciso ter atenção redobrada aos pequenos detalhes. Afinal, a
gestação representa um momento delicado e até mesmo frágil, que traz consigo
alterações e impactos no organismo da gestante, que devem ser avaliados e
tratados por meio de acompanhamento médico e exames de pré-natal.
Assim, é importante
compreender quais enfermidades podem acontecer em uma gravidez, bem como quais
mulheres estão mais propensas a passar por complicações inesperadas.
Conheça as principais patologias que podem acometer
as grávidas
Falar sobre distúrbios e
doenças “característicos” da gestação é algo complexo, pois as possibilidades
são diversas e variáveis, de forma que é difícil se limitar a simplificações.
No entanto, elaboramos uma lista das complicações mais frequentes.
- Pré-eclâmpsia (pressão alta na gravidez)
Esse quadro representa
um dos riscos mais graves para a saúde da mulher grávida, uma vez que, na falta
de diagnóstico e tratamento rápidos e precisos, pode evoluir para a eclâmpsia,
uma condição de alto risco capaz de causar convulsões e hemorragia cerebral,
colocando em risco a vida da paciente.
A pré-eclâmpsia acontece
diante da coexistência de sintomas como hipertensão, inchaço e proteinúria, isto é, quando há a presença de proteínas
na urina. Também pode causar dor abdominal, visão turva, tontura, dores de
cabeça e até mesmo convulsões. A única forma de cura é a realização do parto em
si. “Mas até esse momento, é importante o manejo adequado da gestação, que deve
ser conduzida com consultas regulares e bom controle da pressão, “as gestantes
devem ser acompanhadas por meio de consultas regulares, com controle da pressão
e análise periódica do bem-estar fetal”, explica o obstetra da Maternidade
Brasília Noboru Sato.
- Diabetes gestacional
Milhares de mulheres
sofrem com a diabetes gestacional, desencadeada por níveis de açúcar elevados
no sangue durante a gravidez. Geralmente, esse quadro acontece em decorrência
dos hormônios liberados nesse período, que podem neutralizar a produção de
insulina em pessoas predispostas, o que pode ser acentuado por fatores como
excesso de peso ou dieta inadequada. O tratamento inclui o controle glicêmico, por meio de uma alimentação
saudável e exercícios físicos, podendo ainda haver auxílio medicamentoso ou o
uso de insulina caso os valores de açúcar no sangue continuem altos.
A diabetes gestacional
promove um crescimento acelerado do feto, que pode ficar com o peso muito acima
do percentil normal, o que dificulta o trabalho de parto. A sua ocorrência
também aumenta o risco de morte súbita do bebê dentro do útero, especialmente
no fim da gravidez. Por causa desse risco, é essencial a realização de exames
periódicos de monitorização do bem-estar do bebê, especialmente no final da
gestação.
“Depois do parto, esse
recém-nascido deverá ser monitorizado, especialmente em relação à hipoglicemia,
já que a diabetes gestacional aumenta o risco de ocorrência em neonatos”,
pontua o médico.
- Anemia
Durante a gestação, a
mulher precisa de mais ácido fólico e ferro do que o normal, para aumentar a
quantidade de sangue no corpo e para seu filho, que está em desenvolvimento.
Com isso, pode ser que o número de glóbulos vermelhos fique abaixo do esperado,
de forma que o sangue não consegue transportar tanto oxigênio quanto deveria.
A anemia na gravidez pode
apresentar alguns sinais vagos inicialmente, como fadiga, fraqueza, tontura,
falta de ar a esforços, dor de cabeça e palidez. Em casos mais graves, o pulso
pode ser rápido e fraco, com chances de desmaios e pressão arterial muito
baixa. A anemia faz com que os riscos de parto
prematuro e de hemorragia durante o trabalho de parto
sejam maiores. Por isso é importante que o quadro seja tratado, se possível,
antes do parto.
- Infecções
Diversos tipos de
infecção podem acometer uma gestante, causando desdobramentos potencialmente
perigosos para a gravidez e para o embrião. Isso porque algumas doenças podem
ser transmitidas para o feto antes ou durante o nascimento, o que pode impactar
negativamente o seu desenvolvimento, causando defeitos congênitos, aborto
espontâneo ou um parto prematuro.
Os exemplos mais
importantes são infecção urinária na gravidez,
toxoplasmose, infecção por citomegalovírus, rubéola, hepatite, infecções do
trato urinário e as ISTs, como clamídia, gonorreia, HIV, HTLV, sífilis e herpes
genital. Para determinar o tratamento adequado e pesar os riscos do uso do
medicamento contra os da infecção, é preciso consultar um médico especialista.
É importante ressaltar
que muitas dessas patologias podem ser evitadas ou tratadas com cuidados
adequados de acompanhamento pré-gravidez, pré-natal e pós-parto.
Que condições
preexistentes podem impactar diretamente a gestação?
Dois grandes exemplos de
distúrbios preexistentes que aumentam o risco de problemas durante a gravidez
são a diabetes e a hipertensão. Mulheres que apresentam tais comorbidades
e mesmo assim desejam engravidar devem, primeiro, conversar com um especialista
em obstetrícia, para tentar entrar na melhor condição física possível antes da
gestação em si e, claro, evitar desdobramentos indesejáveis.
Durante a gravidez
dessas pacientes, é preciso que haja um monitoramento detalhado por parte da
equipe multidisciplinar responsável, uma vez que elas podem precisar de
cuidados especiais e até emergenciais.
Outras condições
preexistentes que podem impactar de forma negativa a gestação são:
insuficiência cardíaca; tendência a doenças e a infecções renais; obesidade;
anormalidades no trato genital; presença de doenças sexualmente transmissíveis;
asma; doenças autoimunes; distúrbios de coagulação; alterações na tireoide e
idade materna avançada.
“Nesses casos, é
importante realizar uma investigação adequada para a presença dessas patologias
e acompanhar e tratar essas condições antes, durante e até mesmo após o parto”,
conclui o especialista.
Maternidade Brasília
Nenhum comentário:
Postar um comentário