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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Obesidade está entre os fatores de risco para câncer de endométrio


Mais comum em mulheres que já estão na menopausa, o câncer de endométrio pode estar associado à obesidade. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa de novos casos em 2020 era de mais de 6.500.

Entre os sintomas, estão o sangramento vaginal mais intenso que o habitual (para mulheres que ainda menstruam) e o sangramento em mulheres que já estão na menopausa.

Segundo a endocrinologista Lorena Lima Amato, o câncer de endométrio está associado à obesidade e esta contribui para uma pior evolução da doença. “Isso porque o endométrio, que é a camada que fica dentro do útero, é um tecido estrogênio dependente, ou seja, ele precisa de estrogênio para as células se proliferarem. Quanto mais estrogênio a mulher produz mais esse endométrio se prolifera. Em geral, a pessoa com obesidade tem muito estrogênio porque a gordura contribui para essa produção e este excesso estimula o endométrio, aumentado a proliferação e a chance de desenvolver um câncer uterino”, detalha a especialista.

Além da obesidade, diabetes mellitus, uso de estrogênio (usado na reposição hormonal no início da menopausa), menarca precoce e síndrome do ovário policístico também podem contribuir para o aparecimento desse tipo de câncer.

Há outros tipos de câncer relacionados à obesidade, entre eles o de intestino e o câncer de mama.

“Um estilo de vida mais saudável, com a prática de atividade física diária e a manutenção do peso corporal são fundamentais para prevenir não só o câncer do endométrio, mas muitas outras doenças”, sinaliza Dra. Lorena.

 



Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM) e endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria. É doutora pela USP e professora na Universidade Nove de Julho.

https://www.instagram.com/dra.lorenaendocrino/


Dengue pode ser fator de proteção contra morte por Covid-19, aponta estudo

Número de mortes por infecção do novo coronavírus foi menor entre aqueles que já tiveram dengue

 

Pessoas que já tiveram dengue podem pegar Covid-19, apresentar até mais sintomas e ter doenças do grupo de risco, mas a probabilidade de morrerem da infecção pelo novo coronavírus é menor do que para quem não teve dengue. Essa é a principal conclusão do estudo “Infecção prévia por dengue e mortalidade por Covid-19”, realizado na Universidade Federal do Rio Branco, no Acre, em conjunto com outras universidades, como a Universidade Federal do Paraná. O estudo analisou 2.351 pacientes de Covid-19, entre homens e mulheres por volta de 40 anos, e os acompanhou por 60 dias após o início dos sintomas. Metade do grupo havia tido dengue. Entre aqueles sem história prévia de dengue, 26 faleceram da Covid-19, enquanto que entre aqueles que já tiveram dengue o número foi menor: 12 faleceram. 

O estudo foi publicado pela Sociedade Americana de Doenças Infecciosas, na Oxford University Press, no dia 29 de dezembro de 2020. Dele também participaram a Universidade de Campinas (Unicamp), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos.

 

Ciência e hipóteses

Segundo o médico cardiologista da Quanta Diagnóstico por Imagem, Dr. Miguel Morita, que participou do estudo pela UFPR, estudos científicos como esse são muito importantes tanto no avanço da produção de vacinas e medicamentos quanto para entender como o novo coronavírus funciona. Outros estudos, por exemplo, levantam a possibilidade de que a dengue possa induzir certo grau de proteção imunológica contra a infecção pelo novo coronavírus. Mas isso ainda não está comprovado. “Portanto, tudo o que diz respeito à proteção contra o vírus e à diminuição de sintomas graves e mortes é de muito interesse para os cientistas, médicos, pesquisadores”, afirma Morita. “Esse estudo, em particular, é muito importante para o Brasil, porque aqui ocorreram 70% de todos os casos de dengue nas Américas nas últimas três décadas.” Até lá, todos os cuidados para a não contaminação com nenhum desses vírus são imprescindíveis.

 



Quanta Diagnóstico por Imagem

www.quantadiagnostico.com.br


Como os sapatos podem piorar as varizes no verão

Cirurgiã vascular esclarece dúvidas sobre o problema


Sol, calor, aumento da vasodilatação do sistema circulatório, edema e uma sensação de peso e cansaço nas pernas. Típicos do verão, esses fatores pioram o quadro de quem sofre com varizes, alerta Fernanda Frederico, cirurgiã vascular da Clínica Leger. Segundo ela, alguns fatores precisam ser levados em conta para amenizar os sintomas:

"Manter o peso ideal, fortalecer a musculatura da panturrilha e fazer uso de meias elásticas podem minimizar o problema".

Mas, além disso, o uso de sandálias de salto e rasteiras, frequentes nesta estação, podem influenciar nos casos? E a exposição ao sol, também deve ser evitada? Fernanda Frederico responde a seguir. Confira:


Varizes podem piorar no verão? O que fazer para melhorar?

No verão, as altas temperaturas provocam uma vasodilatação do sistema circulatório. Desta forma, devido ao aumento do calibre dos vasos, o retorno do sangue ao coração é dificultado e, consequentemente, os sintomas da insuficiência venosa se agravam, como o edema, sensação de peso e cansaço nas pernas. Manter o peso ideal de acordo com a idade e altura, fortalecimento da musculatura da panturrilha e uso de meias elásticas auxiliam a melhorar estes sintomas.


Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, as varizes são mais comuns de aparecer em mulheres. Os sapatos podem influenciar no aparecimento delas? Quais os sapatos mais indicados?

O uso de salto alto não causa varizes, porém, o uso prolongado de saltos altos dificulta o retorno do sangue ao coração pelas veias e pode agravar os sintomas de quem já possui varizes, como a sensação de peso e queimação nos pés e pernas. Alternar saltos altos com médios, evitar também sapatilhas e rasteirinhas sem salto algum, fazer intervalos ao longo do dia após períodos prolongados sentados ou em pé, com pequenas caminhadas ou descanso com elevação das pernas, ajudam a amenizar o quadro. Alguns estudos mostram que a incidência de varizes em mulheres é quatro vezes maior do que em homens devido fatores hormonais femininos.


Embora seja mais comum acima dos 40 anos, a doença também pode atingir jovens na faixa dos 20 e 30? Por que isso acontece?

As varizes são veias dilatadas e tortuosas que se desenvolvem mais frequentemente nos membros inferiores. O surgimento das varizes tem um fator hereditário importante e a doença pode ser agravada por certos hábitos de vida como, por exemplo, sedentarismo, sobrepeso, uso de anticoncepcionais hormonais ou reposição hormonal e alimentação rica sódio.


É recomendado que pacientes que tenham varizes evitem a exposição ao sol no verão?

Em relação à exposição solar, ela não agrava o aspecto estético das varizes. O sol agrava os sintomas devido à vasodilatação descrita acima.


É importante usar filtro solar para evitar manchas de varizes nas pernas?

O filtro solar é necessário para os pacientes que estão em tratamento das varizes. A exposição solar aumenta as chances de formar cicatrizes hipercrômicas.


É possível tratar varizes no verão? Quais tratamentos indicados?

É possível tratar as varizes em qualquer época do ano, desde que o paciente faça um preparo adequado e mantenha um acompanhamento médico regular após o tratamento. Há diversos tipos de tratamento disponíveis e a indicação é individualizada, será de acordo com o tamanho, profundidade e número de varizes apresentadas pelo paciente.


As práticas integrativas contribuem para o fortalecimento do sistema imunológico, o manejo de certos sintomas e o bem-estar mental em meio a pandemia.

As dicas são do farmacêutico homeopata Jamar Tejada, da capital paulista, que ensina o que fazer para ajudar a blindar o organismo como um todo. Ele explica que, indedependente da pandemia é importante se preocupar com saúde em geral, já que até pequenas gripes e resfriados também são importantes porque quando elas acontecem, podem abrir portas para a baixar ainda mais a imunidade.

O uso de chás como menta, abacaxi, assa-peixe, eucalipto, camomila ajudam na expectoração e isso faz com que o sistema imune fica mais positivo. "Os liquidos quentes ajudam a soltar as secreções nos seios paranasais para que o muco flua mais livremente", fala Jamar que completa, "os ativos dessas plantas protegem o sistema pulmonar e o mecanismo sistêmico".

O eucalipto, por exemplo, tem propriedades antioxidantes que protegem o corpo contra os radicais livres e o ativo de cineol: um composto que funciona como um expectorante para combater infecções respiratórias e aliviar a tosse. As pomadas manipuladas com este óleo também podem ser aplicadas na área do nariz e peito para aliviar e congestão e soltar o catarro. Já as folhas frescas ou secas de eucalipto podem ser usadas no preparo de chás e gargarejo de água morna para aliviar uma dor de garganta. Faça um chá de eucalipto fervendo de 2 g a 4 g de folhas secas em uma xícara de água por cerca de 10 a 1 5 minutos. Beba o chá até três vezes ao dia. Já o abacaxi ajuda a acalmar a tosse e tem ação expectorante. Para isso, basta aquecer um copo de água, adicionar 3 colheres de sopa do suco de abacaxi e duas colheres de sopa de sobremesa de mel. Beber ainda quente, antes de dormir. "A fruta ainda ajuda a contribuir com efeito anti-inflamatório, principalmente quando se refere a problemas nasais", finaliza Jamar Tejada.

 


Jamar Tejada - Farmacêutico graduado pela Faculdade de Farmácia e Bioquímica pela Universidade Luterana do Brasil, RS (ULBRA), Pós-Graduação em Gestão em Comunicação Estratégica Organizacional e Relações Públicas pela USP (Universidade de São Paulo), Pós-Graduação em Medicina Esportiva pela (FAPES), Pós-Graduação em Comunicação com o Mercado pela ESPM, Pós-Graduação em Formação para Dirigentes Industriais com Ênfase em Qualidade Total - Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul-(UFRGS) e Pós-Graduação em Ciências Homeopáticas pelas Faculdades Associadas de Ciências da Saúde. Proprietário e Farmacêutico Responsável da ANJO DA GUARDA Farmácia de manipulação e homeopatia desde agosto 2008. www.tejardiando.com.br


Pronto-socorro: experiência versus responsabilidade

A atuação do médico nos prontos-socorros é muitas vezes fator decisivo para a vida dos milhões de pessoas que procuram todos os dias do ano por um atendimento emergencial. Porém, apesar de tal afirmação ser absolutamente incontestável, não são nesses ambientes que serão encontrados os médicos mais experientes e no ápice da carreira.  Na realidade, a maior parte dos médicos no ápice da carreira não se veem em um plantão de emergência.

Há então um problema, em um ambiente no qual a tomada de decisão do médico pode ter implicações de grandes impactos na vida do paciente, em sua maioria são os jovens e recém egresso das faculdades de medicina que estão lá para tomar a frente. Como fazer para que esse jovem profissional consiga realizar atividades de tamanha responsabilidade a despeito de pouca experiência?

Apesar dessa questão não ser nova, há no Brasil um pouco mais de uma dezena de programas de residência em funcionamento, o que obviamente não é suficiente para treinar o quantitativo de médicos nas emergências no Brasil. E mesmo durante o programa de graduação são poucas as faculdades médicas que oferecem treinamento adequado para medicina de emergência.

Por isso os médicos, que atuam em serviços de emergência, precisam ser preparados de forma independente para que sejam capazes de enfrentar os desafios dos pacientes com doenças agudas. Fora do ambiente universitário alguns cursos possuem grande destaque no treinamento de emergências: o ACLS para treinamento em suporte de vida em cardiologia, o ATLS para treinamento no trauma, o PALS para suporte de vida em pediatria e o BLS, que é um curso de suporte básico de vida. É recomendação quase unânime que os médicos com atividades em emergência avaliem a realização de tais cursos de acordo com a área de emergência que irão atuar.

Além dos cursos citados acima, outra recomendação importante para os médicos que irão atuar em emergência é possuírem um acesso para material didático. Atualmente, é possível ingressar em uma plataforma de streaming como o Jaleko, que deixa à disposição dos futuros médicos cursos, materiais e até mesmo simulados bastante focados em PS, com o curso Plantão na Emergência”, que apresenta também uma questão que é essencial, cenários do cotidiano desta área. Ou mesmo a americana Uptodate, o britânico BMJ Best Pratice.

Os bons hospitais nacionais estão também atentos a importância do treinamento dos médicos nessa área tão importante, e muitos além de estimularem e por vezes até financiam cursos como o ACLS, também têm produzidos protocolos de atendimento para guiarem os profissionais nas emergências mais prevalentes.

Por fim, médicos, jovens ou não, devem sempre estar cientes de suas habilidades e responsabilidades, onde quer que estejam. E se esta pandemia realmente nos ensinou algo é que, dependemos uns dos outros, portanto se precisar conte com alguém mais experiente. Afinal, decisões tomadas tem grande impacto na vida de pacientes.

 



Felipe Magalhães - médico e diretor científico do Jaleko, graduado na UFF- Universidade Federal Fluminense, com residência clínica médica no Hospital Adventista Silvestre e residência em nefrologia na UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é também coordenador da comissão de residência médica do Hospital Federal da Lagoa.


Reabilitação COVID-19: integração de especialidades é essencial na recuperação de pacientes

Integração de especialidades médicas auxilia a reabilitação de pacientes com Covid-19 

Crédito: Divulgação / Hospital Marcelino Champagnat



Tratamento multiprofissional respeita fases da doença e é focado na melhora segura e gradativa


12.385: esse é o número de pacientes que receberam alta por melhora clínica após chegarem ao Pronto Atendimento exclusivo para pacientes com sintomas respiratórios do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba, no período de 19 de março a 08 de janeiro. Os dados consideram casos suspeitos, negativos e confirmados ligados à COVID-19. Os esforços multidisciplinares dos profissionais de saúde, a garra e determinação dos pacientes e de seus familiares fizeram toda a diferença nesse processo da alta hospitalar e retomada de atividades.

Nos primeiros dias de internação de casos mais graves da doença, muitos pacientes sentem fraqueza, alguns não conseguem andar, falar e comer. Nessas situações, uma das especialidades que entra em ação é a fisioterapia. “Em alguns casos chegamos a fazer duas intervenções diárias para estimular os trabalhos funcionais, fazendo com que o paciente consiga aos poucos ficar em pé e, na sequência, volte a andar”, explica a fisioterapeuta do Hospital Marcelino Champagnat, Flávia Makoski Ciescilivski. 

O gerente de operações portuárias, Leonardo Potin da Rós, não lembra da sua transferência do hospital em Paranaguá onde estava internado devido a complicações da COVID-19 para a UTI do Hospital Marcelino Champagnat, onde ficou 43 dias internado, parte deles em coma induzido. “Acordei com os braços amarrados, devido aos procedimentos, com sonda, traqueostomia e totalmente desorientado. Os impactos da doença são muito fortes e me deparei com situações muito difíceis como a necessidade de colocar o dedo no tubo de traqueostomia para poder falar e a falta de força física para tomar banho sozinho. Os vídeos que me mostravam da minha família e que eu gravava me deram ânimo para seguir”, relembra.

O longo período com traqueostomia que os pacientes graves de COVID-19 precisam passar é um dos principais desafios das equipes. Alguns pacientes não conseguem se alimentar no início. Com as intervenções de fonoaudiologia, recebem apoio e estímulo para voltar a falar e comer. “Nosso trabalho é fazer com que esses pacientes recuperem essas habilidades o quanto antes. Na maioria das vezes, no momento da alta hospitalar eles já saem com as principais funções restabelecidas", explica a fonoaudióloga Franciele Sória.

A doença que provoca uma mistura de sentimentos e incertezas, também acaba sendo, por muitas vezes, traumática. Por isso, a integração e incentivo das equipes multidisciplinares fazem toda a diferença na recuperação. E o estímulo aos internados vai muito além da rotina antes da pandemia: com o início do isolamento social, uma das recomendações repassadas aos hospitais foi a restrição de visitas, o que segue até o momento. Por isso, a equipe de nutrição do Hospital Marcelino Champagnat teve a ideia de enviar mensagens motivacionais junto com as refeições. “Tudo vai dar certo, nós estamos aqui por você, Pense positivo. Você é mais forte do que imagina!” foram algumas das frases de incentivo, carinho e acolhimento.

Além disso, também foram feitas adaptações no cardápio dos pacientes, sempre respeitando as prescrições médicas e as preferências pessoais. “Implantamos o sal de ervas para melhorar o sabor e aceitação dos alimentos e também para reduzir o consumo de sódio. Sugerimos temperar as saladas com frutas cítricas, como limão, para estimular o paladar”, comenta a nutricionista do hospital, Patrícia Conter Lara Prehs.

Mesmo após a alta, a indisposição e a falta de apetite permanecem em muitos casos. A perda de olfato e paladar são sintomas característicos da doença e muitas pessoas apresentam demora e até distorção desses sentidos. “Recomendamos sempre a continuidade da alimentação equilibrada, em pequenas porções e com frequência maior, respeitando as preferências individuais. O consumo de água é fundamental para restabelecer a saúde e a hidratação. Deve ser evitado o consumo de alimentos processados, como enlatados e também ultra processados, como embutidos e salgadinhos. Descasque mais e desembale menos, é uma dica valiosa”, reforça.


Humanização: um processo de apoio e incentivo

Após sair vitorioso do hospital, o desafio da maioria dos recuperados é focar na reabilitação devido aos danos causados pela COVID-19, que podem variar entre fadiga, fraqueza respiratória e muscular, sintomas depressivos, alterações de paladar, olfato e até mesmo sensibilidade. A fisioterapeuta Flávia explica que os pacientes que passaram muito tempo com ventilação mecânica, com muita medicação, tiveram o organismo bem debilitado e muita redução na massa muscular. Com a perda de grande parte da função pulmonar, acabam ficando com muita fadiga. "Eles não conseguem nem coçar os olhos, então ficar em pé novamente é um desafio gigantesco e um ato heróico", relembra.

Em oito meses de pandemia, todos ainda estão aprendendo a lidar com sintomas, desafios, momentos difíceis e as vitórias nessa luta contra a COVID-19. O retorno pra casa é uma alegria para toda equipe profissional que esteve envolvida e mais ainda para o paciente e seus familiares. Mas é importante reforçar que a reabilitação com as especialidades integradas é fundamental tanto para a recuperação das sequelas causadas pela doença quanto para a melhora da qualidade de vida.

É preciso um acompanhamento médico para o retorno das atividades, com engajamento do paciente, de familiares e de profissionais em todo esse processo. Existe ainda toda a questão do medo, angústia, apreensão familiar; um misto de emoções e novos desafios. “Há um desgaste físico e mental. O desespero de achar que não vai ser mais capaz de retomar a vida, por isso o apoio integrado é muito importante para encorajar esse paciente nesse momento tão delicado”, orienta a psicóloga do serviço de check-up do Hospital Marcelino Champagnat, Raquel Pusch.

Após pouco mais de duas semanas da alta hospitalar, Leonardo ainda faz o acompanhamento com fisioterapeuta e fonoaudiólogo. “É um processo gradativo, mas para quem ficou mais de um mês só dentro de uma UTI está sendo tudo muito rápido. Sou uma outra pessoa que dá valor a coisas diferentes agora. Em breve volto a trabalhar, em home office, mas sempre mantendo contato com profissionais que foram fundamentais na minha recuperação e que hoje tenho o contato pessoal deles”, ressalta.

 


Hospital Marcelino Champagnat


Verão, crianças e pandemia: 12 cuidados para adotar no período

Estação preferida da garotada, o verão traz dúvida aos pais e atenção redobrada com a saúde e a segurança

 

Férias, calor, alegria e diversão. Todos esses substantivos são sinônimos do verão, estação que costuma ser a preferida da garotada em todo o país.

O período, no entanto, é repleto de perigos que demandam atenção redobrada de pais e cuidadores, como riscos de afogamento, queimadura solar, desidratação, infecção gastrointestinal, micoses de pele e outros.

Dr. Paulo Telles, pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria, lembra ainda que neste ano cheio de desafios por conta da COVID-19, as crianças estão ansiosas e precisando de espaço e liberdade.

"E por isso vale ressaltar mais uma vez: não se esqueçam dos cuidados que ainda devem ser tomados pela pandemia, como evitar aglomerações, uso de máscara em espaços públicos e higiene frequente das mãos. Prefira sempre lugares abertos e ventilados, como parques, praças e praias", destaca o médico.

Para manter as crianças seguras o pediatra pede que pais e cuidadores fiquem atentos às seguintes dicas:

- Risco de afogamento. Crianças na piscina e mar devem sempre estar assistidas, usando boias e coletes adequados para a idade e tamanho, caso não saibam nadar. "Mas fique de olho o tempo todo, cuidado com distrações como o celular e bebidas alcoólicas!"

- Atenção ao excesso de sol, que pode causar insolação, além dos riscos das queimaduras solares em médio e longo prazos.

- Use muito protetor solar: "FPS 50 ou mais e repasse sempre que a criança for na água ou suar muito e/ou a cada 3 horas. Evite exposição nos horários de maior risco, entre 10h e 16h, em que o sol está mais forte. Chapéus e roupas com proteção UV são sempre bem-vindos", ensina o médico.

- Cuidado com as picadas de inseto, especialmente nas regiões endêmicas, em que insetos transmitem doenças graves. Dr. Paulo recomenda o uso de maneira adequada do repelente, conforme instruções do produto e idade da criança, e sempre por cima do protetor solar quando for usar ambos.

- Atenção à desidratação! "Cabe aos pais, de maneira ativa, insistir para que as crianças tomem muita água ao longo do dia de diversão."

- Fiquem atentos à alimentação: prefira alimentos mais leves, como frutas, legumes e grelhados e evite frituras e comidas prontas na praia e parques. Lave sempre as mãos antes das refeições porque as viroses intestinais e intoxicações alimentares também são mais comuns no verão.

- Os acidentes em parquinhos aumentam no verão: cuidado com escaladas, escorregadores e brinquedos altos.

- Se for pegar barcos e embarcações, deixem as crianças sempre com colete salva-vidas.

- Ao usar bicicleta, patins, skate e patinete, lembre-se sempre de usar equipamentos de proteção de maneira adequada, como capacete, joelheira e cotoveleira.

- As infeções fúngicas de pele aumentam muito no calor. "Prefira calçados ventilados e troque as roupas úmidas com mais frequência. Dê preferência a roupas leves e claras", ensina Dr. Paulo.

- Mesmo nas férias, atenção ao sono e descanso adequados dos pequenos, porque de manhã precisam estar com as baterias recarregadas para mais um dia de diversão.

- Faça sempre a revisão do carro antes de viajar, descanse antes de dirigir e use sempre cadeiras de transporte adequados para cada faixa etária.

"Às vezes, medidas simples, como trocar o tênis pelo chinelo, passar repelente e protetor solar podem fazer toda a diferença na saúde e no bem-estar da criança e na tranquilidade e no descanso de pais e cuidadores", conclui o pediatra.

 


Dr. Paulo Nardy Telles - CRM 109556 @paulotelles • Formado pela Faculdade de medicina do ABC • Residência médica em pediatra e neonatologia pela Faculdade de medicina da USP • Preceptoria em Neonatologia pelo hospital Universitário da USP • Título de Especialista em Pediatria pela SBP • Título de Especialista em Neonatologia pela SBP • Atuou como Pediatra e Neonatologista no hospital israelita Albert Einstein 2008-2012 • 18 anos atuando em sua clínica particular de pediatria, puericultura.


Janeiro Branco: o que fazer para cuidar da saúde mental

O Brasil é o país com maior prevalência de ansiedade no mundo e o segundo, nas Américas, em número de depressivos

 

Janeiro é o mês dedicado à campanha pela saúde mental, denominado Janeiro Branco. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país com maior porcentagem de pessoas com depressão nas Américas, com 5,8% da população, ficando atrás somente dos Estados Unidos, com 5,9%. Mas no quesito ansiedade, o país ocupa a liderança mundial com a prevalência da doença em 9,3% da população. Diante desses números tão preocupantes, o gerente da Medicina Ambulatorial do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), dr. Horácio Cardoso Salles, orienta o que fazer para cuidar da saúde mental, que é a terceira causa de afastamento do trabalho.

Mudanças inexplicáveis de humor, tristeza profunda, ansiedade exagerada, apatia, descontentamento geral, desesperança, perda de interesse, solidão, sofrimento emocional intenso, automutilação, choro excessivo, irritabilidade e isolamento social. Esses são alguns dos sintomas de quem sofre de transtornos mentais e comportamentais”, descreve o dr. Salles.

De acordo com a Coordenadoria de Saúde Mental do Ministério da Saúde, várias situações relacionadas ao ambiente de trabalho podem acabar funcionando como um gatilho que, juntamente com outros problemas de ordem pessoal, pode desencadear um transtorno mental. “Por exemplo, situações de grande estresse no ambiente de trabalho, como carga horária elevada, exigências para que o trabalhador tenha um desempenho além da sua capacidade e possibilidades profissionais, assédio moral, assédio sexual, comprovadamente estão relacionadas com o aumento da prevalência de transtornos mentais”, destaca o médico.

Levantamento feito pelo Ministério da Saúde aponta que episódios depressivos são a principal causa de pagamento de auxílio-doença não relacionado a acidentes de trabalho, correspondendo a 30,67% do total, seguidos de outros transtornos ansiosos (17,9%).

Para prevenir que isso ocorra, algumas posturas organizacionais ajudam a criar um ambiente mais saudável e também mais produtivo:

  • Combater pressões desnecessárias, situações de assédio e humilhação
  • Incentivar a colaboração e socialização no trabalho
  • Respeitar horários de trabalho e descanso. O período de desconexão com o trabalho e com as responsabilidades é essencial para a saúde mental
  • Ter pessoal qualificado para ouvir e ajudar funcionários em situações difíceis, tanto profissionais, como pessoais

As recomendações para o trabalhador são:

  • Listar as tarefas e estabelecer prioridades
  • Delegar mais, não centralizar as responsabilidades
  • Conhecer seus limites. Aprender a dizer “não” para evitar sobrecarga
  • Não extrapolar seus limites por períodos frequentes ou prolongados
  • Se fizer uma jornada mais longa, compensar dormindo e comendo bem
  • Exercícios de respiração para se acalmar: inspirar pelo nariz dilatando os músculos do abdômen e expirar contraindo os músculos

“Além disso, vale lembrar sempre das dicas de ouro para a carreira e para a vida, que são seguir uma alimentação saudável e nutritiva, praticar exercícios físicos três vezes por semana e diversificar interesses, o que envolve passatempos e momentos de lazer com a família e amigos”, recomenda o dr. Salles.

O médico acrescenta que, perante sinais de perturbação emocional, os trabalhadores das empresas da construção contribuintes do Seconci-SP podem e devem procurar a entidade. “Contamos com equipe de psiquiatras preparados para acolhê-los e oferecer a melhor conduta terapêutica para cada caso”, finaliza.


Melatonina produzida no pulmão impede infecção pelo novo coronavírus

 Hormônio atua como barreira contra o SARS-CoV-2, impossibilitando a expressão de genes codificadores de proteínas de células que são portas de entrada do vírus, indica estudo feito por pesquisadores da USP (imagem: NIAD/NIH)


A melatonina produzida no pulmão atua como uma barreira contra o SARS-CoV-2, impedindo a expressão de genes codificadores de proteínas de células como os macrófagos residentes, presentes no nariz e nos alvéolos pulmonares, e as epiteliais, que revestem os alvéolos pulmonares e são portas de entrada do vírus. Dessa forma, o hormônio impossibilita a infecção dessas células pelo vírus e, consequentemente, a ativação do sistema imunológico, permitindo que o novo coronavírus permaneça por alguns dias no trato respiratório e fique livre para encontrar outros hospedeiros.

A descoberta, realizada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), ajuda a entender por que há pessoas que não são infectadas ou que estão com o vírus, detectado por teste do tipo RT-PCR, e não apresentam sintomas de COVID-19. Além disso, abre a perspectiva de uso da melatonina administrada por via nasal – em gotas ou aerossol – para impedir a evolução da doença em pacientes pré-sintomáticos. Para comprovar a eficácia terapêutica do hormônio contra o novo coronavírus, porém, será necessária a realização de uma série de estudos pré-clínicos e clínicos, sublinham os autores do estudo.

Os resultados do trabalho, apoiado pela FAPESP, foram descritos em artigo publicado na revista Melatonin Research.

“Constatamos que a melatonina produzida pelo pulmão atua como uma ‘muralha’ contra o SARS-CoV-2, impedindo que o patógeno entre no epitélio, que o sistema imunológico seja ativado e que sejam produzidos anticorpos”, diz à Agência FAPESP Regina Pekelmann Markusprofessora do Instituto de Biociências (IB) da USP e coordenadora do projeto.

“Essa ação da melatonina do pulmão também deve ocorrer com outros vírus respiratórios, como o da influenza”, estima.

Os trabalhos da pesquisadora com melatonina foram iniciados nos anos 1990. Por meio de estudo com roedores, Markus demonstrou que o hormônio produzido à noite pela glândula pineal, no cérebro, com a função de informar o organismo que está escuro e prepará-lo para o repouso noturno, poderia ser produzido em outros órgãos, como no pulmão.

Em um estudo também com roedores, publicado no início de 2020 no Journal of Pineal Research, a pesquisadora e colaboradores mostraram que os macrófagos residentes, presentes no espaço aéreo pulmonar, absorvem (fagocitam) partículas de poluição. Esse estímulo agressivo induz a produção de melatonina e de mais moléculas pelos macrófagos residentes, capazes de internalizar o material particulado no ar respirado pelos animais, e estimula a formação de muco, tosse e expectoração, de modo que essas partículas sejam expelidas do trato respiratório.

Ao bloquear a síntese da melatonina pelos macrófagos residentes, os pesquisadores observaram que as partículas entraram na circulação e foram distribuídas por todo o organismo, incluindo o cérebro.

Com base nessa constatação de que a melatonina produzida no pulmão altera as portas de entrada de partículas de poluição, a pesquisadora e colaboradores decidiram avaliar, agora, se o hormônio desempenharia a mesma função em relação ao SARS-CoV-2.

“Se isso acontecesse, o vírus também não ficaria disponível para se ligar ao receptor ACE2 das células, entrar no epitélio e desencadear a infecção”, explica Markus.

Análise de expressão gênica

Para testar essa hipótese, os pesquisadores analisaram um total de 455 genes associados na literatura a comorbidades relacionadas à COVID-19, interação do SARS-CoV-2 com proteínas humanas e portas de entrada do vírus, identificados em trabalhos como os realizados por Helder Nakaya, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP e um dos autores do estudo. Desse total, foram selecionados 212 genes envolvidos na entrada do novo coronavírus em células humanas, tráfego intracelular, atividade mitocondrial e processo de transcrição e pós-tradução, para criar uma assinatura fisiológica da COVID-19.

A partir de dados de bancos de sequenciamento de RNA foi possível quantificar os níveis de expressão dos 212 genes que compuseram a chamada “assinatura COVID-19” em 288 amostras de pulmão saudáveis.

Ao correlacionar a expressão desses genes com um índice chamado MEL-Index – que estima a capacidade do pulmão de sintetizar melatonina, baseado na análise do órgão de roedores saudáveis –, os pesquisadores constataram que quanto menor o índice, maior era a expressão de genes que codificam as proteínas de macrófagos residentes e de células epiteliais.

O MEL-Index também se correlacionou negativamente com os genes que modificam as proteínas do receptor celular CD147, que é uma porta de entrada em macrófagos e outras células do sistema imunológico, indicando que a produção normal de melatonina do pulmão pode ser relevante para lidar com a invasão do vírus.

Os resultados foram corroborados por um teste de correlação de Pearson – que mede o grau da correlação entre duas variáveis de escala métrica –, além de uma análise de enriquecimento de conjunto de redes e de uma ferramenta de rede que integra a conectividade entre os genes mais expressos, permitindo comparar um mesmo conjunto de gene em diferentes estados, desenvolvida pelo pesquisador Marcos Buckeridge, professor do IB-USP e um dos autores do estudo.

“Vimos que quando o MEL-Index era alto as portas de entrada do vírus no pulmão ficavam fechadas e, quando estavam baixo, essas portas ficavam abertas. Quando as portas estão fechadas, o vírus fica vagando um tempo pelo ar pulmonar e depois tenta escapar para encontrar outro hospedeiro”, afirma Markus.

Como a melatonina produzida pelo pulmão inibe a transcrição desses genes codificadores de proteínas dessas células que são portas para entrada do vírus, a aplicação de melatonina diretamente no pulmão, em gotas ou aerossol, permitiria bloqueá-lo. Mas isso ainda demandará uma série de estudos, ponderam os pesquisadores.

Outra ideia é utilizar o índice de melatonina pulmonar como um biomarcador de prognóstico para detectar portadores assintomáticos do SARS-CoV-2.

O artigo Melatonin-Index as a biomarker for predicting the distribution of presymptomatic and asymptomatic SARS-CoV-2 carriers (DOI: 10.32794/mr11250090), de Pedro A. Fernandes, Gabriela S. Kinker, Bruno V. Navarro, Vinicius C. Jardim, Edson D. Ribeiro-Paz, Marlina O. Córdoba-Moreno, Débora Santos-Silva, Sandra M. Muxel, Andre Fujita, Helder I. Nakaya, Marcos S. Buckeridge e Regina P. Markus, pode ser lido na revista Melatonin Research em www.melatonin-research.net/index.php/MR/article/view/109.
 

 

 

Elton Alisson

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/melatonina-produzida-no-pulmao-impede-infeccao-pelo-novo-coronavirus/34959/

 

Síndrome de Duchenne: forma severa de distrofia acomete um a cada 3,5 mil meninos nascidos

A fim de ajudar crianças com a doença genética, pai publicou livro para contar história do filho, vítima das complicações da distrofia: “Elas podem ter uma vida regada de felicidade”

 

A ausência de uma única proteína pode mudar o destino de um menino e sua família. Foi o que aconteceu com Ryan Gustavo de Moura Santos Lima, corintiano roxo que morreu aos 15 anos em decorrência da Distrofia Muscular de Duchenne.

Essa doença genética é ligada ao cromossomo X, e por conta disso quase 100% das vezes a Distrofia Muscular de Duchenne ocorre em meninos. Caracterizada pela degeneração progressiva do músculo, essa é uma das formas mais comuns e severas das distrofias, com incidência de 1 a cada 3,5 mil nascimentos de meninos, como informa a Organização de Apoio às Pessoas com Distrofias.

O primeiro alerta aos pais e responsáveis é a demora para andar. Mais tarde, por volta dos dois a quatro anos, a criança passa a cair muito. Com o avançar da idade e da doença, as capacidades de correr, subir escadas e andar vão se perdendo. 

O principal problema é quando a distrofia passa a atingir toda a musculatura. Começam a surgir também problemas cardíacos e respiratórios por conta das alterações no diafragma, músculo que desempenha papel fundamental na respiração.

Ainda não há cura, mas há tratamento para controlar a progressão da doença e dar qualidade de vida à pessoa.


Pai de Ryan com ajuda de uma escritora transformou a história do filho em livro

“Ele sempre passou uma força e uma garra muito grandes, por maiores que fossem suas limitações. Ele tinha sonhos, queria ajudar outras crianças e poder ver seus amigos bem. Sempre se preocupou com as outras pessoas”, afirma o pai de Ryan, Moises de Lima, de 36 anos.

Quando o filho completou 15 anos, o pai afirmou que, com tudo que o menino já havia conseguido fazer, daria para escrever um livro! Ryan deu risada.

Moises pensava em todo o esforço, força de vontade e coragem do filho e prometeu que, um dia, a história de Ryan chegaria até outras pessoas para transmitir os mesmos sentimentos àqueles que precisam.

Em 2020, essa promessa pôde ser cumprida. Com o apoio da escritora, jornalista e dramaturga Luciene Balbino, Moises conseguiu compartilhar tudo o que viveu e aprendeu com o filho no livro “Um driblador da vida – A história de Ryan, um menino que amava o futebol”, escrito pela jornalista.

"Quando eu recebi o convite para escrever a biografia, pensei em como seria possível  contar a história de um menino de 15 anos. Com os depoimentos do pai e dos membros da família, pude perceber que Ryan era mais maduro que muitos adultos e que viveu a vida com sabedoria. Até na hora da morte, Ryan teve dignidade. Deixou uma mensagem à mãe, através de seu irmão, Victor Hugo, de que ele não iria partir triste por ela não ter conseguido se despedir dele. Isso me comoveu muito. Chorei muito ao escrever este livro. Espero que as pessoas adquiram o livro, pois tenho certeza, que a obra ajudará a todos a não desistirem dos sonhos e da vida", explica Luciene.

A autora conta que não foi difícil pensar no título da obra. "Uma lição de vida a história de Ryan. O título veio de repente. Como ele era apaixonado por futebol e o Tite, técnico da Seleção brasileira e ex-técnico do Corinthians, time do Ryan, deu a ele seu terço de presente através de Moisés, o título surgiu naturalmente, como um sopro. Uni o amor à vida de Ryan com a paixão dele pelo futebol. Ryan me ensinou que todos nós deveríamos driblar as dificuldades e fazer um golaço para o existir valer a pena. Não se achava vítima, ao contrário, ele conduzia a própria vida com amor e gratidão.”

“O grande propósito não é ganhar dinheiro, mas poder levar vida às crianças que necessitam de apoio e motivação. Muitas crianças sofrem com essa doença, e é preciso incentivo para que elas continuem lutando”, comenta Moises.

Além de querer que a distrofia muscular de Duchenne seja mais conhecida, Moises também espera, um dia, conseguir construir um local ou organização para poder ajudar os pacientes de distrofia.

“Minha maior vontade é ajudar, mostrar que essas crianças podem ter uma vida ativa, regada de felicidade, em meio às limitações.”

 

 


Luciene Balbino - Nasceu em São Paulo, capital, mas atualmente vive em Portugal. Luciene é jornalista, escritora, poeta, dramaturga e conferencista. Em outubro de 2020 lançou a biografia “Um Driblador da Vida - A História de Ryan, um menino que amava o futebol”, pela Editora Vento Forte. Em janeiro de 2020, lançou na Livraria Martins Fontes, em São Paulo, o seu terceiro livro infantil, “O Melhor Abraço do Mundo - Ser diferente faz parte da natureza”, que aborda a inclusão. O livro também será lançado em Portugal, na Feira do Livro de Lisboa, em setembro, e em Angola ainda em 2020. Em 2016 no Brasil e 2018 em Portugal, lançou o livro de Eva a Madalena, que conta histórias de mulheres que vendiam o corpo por fetiche ou vingança, e aborda pautas importantes como a falta de educação sexual e autoconhecimento. Luciene já montou três peças de teatro em Portugal: Deus, que diabos tô fazendo aqui?;  Mulheres à beira do precipício e a peça Relação Abusiva. 


Doenças cardiovasculares podem ser silenciosas

Saber diferenciar as diversas doenças que atingem o coração, como a insuficiência cardíaca e aterosclerose, é um passo importante na escolha do tratamento adequado

 

Maior causa de mortes no mundo, as doenças cardiovasculares fazem mais de 17 milhões de vítimas a cada ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)1. As mais comuns são o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o infarto. Porém, existem diversas doenças que afetam o coração e que podem ser fatais, como a insuficiência cardíaca (IC), que afeta cerca de 3 milhões de brasileiros e os leva a internações constantes2. Por isso, fazer um acompanhamento com o cardiologista é fundamental, quanto mais cedo a doença for diagnosticada, mais chances o paciente terá de iniciar o tratamento correto antes que o problema se agrave. 


Existem diversos tipos de doenças cardiovasculares, e saber diferenciá-las é um passo importante na escolha do tratamento adequado. "As doenças cardiovasculares são aquelas que envolvem o estreitamento ou bloqueio dos vasos sanguíneos, o que pode levar o paciente a um ataque cardíaco ou AVC. Porém, existem também as doenças cardíacas que afetam o músculo e o ritmo cardíaco, como é o caso da insuficiência cardíaca3", explica o cardiologista Dr. Múcio de Oliveira, diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e Chefe da unidade hospital dia do Instituto do Coração de São Paulo (InCor). 


Outra doença que atinge o coração é a cardiomiopatia crônica da doença de Chagas (CCDC). A tripanossomíase americana, ou doença de Chagas, ocorre por meio da infecção decorrente da picada de um inseto triatomíneo, ou por via oral ou mucosa ocular4. Uma vez infectado, o paciente pode desenvolver uma miocardite aguda que evolui para uma miocardite crônica fibrosante5. "Os danos causados ao coração progridem até o paciente desenvolver a cardiomiopatia crônica da doença de Chagas. Cerca de 30% dos infectados pelo triatomíneo desenvolvem a CCDC, sendo que a morte súbita e a insuficiência cardíaca são os maiores causadores de óbito nesses pacientes5", alerta o médico. 


Dentro das doenças cardiovasculares encontramos também a aterosclerose, que ocorre quando há um bloqueio nas artérias impedindo que o sangue chegue ao coração e ao cérebro6. Oliveira explica que a aterosclerose pode causar infarto e derrame. "Como as artérias levam o sangue e oxigênio para todo o corpo, quando há uma obstrução, os tecidos sofrem com a redução de sangue que chega até ele, provocando enfraquecimento e até mesmo morte das células6. " Esse bloqueio, geralmente, é causado pelo acúmulo de gordura nas artérias. "Os maiores fatores de risco são tabagismo, obesidade, hipertensão arterial, diabetes, o colesterol alto e a propensão familiar6", diz o especialista. 


Assim como a Insuficiência Cardíaca (IC), a aterosclerose e outras doenças cardiovasculares, também podem ser silenciosas. Fadiga, falta de ar, desconforto ou dor no peito são alguns dos sinais de alerta para que o paciente verifique a saúde do coração6. "Não devemos esperar até que algum sintoma apareça para procurar ajuda médica. É importante que todos façam acompanhamento com um cardiologista, especialmente aquelas pessoas que já têm histórico de doenças cardíacas, ou estão no grupo de risco, pois, muitas vezes, o paciente não sabe que o cansaço que ele sente não é causa da idade, mas um sintoma de uma doença do coração que pode e deve ser tratada", enfatiza o Dr. Múcio de Oliveira


 


Novartis

www.novartis.com




Referências:

1. Cardiovascular Disease. World Health Organization. Disponível em: https://www.who.int/health-topics/cardiovascular-diseases/#tab=tab_1. Acesso em 13/11/2020.
2. Stevens B, Pezzullo L, Verdian L et al. The Economic Burden of Heart Diseases in Brazil. World Congress of Cardiology & Cardiovascular Health 2016 Poster code: PS023.
3. Heart Disease. Mayo Clinic. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/heart-disease/symptoms-causes/syc-20353118#:~:text=The%20term%20%22heart%20disease%22%20is,pain%20(angina)%20or%20stroke. Acesso em 13/11/2020.
4. Portal Doença de Chagas. Fiocruz. Disponível em: https://chagas.fiocruz.br/sessao/doenca/. Acesso em 16/11/2020.
5. Simões, Marcus Vinicius, et al. "Cardiomiopatia da doença de Chagas." International Journal of Cardiovascular Sciences 31.2 (2018): 173-189.
6. Doença aterosclerótica. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Disponível em: https://www.coracao.org.br/doenca-aterosclerotica. Acesso em 16/11/2020.

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