O Brasil é o país com maior prevalência de ansiedade no mundo
e o segundo, nas Américas, em número de depressivos
Janeiro é o mês dedicado à
campanha pela saúde mental, denominado Janeiro Branco. Segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país com maior porcentagem de
pessoas com depressão nas Américas, com 5,8% da população, ficando atrás
somente dos Estados Unidos, com 5,9%. Mas no quesito ansiedade, o país ocupa a liderança
mundial com a prevalência da doença em 9,3% da população. Diante desses números
tão preocupantes, o gerente da Medicina Ambulatorial do
Seconci-SP (Serviço Social da Construção), dr. Horácio
Cardoso Salles, orienta o que fazer para cuidar da saúde mental, que é a
terceira causa de afastamento do trabalho.
“Mudanças inexplicáveis de humor, tristeza profunda, ansiedade exagerada, apatia, descontentamento geral, desesperança, perda de interesse, solidão, sofrimento emocional intenso, automutilação, choro excessivo, irritabilidade e isolamento social. Esses são alguns dos sintomas de quem sofre de transtornos mentais e comportamentais”, descreve o dr. Salles.
De acordo com a Coordenadoria de Saúde Mental do Ministério da Saúde, várias situações relacionadas ao ambiente de trabalho podem acabar funcionando como um gatilho que, juntamente com outros problemas de ordem pessoal, pode desencadear um transtorno mental. “Por exemplo, situações de grande estresse no ambiente de trabalho, como carga horária elevada, exigências para que o trabalhador tenha um desempenho além da sua capacidade e possibilidades profissionais, assédio moral, assédio sexual, comprovadamente estão relacionadas com o aumento da prevalência de transtornos mentais”, destaca o médico.
Levantamento feito pelo Ministério da Saúde aponta
que episódios depressivos são a principal causa de pagamento de auxílio-doença
não relacionado a acidentes de trabalho, correspondendo a 30,67% do total,
seguidos de outros transtornos ansiosos (17,9%).
Para
prevenir que isso ocorra, algumas posturas organizacionais ajudam a criar um
ambiente mais saudável e também mais produtivo:
- Combater
pressões desnecessárias, situações de assédio e humilhação
- Incentivar
a colaboração e socialização no trabalho
- Respeitar
horários de trabalho e descanso. O período de desconexão com o trabalho e
com as responsabilidades é essencial para a saúde mental
- Ter
pessoal qualificado para ouvir e ajudar funcionários em situações difíceis,
tanto profissionais, como pessoais
As recomendações para o
trabalhador são:
- Listar
as tarefas e estabelecer prioridades
- Delegar
mais, não centralizar as responsabilidades
- Conhecer
seus limites. Aprender a dizer “não” para evitar sobrecarga
- Não
extrapolar seus limites por períodos frequentes ou prolongados
- Se
fizer uma jornada mais longa, compensar dormindo e comendo bem
- Exercícios
de respiração para se acalmar: inspirar pelo nariz dilatando os músculos
do abdômen e expirar contraindo os músculos
“Além
disso, vale lembrar sempre das dicas de ouro para a carreira e para a vida, que
são seguir uma alimentação saudável e nutritiva, praticar exercícios físicos
três vezes por semana e diversificar interesses, o que envolve passatempos e
momentos de lazer com a família e amigos”, recomenda o dr. Salles.
O médico acrescenta que,
perante sinais de perturbação emocional, os trabalhadores das empresas da
construção contribuintes do Seconci-SP podem e devem procurar a entidade.
“Contamos com equipe de psiquiatras preparados para acolhê-los e oferecer a
melhor conduta terapêutica para cada caso”, finaliza.
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