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segunda-feira, 10 de agosto de 2020

COVID-19: a importância da reumatologia à frente da pandemia

 Pesquisas alertam a alta incidência de trombose em pessoas com o coronavírus, e a doutora Luiza Fuoco da Rocha, especialista e médica da Cobra Reumatologia, alerta para a importância do atendimento reumatológico e cuidados com prescrições


Especialistas holandeses e americanos já estão investigando o aumento de casos de trombose em pacientes graves acometidos pelo COVID-19. Não há uma explicação exata, pelo fato de a doença ser nova. Porém, para entrar no corpo humano, o vírus utiliza de receptores chamados ACE2, geralmente encontrados nos tecidos que revestem os vasos sanguíneos e a parte interna do coração, o que pode causar a coagulação do sangue.

Diante disso, Luiza Fuoco da Rocha, médica da Clínica de Reumatologia Prof. Dr. Castor Jordão Cobra – referência na área há mais de 75 anos, revela a importância de estudos e do atendimento reumatológico para os pacientes em estado grave. É necessário lembrar que o acompanhamento de um médico específico da área e a administração de anticoagulantes podem evitar futuras complicações, como exemplo a amputação de membros e até mesmo o óbito.

 

 A coagulopatia adquirida associada ao COVID-19 é comum e multifatorial. Apesar da maioria dos eventos serem venosos, como embolia pulmonar e trombose venosa profunda, eventos arteriais como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico também são descritos relacionados à infecção grave pelo COVID-19. - Luiza Fuoco da Rocha

 

Alguns estudos sobre a temática, como o do Hospital São Paulo, publicado na revista British Medical Journal, revelam uma produção muito maior de citocina nos pacientes com essa infecção viral, causando inflamações e impedindo a circulação de sangue e oxigênio nos pulmões, o que pode no mínimo contribuir com a sensação e falta de ar.

 

A evolução para formas graves se correlaciona à resposta imune não controlada, o que causa lesão e disfunção das células dos vasos sanguíneos e pulmonares, comprometendo a oxigenação do sangue seja pela formação de micro trombos intravascular, perda da regulação do calibre vascular, ou por redução das áreas ventiladas no pulmão. - Luiza Fuoco da Rocha

 

O que dificulta o processo todo da utilização de anticoagulantes é a necessidade de cautela na prescrição, uma vez que os pacientes não deixam de ter comorbidades quando adquirem coronavírus, sendo assim, é necessário avaliar os riscos e benefícios.

 



 Dra. Luiza Fuoco da Rocha  -  Reumatologista da Clínica Prof. Dr. Castor Jordão Cobra. Graduada em medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2005), Luiza Fuoco da Rocha tem especialização em Clínica Médica (UFRJ) e Reumatologia (USP). É doutora pela Faculdade de Medicina da USP, tendo defendido a tese: “Tradução e Validação do Questionário de Avaliação de Qualidade de Vida em Esclerose Sistêmica” (2013). Atualmente, Luiza compartilha uma rotina como médica em diversos locais de atendimento do serviço da Cobra Reumatologia e docente no Centro Universitário Lusíada.


Resultados de pesquisa com células-tronco no espaço surpreende cientistas

Estudo realizado pela Mayo Clinic demonstra grande avanço na produção de células para regeneração de tecidos e órgãos doentes

 

A pesquisa da Mayo Clinic está se estendendo ao cosmos para respostas de como superar barreiras na engenharia de células-tronco humanas. As células-tronco mesenquimais são células-tronco adultas com potencial de liberar a habilidade do corpo de curar tecidos e órgãos doentes. No entanto, crescer e cultivar células-tronco no laboratório é um processo lento e muitas vezes as células perdem a potência na transferência do corpo para o prato de cultura.

Nessa missão de melhorar a produção de células-tronco para terapias regenerativas, o Dr. Abba Zubair, Ph.D., líder no Centro de Medicina Regenerativa, fez com que células-tronco fossem levadas do laboratório de pesquisa da Mayo Clinic na Flórida para uma viagem interestelar até a Estação Espacial Internacional. A equipe de pesquisa dele procura entender se o cultivo de células-tronco em microgravidade poderia melhorar a função e acessibilidade. O estudo do Dr. Zubair, publicado no Nature Partner Journals Microgravity, descobriu que o crescimento de células-tronco em ausência de gravidade é seguro e viável para aplicações em doenças humanas.

 “Nesse estudo, nós estabelecemos a identidade, pureza, viabilidade e esterilidade no crescimento de células-tronco mesenquimais para aplicação em humanos na Estação Espacial Internacional em comparação com controles terrestres,” diz o Dr. Zubair, autor sênior no estudo. “O uso de frascos para a cultura bidimensional padrão de tecido na Terra é uma condição não natural para crescimento de células. Portanto, cultivar células-tronco a bordo da Estação Espacial Internacional em um ambiente com ausência de gravidade pode fornecer um meio tridimensional mais natural para a expansão de células-tronco e desenvolvimento de órgãos.”

A demanda por células-tronco tem crescido ao passo que a ciência regenerativa explora novas aplicações para a restauração da saúde. Médicos-cientistas estão investigando o uso de terapia de células-tronco para diversas condições, incluindo lesão da medula espinhal, diabetes, doença de Parkinson, doença de Alzheimer, doença cardíaca, queimaduras e até câncer.

 

A pesquisa

As células-tronco mesenquimais foram lançadas para a Estação Espacial Internacional em um dispositivo especial para transporte e cultura. Astronautas capturaram imagens das células a cada 24 a 48 horas e as colheram no sétimo e 14° dias. Quando as células retornaram à Terra, a equipe do Dr. Zubair as comparou com as células que cresceram em um laboratório na Flórida. A pesquisa constatou que as células que cresceram em um ambiente com ausência de gravidade no espaço tinham melhorado em função se comparadas com as que cresceram na Terra. E a microgravidade teve um efeito mais significativo no melhoramento da função celular do que teve na aceleração do processo de crescimento das células.

“Nós descobrimos que a ausência de gravidade teve um impacto significativo na capacidade da célula-tronco mesenquimal de secretar citocina e nos fatores de crescimento. Elas pareceram ser mais potentes em termos de capacidade imunossupressora se comparadas ao seu controle terrestre idêntico,” afirma o Dr. Zubair.

Uma preocupação sobre cultivar células em microgravidade é se poderia provocar o aparecimento de células cancerígenas. Significativamente, o teste cromossômico, de dano de DNA e de tumorigenicidade não mostraram evidência de transformação maligna de células cultivadas no espaço. Portanto, a equipe do Dr. Zubair conclui que é viável e seguro crescer células-tronco mesenquimais a bordo da Estação Espacial Internacional para potenciais aplicações clínicas futuras. Pesquisas adicionais serão necessárias para verificar as descobertas.



Como lidar com o luto e a falta de despedida

A morte de uma pessoa querida causa dores e sentimentos imensuráveis e cada pessoa lida de um jeito diferente com essa dor. Perder alguém com o diagnóstico de coronavírus (COVID-19) é ainda mais doloroso, pois não existem as etapas normalmente seguidas para preparação do luto. Com o isolamento social, suspensão de visitas aos pacientes internados, as perdas são ainda mais doloridas, já que o velório e sepultamento são bem restritos.

O luto é um processo complexo, e o período mais difícil é sempre o primeiro ano, pois as pessoas enlutadas podem sentir um misto de sentimentos que oscilam como tristeza, angústia, medo, abandono, entre outros. Além disso, o corpo pode ter manifestações físicas de doenças psicossomáticas, como problemas de estômago, alergias, inflamações e até câncer. Além disso, o choque da perda pode trazer emoções fortes que faz o processo de luto ser vivenciado como um trauma, onde a pessoa pode ter sintomas semelhantes a Transtorno de Estresse Pós Traumático, com níveis de ansiedade alto com manifestações físicas e psíquicas que traz a pessoa sensações de perigo e ameaça eminente como se o evento estivesse acabado de ocorrer.

É importante que a pessoa busque apoio da sua da família e amigos para poder apoiar-se emocionalmente para conseguir manter a rotina do cotidiano. O período de maior tristeza pode trazer emoções de maior dificuldade de seguir em frente, como uma paralisia emocional, onde a pessoa sente como se ‘tivesse morrido’ junto com a pessoa perdida.

No trabalho, a volta deve ser gradual e que concilie envolver-se com as atividades, mas também com espaço para cuidar das outras áreas da vida de maneira que o trabalho não sirva de válvula de escape e mascare ou retarde o processo de luto.

 

Perdas precoces

A cada morte por coronavírus, seis a dez pessoas são impactadas pela dor do luto. E a recuperação emocional depois da perda é delicada, pois a falta dos rituais de passagens, que são os velórios e enterros, muitos têm sofrem pela falta da despedida.

Como sabemos, o luto é um processo único e pessoal, esbarrar em situações dolorosas e aprender a lidar com elas é imprescindível para o amadurecimento emocional e psíquico. Em geral, experiências que implicam perda imediata causam sofrimento e frustração, mas resultam em ganho no desenvolvimento posterior.

 

A criança

Se a criança nota que lhe ocultam informações ou percebe desvalorização de seus sentimentos, essa experiência ficará gravada na memória e será acessada quando vivenciar novos processos de perda.

Na fase pré-operacional do desenvolvimento (vai dos 2 aos 6 anos), a criança acredita na realização de tudo que pensa ou quer e, se alguém próximo morrer, ela pode imaginar que o fato está relacionado com seu desejo ou pensamento de destruição e retaliação e, essa ideia pode ser fonte de culpa.

No início do processo de elaboração do luto, a criança pode manifestar desejo de se unir à pessoa morta, colocando-se muitas vezes em situações de risco.

Embora cause sofrimento, a morte de animais de estimação ajuda a criança a compreender os ciclos da vida e a superar frustrações com as quais terá que lidar durante toda sua existência.

 

Os pais

É importante que adultos próximos, como pais, avós e professores tenham cuidado na maneira de oferecer informações sobre a morte e sua irreversibilidade, pois as primeiras experiências costumam deixar marcas profundas.

As tentativas de ocultar o fato ou diminuir sua importância tendem a dificultar a compreensão, a comunicação é fundamental e requer uma maneira adequada de escutar a criança enlutada.

É necessário esclarecer a criança, que as pessoas mortas não voltarão e que todos um dia morrerão, inclusive ela própria, ainda que não se saiba quando e como. Explicar que a morte de alguém querido não significa que a criança ou as pessoas próximas desaparecerão ao mesmo tempo.

Deve-se convidar a criança a participar dos rituais e compartilhar sentimentos, pois poupá-la da vivência e sonegar informações pode causar insegurança e deflagrar comportamentos autodestrutivos.

Outra dica interessante é usar desenhos animados infantis que abordem temas como morte e adoecimento, como ferramenta terapêutica que podem auxiliar os pequenos a se expressar (algumas histórias despertam o sentimento de identificação com os personagens). Porém, é importante verificar se, nesses desenhos ou filmes, o luto é nomeado, se há elaboração da separação, se os personagens têm apoio ou enfrentam a dor sozinhos. Os livros também costumam ser bons coadjuvantes nesse processo, mas não substituem o contato pessoal.

Nos casos em que a família se vê impotente para lidar com a questão da morte e do luto, a psicoterapia (incluindo atividade lúdica), destaca-se como forma de cuidado, pois a comunicação das crianças pequenas não se restringe à forma oral.

 



Dr. Leonard F. Verea - médico, formado pela Faculdade de Medicina e Cirurgia de Milão, Itália. Especialista em psiquiatria e Medicina Psicossomática e Hipnose Clínica. É fundador do Instituto Verea e atua também como médico do trabalho e médico do Trafego.


Não é religião: é inteligência espiritual!

 

Andreza Carício, autora best-seller de Todo Santo Dia, chama a atenção para a evolução espiritual em negócios e carreira


A inteligência espiritual é uma terceira inteligência que coloca nossas atitudes em um contexto mais amplo de sentido e valor. É uma inteligência que nos impulsiona, pois está ligada à necessidade humana de ter propósito de vida.

Segundo a especialista em autoconhecimento e palestrante Andreza Carício, estudiosos dizem que estamos em uma era em que o ponto de fé no cérebro está cada vez mais desenvolvido. Trata-se de uma área nos lobos temporais, que nos faz buscar significado e valores para nossas vidas. Quanto mais desenvolvemos essa área do cérebro, mais tomamos decisões pautadas em valores e propósito.

A espiritualidade pode trazer muitos benefícios para o âmbito profissional, isso porque ela desenvolve a humanidade nas pessoas, a sensibilidade, empatia, generosidade, expressividade, entre outras qualidades. Outro ponto importante, é que durante uma adversidade que cause um momento de irritabilidade, a inteligência espiritual irá proporcionar artifícios para que o equilíbrio emocional se restabeleça rapidamente.

 

Quando falamos em inteligência espiritual são inúmeras as vantagens em exercitar esse campo do cérebro. Uma vez que ela proporciona uma saúde mental voltada ao bem-estar, para a vida profissional é extremamente importante. Parafraseando o argentino Andreas Ubierna, não temos como ser melhor profissional do que somos como pessoas. Nosso caráter, equilíbrio e autocontrole não se separa de nós em nenhum momento da vida. – Andreza Carício

 

Principalmente para um líder, a palestrante mostra que as atitudes profissionais devem ser pautadas em exemplos, na forma como se comportam e agem. Se o que a liderança pede ela não faz, o discurso fica embasado na hipocrisia, a ética fica para trás e os colaboradores não refletem o compliance adequado para a empresa em relação aos seus colegas e seus clientes. Com a falta de alguém para se espelhar positivamente, a empresa fica sem fundamento e o propósito foca em ter pessoas que pagam e não parceiros de longas datas.

Em anos de estudos, laboratórios e pesquisas, Andreza Carício eleva a importância de descobrir e exercitar a inteligência espiritual e, assim, aplica-la no trabalho para as pessoas colherem os frutos. Toda a equipe será estruturada no respeito ao próximo e ao ambiente, na comunicação saudável entre os colaboradores, nos valores e, principalmente, nos conceitos, visão e missão da empresa.

 



Andreza Carício - autora de Todo Santo Dia (Literare book), palestrante, tabeliã e CEO da marca Todo Santo Dia.



Biomédico explica como proteger as crianças do coronavírus com a volta às aulas

 

Mesmo com pandemia a todo vapor, diversos estados estudam medidas para a retomada do calendário letivo

 

O Brasil tem quase 2,5 milhões de infectados segundo as últimas atualizações do Ministério da Saúde. Apesar disso, alguns estados reabriram o comércio e estudam a volta às aulas nas redes públicas e privadas — com início ainda no segundo semestre deste ano. A discussão gera apreensão entre os pais, que temem que os filhos possam ser trazer o vírus da escola para casa. 

Devido a fatores como idade e entendimento quanto a dimensão da pandemia, as crianças podem apresentar maiores dificuldades para se adequar as novas regras de higiene e convívio, explica o biomédico Gabriel Magalhães. Porém, segundo o especialista, a melhor forma de instruir os pequenos é de forma simples e direta.

A comunicação deve ser baseada em como se proteger da doença, por isso, ressaltar o número de mortos, por exemplo, pode gerar pânico na criança. “Os pais podem informar que é um vírus que se propaga pelo ar, como tantas outras doenças que já são comuns ao cotidiano deles. Porém, essa precisa de alguns cuidados a mais, como o uso de máscara e álcool em gel”, elucida Gabriel.

Os pais precisam ressaltar a importância do uso da máscara durante toda a permanência no ambiente escolar, tirando-a apenas se precisar comer ou beber água, porém sempre distante dos colegas. Mascaras lúdicas, com desenhos ou personagens que a criança goste, ajudam a não haver resistência para usá-las, recomenda o biomédico.

 Outro ponto é quanto a cumprimentar os colegas. As crianças devem estar cientes de que não é permitido abraçar, beijar ou tocar os amigos da escola. “Os pais devem ainda orientar as crianças quanto a higiene respiratória. Dessa forma, ensine-as a cobrir a boca com a dobra do cotovelo ao tossir ou espirrar ou ainda com o lenço de papel, que deve ser descartado na lixeira mais próxima”, orienta.

Para ensinar as crianças a manter o distanciamento correto, os pais podem pedir para que ela estenda o braço e explicar que aquele é o espaço de segurança entre ele e o amigo. “Assim, sempre que interagir, a criança vai assimilar que o espaço de distanciamento é de um braço. Isso traduz de forma lúdica as unidades de medidas que estamos cansados de ouvir e que podem ser confusas para eles”, explica.

 

Higiene

Lavar as mãos é uma das medidas mais eficazes para a prevenção da Covid-19. Por isso, crianças precisam entender tanto a importância quanto a forma certa de higienização. “Os pais podem orientar que é preciso cantar parabéns duas vezes ao lavar as mãos, o que os ajuda a assimilar o tempo. Da mesma forma os movimentos, orientando-os a lavar os pulsos, o espaço entre os dedos e também as palmas das mãos”, orienta.

Outra forma divertida é mostrando a limpeza eficiente com o auxílio de uma tinta guache. A criança suja as mãos com a tinta e deve lavá-las de olhos vendados, da forma que o responsável ensinou previamente. Segundo o biomédico, desta forma, o ensino vira uma brincadeira, na qual o objetivo é deixar as mãos limpas mesmo sem conseguir vê-las.

Outro ponto é quanto a chegada em casa. Tirar os sapatos, lavar as mãos e tomar banho devem ser prioridade ao chegar no conforto do lar. “A criança deve fazer dessas medidas, um hábito”, diz Gabriel Magalhães.

 

Saber comunicar

Outro ponto é ensinar a criança a comunicar possíveis sintomas, tais quais febre, tosse e dificuldade para respirar. “É importante também, educar as crianças quanto a empatia. Saber consolar alguém que está doente mesmo de longe, por meio de ligações, por exemplo. Isso pode diminuir o sentimento de angústia que muitos vêm sentindo”, argumenta.

 

5 mitos e verdades sobre o uso de cosméticos na pandemia

Em tempos de isolamento social, a falta de cuidados extras com a pele tornou-se cada vez mais frequente na rotina de milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, é essencial manter a nutrição e a hidratação da pele mesmo durante este período. Essa atenção especial garante a proteção da barreira natural, mantendo a saúde e evitando rachaduras e ressecamentos, normalmente causados pelo uso excessivo do álcool gel e sabonetes. Por isso que a especialista em proteção solar e cuidados da pele, Juliana Flor, desvenda os mitos e verdades que devemos ter com a nossa pele mesmo dentro de casa.

• Não vou sair de casa, então não preciso de um produto para proteger a pele

Mito - Engana-se quem acredita que o uso de um produto para proteção da pele deve ser feito somente quando estamos expostos à luz do sol. Em tempos de isolamento social, em que as pessoas passam mais tempo em frente às telas de computador, televisão ou mesmo celular, a luz azul emitida pelos aparelhos eletrônicos prejudica a pele e pode aumentar o risco de desenvolver manchas e acelerar o envelhecimento. Por isso, é essencial investir em soluções que protegem a pele dos danos causados pela luz azul e que contenham vitaminas e aminoácidos para nutrir, preservar e hidratar ao mesmo tempo.

• O uso de cosméticos com vitaminas é fundamental para manter a saúde da pele

Verdade - Sendo a pele o principal sistema de defesa do organismo, temos que sempre mantê-la saudável e bem nutrida. As vitaminas possuem papel fundamental neste processo pois são capazes de fortalecer a barreira da pele contra agressores externos, como a poluição, o clima ou mesmo os raios UV ou luz azul, proporcionando uma aparência mais saudável. Vale lembrar que um sistema imunológico forte pode ajudar na proteção contra bactérias causadoras de problemas dermatológicos.

• É impossível ter pele bronzeada no inverno e em pleno isolamento social

Mito - Todos nós amamos o bronze que o sol deixa na pele e, em tempos de pandemia, essa tarefa ficou quase impossível. Mas, podemos, sim, juntar o útil ao agradável. Algumas soluções já existentes no mercado prometem bronzear e ajudar a fortalecer as defesas da pele, proporcionando um bronzeamento natural o ano todo, pois interage com a pele de dentro para fora, revelando um tom mais natural e saudável.

• Álcool em gel versus mão ressacada

Verdade - O uso frequente - e necessário - do álcool em gel contribui com a desidratação da pele, causando rachaduras e ressecamentos. Por este motivo, é essencial investir em soluções que proporcionem hidratação instantânea e duradoura, que aumentam a capacidade de retenção de umidade e que reproduzem o processo de hidratação natural da pele para evitar possíveis complicações.

• Maquiagem todos os dias ajuda a manter a pele limpa e hidratada

Mito - Algumas mulheres, mesmo no isolamento, permanecem com o hábito de utilizarem maquiagem todos os dias. Porém, essa prática pode provocar acnes, aumentar a oleosidade ou mesmo o ressecamento da pele do rosto. Se possível, deixe-a respirar, lave-a duas vezes ao dia - manhã e noite - e aproveite para protegê-la com vitaminas e ativos que tratam a pele. Mas, caso seja imprescindível o uso da maquiagem, lembre-se de lavar bem as áreas que receberam os produtos com soluções adequadas para cada tipo de pele indicados sempre por um dermatologista.

 


Juliana Flor - gerente técnica regional do negócio de Cuidados Pessoais da DSM América Latina. Graduada em Química, Mestre em Materiais Luminescentes e Doutoranda em Proteção Solar pela Universidade Estadual Paulista ‘Júlio de Mesquita Filho’ (UNESP).

 

Royal DSM

 www.dsm.com/latam.


Especialista dá dicas de como ajudar seus colaboradores na volta ao trabalho

Com o sentimento de incerteza, pânico e estresse em relação ao trabalho, fica complicado manter a mente sã e equilibrada diante de tantas informações negativas que a mídia entrega para nossa sociedade. Essa enxurrada vem impactando a saúde de todo mundo e com a reabertura da economia novos cuidados deverão que ser tomados na volta ao trabalho.

Pensando em como ajudar os gestores a lidarem melhor com esse novo normal e cuidarem dos seus colaboradores na volta a sede da empresa, o Diogo Lara, fundador do Cíngulo, app de terapia guiada, e médico psiquiatra, PhD em neurociências, psicoterapeuta e ex-Professor titular e pesquisador da PUCRS, listou algumas dicas para nortear:


- Crie ações diferentes: Com a volta de todos a sede da empresa, é comum que os colaboradores se mantenham distantes e se sintam um pouco deslocados. Mesmo com todos os cuidados de saúde para prevenção do contágio, crie, inicialmente, atividades para que cada colaborador possa interagir, descontrair e se reaproximarem de alguma forma. Como por exemplo um café de volta ao trabalho, almoço coletivo, massagem, kit de boas-vindas, entre outras iniciativas para que sua equipe se sinta bem recepcionada.


- Fique próximo da sua equipe: Alguns meses atrás tivemos que nos adaptar ao home office. Agora, com a volta a empresa junto com alguns cuidados necessários para continuar achatando a curva de contágio, é muito comum e normal que a produtividade caia. Ainda estaremos vivendo momentos de incertezas, medos e dúvidas, por esse motivo, estar próximo do seu colaborador será essencial. Até mesmo para você enxergar como está sua saúde mental e poder ajudar caso seja preciso.


- Continue motivando-os: Cada membro da equipe se adapta de forma diferente e gradativamente, os aspectos externos podem até impactar na produtividade. Por isso, os gestores precisam encontrar as melhores práticas para manter uma comunicação amigável e que possa motivar. Reveja metas e entenda o momento de cada colaborador para evitar pressões desnecessárias que poderão prejudicar mais do que ajudar, incentive cada membro da sua equipe.



Estudo global identifica que 63% dos consumidores irão olhar o comportamento de uma empresa durante a Covid-19 antes de comprar seu produto

 Pesquisa que avalia o comportamento do consumidor pós-covid-19 - realizada pela FleishmanHillard em sete países - revela que:


• 72% afirmam que discriminação, igualdade e racismo é a questão mais importante; 


• 91% dizem que é importante as empresas mostrarem que estão comprometidas em fazer a coisa certa; 


• 60% consideram que a vacina contra o vírus vai marcar o fim da ameaça Covid-19; 


• 83% sentem incerteza sobre quando será seguro estar em espaços públicos.

 

Em meio a tantas transformações, 80% dos consumidores revelaram que a pandemia mudou a forma como veem o mundo. O que ele compra e a forma como ele vê as marcas também está diferente: 63% deles irão olhar o comportamento de uma empresa durante a Covid-19 antes de comprar seu produto e 62% dizem que os produtos e serviços que antes pensavam que eram importantes não são mais.

Essas constatações fazem parte do estudo "Covid-19 Mindset: A colisão de questões - Segunda Onda", produzido pela FleishmanHillard, por meio de sua área de pesquisa True Global Intelligence. O levantamento foi realizado em sete países (Estados Unidos, Reino Unido, China, Coreia do Sul, Itália, Alemanha e Canadá), entre 8 e 19 de junho.

"As marcas mais do que nunca precisam ser autênticas e vivenciarem os seus valores. Mostrar comprometimento em fazer o certo com compaixão, colocando as pessoas em primeiro lugar e demonstrando paciência e empatia enquanto os consumidores procuram recuperar seu próprio senso de controle, deverá ser o caminho a ser seguido pelas marcas que quiserem conquistar os consumidores", explica Alessandro Martineli, diretor geral da FleishmanHillard Brasil.

Consumidores e funcionários vão exigir que os líderes da empresa usem a pandemia para repensar mais do que apenas expectativas financeiras e desafios imediatos, será necessário haver uma nova conversa, baseada em valores. Nesse sentido: responsabilidade compartilhada (58%), sacrifício compartilhado (58%) e valores compartilhados (46%) deverão ser as diretrizes para as empresas se posicionarem e resolver questões sociais.

O estudo também avaliou o sentimento das pessoas em relação ao cenário atual. O medo de que as restrições sejam reduzidas muito rapidamente e possam causar um aumento na taxa de infecção está presente em 71% dos participantes. Além disso, 56% veem as pessoas ao seu redor como mais perigosas do que antes (dado versus a primeira pesquisa realizada em abril 26%).

A expectativa de quando tudo voltará é de 50% dos entrevistados, em comparação ao mesmo estudo realizado em abril, o número dobrou. O tempo em que a vida levará a ser normalizada aumentou para 7 meses e meio, contra 4 meses e meio do primeiro levantamento.

Quando questionados sobre as expectativas de melhora, piora ou permanecer igual de oito diferentes situações como saúde, emprego e relacionamento, apenas 23% dos entrevistados acreditam que sua qualidade de vida geral será melhor nos próximos seis meses. Relacionamento com família e a amigos é o item com maior otimismo de melhora entre os entrevistados, com 29%. Situação financeira é o ponto em que os consumidores estão mais pessimistas, 34% acreditarem em uma piora.

"É interessante observar que o estudo foi realizado em sua grande parte em países em que as restrições estão mais brandas e os casos de certa forma controlados, e mesmo assim, as pessoas não se sentem seguras e nem estão otimistas em retomar rotinas como tínhamos antes", diz Alessandro.

O estudo completo pode ser baixado por este link http://bit.ly/33Js1Er

Dia do Advogado: a profissão em tempos de coronavírus

Celebrado anualmente em 11 de agosto, o Dia do Advogado em 2020 poderá trazer novas reflexões e ter um significado distinto para muitos profissionais, que, como tantos trabalhadores, precisaram se adaptar à nova realidade.

A prática da advocacia requer estudo, persistência e, principalmente, muita dedicação. Estar na linha de frente da justiça não é uma tarefa fácil, todavia, é admirável a forma como muitos profissionais têm atuado em momentos difíceis, como agora, durante a pandemia da Covid-19.

No decorrer da história, o papel do advogado mostrou-se fundamental na luta pela construção da sociedade civil e, concomitante, pelos direitos dos cidadãos. No cenário atual, isso não é diferente: é preciso destacar o árduo trabalho no sentido de adequação às tantas mudanças ocorridas.

Honorários reduzidos; suspensão de prazos processuais, audiências e entregas de carteira da OAB; limitação no contato com clientes e no acesso a documentos essenciais; aumento no número de ações e processos - principalmente na área trabalhista - e discussões sobre a vigência de legislações são alguns exemplos.

A crise causada pelo coronavírus demandou – e ainda demanda – uma remodelação das relações e formatos de trabalho no meio jurídico. A classe tem mostrado o seu valor para a sociedade em diversas áreas, como no Direito Constitucional, com foco no direito à saúde, à informação e à dignidade humana; no Direito do Consumidor, em relação a cancelamentos de viagens e shows, por exemplo; e no Direito Trabalhista, provavelmente o mais movimentado, devido às novas leis e demissões.

Ninguém sabe exatamente quando a situação voltará à normalidade, no entanto, para a advocacia, e acredito que para muitas outras áreas também, essa situação atípica tem deixado algo bem marcado: a inevitabilidade do “escritório digital”. O que antes era uma alternativa ou um estilo de vida, agora é uma necessidade.

Para finalizar, desejo os parabéns a todos os advogados que, diante dos inúmeros desafios colocados a cada dia, permanecem norteados pelo senso de justiça, direito e cidadania. Seu papel é fundamental na efetivação de direitos em tempos como o de agora.

 



Márcia Glomb - advogada especialista em Direito do Trabalho e atua no Glomb & Advogados Associados.

 

Especialista fala sobre Compra de Imóvel com a menor Selic da História: a Hora é Agora!

O Copom- Comitê de Política Monetária do Banco Central acaba de anunciar mais uma redução histórica na taxa básica de juros que caiu de 2,25% para 2%, com intuito de permitir a recuperação sustentável da economia brasileira. Este menor patamar da Selic oferece efeitos benéficos para as operações de crédito e investimentos que refletem no mercado imobiliário, que por sua vez, aponta melhora nas vendas e desperta otimismo entre empresários, analistas, investidores e especialistas. 

 

 

 Oportunidade na crise

 

A explicação para a melhoria dos negócios é que a taxa de juro média do financiamento imobiliário no Brasil também se encontra com menor patamar da história, de acordo com dados do Banco Central. Em maio de 2020 ela chegou a 7,16% ao ano, diferentemente do começo de 2019 que apresentava 8,31%, e de 2017, que era 10,90% . O setor estima que a redução de cada ponto percentual nos juros represente um desconto de 8% na parcela do financiamento imobiliário, o que significa dizer que passa a caber cada vez mais no bolso dos compradores.  E que, diferentemente, do que se espera, a melhor época para comprar um imóvel é agora!   

Segundo a especialista em Mercado Imobiliário Yslanda Barros, quem quer investir em um imóvel este é o melhor momento, já que a taxa de juros teve essa queda histórica. Ela reforça que em nenhum momento houve desistência em locação ou aquisição de imóveis, apenas adiamento  planejamento, mas já se percebe uma retomada para aproveitar essa oportunidade . Em um cenário pós-pandemia, Yslanda acredita que a situação vai melhorar ainda mais e lembra que outras crises já foram superadas pelo setor. O mercado imobiliário, um dos mais robustos do país, representa 5% do Produto Interno Bruto nacional.  

Dados do desempenho do Crédito Imobiliário em 2019, divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), já indicavam alta nos financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo . 

  

 

 

Yslanda Barros - Consultora de negócios e marketing, especialista em mercado imobiliário. Yslanda atuou em uma das maiores construtoras de capital fechado do país, a Plaenge. É sócia e diretora da Ética Soluções Imobiliárias, reconhecida por oferecer Assessoria Imobiliária Completa. Profissionalismo, dedicação e exclusividade são os três pilares alicerçados pela equipe, com capacidade de interpretar com clareza os objetivos e expectativas

  

Recusa a deixar home office e retornar ao trabalho presencial pode render demissão

Saiba os direitos e deveres de empresas e funcionários

 

A flexibilização das medidas de isolamento social no país está provocando a reabertura de empresas, escritórios, bares, restaurantes, hotéis, entre outros, em conformidade com as determinações sanitárias das autoridades de cada município ou Estado. De acordo com especialistas, é necessário que trabalhadores e empregadores se atentem aos seus direitos e deveres no momento de retomada do trabalho presencial e do encerramento do trabalho remoto. Se por um lado o funcionário é obrigado a retornar ao ambiente de trabalho sob pena de demissão por justa causa caso haja recusa, também é o seu direito questionar a mudança na Justiça.

A empresa, segundo a legislação em vigor, pode unilateralmente retirar o empregado do teletrabalho e determinar seu retorno ao trabalho presencial, afirma o doutor em Direito do Trabalho e professor Eduardo Pragmácio Filho, sócio do Furtado Pragmácio Advogados. "Por outro lado, a empresa deve observar as normas de saúde e segurança do trabalho e todos os protocolos sanitários exigidos pela Portaria Conjunta nº 20/2018 do Ministério da Saúde e da Secretaria e Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, que prevê uma série de medidas preventivas e de combate o Covid-19. Dentre elas, a criação e registro de um plano de retomada, a ostensiva informação e treinamento aos trabalhadores, a observância do distanciamento mínimo entre pessoas, ventilação e limpeza dos ambientes, a promoção de higiene das mãos e da etiqueta respiratória, entrega de máscaras e de outros equipamentos, etc".

Com o retorno ao ambiente da empresa, são retomados direitos como o vale-transporte ou meio de locomoção fornecido pelo empregador, entre outros benefícios concedidos antes da pandemia. É possível ainda que haja acréscimo na remuneração já que os empregados, em regime de home office, não estavam sujeitos ao controle de jornada e não tinham direito a verbas decorrentes de horas extras e adicional noturno.

“O que foi acordado anteriormente quanto à entrada no home office pelo trabalhador e o empregador será extinto e são retomadas as condições normais de trabalho anteriormente pactuadas, devendo se levar em consideração as recomendações do Ministério da Saúde”, observa Ruslan Stuchi, advogado trabalhista e sócio do escritório Stuchi Advogados.

professor de pós-graduação da PUC-SP e doutor em Direito do Trabalho, Ricardo Pereira de Freitas Guimarães, salienta que o direito de maior importância neste momento de retomada diz respeito ao ambiente sadio em relação a todas as medidas possíveis e necessárias de proteção a esses empregados. E a empresa que não seguir todas as recomendações poderá ser penalizada. "O dever principal é seguir as regras de saúde e segurança impostos pelo empregador e pelo Estado. Importante destacar decisão recente do STF que reconhece a possibilidade  de eventual responsabilidade do empregador no caso de contágio do coronavírus de seu funcionário. Assim, todos os protocolos de seguranças vigentes em razão da pandemia mais os já inseridos nas normas regulamentadoras e na CLT devem ser seguidos obrigatoriamente", orienta.


Grupo de risco

Atualmente, não há norma legal que obrigue a empresa a manter o funcionário em regime de trabalho remoto durante a crise sanitária. Entretanto, a recusa do empregado a voltar a trabalhar de forma presencial, principalmente daqueles do chamado grupo de rico - pessoas acima de 60 anos e portadores de doenças crônicas -  deve ser bem justificada, com parâmetros médicos. O simples fato de ter receio de contaminação no transporte público ou na empresa, segundo os especialistas não é motivo para a recusa ao trabalho. A empresa, por outro lado, deve deixar sempre registrado que informou trabalhadores dos riscos a que eles estão submetidos e que tomou todas as medidas preventivas para evitar a doença.

“Se o trabalhador se recusar a retornar ao trabalho sem estar no grupo de risco ou ter o nexo causal de que a empresa não atende às condições de segurança, pode ser demitido sem justa causa, com base no artigo 483 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Porém, recomenda-se que o empregador tenha um certo ‘jogo de cintura’ para lidar com esta situação, pois muitas pessoas estão com medo de contrair o vírus e até mesmo passar para os seus familiares”, lembra Bianca Canzi, advogada especialista em Direito do Trabalho do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados.

Freitas Guimarães destaca que apenas aqueles empregados que possuam uma razão fundamentada para a recusa do retorno poderão continuar em casa."Apenas como exemplo, aqueles que pertençam a eventual grupo de risco por comorbidades ou idade, essa recusa se bem documentada pode ser de maior importância que o poder de comando do empregador. Caso contrário pode ocorrer a dispensa em caso de recusa. Na verdade, é um direito do empregador, tendo em vista que nosso sistema jurídico assim admite. Havendo necessidade de retorno e o empregado se recusando sem uma razão justa e documentada, a empresa poderá convocá-lo e na hipótese de não retorno, poderá até configurar oportunamente justa causa por abandono de emprego", explica o professor.

Para o professor Eduardo Pragmácio Filho, o retorno dos funcionários do grupo de risco é uma questão polêmica e que envolve um debate bioético. "No Brasil não existe uma norma expressa e direta que trate do assunto. O dilema é o seguinte: quem vai arcar com os custos da inatividade do trabalhador em grupo de risco? Em princípio, o trabalhador somente poderia pedir uma despedida indireta, com base na exposição ao risco considerável à sua saúde, mas isso implicaria o término do contrato de trabalho. Por outro lado, com base na aplicação dos direitos fundamentais nas relações de trabalho, é possível argumentar um certo direito ao teletrabalho aos empregados do grupo de risco, fazendo com que deixe de ser uma prerrogativa oriunda do poder diretivo do patrão, escolher ou não a forma de se empreender o trabalho, passando a ser um autêntico direito fundamental inespecífico do trabalhador que está no grupo de risco, uma vez que, no caso concreto, o direito à saúde do empregado prevalece sobre a livre iniciativa do empregador. Isso, no entanto, demandaria o ajuizamento de uma ação judicial ou a negociação de uma norma coletiva a respeito, fato que seria inédito no Brasil", fundamenta. 

E Pragmácio Filho ressalta que a despedida de um empregado do grupo de risco pode ser entendida com uma despedida discriminatória. "Nesse caso a empresa deve ter cuidado redobrado, pois a dispensa de empregados no grupo de risco pode ser passível de reintegração ao emprego e de pagamento de indenização. A melhor solução, ao meu ver, seria negociar uma cláusula em acordo ou convenção coletiva, prevendo licenças ou diminuição de carga horária ou flexibilização de jornada", alerta.

Também tem sido o entendimento da Justiça de que as empresas, além de seguir as normas de segurança de trabalho vigentes antes da crise sanitária, devem atuar para prevenir o contágio dos seus funcionários por Covid-19. "Neste caso da pandemia, se necessário o trabalho presencial, as empresas deverão fornecer os equipamentos necessários à proteção do empregado, de acordo com as atividades desenvolvidas, assim como a disponibilização de álcool em gel, o distanciamento mínimo de terminais de trabalho e a fiscalização do uso da mascará", destaca Ruslan Stuchi.


Insegurança jurídica

A possibilidade de trabalhadores ingressarem na Justiça para questionar o fim do home office está inserida em um contexto onde já há uma tendência no aumento do número de ações trabalhistas por conta da crise sanitária. Conforme levantamento do Termômetro Covid-19 na Justiça do Trabalho, realizado pelo site Consultor Jurídico, em conjunto com a empresa Datalawyer e a instituição de ensino Finted, o número de ações relacionadas à pandemia da Covid-19 (coronavírus) já havia crescido 522% entre março e abril. Além disso, valores relacionados a verbas rescisórias durante a crise sanitária haviam alcançado a cifra de R$ 1 bilhão no período.

advogado e professor Fernando de Almeida Prado, sócio do escritório BFAP Advogados, avalia que a pandemia tem resultado em maior judicialização das relações de trabalho. “Aumenta a litigiosidade dos ex-empregados e sindicatos. Temos visto um grande aumento de ações coletivas e individuais. As ações coletivas, ajuizadas por sindicatos ou pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), buscam condenar as empresas em obrigações de fazer consistentes em medidas de segurança. Nas ações individuais, cobram-se verbas pontuais não pagas, como as verbas rescisórias”, detalha.

O fato de a Medida Provisória (MP) 927 ter perdido a validade em julho, após não ter sido analisada pelo Congresso Nacional, pode ainda incentivar o aumento da insegurança jurídica. A medida havia sido editada pelo governo em março para determinar que as empresas poderiam instituir o home office de forma unilateral, sem a necessidade de acordos individuais ou da autorização dos sindicatos, e que o trabalho remoto também ficaria dispensado do controle de jornada.

O advogado Ruslan Stuchi explica que os atos praticados pelas empresas durante a vigência da MP são válidos, embora o teletrabalho tenha voltado a depender da autorização do trabalhador ou de entidade sindical, assim como o controle da jornada. “O texto foi uma reação do governo frente à pandemia, visando facilitar a manutenção dos postos de trabalho. Tendo assim a MP 927 perdido a sua validade, as regras nela contida estão revogadas e, consequentemente, voltam a produzir os efeitos das previsões da CLT a partir de 20 de julho de 2020”, relata.

Para os professores Freitas Guimarães e Pragmácio Filho, todos os atos consumados entre empregados e empregadores na vigência da MP 927 são válidos e não sofrem prejuízo da caducidade da Medida Provisória.

"O fato de o trabalhador estar em teletrabalho, mesmo com a caducidade da MP 927, não traz maiores preocupações quanto a passivos trabalhistas. A empresa, no entanto, deve ficar atenta a alguns pontos que podem gerar passivos ao longo do tempo, como é o caso de um eventual pedido de reembolso de despesas pela infraestrutura e funcionalidade (água, luz, telefone, internet, computador, energia etc.), ou em eventual adoecimento do trabalhador ocasionado pela inobservância das regras ergonômicas, sobretudo quanto ao mobiliário utilizado. Por fim, apesar de, inicialmente, o teletrabalhador não estar submetido ao regime de duração do trabalho, ou seja, não tem controle de jornada e portanto não tem horas extras, mesmo assim a empresa deve se certificar se não existe mesmo esse controle, ainda que indireto, para não gerar passivo de jornada extraordinária", esclarece Pragmácio Filho.



37% dos desempregados afirmam que perderam seu trabalho devido ao isolamento social

Estudo da Demanda Pesquisa e Desenvolvimento de Marketing ainda aponta que a experiência do home office agradou, mas a preferência para o futuro é por um híbrido entre dias de escritório e dias em casa


A Demanda Pesquisa e Desenvolvimento de Marketing realizou em julho sua terceira edição da pesquisa Coronavírus e seu Impacto no Brasil. Esse levantamento foi realizado por meio de questionários online, entre os dias 16 e 21/07, e obteve 1.090 respostas, de todas as regiões do Brasil. Um dos focos desta terceira onda era abordar o sentimento geral da população em relação ao mercado de trabalho.

Atualmente 37% de quem está desempregado afirma que perdeu seu posto em razão da pandemia. Destes, um terço (34%) diz que o foco agora não é arrumar logo outra posição. O gerente de projetos da Demanda e coordenador do estudo, Ricardo Lopes, conjectura a esse respeito: “Pode ser que as pessoas já estejam atinando que os novos tempos vão exigir novas habilidades, novos conhecimentos e comportamentos. Nesse contexto, é primordial se qualificar num primeiro momento, para então sair à procura de um novo lugar”.

Entre aqueles que permanecem empregados, nada menos do que 49% continuam trabalhando exclusivamente de casa, no chamado home office, outros 16% alternam dias em casa e dias no escritório e somente 9% já retomaram integralmente sua rotina fora do lar. “Na medida em que provaram e gostaram, tanto empresas como trabalhadores não têm motivo de apressar o retorno”, conclui Ricardo.

E os dados corroboram: somente 26% de quem permanece trabalhando em casa afirma não estar satisfeito com esta condição. São pessoas que dizem sentir falta da presença física de clientes, colegas, etc. Ou, ainda, sentem que estão trabalhando mais e rendendo menos, por conta das dispersões domésticas e da falta de estrutura adequada. Todos os outros – os mais de 70% satisfeitos – mencionam como justificativa para sua satisfação a economia de tempo sem os temíveis deslocamentos de ida e volta do trabalho e também a economia de dinheiro (transporte, combustível, alimentação).

“Os próprios entrevistados parecem ter a solução para acomodar bem todas as aspirações: havia na pesquisa uma pergunta sobre qual modelo de trabalho gostariam de adotar após o fim da pandemia, e então 65% disseram que o ideal seria uma mescla entre dias no escritório e dias em casa”, destaca Silvio Pires de Paula, fundador e presidente da Demanda Pesquisa e Desenvolvimento de Marketing.


Quase metade acredita que sua vida mudou para pior do início da pandemia até agora

O sentimento geral das pessoas com o momento da pandemia é de desânimo. Cerca de 3 em cada 4 (73%) se diz desanimado atualmente. Ao serem perguntados sobre o que mudou para pior ou para melhor do início da pandemia para cá, metade deles (49%) afirma que a vida mudou para pior no que diz respeito à vivência social e às oportunidades de lazer. Outros 37% sentiram piora no estado psicológico, em seu equilíbrio emocional. Em outro sentido, 41% observaram que melhorou seu engajamento em ações solidárias e 53% estão se relacionando melhor com suas famílias.

Muitos brasileiros fazem planos para quando a pandemia acabar e somam 70% os que pretendem viajar assim que possível. Outros planos muito presentes são rever familiares ou amigos (58% dos entrevistados) e retomar ou iniciar a prática de algum esporte (42%). Enquanto isso tudo não é possível, boa parte deles admite ter incorporado ou intensificado alguns maus hábitos. A ingestão de chocolates ou doces em geral brotou ou cresceu em nada menos do que 38% do público pesquisado. E o hábito de beber álcool agravou-se ou incorporou-se à rotina de 20% dos internautas brasileiros participantes da pesquisa.

 

 



Gabriela Prado - Diretora Executiva da Demanda, é pesquisadora com mestrado em Infraestrutura Sustentável pelo Royal Institute of Technology (Kungl Tekniska Högskolan), Stockholm, Suécia e doutorado em Política e Administração de Recursos Minerais pelo IG-UNICAMP. Tem 20 anos de experiência em pesquisa de mercado e atuado na empresa desde 2007. Liderada estudos qualitativos e quantitativos no Brasil e LatAm,

 

Silvio Pires de Paula - fundou, em 1967, a empresa da qual hoje é Presidente.  Sob sua responsabilidade direta, a Demanda já desenvolveu mais de 6.400 projetos completos de pesquisa de mercado e opinião pública tanto no Brasil como em 20 outros países. Ele é Graduado e pós-graduado em Administração de Empresas pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, e ocupou cargos de Presidente ou Vice-Presidente de instituições como ABIPEME, ABEP, CFA e, atualmente, é Vice-Presidente do CRA-SP.

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