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segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Biomédico explica como proteger as crianças do coronavírus com a volta às aulas

 

Mesmo com pandemia a todo vapor, diversos estados estudam medidas para a retomada do calendário letivo

 

O Brasil tem quase 2,5 milhões de infectados segundo as últimas atualizações do Ministério da Saúde. Apesar disso, alguns estados reabriram o comércio e estudam a volta às aulas nas redes públicas e privadas — com início ainda no segundo semestre deste ano. A discussão gera apreensão entre os pais, que temem que os filhos possam ser trazer o vírus da escola para casa. 

Devido a fatores como idade e entendimento quanto a dimensão da pandemia, as crianças podem apresentar maiores dificuldades para se adequar as novas regras de higiene e convívio, explica o biomédico Gabriel Magalhães. Porém, segundo o especialista, a melhor forma de instruir os pequenos é de forma simples e direta.

A comunicação deve ser baseada em como se proteger da doença, por isso, ressaltar o número de mortos, por exemplo, pode gerar pânico na criança. “Os pais podem informar que é um vírus que se propaga pelo ar, como tantas outras doenças que já são comuns ao cotidiano deles. Porém, essa precisa de alguns cuidados a mais, como o uso de máscara e álcool em gel”, elucida Gabriel.

Os pais precisam ressaltar a importância do uso da máscara durante toda a permanência no ambiente escolar, tirando-a apenas se precisar comer ou beber água, porém sempre distante dos colegas. Mascaras lúdicas, com desenhos ou personagens que a criança goste, ajudam a não haver resistência para usá-las, recomenda o biomédico.

 Outro ponto é quanto a cumprimentar os colegas. As crianças devem estar cientes de que não é permitido abraçar, beijar ou tocar os amigos da escola. “Os pais devem ainda orientar as crianças quanto a higiene respiratória. Dessa forma, ensine-as a cobrir a boca com a dobra do cotovelo ao tossir ou espirrar ou ainda com o lenço de papel, que deve ser descartado na lixeira mais próxima”, orienta.

Para ensinar as crianças a manter o distanciamento correto, os pais podem pedir para que ela estenda o braço e explicar que aquele é o espaço de segurança entre ele e o amigo. “Assim, sempre que interagir, a criança vai assimilar que o espaço de distanciamento é de um braço. Isso traduz de forma lúdica as unidades de medidas que estamos cansados de ouvir e que podem ser confusas para eles”, explica.

 

Higiene

Lavar as mãos é uma das medidas mais eficazes para a prevenção da Covid-19. Por isso, crianças precisam entender tanto a importância quanto a forma certa de higienização. “Os pais podem orientar que é preciso cantar parabéns duas vezes ao lavar as mãos, o que os ajuda a assimilar o tempo. Da mesma forma os movimentos, orientando-os a lavar os pulsos, o espaço entre os dedos e também as palmas das mãos”, orienta.

Outra forma divertida é mostrando a limpeza eficiente com o auxílio de uma tinta guache. A criança suja as mãos com a tinta e deve lavá-las de olhos vendados, da forma que o responsável ensinou previamente. Segundo o biomédico, desta forma, o ensino vira uma brincadeira, na qual o objetivo é deixar as mãos limpas mesmo sem conseguir vê-las.

Outro ponto é quanto a chegada em casa. Tirar os sapatos, lavar as mãos e tomar banho devem ser prioridade ao chegar no conforto do lar. “A criança deve fazer dessas medidas, um hábito”, diz Gabriel Magalhães.

 

Saber comunicar

Outro ponto é ensinar a criança a comunicar possíveis sintomas, tais quais febre, tosse e dificuldade para respirar. “É importante também, educar as crianças quanto a empatia. Saber consolar alguém que está doente mesmo de longe, por meio de ligações, por exemplo. Isso pode diminuir o sentimento de angústia que muitos vêm sentindo”, argumenta.

 

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