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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Carnaval: alimentos para aguentar a folia


Nutricionista indica cuidados para quem quer curtir o feriado


O período de carnaval no Brasil é sempre muito intenso e festejado por uma grande parte da população. Por isso, é importante manter os cuidados com a saúde, a partir de refeições que possam fortalecer e manter a energia do organismo. 

Se alimentar corretamente é fundamental para que o bem-estar e a disposição estejam em alta. De acordo com a nutricionista Sabina Donadelli, o principal é se manter hidratado através de uma alimentação natural. "Alimentos ricos em açúcares são pesados, têm difícil digestibilidade e, por mais que dêem a sensação de energia, por efeito rebote, levam o folião pra cama mais cedo", informa. 

Procure realizar uma refeição reforçada antes de sair de casa com alimentos energéticos e nutritivos, com folhas, legumes, frutas e castanhas. Se o caso for comer na rua, faça escolhas inteligentes e opte por alimentos menos industrializados e processados. 

Sobre os excessos com bebidas alcóolicas, a nutricionista indica o consumo de água. "Muita água e muita goiaba ou goiabada, já que é uma fruta excelente fonte de vitamina C, que ajuda a curar a ressaca. A melhor dica é se lembrar de comer a goiaba antes de ir para cama", ressalta. Assim o corpo repõe os minerais que foram gastos durante os festejos. 

Caso seu carnaval seja comemorado em grande estilo no sambódromo, procure alimentações que não pesem mas, que sustentem. "O ideal é fazer uma refeição completa com carboidratos integrais, ovos ou frango e salada", indica Sabina. 

E como a criança também gosta de pular carnaval, precisa de cuidados: "Os pais devem evitar chocolates, além de excesso com balas e sorvetes. Pessoalmente não sou muito adepta de suco em dietas, mas no carnaval é uma boa alternativa para manter a hidratação", finaliza. 





Sabina Donadelli - Apaixonada pelo poder dos alimentos, a nutricionista garante que a comida pode fazer maravilhas pelas pessoas. E ela sabe o que está falando. Formada e pós-graduada em Nutrição, a profissional alia seus conhecimentos da escola clássica com estudos da fitoterapia e dietoterapia oriental, como a chinesa e a indiana. Para saber um pouco mais sobre o trabalho da nutricionista, acesse o site - http://www.sabinadonadelli.com.br/ . Siga as dicas de como se alimentar e viver melhor também pelo instagram @sabinadonadellinutri ou pelo facebook - http://www.facebook.com/SabinaDonadelliNutricao


Carnaval: diversão tem que combinar com prevenção


Uso de preservativos, vacinas e exames diagnósticos são fundamentais para a saúde


Dizem que amor de Carnaval é fantasia e dura poucos dias, mas se o ditado é realidade para a maioria ou não, o fundamental é que o feriado não seja motivo de transtornos futuros. A diversão do momento, embalada por festas, maior oportunidade de relacionamentos e uso de bebidas alcoólicas, faz com que homens e mulheres sejam menos cuidadosos durante as relações sexuais e, consequentemente, aumente a disseminação de doenças e infecções sexualmente transmissíveis (IST).

“O uso de preservativo masculino ou feminino em todas as relações sexuais e a redução do número de parceiros ainda é a melhor forma de prevenir as IST”, comenta a professora livre docente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Silvana Quintana. A médica destaca ainda outras formas de prevenção, como vacinas para o HPV (Papiloma Vírus Humano) e hepatite B, e exames diagnósticos. “Mesmo com a vacinação, o uso de preservativos não deve ser descartado, pois previne outras infecções. A detecção precoce dos agentes causadores de IST também é uma forma de prevenir, pois interrompe a cadeia de transmissão. Sem falar que tratamentos têm melhores resultados quanto antes forem iniciados”, completa.

A possibilidade de realizar a profilaxia pós-exposição ao vírus HIV tem sido apontada por especialistas como um dos motivos para a queda da prevenção entre jovens e adultos. A Aids é uma das doenças que mais assusta, porém, outras IST também podem causar sérios danos à saúde, principalmente por serem assintomáticas e receberem diagnósticos tardios.

Causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, a clamídia é a IST mais comum no mundo. Corrimento amarelado e espesso, dor abdominal e queimação ao urinar são alguns dos sinais. No entanto, a doença é assintomática para cerca de 80% das mulheres. O risco está na grande probabilidade de propagação e na possibilidade de parto prematuro, complicações e até morte do bebê durante a gestação. Já a sífilis apresenta três estágios, com agravamento do risco conforme evolução. No início, costuma apresentar lesões como caroços rosados que geralmente desaparecem em algumas semanas. A infecção, no entanto, permanece latente e pode voltar a se manifestar e agravar a qualquer momento.

O herpes genital pode se tornar uma herança para a vida toda: não tem cura, apenas tratamento para as crises, geralmente desencadeadas por diminuição da imunidade ou estresse. Também da família herpes e catapora, o citomegalovírus (CMV) é um vírus que pode ser contraído por meio da relação sexual. A doença apresenta grandes riscos para o feto cuja mãe foi infectada na gravidez, pacientes imunossuprimidos e transplantados.

A hepatite B também é uma IST porque o vírus está presente no sangue e esperma. Afeta principalmente o fígado e os sintomas podem demorar até seis meses para aparecer. A boa notícia é que a doença pode ser prevenida com vacina. Outra infecção de transmissão sexual bastante frequente em todo o mundo é o Papiloma vírus humano (HPV) e a forma mais eficaz de prevenção também é a vacinação, que protege contra os principais tipos do vírus e deve ser administrada, preferencialmente, antes do início da atividade sexual.

O perigo também pode estar num simples beijo. O contato direto com uma saliva contaminada pode transmitir o vírus Epstein-Barr (EBV) e causar a mononucleose, também conhecida como a doença do beijo. Ela causa mal-estar, febre, dores de cabeça e garganta, ínguas e hepatite leve. Em pacientes imunossuprimidos ou transplantados, pode gerar graves complicações.


Exames como agentes de prevenção

“Se o paciente tiver se exposto ao risco, o ideal é que procure um médico imediatamente para realizar exames diagnósticos e receber acompanhamento. Hoje em dia, podemos contar com testes moleculares que apresentam resultados mais rápidos e mais precisos”, alerta a ginecologista.

Exames moleculares conseguem detectar patógenos em amostras de locais onde nem sempre o agente infeccioso é percebido com facilidade, o que confere maior precisão nos resultados e avaliação de uma ampla gama de agentes infecciosos em uma única amostra. “Testes baseados na tecnologia de PCR em tempo real podem detectar, em alguns casos, o DNA do agente patológico mesmo que a pessoa não tenha desenvolvido a doença. Além disso, os resultados costumam ficar prontos em algumas horas”, revela o responsável pelo laboratório da Mobius Life Science, Lucas França. Resultados rápidos garantem tratamento precoce e ajudam a impedir que a doença seja transmitida para outros parceiros.

A ginecologista também alerta para a eficácia dos exames moleculares na detecção precoce do HPV, o que consequentemente ajuda a prevenir a doença pré-câncer de colo uterino: “Vale ressaltar que no início da vida sexual da mulher a infecção por HPV é muito frequente, porém sua incidência reduz significativamente após os 30 anos. O ideal é realizar os testes de biologia molecular apenas em mulheres mais velhas, evitando assim resultados positivos e intervenções desnecessárias antes do recomendado”, comenta Dra. Silvana.





Mobius


Carnaval e prevenção: combate ao câncer também passa por quebra de tabus, defende Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica


Com cerca de 54,6% dos brasileiros infectados com HPV, a prevenção de cânceres causados pelo vírus esbarra não apenas no desuso de preservativo, mas também em estigmas e falta de diálogo


O período do Carnaval, anualmente, desperta a atenção dos especialistas para a importância do uso do preservativo, método mais seguro de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST), como a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). De acordo com o Ministério da Saúde, estima-se cerca de 54,6% de brasileiros entre 16 e 25 anos estão infectados com HPV e, em 38,4% deles, tratam-se dos subtipos de alto risco, mais associados a câncer de colo do útero, vagina, vulva, pênis, ânus, boca e garganta. Por isso, os esforços voltados para prevenção têm sido foco tanto do governo federal quanto de toda a classe médica. 

O quadro fica ainda mais preocupante quando associado aos dados da pesquisa da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) que aponta que 59% da população não usa preservativo como medida de prevenção ao câncer e quase 30% desconhece a relação direta entre o uso e a redução do risco de desenvolver a doença. 

Além do uso de preservativo para prevenir DSTs como um todo, especialistas defendem a fundamental conscientização sobre a vacinação contra HPV, disponibilizada pelo SUS no Brasil desde 2014. Considerada a forma mais eficaz de prevenção, a vacina é capaz de proteger contra os tipos mais agressivos do vírus (6, 11, 16 e 18), podendo diminuir em até 98% a incidência de verrugas e outras doenças, como o câncer de colo de útero – o terceiro mais incidente em mulheres, apesar de ser um dos tipos de câncer mais prevenível. No sistema público, a disponibilização é gratuita para meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 13, além de portadores de HIV; na rede privada, outras faixas etárias também podem ser vacinadas. 

Pode parecer simples, mas questões culturais e tabus da sociedade impactam diretamente a efetividade das campanhas de conscientização sobre a vacinação contra HPV. Por estar relacionada a comportamento sexual, muitas mães temem estar antecipando a vida sexual das filhas ou não confiam nos benefícios da vacinação. Para a Dra. Andreia Melo, oncologista e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), é preciso creditar a segurança e eficácia das vacinas e investir em campanhas educativas que esclareçam a relação entre a doença e o HPV. "A prevenção ao câncer de colo uterino está mais próxima de estratégias usadas para combater o sarampo ou catapora do que DSTs, inclusive porque a vacina deve ser tomada, preferencialmente, antes do início da vida sexual", explica a Dra. Andreia. 

Os especialistas destacam, ainda, os demais tipos de câncer associados ao HPV como: cabeça e pescoço (tumores que se manifestam na boca, na faringe e na laringe), pênis, vulva, vagina e ânus. "No caso do câncer de cabeça e pescoço, ainda que tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas também sejam fatores de risco, a doença está fortemente associada com sexo oral e, por isso, é preciso uma sensibilidade maior em campanhas de conscientização e na apresentação do diagnóstico para pacientes e familiares", comenta a Dra. Aline Lauda, oncologista da SBOC.

Educar a população sobre o tema passa também por esclarecer o funcionamento do vírus que não é causador direto do câncer, mas associa-se a fatores como predisposição genética, baixa imunidade e tabagismo. "A questão é que 80% da população mundial já teve contato com o vírus do HPV em algum momento da vida, enquanto o uso de preservativo ainda é negligenciado pelas pessoas. Nós, profissionais da saúde, precisamos reforçar que o HPV é um problema de falta de prevenção, não de promiscuidade", explica a Dra. Aline.



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