Segundo
levantamento da Abril Inteligência realizado com apoio da AstraZeneca e Curso
Endodebate, 30% dos diabéticos possuem algum problema de saúde decorrente da
doença, sendo problemas na visão estão entre os mais comuns
As
principais complicações relacionadas ao diabetes tipo 2 foram abordadas por
especialistas médicos de todo o país nos últimos dias 17 e 18 de agosto em São
Paulo, no AZ Talks, evento de atualização científica que discutiu os principais
desafios e estratégias para o tratamento da doença e suas complicações
associadas.
Para
o Dr. Arnaldo Bordon, oftalmologista, o controle efetivo do diabetes vai muito
além das metas glicêmicas. “Geriatras, oftalmologistas, cardiologistas,
nefrologistas e endocrinologistas possuem um papel essencial para o controle da
doença. O controle glicêmico é fundamental, mas não é esse fator isolado que
fará o paciente ter total controle do diabetes” o especialista destaca ainda
que complicações silenciosas, como a retinopatia diabética, podem causar
cegueira se não diagnosticadas e tratadas corretamente.
A
retinopatia diabética é causada por danos aos vasos sanguíneos no tecido da
retina, e a glicemia mal controlada é um dos fatores de risco. A doença possui
vários estágios, sendo que, em casos iniciais, não apresenta sintomas¹. Em
alguns casos, os sintomas podem evoluir para borrões e áreas escuras na visão,
além de dificuldade para distinguir cores. O Dr. Bordon explica como funciona o
diagnóstico. “Por meio do exame de fundo de olho é possível detectar se a
vascularização está normal, e pode identificar precocemente alguma alteração”.
Rins
também merecem atenção
Os
problemas renais também são outra complicação frequente do diabetes tipo 2. No
entanto, a nefropatia diabética ainda não é conhecida por grande parte dos
brasileiros. Apesar de essa ser a principal causa de insuficiência renal
crônica terminal no mundo², apenas 58% dos brasileiros diabéticos sabem que o
diabetes possui relação com problemas nos rins, ao passo que entre os não
diabéticos o conhecimento é ainda menor – somente 37% afirmaram conhecer a
relação entre o diabetes e doença renal, de acordo com a pesquisa realizada
pela Abril Inteligência com apoio da AstraZeneca e Curso Endodebate.
Os
rins possuem a função de filtrar as substâncias que não têm mais utilidade e
eliminá-las pela urina, e também manter os elementos importantes, como as
proteínas. Na neuropatia diabética, o rim perde a capacidade de filtrar
adequadamente as substâncias, o que pode causar um quadro grave de
insuficiência renal³.
Para
o Dr. Roberto Pecoits, nefrologista e professor titular da Escola de Medicina
da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, a prevenção passa por um olhar
atento dos especialistas aos exames clínicos dos pacientes. “É fundamental
fazer o rastreamento da doença renal por meio dos exames laboratoriais. Diante
de exames simples, como de sangue e urina, é possível identificar como está a
função renal e realizar a estratificação de risco do paciente diabético”
explica.
Formigamento
e dormência nos membros também são sinais de atenção
A
realização insuficiente de exames é um fator preocupante para o desenvolvimento
de complicações associadas ao diabetes. Ainda segundo dados da pesquisa, menos
da metade das pessoas com diabetes relatou ter passado por exames cardiológicos
e/ou renais no último ano e apenas 16% tiveram os pés examinados, o que é
essencial na investigação de outra complicação comum: a neuropatia diabética4.
Essa
condição afeta principalmente os membros inferiores, causando sintomas como
dor, dormência e formigamento nos pés. Em casos mais graves, os sintomas
compreendem problemas de digestão, na bexiga e para controlar a frequência
cardíaca5.
Segundo
o Dr. Denis Bichuetti, Professor Adjunto da Disciplina de Neurologia da UNIFESP
e assistente do setor de neuroimunologia e doenças desmielinizantes da UNIFESP,
cerca de 30% dos diabéticos desenvolvem algum tipo de neuropatia periférica ao
longo da vida. “Alguns exames clínicos básicos são importantes e podem
identificar uma possível neuropatia. Observar calos, úlceras e examinar a
sensibilidade dos membros inferiores dos pacientes são factíveis para qualquer
especialista” destaca.
Para
evitar as complicações associadas, os especialistas alertam que a mudança no
estilo de vida, com adoção de hábitos saudáveis é essencial para prevenção e
controle do diabetes e suas complicações. Na prática, o levantamento da Abril
Inteligência mostra que, apesar de 58% dos diabéticos afirmarem ter uma
alimentação balanceada, apenas 23% afirmaram praticar atividade física de 3 a 4
vezes por semana, frequência considerada ideal pela comunidade médica.
“No
caso da neuropatia, atividade física é essencial para fortalecer os músculos, e
consequentemente, os nervos, controlando a neuropatia” finaliza o Dr.
Bichuetti.
AstraZeneca
Referências:
4.
Pesquisa
“Diabetes: o que os brasileiros sabem e não sabem sobre a doença” realizada
pela Abril Inteligência, com apoio da AstraZeneca, entre os dias 23 de março e
19 de abril de 2018. Coleta de dados via web com 1050 respondentes, sendo 387
diabéticos e 663 não diabéticos.