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segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Descontrole do diabetes pode levar à cegueira, amputação e problemas nos rins: especialistas tiram dúvidas


Segundo levantamento da Abril Inteligência realizado com apoio da AstraZeneca e Curso Endodebate, 30% dos diabéticos possuem algum problema de saúde decorrente da doença, sendo problemas na visão estão entre os mais comuns


As principais complicações relacionadas ao diabetes tipo 2 foram abordadas por especialistas médicos de todo o país nos últimos dias 17 e 18 de agosto em São Paulo, no AZ Talks, evento de atualização científica que discutiu os principais desafios e estratégias para o tratamento da doença e suas complicações associadas. 

Para o Dr. Arnaldo Bordon, oftalmologista, o controle efetivo do diabetes vai muito além das metas glicêmicas. “Geriatras, oftalmologistas, cardiologistas, nefrologistas e endocrinologistas possuem um papel essencial para o controle da doença. O controle glicêmico é fundamental, mas não é esse fator isolado que fará o paciente ter total controle do diabetes” o especialista destaca ainda que complicações silenciosas, como a retinopatia diabética, podem causar cegueira se não diagnosticadas e tratadas corretamente. 

A retinopatia diabética é causada por danos aos vasos sanguíneos no tecido da retina, e a glicemia mal controlada é um dos fatores de risco. A doença possui vários estágios, sendo que, em casos iniciais, não apresenta sintomas¹. Em alguns casos, os sintomas podem evoluir para borrões e áreas escuras na visão, além de dificuldade para distinguir cores. O Dr. Bordon explica como funciona o diagnóstico. “Por meio do exame de fundo de olho é possível detectar se a vascularização está normal, e pode identificar precocemente alguma alteração”. 


Rins também merecem atenção

Os problemas renais também são outra complicação frequente do diabetes tipo 2. No entanto, a nefropatia diabética ainda não é conhecida por grande parte dos brasileiros. Apesar de essa ser a principal causa de insuficiência renal crônica terminal no mundo², apenas 58% dos brasileiros diabéticos sabem que o diabetes possui relação com problemas nos rins, ao passo que entre os não diabéticos o conhecimento é ainda menor – somente 37% afirmaram conhecer a relação entre o diabetes e doença renal, de acordo com a pesquisa realizada pela Abril Inteligência com apoio da AstraZeneca e Curso Endodebate.

Os rins possuem a função de filtrar as substâncias que não têm mais utilidade e eliminá-las pela urina, e também manter os elementos importantes, como as proteínas. Na neuropatia diabética, o rim perde a capacidade de filtrar adequadamente as substâncias, o que pode causar um quadro grave de insuficiência renal³.

Para o Dr. Roberto Pecoits, nefrologista e professor titular da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, a prevenção passa por um olhar atento dos especialistas aos exames clínicos dos pacientes. “É fundamental fazer o rastreamento da doença renal por meio dos exames laboratoriais. Diante de exames simples, como de sangue e urina, é possível identificar como está a função renal e realizar a estratificação de risco do paciente diabético” explica.


Formigamento e dormência nos membros também são sinais de atenção

A realização insuficiente de exames é um fator preocupante para o desenvolvimento de complicações associadas ao diabetes. Ainda segundo dados da pesquisa, menos da metade das pessoas com diabetes relatou ter passado por exames cardiológicos e/ou renais no último ano e apenas 16% tiveram os pés examinados, o que é essencial na investigação de outra complicação comum: a neuropatia diabética4

Essa condição afeta principalmente os membros inferiores, causando sintomas como dor, dormência e formigamento nos pés.  Em casos mais graves, os sintomas compreendem problemas de digestão, na bexiga e para controlar a frequência cardíaca5

Segundo o Dr. Denis Bichuetti, Professor Adjunto da Disciplina de Neurologia da UNIFESP e assistente do setor de neuroimunologia e doenças desmielinizantes da UNIFESP, cerca de 30% dos diabéticos desenvolvem algum tipo de neuropatia periférica ao longo da vida. “Alguns exames clínicos básicos são importantes e podem identificar uma possível neuropatia. Observar calos, úlceras e examinar a sensibilidade dos membros inferiores dos pacientes são factíveis para qualquer especialista” destaca. 

Para evitar as complicações associadas, os especialistas alertam que a mudança no estilo de vida, com adoção de hábitos saudáveis é essencial para prevenção e controle do diabetes e suas complicações. Na prática, o levantamento da Abril Inteligência mostra que, apesar de 58% dos diabéticos afirmarem ter uma alimentação balanceada, apenas 23% afirmaram praticar atividade física de 3 a 4 vezes por semana, frequência considerada ideal pela comunidade médica. 

“No caso da neuropatia, atividade física é essencial para fortalecer os músculos, e consequentemente, os nervos, controlando a neuropatia” finaliza o Dr. Bichuetti. 







AstraZeneca





Referências:
4.    Pesquisa “Diabetes: o que os brasileiros sabem e não sabem sobre a doença” realizada pela Abril Inteligência, com apoio da AstraZeneca, entre os dias 23 de março e 19 de abril de 2018. Coleta de dados via web com 1050 respondentes, sendo 387 diabéticos e 663 não diabéticos.

Aedes coloca visão em risco


Risco está relacionado ao mau uso de repelentes, inflamação intraocular e queda de plaquetas. Entenda.


Dados do Ministério da saúde mostram que de janeiro a agosto deste ano foram contabilizados no Brasil 190 mil casos de dengue, 6 mil de zika e 68 mil de chikungunya. Em relação ao mesmo período de 2017 tiveram quedas de 5%, 57% e 60%, respectivamente. 

O problema segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier é que a chegada de dias mais quentes e chuvosos aumenta a proliferação do mosquito Aedes aegypti que transmite as três doenças.

Para evitar a contaminação as duas principais recomendações são evitar o acúmulo de água parada nas áreas externas e usar repelente.


Risco dos repelentes

Queiroz Neto adverte que a aplicação incorreta de repelente pode causar conjuntivite tóxica, alergia e úlcera na córnea. É por isso, comenta, que todos os fabricantes indicam evitar o contato com os olhos, independente do princípio ativo do produto. 

As principais orientações do especialista para prevenir complicações oculares são:
·         Proteja os olhos com óculos quando usar aerossol.

·         Lave sempre as mãos após o uso, inclusive de produtos em spray.
·         Nunca utilize no rosto ou mãos.

·         Evite coçar ou levar a mão aos olhos.

·         Alérgicos devem testar a sensibilidade à composição, aplicando uma pequena quantidade no antebraço.

·         Irritação da pele ou alterações nas vias respiratórias exigem troca do produto para evitar reação em cadeia nos olhos.

Em caso de contato acidental com a mucosa ocular a dica do oftalmologista é lavar o olho abundantemente com água filtrada e consultar um oftalmologista se o desconforto não desaparecer em dois dias.


Sintomas e tratamentos

“Tanto a conjuntivite tóxica como a alergia ocular causam os mesmos sintomas – coceira, vermelhidão, sensibilidade à luz, lacrimejamento e pálpebras inchadas – mas os tratamentos são diferentes” afirma. Na conjuntivite tóxica, observa, só o afastamento do produto e uso de colírio lubrificante pode ser suficiente para eliminar o desconforto. “Já a alergia requer tratamento com colírio anti-histamínico. Também é muito importante não coçar os olhos porque isso aumenta a produção de histamina na região dos olhos e leva à piora da coceira”, explica.  Caso o repelente cause dor ocular intensa, vermelhidão, queda visual, lacrimejamento e secreção amarelada indica úlcera na córnea que deve ser tratada com colírio antibiótico e corticóide sempre sob supervisão médica. Dependendo da gravidade, ressalta, pode levar a uma diminuição permanente da visão.


Zika

Queiroz Neto destaca que estudos mostram que o vírus Zika transmitido pelo Aedes pode causar em adultos uveíte, uma inflamação intraocular que pode desencadear glaucoma. O tratamento padrão com colírio corticóide também elimina a doença causada por zika.  Já a transmissão do vírus ao feto através da placenta durante a gestação gera lesões na retina e nervo óptico que provocam a perda da visão nos bebês.


Dengue

Queiroz Neto afirma que os maiores risco da dengue para a visão são é a queda de plaquetas que aumenta a chance de uma hemorragia intraocular e a trombose em vasos da retina decorrente do depósito de anticorpos nas paredes das artérias do olho. Por isso, após o diagnóstico de dengue a  a recomendação é passar por um exame oftalmológico mesmo que não perceba qualquer alteração nos olhos. Para quem já teve dengue e é contaminado novamente o médico indica tomar a vacina para prevenir maiores complicações.


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