Risco está relacionado ao mau uso de repelentes,
inflamação intraocular e queda de plaquetas. Entenda.
Dados do Ministério da saúde
mostram que de janeiro a agosto deste ano foram contabilizados no Brasil 190
mil casos de dengue, 6 mil de zika e 68 mil de chikungunya. Em relação ao mesmo período de 2017 tiveram quedas
de 5%, 57% e 60%, respectivamente.
O problema segundo o
oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier é que a chegada
de dias mais quentes e chuvosos aumenta a proliferação do mosquito Aedes
aegypti que transmite as três doenças.
Para evitar a contaminação as
duas principais recomendações são evitar o acúmulo de água parada nas áreas
externas e usar repelente.
Risco dos repelentes
Queiroz Neto adverte que a aplicação incorreta de repelente pode
causar conjuntivite tóxica, alergia e úlcera na córnea. É por isso, comenta,
que todos os fabricantes indicam evitar o contato com os olhos, independente do
princípio ativo do produto.
As principais
orientações do especialista para prevenir complicações oculares são:
·
Proteja os olhos com óculos quando usar aerossol.
·
Lave sempre as mãos após o uso, inclusive de produtos em spray.
·
Nunca utilize no rosto ou mãos.
·
Evite coçar ou levar a mão aos olhos.
·
Alérgicos devem testar a sensibilidade à composição, aplicando uma
pequena quantidade no antebraço.
·
Irritação da pele ou alterações nas vias respiratórias exigem
troca do produto para evitar reação em cadeia nos olhos.
Em caso de contato
acidental com a mucosa ocular a dica do oftalmologista é lavar o olho
abundantemente com água filtrada e consultar um oftalmologista se o desconforto
não desaparecer em dois dias.
Sintomas e tratamentos
“Tanto a conjuntivite tóxica
como a alergia ocular causam os mesmos sintomas – coceira, vermelhidão,
sensibilidade à luz, lacrimejamento e pálpebras inchadas – mas os tratamentos
são diferentes” afirma. Na conjuntivite tóxica, observa, só o afastamento do
produto e uso de colírio lubrificante pode ser suficiente para eliminar o
desconforto. “Já a alergia requer tratamento com colírio anti-histamínico.
Também é muito importante não coçar os olhos porque isso aumenta a produção de
histamina na região dos olhos e leva à piora da coceira”, explica. Caso o repelente cause dor ocular intensa, vermelhidão, queda visual, lacrimejamento e secreção
amarelada indica úlcera na córnea que deve ser tratada com colírio antibiótico
e corticóide sempre sob supervisão médica. Dependendo da gravidade, ressalta,
pode levar a uma diminuição permanente da visão.
Zika
Queiroz Neto destaca que
estudos mostram que o vírus Zika transmitido pelo Aedes pode causar em adultos
uveíte, uma inflamação intraocular que pode desencadear glaucoma. O tratamento
padrão com colírio corticóide também elimina a doença causada por zika. Já a transmissão do vírus ao feto através da
placenta durante a gestação gera lesões na retina e nervo óptico que provocam a
perda da visão nos bebês.
Dengue
Queiroz Neto afirma que os
maiores risco da dengue para a visão são é a queda de plaquetas que aumenta a
chance de uma hemorragia intraocular e a trombose em vasos da retina decorrente
do
depósito de anticorpos nas paredes das artérias do olho. Por isso, após o
diagnóstico de dengue a a recomendação é
passar por um exame oftalmológico mesmo que não perceba qualquer alteração nos
olhos. Para quem já teve dengue e é contaminado novamente o médico indica tomar
a vacina para prevenir maiores complicações.
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