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terça-feira, 11 de abril de 2023

Regras estaduais empurram ultraprocessados na cesta básica para os brasileiros

Pesquisa realizada por economistas em parceria com o Idec e ACT Promoção da Saúde mostra como produtos não saudáveis ganham espaço na dieta nacional a partir de políticas de incentivo tributário e regras sanitárias


Salsichas, margarinas, adoçantes artificiais, preparações para bolos, pó para o preparo de bebidas adoçadas. Estes são alguns dos produtos intrusos na dieta brasileira que são favorecidos por legislações estaduais. Em mais de uma região do país, regras facilitam a inclusão de ultraprocessados no rol de alimentos que compõem a cesta básica, com a isenção de impostos e a concessão de outros benefícios legais.

 

Essa constatação sobre a qualidade dos tipos de comida considerados essenciais está em um estudo conduzido pelos economistas Arnoldo de Campos e Edna Carmelio em parceria com o Idec-Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor e a ACT Promoção da Saúde. Ao investigar tributos e normas sanitárias de seis estados do país, os pesquisadores encontraram políticas públicas que incluem alimentos ultraprocessados como alguns dos itens que compõem a cesta básica.

 

Em São Paulo, por exemplo, a regulamentação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) concede isenção tributária para produtos como margarina e creme vegetal, apresuntados, biscoitos e bolachas, além de linguiças, salsichas e mortadelas, por considerá-los “essenciais” de acordo com a legislação brasileira.

 

Na Bahia, por sua vez, o mesmo tipo de política isenta de impostos a fabricação de laticínios, chás prontos para o consumo, xaropes e refrescos, além de pós para a preparação de bebidas adoçadas.

 

De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, todos estes itens listados são ultraprocessados, elaborados a partir de técnicas industriais, com restos de outros tipos de comida misturados a aditivos químicos usados para disfarçar aparência, cheiro e sabor. Não raro, apresentam altos índices de açúcar, gordura e sal. 

 

Estudos científicos recentes associam a ingestão desses produtos ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como câncer, diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares. De acordo com uma pesquisa recente da Fiocruz, o consumo de ultraprocessados, inclusive, está diretamente relacionado a 57 mil mortes de brasileiras e brasileiros a cada ano. 

 

A presença dos ultraprocessados entre os alimentos considerados essenciais, no entanto, ocorre pelo desvirtuamento de uma Lei federal que dita o conteúdo da cesta básica. Essa definição consta no decreto de Getúlio Vargas que em 1938 instituiu o salário mínimo. A regra considera uma lista de provisões necessárias para a dieta de um trabalhador adulto, mas o faz de forma genérica, permitindo que uma comida como carne in natura seja, então, substituída por salsichas ou linguiças.

 

“Ao longo dos anos, regras federais e estaduais alteraram a tributação dos alimentos, privilegiando o consumo dos ultraprocessados, desconsiderando a perspectiva de uma cesta básica saudável. Isso não aconteceu à toa, e o lobby da indústria de alimentos parece ser relevante. Nos últimos anos, impostos sobre a alimentação contribuíram para baratear os alimentos não saudáveis”, afirma Arnoldo de Campos, um dos autores do estudo.

 

De acordo com a nutricionista Janine Giuberti Coutinho, coordenadora do programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec, a incorporação paulatina de ultraprocessados na cesta básica ao longo dos anos prejudicou a saúde da população brasileira. “Em um cenário de fome, insegurança alimentar e nutricional e obesidade, é imprescindível políticas de acesso a alimentos saudáveis para todos”, ela afirma.


 

Nova legislação

 

Para fazer com que o conteúdo da cesta básica seja exclusivamente de comida saudável, o Idec e a ACT Promoção da Saúde propõem uma revisão conceitual da composição. “Temos um Guia Alimentar para a População Brasileira e não há justificativa para que os critérios para a inclusão de alimentos na cesta básica não levem em conta essas recomendações do Ministério da Saúde, além de considerar questões regionais, culturais e da imensa biodiversidade do nosso país”, diz Janine.  

 

A ideia é que, com a nova regra, os produtos in natura e/ou minimamente processados sejam o carro-chefe dos itens considerados essenciais na dieta brasileira.

 

A proposta pretende eliminar a presença dos ultraprocessados nas cestas básicas e valorizar a cultura alimentar de cada região brasileira. “Apresentamos esta proposta no governo de transição, e agora vamos reforçá-la com todos os setores da gestão federal que tratam da agenda da alimentação, além de trazer como uma prioridade a ser discutida no âmbito do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, o Consea”, conclui Giuberti. 

Para ler o estudo completo, acesse esse link


Volta ao trabalho presencial ganha força, inclusive para novas contratações

O trabalho 100% remoto tem dado lugar ao retorno aos escritórios em grande parte das empresas


A pandemia trouxe um salto no número de vagas em sistema home office. Segundo dados*, as contratações neste formato tiveram um aumento de 140% desde 2020. No entanto, uma pesquisa recente aponta que das mais de 429 mil oportunidades abertas em 2022, somente 39,3 mil citam o trabalho remoto na descrição, o que corresponde a 9,16% do total.

A pesquisa “O Futuro do Trabalho no Brasil” *, divulgada no ano passado, confirma que a maioria dos profissionais no país já voltou de alguma forma ao trabalho presencial – 25% vão ao escritório todos os dias e 56% adotaram o trabalho híbrido. Apenas 19% seguem de forma totalmente remota. A efeito de comparação e para verificar como a adesão ao home office caiu rapidamente, 73% dos entrevistados já tinha voltado ao trabalho presencial em 2021 e 27% estavam trabalhando de forma remota.

Ou seja, os números reforçam que as empresas estão cada vez mais voltando ao presencial. “Muitos gestores acreditam que o modelo de convivência em escritório facilita a comunicação entre áreas e aumenta a interação social entre os profissionais”, explica Larissa Gonçalves, Gerente de Recursos Humanos da Luandre, uma das maiores consultorias de RH do país.  

“O que as empresas nos dão de feedback sobre esse retorno é que ele acontece como forma de reforço da cultura organizacional e do engajamento entre os profissionais. Muitos também notaram que, diferentemente do período de pandemia, a produtividade no home office estava caindo”, ressalta Larissa.


Equilíbrio é o grande objetivo

O tema da modalidade ideal ainda é controverso. De um lado, profissionais colocam a qualidade de vida como um fator determinante para a manutenção do trabalho remoto. “Temos candidatos que ainda recusam ofertas de emprego por não serem totalmente remotas, principalmente em funções administrativas”. Do outro lado, líderes entendem que a gestão mais próxima é um fator decisivo para melhora da produtividade.

Desta forma, o trabalho híbrido ainda permanece como o ponto de equilíbrio entre as modalidades. “O modelo que alia o presencial e o remoto se tornou uma forma de manter a sinergia entre as diferentes opiniões. Na Luandre, por exemplo, permanecemos neste modelo e percebemos que conseguimos manter a produtividade e a interação, o que é fundamental já que nosso negócio gira em torno do cuidado com as pessoas”, complementa Larissa.


*1. Emprego.com
*2. Cortex Intelligence
*3. Realizada pelo Google Workplace

Luandre Soluções em Recursos Humanos


Como a Inteligência Artificial pode ser aliada no aumento da eficiência nas empresa

Nos últimos anos, temos vivido uma verdadeira revolução no mundo da tecnologia, principalmente com o surgimento da Inteligência Artificial (IA) que, inclusive, não é algo novo, existe há mais de 40 anos. O nome era machine learning, onde as máquinas eram “ensinadas” através de algoritmos a repetirem um padrão, ou seja, tudo começou com a programação de softwares.

Tecnicamente, a diferença é que a IA atua através de sistemas neurais que processam dados e estes se transformam em novos dados, e isso é um pouco mais complexo. Hoje, é possível criar imagens, textos e até mesmo vídeos a partir de algoritmos que utilizam técnicas avançadas de machine learning e processamento de linguagem natural.

Além disso, a machine learning não era algo acessível ao público em geral como a IA tem se tornado hoje com o lançamento de várias ferramentas, até mesmo de forma gratuita. O maior exemplo atual dessa acessibilidade é o ChatGPT, um protótipo de um chatbot com inteligência artificial especializado em diálogo, desenvolvido pela OpenAI, um laboratório de pesquisa de inteligência artificial estadunidense sem fins lucrativos.

Para se ter uma ideia das facilidades que temos acesso em 2023, é possível para alguém que nunca programou fazer isso através do ChatGPT. O caminho tradicional seria pesquisar no Google, assistir a vários tutoriais, porém, hoje, basta entrar na ferramenta, fornecer duas linhas de comando e ela devolve o código fonte e o passo a passo do que deve ser feito para colocar os dados no Excel.

Há vários outros exemplos para diferentes áreas, como no Marketing, na Análise de Dados e outras. É importante lembrar que o Chat GPT tem uma base de dados fixa, não faz busca online e não deve ser confundida com o Google, ou seja, ser utilizado com o intuito de fazer pesquisa.    


E nas empresas?

Quando falamos de Inteligência Artificial, estamos falando de uma tecnologia que pode transformar a maneira como nos comunicamos e nos relacionamos com o mundo ao nosso redor. O que está chegando agora tem seu lado bom, de fato, mas sou um pouco crítico quando é voltada para o atendimento. Isso porque não acho um bom negócio quando um robô de IA atende um cliente.

Para as empresas, a IA pode ser uma ferramenta poderosa para aumentar a produtividade, melhorar a experiência do cliente e dos colaboradores, além de otimizar processos e tomadas de decisão.

Muitas pessoas se perguntam se a IA vai eliminar algumas profissões, mas a verdade é que algumas serão extintas, enquanto outras serão criadas. Acredito que, como consumidores, não queremos nos relacionar apenas com máquinas, mas a IA pode ser uma aliada fortíssima para elevar a experiência.

No Grupo Piccin temos discutido bastante sobre como a IA pode ser uma aliada para aumentar a produtividade, especialmente no agronegócio. Hoje, já temos em nosso departamento de Pesquisa & Desenvolvimento projetos voltados a sensores que no futuro serão acoplados às máquinas, coletando dados e tomando decisões sobre o manejo da lavoura.

Além disso, temos um programa de aceleração de startups que tenham condições de trazer esse tipo de tecnologia para dentro do campo e já lançamos duas neste início de ano. Também temos o desafio de como incorporar tudo isso dentro dos nossos processos internos para que possamos nos tornar cada vez mais eficientes. É um caminho sem volta e agora a questão não é “se vamos”, mas “como” e “quando” conseguiremos adotar.


Dificuldades

A IA tem o potencial de trazer muitos benefícios para o agronegócio, tornando-o mais eficiente, produtivo e sustentável. Mas há muitas empresas com dificuldade para entender o que é, do mesmo modo que conhecemos empresas que estão com o P&D avançado nesse sentido.

Recentemente, a Microsoft anunciou que vai incorporar toda a inteligência do ChatGPT ao Windows. Vejo que esse lançamento está para o mundo business hoje, assim como o lançamento do Windows anos atrás. A partir dessa atualização, por exemplo, apenas com um comando de tópicos principais de direcionamento de slides, o computador vai criar uma apresentação.

As mudanças são constantes, aliadas à velocidade de lançamento de tecnologias, e vai chegar um momento que essa velocidade vai ser cobrada na estratégia das empresas. A estratégia que durava anos terá que acontecer diariamente. É um caminho sem volta, que vai exigir agilidade nas decisões, principalmente no agronegócio.

Meu recado é: não lute contra a revolução da IA, utilize-a a seu favor e colha os benefícios que essa tecnologia pode trazer para o seu negócio.

 

Camilo Ramos - Administrador de Empresas, Ciências da Computação e CEO do Grupo Piccin


Estudo mostra que Engenharia e Arquitetura são os setores preferidos pelos hackers

Divulgação
Relatório da Apura aponta que Engenharia e Arquitetura foram os segmentos que mais sofreram ataques de ransomwares no último ano

Os setores de Engenharia e Arquitetura foram os mais alvejados por ataques de ransomwares no último ano, com base em dados obtidos pelo BTTng, plataforma de threat intel da Apura que monitora os vastos ambientes da internet em busca de informações sobre possíveis ameaças cibernéticas. Segundo os dados, ataques contra os setores de Engenharia e Arquitetura representaram 11,1%, seguidos pelo setor Financeiro, com 9,7%, e Indústria e Manufatura, com 8,1%.

Este tipo de ataque é realizado quando criminosos cibernéticos invadem os sistemas das vítimas e instalam ransomwares, uma espécie de malware que rouba arquivos destes sistemas e posteriormente os encriptam, bloqueando o acesso a eles. Estes arquivos normalmente são informações confidenciais, como credenciais de acesso e informações estratégicas, que, uma vez roubados, permitem que os criminosos façam ameaças, exigindo altas quantias em dinheiro para que tais dados não sejam compartilhados publicamente e o acesso a eles seja restaurado.

Um dos casos de ransomware mais inusitados foi o ataque realizado contra uma penitenciária no estado norte-americano do Novo México, que além de afetar bancos de dados, servidores, serviço de internet, câmeras de segurança, impactou também o controle eletrônico de acesso às celas, sem contar que os registros médicos dos detentos ficaram inacessíveis, impedindo que medicações fossem administradas de maneira correta.

 

Ataques de ransomware por setor 

“Os ransomwares continuam sendo uma das ameaças cibernéticas mais perigosas e o caso da penitenciária nos Estados Unidos demonstra quão perigoso um ataque deste tipo pode ser, ao praticamente forçar a instituição a operar de forma totalmente off-line, o que gera um enorme risco tanto para os detentos quanto para os funcionários”, explica Mauricio Paranhos, diretor de Operações da Apura.

Conforme o profissional, uma das razões pelas quais os ataques de ransomwares continuaram em destaque foi o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que prejudicou o combate aos grupos responsáveis por essas ameaças. "Alguns dos grupos de ransomwares mais prolíficos têm alguma ligação com a nação russa e vinham, em certa medida, devido a pressões internacionais, sendo investigados, e alguns membros até mesmo presos", afirma. 

Mas devido ao conflito, essas ações ficaram em segundo plano e a investida do governo russo contra o país vizinho provavelmente se beneficiou da ação de tais grupos. Como a guerra se estendeu ao mundo virtual, o roubo de informações estratégicas passíveis de uso no embate militar torna-se também um dos focos desses ataques.

O conflito demonstrou a vulnerabilidade de diversas instâncias de infraestrutura crítica. “Ao se tornarem alvo prioritário de ambos os lados, ataques a essas infraestruturas críticas causaram danos com resultados potencialmente catastróficos, como, por exemplo, o ataque de hackers ucranianos contra sistemas de controle de pressão de gasodutos russos que acabaram por levá-los à explosão”, conta Paranhos.

Neste sentido, ferramentas como o BTTng contribuem para a segurança não apenas de empresas privadas, mas também na proteção de órgãos governamentais e mesmo de civis. Ao identificar eventos que possam indicar a possibilidade de um ataque, alertas são gerados permitindo que as potenciais vítimas reforcem suas defesas e aumentem os cuidados para que tal ameaça não se efetive. "Quanto mais estratégico um setor for, maiores os danos gerais", sublinha Paranhos. 

Saiba mais sobre ameaças e formas de combater crimes virtuais em: https://apura.com.br/

 

Privacidade de dados: com maior exposição, criadores de conteúdo são grandes alvos de ataques cibernéticos

Especialistas em creator economy e segurança de dados pontuam que creators estão mais expostos e destacam quais as formas de se proteger no ambiente digital

 

A segurança de dados foi ganhando cada vez mais importância à medida que os negócios digitais avançaram. Hoje, muitas empresas elencam o vazamento de dados e o hackeamento de contas como um dos pontos mais sensíveis de suas operações. Tal preocupação se justifica visto que o Brasil figura em sexto lugar entre os países com o maior número de vazamentos de dados. De acordo com levantamento da Surfshark, empresa de privacidade e segurança virtual, milhões de brasileiros têm suas informações expostas todos os anos no ambiente on-line.

São diversos os profissionais que podem ser impactados pelo vazamento de dados, entre eles estão os criadores de conteúdo. É o que destaca Luiz Menezes, fundador da Trope, martech especializada em soluções de negócios para marcas com foco na geração Z. Segundo o especialista, a visibilidade que esse perfil atrai nas mídias sociais o torna um alvo bastante visado por hackers.

“Faz parte do negócio do creator ter muito tempo de exposição nas redes sociais, seja por meio da gravação de stories, publicação de posts ou transmissão de lives. Sem contar com a questão de precisar, muitas vezes por exigência dos jobs, marcar onde está e o que está fazendo em tempo real. Tudo isso implica em uma massiva exposição que pode comprometer não só a segurança digital, mas também a física”, diz.

Luiz também destaca que o grande volume de mensagens e e-mails, uma vez que o correio eletrônico dos criadores de conteúdo precisa ficar exposto em todas as suas redes, também é um fator que potencializa os riscos. “Entre e-mails com propostas comerciais, mensagens de fãs e interação com seguidores, facilmente o creator pode clicar em um malware e, em questão de segundos, ter suas contas invadidas e  sua segurança comprometida”, explica. 

Sob o ponto de vista da creator economy, Luiz ressalta que as maiores implicações caso um creator perca o acesso de suas plataformas está justamente em perder também sua principal ferramenta de trabalho. “São diversas as ocorrências em que empresas precisaram interromper sua operação devido a ataques cibernéticos, como foi o caso da Renner, que em 2021 foi vítima de um sequestro digital (ransomware). Na ocasião,  centros de distribuição, lojas e setores internos da empresa foram comprometidos”, diz. “Com os creators, que também tocam seu negócio de forma digital, não é diferente, visto que toda a cadeia produtiva da criação de conteúdo fica comprometida resultando, muitas vezes, no congelamento e até mesmo cancelamento de contratos”.

Para Giovanna Baldino, COO da Pato Academy, empresa com foco em desmistificar hacking e tecnologia através de educação, os cuidados que um criador de conteúdo deve ter para se blindar de ataques cibernéticos seguem, em suma, a mesma lógica de segurança que devem ser adotadas por todas as pessoas presentes no ambiente digital. No entanto, ela também destaca que a exposição dos “profissionais da internet” exige um cuidado ainda maior quando comparado a pessoas anônimas.

“Criadores de conteúdo estão em muitas redes sociais simultaneamente e têm conteúdos sensíveis em todas elas. Então, o fato de eles estarem mais expostos no geral, automaticamente aumenta os riscos envolvidos, já que não são apenas uma ou duas contas a serem geridas e sim várias”.

Depender das redes sociais para trabalhar significa ter atenção redobrada. Giovanna diz que cuidados simples, como não passar o login para outras pessoas, não fazer downloads em sites suspeitos, colocar senhas diferentes para cada plataforma, e utilizar a autenticação de dois fatores, de preferência com aplicativo autenticador e não telefone celular, são essenciais para evitar o vazamento de dados e o hackeamento de contas. 

Atentar-se ao recebimento de e-mails e mensagens suspeitas também deve ser uma prioridade. Giovanna explica que há características que podem trazer indícios de que determinado contato não é confiável. “A complexidade do email e os erros de português acabam sendo bastante comuns em malwares. Após o recebimento da mensagem, vale sempre pesquisar o nome do remetente no LinkedIn ou outras redes sociais para checar a autenticidade. E claro, desconfiem de propostas que parecem boas demais para serem verdade. Na maioria das vezes, de fato, não são”, diz. 

De acordo com Giovanna e Luiz, ao perceber que foi vítima de um ataque hacker, o creator deve imediatamente contatar o setor de suporte da rede comprometida. No caso da Meta, por exemplo, o canal para o suporte do Instagram e Facebook pode ser acessado neste link. Contudo, o especialista pontua que neste momento os profissionais esbarram em um dos principais problemas das plataformas. “O fato de não haver equipe suficiente para atender as demandas dos criadores de conteúdo que têm seus perfis comprometidos é uma reclamação recorrente na comunidade. Algumas plataformas dispõem de suporte para este tipo de ocorrência, mas é uma minoria dado o tamanho da creator economy”, pontua.

Além de contatar a plataforma e as autoridades, quando necessário, avisar a audiência e também os clientes e parceiros que podem ter tido informações vazadas é fundamental para tentar minimizar os danos.

Diante do grande número de pessoas que perdem suas contas diariamente, a Polícia Civil de São Paulo chegou a publicar em sua conta oficial do Instagram um passo a passo para ajudar usuários que tiveram seus perfis hackeados a recuperarem suas contas. Todas as orientações podem ser consultadas aqui.

 

Trope 
https://www.trope.se/

Instituições sem fins lucrativos têm dificuldade para acessar sistema financeiro

Estudo inédito sobre ONGs e bancos expõe relação conflituosa e cercada por barreiras operacionais e administrativas


Impossibilidade de abrir uma conta bancária, falta de acesso a cartões de crédito e de débito, tarifas semelhantes a de outros clientes, requerimento de antecedentes criminais de toda a diretoria e exigência de parecer do consulado brasileiro no país-sede. Estes são apenas alguns dentre uma série de obstáculos enfrentados pelas organizações da sociedade civil no Brasil e que foram revelados pela pesquisa As ONGs e os Bancos, primeira sobre o tema no país. 

O estudo englobou 123 organizações e é uma iniciativa do programa de advocacy da ABCR (Associação Brasileira de Captadores de Recursos), que também faz parte da Coalizão de OSCs pelo GAFI (Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo). A investigação nasceu a partir de queixas realizadas pelas organizações sem fins lucrativos à ABCR sobre a relação conflituosa com o sistema financeiro. Com o objetivo de compreender e avaliar suas percepções em relação aos bancos, os dados da pesquisa foram coletados por meio de questionários on-line, com 39 perguntas abertas e fechadas, entre junho e julho de 2022. 

Ao todo, foram elencadas 28 instituições bancárias (incluindo o segundo e o terceiro banco com que as organizações trabalham). Os bancos mais citados pelas organizações foram o Banco do Brasil (14%), Itaú Unibanco (11%), Banco ABC Brasil (10%) e Bradesco (10%). É provável que a liderança do Banco do Brasil seja uma consequência da lei 13.019/2014, que rege as parcerias entre os governos e as ONGs e exige a abertura de conta em um banco público. Possivelmente, em razão de sua penetração maior no Terceiro Setor, o BB foi citado tanto como o banco que mais apresenta facilidades quanto como o que mais apresenta dificuldades para os participantes.

Organizações sociais de todas as regiões do país e de quase todas as unidades da Federação responderam às questões, sendo que pouco menos da metade delas (46%) é do estado de São Paulo, mas o restante se distribuiu de maneira razoavelmente uniforme. O perfil das entidades respondentes é diverso do ponto de vista de receitas anuais. Aproximadamente um terço recebeu até R$ 100 mil em 2001, outro terço somou entre R$ 100 mil e R$ 2 milhões de reais, e outro terço contabilizou mais de R$ 2 milhões. 

Burocratização, desinteresse e desconhecimento

O estudo expôs a contínua burocratização exercida pelos bancos, além de seu grande desinteresse e desconhecimento pelo trabalho das entidades do Terceiro Setor. Entre as principais queixas estão: 73% das organizações não possuem cartão de crédito, 2/3 (65%) das organizações não possuem cartão de débito, 38% foram vítimas de cobrança indevida de tarifas bancárias ou de impostos debitados em conta, 1/3 (33%) das organizações foram impedidas de abrir uma conta bancária, 26% precisaram movimentar recursos em contas de terceiros, uma em cada cinco instituições (21%) já recebeu exigência inadequada de um banco ou de uma empresa financeira e 17% tiveram sua conta bloqueada pelo banco ou instituição financeira.

“Este estudo revela algo que faz parte do dia a dia de quem faz gestão em organizações da sociedade civil, mas que é pouco conhecido pelo público em geral. As dificuldades são constantes, atrasos e faltas de respostas são comuns, as soluções são poucas. Isso prejudica o trabalho de centenas de milhares de organizações, impactando diretamente na vida de uma grande parcela da sociedade brasileira”, afirma Fernando Nogueira, diretor-executivo da ABCR.

A recusa de abrir uma conta bancária causa vários impactos. Em algumas ocasiões, trata-se de uma conta vinculada, exclusiva para receber recursos públicos e a negativa da instituição bancária atrasa ou inviabiliza a prestação do serviço. Em outros casos, a organização migra para a informalidade e utiliza subterfúgios como uma conta bancária de pessoa física (de seu presidente ou diretor). Essa alternativa já foi utilizada por 26,3% das instituições, seja porque ainda não tinham conta em banco (11%) ou porque a conta estava bloqueada (6%) ou em decorrência de outro empecilho (9%). 


Falta de cartão de crédito dificulta execução de tarefas rotineiras

A pesquisa constatou que a maioria das instituições sem fins lucrativos só consegue abrir uma conta bancária devido à persistência, mas depois ocorrem dificuldades em ações triviais, como a obtenção de cartão de crédito. Só um quarto das OSCs dispõem desse recurso para fazer operações cotidianas, como saques e compras nacionais e internacionais. 

Como regra, a maioria dos bancos compreende que o cartão é um tipo de crédito antecipado e, portanto, algo que preferem não fornecer a instituições sem fins lucrativos. Porém, ONGs que trabalham com temas de interesse global têm dificuldade, por exemplo, de assinar publicações estrangeiras ou de obter certos tipos de software, como os de videochamada. “Nosso cartão só foi aprovado depois de mais de cinco anos de relacionamento com o banco. Mesmo assim, o limite de crédito é baixo”, declarou um dos respondentes da pesquisa. 

A recusa dos bancos em conceder serviços simples ajuda a explicar a grande quantidade de reclamações sobre as tarifas cobradas pelas empresas. Parte dos representantes de ONGs queixa-se da cobrança por avaliarem que suas organizações, por terem atuação socialmente relevante, deveriam ser isentas. Outra parte critica o descompasso entre o que se paga e o que se tem em contrapartida. “Sabemos que é justo que os bancos recebam pelo trabalho. Porém, minhas taxas são cobradas como cliente Ouro, mas não tenho nem cartão de débito”, comentou um dos respondentes.

Como investidores, as entidades preferem alternativas de menor risco, como renda fixa e poupança. Quase 20% não aplicam seu dinheiro; algo esperado nas organizações que têm giro financeiro de curto prazo, que recebem para pagar suas despesas ou investir em seus projetos. Possivelmente em razão desses entraves, grande parte das ONGs (77%) nunca pediu empréstimo bancário. Entre as que pediram, 13% tiveram o empréstimo aceito e 10%, negado. 


Necessidade de diálogo

Os números sinalizam uma dificuldade do setor financeiro de compreender o funcionamento e a composição das receitas das OSCs. Os bancos parecem não saber que organizações sem fins lucrativos têm gestão financeira, planejam-se da mesma maneira que as organizações com fins lucrativos e são atores da sociedade que podem necessitar de crédito para muitas atividades, como investir em obras, ampliar a atuação ou melhorar sua própria capacidade de captar recursos.

Para as organizações, 48% dos profissionais das agências bancárias não compreendem o Terceiro Setor, e 45% entendem o setor, mas não têm qualificação para lidar com as instituições. As reclamações contra o sistema financeiro mostram uma necessidade de diálogo entre os dois lados para transformar essa realidade.

“Bancos e ONGs só têm a ganhar com um maior diálogo. Além dos benefícios para a gestão das organizações sociais, há um grande potencial comercial para o sistema financeiro. Atender bem quem faz o bem pode também ser um ótimo negócio”, complementa Nogueira.

O resultado completo da pesquisa pode ser conferido pelo link https://bit.ly/40GPZLp.   



ABCR - Associação Brasileira de Captadores de Recursos
https://captadores.org.br

3 em cada 10 produtores rurais estão inadimplentes, revela Serasa Experian

Região Norte possui a maior concentração de negativados com destaque para Roraima, Amapá e Tocantins


O Indicador de Inadimplência do Produtor Rural da Serasa Experian revelou que, em março deste ano, 27,4% desses trabalhadores estavam com o nome em vermelho no país. A fotografia analisada mostra que houve uma oscilação de 0,4 pontos percentuais em comparação com o último levantamento, feito em novembro de 2022.

Para o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, considerando o nível nacional do estudo, o percentual de inadimplência indicado não deve ser visto como algo alarmante para o setor. “Mesmo com os reflexos da instabilidade econômica, o agronegócio continua se mostrando como um dos principais motores econômicos do país”. Pimenta também reforça que “a inadimplência é um fator financeiro que acontece em todas as áreas e, quando olhamos para a fatia do agro, podemos perceber sua baixa representatividade. A maior parte dos produtores rurais brasileiros conseguem evitar a negativação e continuam gerando empregos, cultivando e expandindo seus ganhos e mitigando os riscos de suas negociações”.

“É importante ressaltar que esse índice considera todas as dívidas do Produtor no mercado, ou seja, se um produtor está adimplente com uma Revenda ou uma Cooperativa, porém possui dívida no cartão de crédito ou numa financeira, será considerado inadimplente. Adicionalmente, este estudo avalia todos os segmentos de Produtores, do familiar ao grande exportador”, explica o head de agronegócio da Serasa Experian.


Região Norte registrou a taxa de inadimplência mais expressiva do país

Ainda em março deste ano, os dados do índice também revelaram que a região Norte teve a maior taxa de inadimplência do país, marcando 38,7%. Em sequência estava o Nordeste, com 32,8% dos produtores rurais negativados e o Centro-Oeste, com 31,5%. No Sudeste e no Sul o cenário é ameno, com as regiões registrando 25,0% e 15,6%, respectivamente.

Em nível estadual, lugares como Roraima, Amapá, Amazonas e Tocantins têm os percentuais mais alarmantes. Confira no gráfico abaixo os dados completos por Unidade Federativa:


Faixa etária é um dos fatores determinantes da inadimplência no campo

O levantamento demonstrou que fatores como a idade e a renda mensal dos produtores rurais influenciam diretamente no nível de inadimplência. De acordo com os dados, a negativação diminui com a idade, principalmente a partir dos 51 anos. Veja no gráfico abaixo:



Metodologia

Para o Indicador de Inadimplência do Produtor Rural da Serasa Experian, atualizado em março de 2023, foram analisados cerca de 9 milhões de perfis de pessoas físicas que constam no Cadastro Positivo e que sejam donos de propriedades rurais e/ou que possuam empréstimos e financiamentos da modalidade rural e/ou agroindustrial distribuídos em todas as 27 Unidades Federativas do país.

A inadimplência é um fator financeiro que acontece em todas as áreas e, quando olhamos para a fatia do agro, podemos perceber sua baixa representatividade. A maior parte dos produtores rurais brasileiros conseguem evitar a negativação e continuam gerando empregos, cultivando e expandindo seus ganhos e mitigando os riscos de suas negociações.

Este estudo será periodicamente atualizado a cada três meses e, para conferir mais informações e outros levantamentos sobre agronegócio, clique aqui

 

Serasa Experian

 www.serasaexperian.com.br



No Dia Mundial do Café, conheça diferentes modos de preparo da bebida pelo mundo

Shutterstock


Barista da Sterna Café explica as particularidades de algumas culturas e traz dicas de preparo para fazer em casa


No dia 14 de abril comemora-se o Dia Mundial do Café, data em que a indústria cafeeira celebra a bebida e os processos que envolvem toda a cadeia, desde os cultivos até como chega à mesa dos consumidores.


Uma peculiaridade interessante da segunda bebida mais consumida no mundo é a maneira de como é servida pelo mundo e os ingredientes utilizados em seu preparo, como manteiga, melaço de cana, gengibre, manteiga ghee, leite condensado e até sal.


André Luiz Luzio, barista da Sterna Café, rede nacional de cafeterias premium, compartilha as particularidades de algumas culturas e dá dicas de como preparar algumas variações interessantes da bebida. O especialista utilizou cafés especiais, mas explica que também pode ser preparada com cafés tradicionais.


Austrália
Os inventores e grandes consumidores do café gelado tomam o Flat White. Seu preparo pode ser feito na máquina de espresso, uma dose dupla de ristreto, total de 30ml, ou com o café coado tradicional. Deve-se fazer um creme leve com 210ml de leite e acrescentar, com uma colher, um pouco da espuma. Para a versão gelada, basta fazer num copo com gelo.


China
Aqui a diferença fica por conta do melaço de cana, caramelo ou calda, que é adicionado, uma colher (sopa) ao café coado ou espresso. A aparência fica um pouco parecida com o chá, bebida tradicional do país.


Cuba
Pode-se utilizar uma cápsula de café espresso com um pouco de açúcar demerara. É feito na máquina de espresso, colocando o demerara diretamente na porta filtro e extraindo uma dose dupla da bebida Cuban Coffe. A mistura traz mais doçura a bebida.


Dinamarca
Café com sal. Por conta da intensidade de cafeína dos grãos que lá existem, coloca-se o sal (sal kosher não tem iodo) para quebrar o amargor. 1 pitada de sal na xícara e coloque o café coado. Quanto maior a intensidade do pó, maior quantidade de sal. O sal precisa ser cristalizado e não refinado. Isso ressalta a doçura da bebida.


Estados Unidos
Na terra do Tio Sam os cafés costumam ser mais suaves, porque são consumidos em grandes quantidades. Pode ser feito na prensa francesa, como também no coador ou espresso. Para o preparo, acrescente ao café pronto (2 xícaras), já no copo, uma colher (sopa) de caramelo salgado e uma xícara de leite, que precisa estar levemente cremoso.


Etiópia
Muitas especiarias são utilizadas para o café da Etiópia. Moa tudo junto: canela, gengibre, cravo e anis estrelado, separe uma colher (sopa) e misture com uma xícara do café que preferir. É uma verdadeira explosão de sabores.


Singapura
Este preparo traz energia ao longo do dia. 1 colher (sobremesa) de leite condensado, misture com 1 xicara de café coado e ½ colher (sobremesa) de manteiga ghee. Misture normalmente e está pronto para ser degustado.


Em Singapura usa-se leite de iaque, um tipo de mamífero da Ásia, que misturado ao café mais intenso, proporciona vigor mais prolongado. Lá costuma-se tomar pela manhã e pode ser gelado, sendo preparado em um copo com gelo. Boa dica para pré-treino físico.


Escolha do escritório que fará a representação do processo de imigração é fundamental para a conquista do Green Card

O profissional tem que mostrar conhecimento técnico e experiência para fazer uma correta representação


Mudar de país é o sonho de muitos brasileiros, mas é preciso tomar cuidado para não deixar a pressa e a ansiedade dominarem os ânimos, o que pode comprometer um planejamento perfeito. A vontade de iniciar uma nova história, em um lugar totalmente novo, é imensa. Mas por onde começar?

Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional há 20 anos, fundador da Toledo e Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, alerta que é preciso cuidado para que o desespero em mudar logo não cause problemas. “Alguns profissionais podem tentar empurrar uma possível solução, mas um visto não deve ser tratado como um produto de prateleira. É necessário um bom planejamento e conhecer esse nicho”, explica.

Por isso, o primeiro passo é conversar com um advogado de imigração. “O profissional tem que mostrar conhecimento técnico e experiência. Precisa haver afinidade e segurança”, sugere. “Além disso, é importante entender o procedimento do processo, os detalhes de cada uma das fases e sentir se o profissional transmite segurança, é preciso fazer perguntas, questionar etapas e analisar como é feita a timeline”, aconselha.

Toledo ressalta que é necessário um tempo hábil para estruturar uma possível imigração. “A família deve estar envolvida no mesmo propósito. Vir sozinho não dá certo e se a esposa, marido, filhos, não quererem, não adianta forçar uma situação. Realizamos em média 100 processos por ano e já nos deparamos com diversas situações sendo que a mais clássica de todas são de casais que quando chegam aos Estados Unidos um começa a culpar o outro, um quer voltar e o outro não e então temos um cenário de caos”, pontua o advogado.

A forma que será conduzido o processo pode variar de acordo com cada caso. “Se é casado, a estratégia é uma; se é solteiro, é outra; ou, ainda, se a pessoa tem filhos. Aliás, o advogado precisa saber que esses filhos vão te exigir uma certa demanda. Não adianta a pessoa colocar no business plan que você vai trabalhar 14 horas por dia se você é pai solteiro”, afirma.

Toledo explica que o profissional tem que mostrar conhecimento técnico e experiência para fazer uma correta representação. Ele cita que em muitos casos, algumas consultorias induzem o cliente ao erro quando se referem ao EB2-NIW como sendo uma única coisa. “É preciso separar as nomenclaturas, porque o EB2 tem uma finalidade e NIW outra, inclusive com regulamentações diferentes. Outro ponto importante que envolve essa modalidade é que não se trata de visto, como aqueles que são estampados no passaporte. Trata-se apenas de mais um meio que leva a conquistar o Green Card”, explica.

Ele reforça que, ao escolher um advogado de imigração, também é preciso ter certeza de que esse profissional entende as limitações e possibilidades de quem quer imigrar e consegue descrevê-las bem no processo. Quem ler, vai precisar conhecer o candidato através das palavras que o profissional vai usar para representá-lo”.

Finalmente, é preciso pensar em planejamento financeiro. “Começo perguntando onde a pessoa quer morar, para então conseguir estimar quanto ela vai precisar. Pensando em um padrão de vida médio nos EUA, diria que são necessários uns US$ 5 mil dólares para uma família de até quatro pessoas. Se conseguir se planejar para ter pelo menos seis ou sete meses de contas pagas, já é um cenário mínimo razoável”, destaca.

O ideal seria ter dinheiro para uns 12 meses o que permitirá estruturar a empresa, o business, arrumar um emprego, ou seja, cumprir o que foi colocado no business plan. É preciso entender que ninguém chega em outro país e já no dia seguinte terá uma empresa com faturamento suficiente para pagar funcionário, aluguel, impostos e, ainda, sobrar dinheiro para sobreviver”, finaliza.




Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br. Toledo também possui um canal no YouTube com mais 176 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB Santos, professor honorário da Universidade Oxford - Reino Unido, consultor em protocolos diplomáticos do Instituto Americano de Diplomacia e Direitos Humanos USIDHR e professor da PUC Minas Gerais do primeiro curso de pós graduação em Direito Internacional, com foco em Imigração para os Estados Unidos



Toledo e Advogados Associados
http://www.toledoeassociados.com.br


É possível desaprender?

De acordo com Alvin Toffler, escritor e futurista,

“Os analfabetos do século XXI não serão aqueles que não podem ler e escrever, e sim aqueles que não conseguem aprender, desaprender e reaprender.”

Está cada vez mais evidente que sem essas habilidades não há como sobreviver em meio a tanta volatilidade. Nosso prazo de validade está cada vez mais curto. Sem flexibilidade, simplesmente quebramos!

Confesso que tenho um pouco de resistência para lidar com o termo desaprender e isso está totalmente relacionado com meu estilo comportamental e valores. Sabendo disso, comecei a ler várias matérias sobre este assunto e são essas reflexões que compartilho com você agora. Aliás, fica a dica: quando você perceber que está resistente, incomodado sobre algum assunto, não fuja dele; seja curioso e procure ler, pesquisar mais sobre isso em diferentes fontes de informação.

Normalmente, eu busco criar conexões com a prática, enxergar sentido e utilidade para o que está sendo proposto de novo em relação a qualquer assunto, especialmente quando se trata de novas abordagens para o desenvolvimento humano. Talvez você não seja assim e está tudo bem, mas eu, definitivamente, não sou o que chamam de “early adopter”.

A primeira questão que me intrigou foi: como podemos desaprender algo? Ou ainda, como posso ensinar alguém a desaprender? A não ser que existam danos em certos sistemas cerebrais, na prática os registros estão lá mapeados nas infinitas conexões neurais que possuímos.

No livro Liderança Tranquila, utilizando fundamentos de neurociência, David Rock nos fala que a forma como lidamos com o mundo é fruto de conexões que estão solidamente incorporadas em nosso subconsciente. Diz-nos também que é mais fácil criarmos novos hábitos do que eliminarmos hábitos antigos. Ou seja, é quase impossível desconstruir nosso sistema de conexões.

Pedir para alguém desaprender é o mesmo que pedir para essa pessoa tirar do automático o que já existe, desconstruindo suas conexões.

Se queremos mudar o desempenho de outras pessoas, certamente não conseguiremos bons resultados insistindo em buscar o que há de errado na forma como ela pensa e resolve os problemas. Não adianta dizer para ela esquecer tudo o que aprendeu e fez até agora e adotar aquilo que achamos que é o certo.

Precisamos de uma nova abordagem para a qual a maioria de nós não está capacitado: aperfeiçoar o pensamento das pessoas.

Não existe transfusão ou meio de implantar os seus pensamentos (ou verdades) na mente de uma pessoa e esperar que isso funcione. Ela própria precisa criar suas novas conexões, caso contrário continuará sempre voltando ao seu antigo modus operandi, aquele para o qual seu cérebro está programado para economizar energia.

Desaprender é, então, a capacidade de deixar para trás a sua antiga abordagem, substituindo-a por uma mais recente e mais adequada ao novo contexto, e que faça parte das novas conexões que você mesmo criou a partir de estímulos internos e externos. Portanto, desaprender não é esquecer!

A visão de mundo e crenças de cada pessoa está diretamente ligada ao nível de esforço necessário para que ela possa reavaliar, aceitar novas visões, questionar verdades e fazer novas escolhas. Cada um tem um tempo de resposta diferente e precisamos aprender a lidar com isso.

Melhorar o desempenho de outras pessoas é ajudá-las na transição de um mundo de certezas para um mundo incerto, por meio de novas perguntas, aperfeiçoando o pensamento delas.

Você deve ser capaz de criar um ambiente em que as pessoas tenham mais chances de aprender com tudo e com todos, de confrontar seus próprios valores com os dos demais, de rever crenças e escolhas, de fazer perguntas mais desafiadoras, de não ter respostas para tudo.

Atenção! Suas perguntas podem ser libertadoras ou opressoras, podem criar pontes ou fechar portas. Assim sendo, avalie se a abordagem com seus liderados envolve os seguintes aspectos:

Pensamento crítico: capacidade de questionar, observar, testar e aplicar.

Colaboração: enxergar o seu papel no todo e, principalmente, como você completa o trabalho do outro e vice-versa.

Comunicação: conectar pessoas e seus conhecimentos, trazer clareza, transparência e inclusão para ampliar os horizontes e as perspectivas.

Criatividade: vencer o medo de errar, abrir-se para experimentar novas abordagens.

Quando notar que seus liderados estão atuando com autonomia, individualmente ou em grupo, pensando de forma criativa, adaptável e flexível, entendendo como planejar, construir e incluir a colaboração de colegas nas suas entregas, poderá dizer que sua abordagem está dando certo.

Por que o que tem feito não está funcionando? Sabemos que, frente às mudanças, a primeira tarefa do líder é mudar o pensamento das pessoas, porém a maioria dos líderes foi ensinada a mudar processos, e não pessoas.

Aperfeiçoar o pensamento das pessoas requer novas habilidades e a primeira delas é saber que, para agir de forma comprometida, as pessoas precisam pensar por si mesmas.

Depois desta reflexão, consegui assimilar melhor como podemos “desaprender” alguma coisa nesta vida.

Espero que eu tenha contribuído para “aperfeiçoar” o seu pensamento. 

 

 

Leila Santos - Coach de líderes e empresas há mais de 20 anos, atende clientes com renome no mercado como Grupo WLM, L’Occitane, Grupo Boticário, Sephora, Itaú, Biolab, Pfizer, Roche, Astellas, Ache, AstraZeneca, Farmoquímica, Fitec, Pierre Fabre, Uni2, Gencos, dentre outras. Atua com foco no cliente corporativo, sempre valorizando e investindo em profissionais e empresas que já estão preparados para essa mudança de cultura e mindset. https://leilasantos.com.br/

Como destravar um conteúdo que tenha dificuldade em aprender

Divulgação

Frequentemente não gostamos de um conteúdo, pois não o dominamos e temos dificuldades em lidar com ele. Porém, essa falta de entendimento geralmente é causada pelo excesso de lacunas que vão se formando ao longo da vida escolar, impedindo o cérebro de criar conexões lógicas de conteúdo e dificultando o aprendizado. 

A dificuldade sistêmica em uma disciplina geralmente é percebida por um conjunto de fatos, como baixo desempenho em testes e atividades, desinteresse ou negligência no estudo da disciplina, necessidade constante de ajuda com pouca evolução própria, feedback de professor e reação emocional negativa, como ansiedade e estresse.

A literatura indica que existem dois modos como a mente opera, o modo focado, em que nos concentramos em uma determinada atividade e ativamos os grupos de neurônios que possuem algo semelhante àquele conhecimento, e o modo difuso, que ocorre quando várias áreas do cérebro são ativadas para encontrar quais grupos de neurônios possuem algo relacionado a isso, obviamente com menos resolução.

O que acontece é que quando nos deparamos com uma matéria que já sabemos que temos dificuldade, entramos em um estado chamado “Efeito Einstellung”. Na psicologia, de maneira simplificada, ocorre quando a primeira ideia que vem à mente, desencadeada por características familiares de um problema, impede que uma solução melhor seja encontrada.

Inserindo esse conceito na educação, é um efeito que “trava” o cérebro, que busca uma solução ou sentido que muitas vezes aquele grupo de neurônios não possui, mas foi provocado por uma abordagem inicial errada. Esse processo é muito comum em matemática e ciências, principalmente em pré-vestibulandos, onde a abordagem inicial é se adaptar aos macetes e, por isso, ficam travados naquele pensamento por horas e horas. 

O segredo para driblar essa adversidade é desligar o pensamento focado e ativar o modo difuso. Alguns exemplos são tomar banho, dormir, caminhar ou escutar música, pois são nessas horas que nosso cérebro abre para o modo difuso e através de uma visão geral, começa a formar conexões buscando uma solução eficaz com base em experiências anteriores.

É importante lembrar que as pessoas aprendem em velocidades diferentes cada um dos vários tipos de conteúdo, o que pode prejudicar o processo de aprendizagem, pois a maioria vai no ritmo da instituição de ensino e não respeita o seu tempo de absorção próprio em cada matéria. Por isso, em conteúdos específicos que temos grande dificuldade, sempre deve-se começar pelo básico e progredir conforme o seu entendimento sem deixar de lado as datas, mas adaptando-as a cada realidade.

Além disso, devemos levar em consideração as armadilhas da própria mente, que frequentemente pode maximizar pontos que não são tão relevantes para o conceito geral da matéria. Por isso, é necessário que os estudantes terminem o conteúdo primeiro e depois observem a real dificuldade. Muitas vezes empacamos em um tópico específico que não atrapalha o entendimento total, por isso, dê a chance ao cérebro de ver o conteúdo total primeiro, pois se sentir que o que sabe do geral é suficiente, a dúvida pode ser sanada pontualmente com uma pergunta ou exercício.

Hoje, pontuo que alguns dos principais passos para destravar um conteúdo de maior dificuldade são: não passar muito tempo sem retornar ao tema, variar as fontes para coletar mais informações sobre os assuntos de maiores dificuldades e associar a matéria com algo conhecido para conectar suas vivências anteriores com o novo, bem como buscar ajuda de pessoas que dominem o assunto e possam explicar de maneira mais compreensível. 

Posso dizer que os professores desempenham um papel crucial na identificação das dificuldades dos alunos. Algumas contribuições que esses profissionais podem fornecer, são dependentes do modelo da instituição, mas podem também flexibilizar metodologias de ensino com o propósito de encontrar novas formas de transmitir seu conteúdo. O estabelecimento de metas e apoio emocional são duas formas de quebrar barreiras em disciplinas específicas. 

Analiso que a observação atenta do desempenho escolar, da participação em aula e interações com colegas são importantes para identificar as necessidades do aluno. Para isso, é favorável que as turmas sejam reduzidas, a fim de possibilitar uma ação mais efetiva do professor. Fornecer feedbacks construtivos ajudam os alunos a identificar suas áreas de melhoria e desenvolver habilidades. É um processo longo e trabalhoso, mas é efetivo e compensador.

 

Lorenzo Tessari - Chief Operating Officer (COO) da Gama Ensino, startup de tecnologia desenvolvedora de um algoritmo proprietário que identifica os gaps de aprendizado dos alunos para o direcionamento dos seus estudos.

 

Volume de cabos de telecom roubados ou furtados cresce 14% em 2022. Ações criminosas afetaram 7 milhões de clientes

No ano passado foram furtados ou roubados 4,72 milhões de metros de cabos de telecomunicações, um aumento de 14% em relação a 2021

 

O roubo e o furto de cabos de telecomunicações cresceram 14% em 2022, segundo dados reunidos pela Conexis Brasil Digital. Durante o ano passado foram furtados ou roubados 4,72 milhões de metros de cabos de telecom. Em todo o ano de 2021 foram 4,13 milhões de metros.
 
Essas ações criminosas deixaram pelo menos 7 milhões de clientes sem acesso a serviços de comunicação e, com isso, privados de contato com serviços essenciais como polícia, bombeiros e emergência médica. O número de clientes afetados subiu 14% em relação ao ano anterior..

 

Figura 1: Metragem de cabos de telecom furtados ou roubados, em milhôes.

A quantidade de cabos furtados em 2022 seria mais do que suficiente para cobrir, em linha reta, a distância entre o Monte Caburaí (RR), o ponto mais ao Norte do Brasil, e Arroio do Chuí (RS), ponto mais ao Sul.

 
O aumento no volume de cabos de telecomunicações furtados preocupa o setor e ocorre após essas ações criminosas terem registrado uma queda de 11% em 2021, na comparação com 2020.
 
O furto, roubo, o vandalismo e, também, a receptação de cabos e equipamentos causam prejuízo direto para milhões de consumidores, que ficam sem acesso a serviços importantes para o dia a dia, e para as empresas, que precisam repor esses equipamentos. As ações criminosas comprometem ainda os serviços de utilidade pública como polícia, bombeiros e emergências médicas.


 
Estados mais afetados

São Paulo segue sendo o estado que mais sofre com essas ações criminosas. Durante o ano passado foram furtados ou roubados 1,035 milhão de metros. O volume caiu 4,2% na comparação com 2021, quando o estado teve 1,081 milhão de metros de cabos de telecomunicações furtados ou roubados.
 
Em segundo lugar no ranking dos estados mais afetados está o Paraná, com 1,01 milhão de metros de cabos furtados ou roubados, alta de 66%, seguido por Minas Gerais, com 626,2 mil metros. O estado mineiro teve um aumento de 119% no volume de cabos de telecom furtados ou roubados em 2022 na comparação com o ano de 2021, passando de quinto para terceiro na lista de estados mais afetados.
 
Quarto estado mais afetado, o Espírito Santo registrou um aumento de 155,5% no volume de cabos furtados ou roubados. Foram 312,3 mil metros em 2022.
 
São Paulo:  1,03 milhão de metros
Paraná: 1,01 milhão de metros
Minas Gerais:  626,2 mil metros
Espírito Santo: 312,3 mil metros
Rio Grande do Sul: 306,1 mil metros
 
 
Rio de Janeiro

Ao longo de todo o ano de 2021, principalmente no segundo semestre, o setor intensificou o diálogo com autoridades federais, estaduais e municipais, com destaque para o Rio de Janeiro, para a promoção de ações de combate ao furto, roubo e vandalismo de cabos e equipamentos.
 
As ações tiveram resultados e o estado, que chegou a ocupar a segunda posição em 2020 entre os que mais sofriam com esse tipo de crime, terminou o ano de 2022 com queda nessas ações criminosas.
 
Durante o ano passado o estado registrou uma redução de 44,3% no volume de cabos de telecom furtados ou roubados. 280,4 mil metros em 2022 contra 504,1 mil metros em todo o ano de 2021.


 
Combate

O setor de telecomunicações tem defendido uma ação coordenada de segurança pública envolvendo o Judiciário, o Legislativo e o Executivo, tanto o federal quanto os estaduais e municipais, e a aprovação de projetos de lei que aumentem as penas desses crimes e ajudem a combater essas ações criminosas.
 
“O setor defende a urgente implementação de políticas públicas de combate aos furtos, roubos e receptação de cabos e equipamentos e a aprovação urgente do PL 5846/16, que tipifica e aumenta a punição para esses crimes que tanto prejudicam o cidadão”, afirmou a diretora de Relações Institucionais e Governamentais e de Comunicação da Conexis, Daniela Martins. O projeto de lei já passou por todas as comissões da Câmara dos Deputados e aguarda votação no Plenário da Casa.


O setor também defende a punição de empresas que compram equipamentos furtados ou roubados, além da mudança da regra que penaliza as operadoras quando o serviço é interrompido em decorrência do crime.

 

Conexis Brasil Digital
https://conexis.org.br/

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