Pesquisar no Blog

quinta-feira, 30 de março de 2023

Prato do dia: alimentos que previnem o envelhecimento e promovem a longevidade

Especialista aponta os benefícios de alimentos com funções antioxidantes e hidratantes para a saúde


O estresse diário, a má alimentação e o natural avançar da idade são fatores que estimulam o aparecimento de radicais livres em nosso organismo -- moléculas instáveis com grande potencial de acelerar o envelhecimento e causar doenças crônicas como as cardiovasculares, renais, hepáticas e o câncer. Além disso, fatores externos como a poluição, o consumo de bebidas alcóolicas, o fumo, medicações e raios UV também contribuem com o acúmulo dessas moléculas no corpo.  

De acordo com Cintya Bassi, coordenadora de Nutrição e Dietética do São Cristóvão Saúde, os radicais livres promovem a oxidação das células do corpo, interferindo em suas funções, prejudicando seu metabolismo e desacelerando seu processo de regeneração. Segundo ela, as células não são capazes de se defender quando ocorrem aceleração e excesso na produção dessas moléculas, o que pode impactar de várias formas a saúde dos pacientes. 

“É importante incorporarmos à rotina alimentos antioxidantes e que promovam a hidratação do corpo”, diz a especialista. “Além de prevenirem uma série de doenças crônicas, os antioxidantes retardam o envelhecimento celular, pois suas moléculas com carga positiva se combinam com os radicais livres e os tornam inofensivos. Além disso, o consumo insuficiente de água acelera a oxidação celular. Nossos órgãos são formados por células, que, por sua vez, possuem água em sua composição.”  

Além da água, sucos naturais, água de coco e chás como camomila, erva-doce e cidreira, por exemplo, existem outros meios de “prolongar a vida”, mantendo o organismo saudável por meio da ingestão de alimentos que possuem água na composição. Cintya conta que são as frutas e legumes, como melancia, morango, pêssego, abobrinha, pepino e tomate, os alimentos com maior teor de água em sua composição. 

Já em relação aos alimentos antioxidantes, existe uma série de opções, com muitas vitaminas, minerais e fibras, para que as pessoas adaptem de forma prática e versátil ao dia a dia. Confiram algumas:

  • Frutas vermelhas e roxas;
  • Aipo;
  • Linhaça;
  • Chá verde;
  • Cacau;
  • Soja;
  • Cebola;
  • Brócolis;
  • Laranja;
  • Alecrim;
  • Tangerina;
  • Maçã;
  • Kiwi;
  • Repolho roxo;
  • Couve;
  • Rúcula;
  • Couve-flor;
  • Vinho (com moderação: 300ml por dia, o equivalente a uma taça);
  • Sementes oleaginosas, como: nozes, castanhas, amêndoas e amendoim.

Alerta

A coordenadora de Nutrição e Dietética do São Cristóvão Saúde também destaca a necessidade de evitarmos o consumo de alimentos que aumentam a inflamação do nosso organismo. Açúcar, ‘gorduras ruins’ e ultraprocessados, como é o caso de sorvete, biscoito, salgadinhos de pacote, sucos de caixinha e comida industrializada estão entre os itens que devem ser consumidos com muita moderação”, finaliza Cintya Bassi. 

  

Grupo São Cristóvão Saúde


Saiba como ter uma alimentação saudável e cuidar do intestino pode ajudar pessoas com doenças autoimune ou incuráveis

A alimentação e a forma como vivemos - se saudável ou não - diz muito sobre como nosso corpo vai se portar ao longo dos anos. No caso das pessoas com doenças autoimunes isso não é diferente.

Segundo o Ministério da Saúde, a doença autoimune ocorre quando o sistema imunológico reconhece partes / proteínas do próprio organismo corpo como um objeto estranho, perdendo a capacidade de diferenciar o que é próprio do que não é próprio. Levando à aumento da produção de anticorpos contra suas próprias células, tecidos ou órgãos.

Todo o processo de autoimunidade inicia-se  no intestino, e começa com a má alimentação. O que comemos pode ativar ou desativar doenças adormecidas em nós. Tudo começa na infância e está ligado a nossa alimentação.  Por exemplo, alimentos inflamatórios, como açúcar refinado, doces, sucos processados, refrigerantes, carboidratos como farinha branca, glúten, óleos de sementes como os de girassol, soja, canola, milho, alimentos com alto teor de conservantes como glutamato monossódico, são exemplos de alimentos  que contribuem para piorar os sintomas de quase todas as doenças autoimunes conhecidas, como: artrite reumatoide, psoríase, artrose, lúpus, problemas dermatológicos como descamação da pele, dermatites auto imunes e até mesmos alergias inexplicáveis como: rinite, sinusite, e outras doenças sem causas aparentes. Todos esses alimentos podem aumentar a inflamação no corpo e piorar os sintomas causando dores, fadiga, cansaço, desânimo, entre outros.

Uma dieta saudável e antiinflamatória é importante para todos, mas pode ser particularmente importante para pessoas com doenças autoimunes.
Alguns estudos mostram que certos alimentos podem agravar a inflamação e os sintomas das doenças, enquanto outros podem ajudar a reduzir a inflamação e melhorar a função imunológica.

De acordo como um estudo realizado pelo Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia (NCBI), nos Estados Unidos, um grupo de pessoas com doenças inflamatórias no intestino, incluindo a Doença de Crohn e colite ulcerativa, seguiram uma dieta específica, chamada de protocolo autoimune (AIP), que resultou na diminuição dos sintomas.

O intestino é um dos órgão mais importante e relevantes quando o assunto é sistema imunológicos e doenças autoimunes.
Alimentos anti-inflamatórios, como fígado de boi, vísceras de animais, coração de galinha, são ricos em vitaminas do complexo B, vitaminas K2 MK7 e poderosos antioxidantes, além de peixes ricos em ômega-3, DHA, além da própria luz solar que esta ligada diretamente a produção de vitamina D3. Todos eles  ajudam a reduzir a inflamação e melhorar a função imunológica.
Esses alimentos contêm vitaminas, minerais e antioxidantes que ajudam a manter o corpo saudável e fortalecem o sistema imunológico, não por ativação do mesmo, mas por um ação antiflalatoria, e adormecimento do sistema imunológico.

“A doença Autoimune é uma desordem do sistema imunológico que se inicia na destruição da mucosa do intestino causada pela ma alimentação, por uma disbiose intestinal, levando a dificuldade do intestino de filtrar/selecionar o que é bom ou ruim para o corpo, é quando o próprio organismo não diferencia as células saudáveis e passa a atacar a si mesmo por uma alteração chamada de mimetismo molecular. Infelizmente, o tratamento com uma visão mais abrangente e integrativa do corpo foi muito pouco disseminada, existe outra maneira de tratar uma doença autoimune que não só com remédios”, explicou o médico clínico geral e especialista em longevidade, nutrologia, homeostase fisiológica e modulação hormonal.

“A alimentação é um fator de risco para ocasionar inflamações no organismo e desencadear patologias diversas com diversas manifestações clínicas. Por isso, há alimentos que devem ser evitados dentro de uma dieta para os portadores de doenças autoimunes, pois eles podem sim, agravar um quadro inflamatório ou beneficiar o tratamento”, finaliza.




Dr. Aurélio Relíquias - médico clínico geral (CRM 79661/MG) pela FAMINAS. É pós-graduado em: longevidade, nutrologia, homeostase fisiológica e modulação hormonal. Dr. Aurélio é criador do Método Hüman, que possui o objetivo de transmitir conhecimento sobre emagrecimento, saúde física e mental. Já mudou a vida de mais de 150 mil pessoas com os atendimentos e impactou mais de 300 mil pessoas através da disseminação de conhecimento nas redes sociais (@dr.aurelior).


Março Borgonha: Mieloma Múltiplo é o segundo tipo de câncer sanguíneo mais frequente no mundo

 

Doença pode ser confundida com outras enfermidades, e diagnóstico
deve ser feito no início para maior taxa de sucesso do tratamento

 

O mês de Março marca o período de conscientização do Mieloma Múltiplo, uma doença que representa 15%¹ dos tumores hematológicos e 1% de todos os tipos de câncer diagnosticados entre a população. A enfermidade se desenvolve quando os plasmócitos tornam-se defeituosos e se acumulam na medula óssea. Essas células são chamadas de células malignas, ou células do mieloma³. Os casos costumam acometer pacientes com mais de 60 anos, mas podem também atingir pessoas mais novas. 

Estar atento a qualquer sintoma que apareça é um fator crucial para a descoberta da doença. Muitas vezes, os sintomas do Mieloma Múltiplo são confundidos com outras doenças, ou até desprezados. “Dores ósseas, fraqueza, infecções por repetição podem indicar o início da doença no paciente. Nestes casos, é importante fazer os exames adequados para rastrear a doença”, afirma o hematologista Angelo Maiolino, professor de Hematologia do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

Segundo dados da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), o Mieloma Múltiplo atinge quatro a cada cem mil brasileiros, o que representa, aproximadamente, 8 mil novos casos por ano².
 

Como é feito o diagnóstico para o Mieloma Múltiplo? 

O diagnóstico da doença acontece, muitas vezes, a partir da queixa do paciente de dores ósseas persistentes. O Mieloma Múltiplo pode ser descoberto por meio de exames de rotina, mas a confirmação do diagnóstico requer a combinação de exames mais detalhados. A forma mais precisa de identificar a doença é pela biópsia de medula óssea, que rastreia alterações na produção de plasmócitos¹. 

“O Mieloma Múltiplo é uma doença que atinge predominantemente pacientes com idade mais avançadas. A partir dos 50 anos, já é necessário ficar atento às manifestações clínicas”, destaca o médico hematologista Angelo Maiolino.

 

Quais são os tratamentos disponíveis: 

Atualmente, no Brasil, o tratamento do mieloma múltiplo pode ser feito através de quimioterapia, inibidores do proteassoma, imunoterapia, bisfosfonatos, transplantes de células-tronco hematopoiéticas e imunomoduladores, que regulam o funcionamento do sistema imunológico4

A cada ano, crescem as perspectivas e opções de tratamentos aos pacientes, inclusive para os pacientes recidivados - quando a doença retorna a aparecer nos exames - ou refratários - quando o paciente não consegue responder aos tratamentos disponíveis: “Hoje, um paciente com Mieloma Múltiplo pode viver por mais 15 ou 20 anos com qualidade de vida”, destaca Maiolino.

  

Bristol Myers Squibb




Fontes:

1 Oncoguia - Sinais e sintomas do mieloma múltiplo: Link, acesso em 10.02.2023

2 Abrale - Escassez de dados sobre mieloma múltiplo prejudica elaboração de políticas públicas: Link, acesso em 13.02.2023

3 Abrale -- Mieloma Múltiplo o que é? Link, acesso em 14.02.2023

4 Conitec -- Relatório de recomendação -- Diretrizes Diagnósticas Terapêuticas Link acesso em 14.02.2023



Saúde mental no trabalho: leve muito a sério

 De acordo com pesquisa 71% dos entrevistados no Brasil, acham que organizações deveriam oferecer serviços gratuitos de saúde mental aos colaboradores

 

Um dos assuntos comentado no mercado de trabalho, principalmente nos últimos anos é a saúde mental. E para quem é empresário não pode fechar os olhos para esse problema. “Essa sensação vai interferir na capacidade de assumir responsabilidades e cumprir metas, no engajamento com os compromissos das empresas e nos relacionamentos interpessoais”, alerta André Minucci, Mentor e CEO da empresa Minucci RP. 

De acordo com uma pesquisa desenvolvida pela Pearson (uma empresa de educação) afirma que para 71% dos entrevistados no Brasil, as organizações deveriam oferecer serviços gratuitos de saúde mental aos colaboradores. 

São dois aspectos fundamentais a serem analisados quando o assunto é saúde mental no trabalho, o psicológico e o emocional. A saúde mental sempre foi vista como algo a ser abordado apenas clinicamente, ou seja, algo relacionado quase que exclusivamente aos cuidados com a vida pessoal. Há uma variedade grande de transtornos mentais que afetam os colaboradores de uma empresa. Vamos citar os principais, conforme a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT).


Depressão 

Segundo levantamento de 2019 sobre saúde no território nacional, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 10% da população tem com esse problema, que pode levar à perda da autoestima, à redução das atividades que requerem esforço físico e mental e, a pensamentos de inferioridades, com tendências suicidas. É doença, sim, e precisa urgentemente de apoio clínico.

 

Ansiedade

Surgem diferentes sintomas físicos e emocionais que atrapalham o dia a dia, como a cobrança e dificuldade com prazos, são exemplos de ansiedade nas empresas. Para controlar os sintomas é preciso fazer: atividade física, ter um sono regulado e uma dieta saudável. 

 

Síndrome de burnout

Trata-se de um transtorno ainda recente, mas diretamente relacionado ao trabalho. Na pandemia, por exemplo, houve muitos casos e surge exatamente a partir de várias situações de estresse no próprio emprego. O trabalhador pode se desgastar muito rápido a ponto de não conseguir mais assumir nenhuma tarefa. 

 

Quais ações a empresa pode promover para ajudar o colaborador?

Ações para fazer com que o colaborador se sinta bem é primordial para o cuidado com a saúde mental dos colaboradores. “São ações que vão ajudar a fortalecer a confiança e a boa relação - que toda empresa se orgulha em formar. É preciso ir muito além. Posicionar-se como uma empresa inovadora com treinamentos de inteligência emocional, humanizada no mercado. Acentua Minucci.  

São atitudes práticas, simples e indispensáveis:

·         Formação de equipes com psicólogos organizacionais disponíveis para sessões de plantão psicológico dentro da própria instituição; 

·         Oferta de benefícios flexíveis voltados para o lazer, acesso à cultura e a promoção do entretenimento; atividades que garante diversão e desconexão dos colaboradores com a rotina de trabalho;

·         Divulgação de serviços psicológicos externos que atendam gratuitamente ou em parceria com a organização. 


minuccirp.com.br
Facebook e instagram: @minuccirp e @andreminucci


Mapeamento de retina: saiba como funciona e quando fazer o exame para monitorar o desenvolvimento de doenças oculares graves

Por vezes silenciosas e assintomáticas, doenças oculares requerem uma atenção especial. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 60% a 80% das dificuldades visuais poderiam ser evitadas com exames periódicos. A exemplo prático, o exame preventivo de mapeamento de retina auxilia na investigação e identificação precoce de diversas doenças oculares, bem como de doenças sistêmicas com repercussão ocular.

“O mapeamento de retina é fundamental, principalmente, para doenças que não são perceptíveis no início”, ressalta Dr. Daniel Lucena, médico oftalmologista do Núcleo de Oftalmologia.

Uma cultura de prevenção é necessária, com visitas periódicas ao oftalmologista de acordo com a doença apresentada. “O ideal é que haja uma consulta pelo menos uma vez por ano. No caso de pessoas com doenças crônicas como diabetes, pode ser recomendada a realização do exame de mapeamento de retina com mais frequência”, aconselha Daniel. 

O médico esclarece ainda que durante o exame é feita uma investigação detalhada da retina, parte do olho responsável pela formação das imagens. ”É essencial para manter um olho saudável a realização do procedimento, que atua também como um check-up. Com ele é possível analisar a região central e periférica da retina, o nervo óptico, o vítreo e os vasos sanguíneos”, discorre.

Além do diagnóstico, o exame consegue acompanhar o desenvolvimento de diversas doenças e fazer controle de cura, segundo o especialista. “Má formações oculares, inflamações, problemas neurológicos, reumáticos e hematológicos, retinopatia diabética, hipertensão arterial, glaucoma, descolamento de retina, e até tumores são alguns exemplos de doenças que podem ter sua evolução assistida pelo exame”, destaca o especialista.

 

Núcleo de Oftalmologia 


Casos graves de epilepsia têm na Medicina Nuclear opção para planejamento terapêutico e consequente melhora

Condição atinge 2% da população brasileira e mais de 50 milhões em todo o mundo e pode ser diagnosticada por meio de exames que localizam com mais precisão o foco da crise

 

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que cerca de 50 milhões de pessoas no mundo possuem epilepsia. Já no Brasil, estima-se que a proporção seja de 2% da população. A Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, por sua vez, alerta que pelo menos 25% dos pacientes brasileiros têm epilepsia em estágio grave. A condição determina a necessidade do uso de medicamentos por toda a vida, uma vez que os acessos são frequentes e incontroláveis. Por esta razão, muitos pacientes são candidatos à intervenção cirúrgica. 

A epilepsia pode ser definida como uma condição neurológica em que, durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, causando crises que podem se manifestar em convulsões ou outros sintomas. Durante esses episódios, há um agrupamento de células cerebrais que passam a se comportar de forma super estimulada, levando às manifestações da epilepsia. As consequências dessas crises podem ser neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e até sociais. 

A medicina nuclear, por meio de estudos e exames, durante as crises e em seus intervalos, pode garantir maior precisão e eficácia na localização do foco epileptogênico (onde surge a alteração). Segundo a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Dra. Cristina Matushita, “a avaliação de focos epileptogênicos é de grande valia, especialmente em casos complexos, de difícil manejo clínico e para os quais a opção de tratamento cirúrgico é indicada. As imagens permitem identificar (ou, ao menos, sugerir com grande acurácia) focos epileptogênicos para que o tratamento seja guiado de forma personalizada”. 

Ainda de acordo com a especialista, a medicina nuclear não exerce papel direto no tratamento propriamente dito da epilepsia, mas se mostra uma ferramenta importante para o adequado planejamento terapêutico do paciente. “Não há radiotraçadores que sejam utilizados com o intuito de curar as crises epilépticas. Após o procedimento cirúrgico, caso haja a suspeita de persistência de focos epileptogênicos, novamente a medicina nuclear pode auxiliar na identificação destes focos secundários”. 

Os principais exames da medicina nuclear utilizados para a detecção desses pontos originários das crises são a cintilografia de perfusão cerebral, em estados interictal (entre as crises) e ictal (após as crises); e PET-CT neurológico, em estado interictal. Este último apresenta maior definição de imagem, o que permite melhores chances de identificação do foco epileptogênico. “Com o avanço da tecnologia, houve importante aumento na sensibilidade do método. Os atuais exames permitem a obtenção de imagens metabólicas do cérebro, com muito boa definição anatômica e funcional”, explica a vice-presidente da SBMN.
 

Risco ou contraindicações

Pelo fato de a medicina nuclear realizar exames que se utilizam de radiação, ainda há certo receio por parte de algumas pessoas quanto ao risco ou contraindicações. Dra. Cristina Matushita desmistifica essa crença: “Muito se fala da exposição ao material radioativo. Apenas para efeito de comparação, estudos de tomografia computadorizada, usualmente, expõem o paciente a maiores doses de radiação do que os estudos de medicina nuclear. Todo método diagnóstico preza pela segurança do paciente. Se há a necessidade de que ele se submeta a qualquer um destes exames que utilizam radiação ionizante, o médico nuclear (ou radiologista, em casos de tomografias) será responsável pela redução dos níveis de exposição de radiação e será capaz de orientar riscos e benefícios em todo o momento”. 

Destacando que ainda existem mitos em torno da especialidade, a médica nuclear reforça que a medicina nuclear, de forma geral, não apresenta contraindicações absolutas aos seus exames. “Hipersensibilidade a algum fármaco utilizado pode ser um limitador, embora não haja registros de alergia significativa aos radiotraçadores. Outro limitador são casos em que o paciente não é capaz de ficar parado durante os exames (pacientes claustrofóbicos ou que apresentem algum déficit neurológico), que demoram cerca de 20 a 30 minutos. Uma contraindicação relativa é gestação ou suspeita de gestação. Por utilizar material radioativo, a orientação é sempre a de evitar a exposição de fetos ao material. Em certas situações, entretanto, em que haja maior benefício que o potencial risco associado à exposição do feto ao material radioativo, a medicina nuclear pode ser empregada em mulheres gestantes”, finaliza Dra. Cristina Matushita, vice-presidente da SBMN.
 

Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear - SBMN


Harmonização orofacial por dentistas abre caminhos para a logística da beleza

Cada vez mais os consultórios odontológicos estão sendo procurados por aqueles que buscam um equilíbrio no rosto. 

 

A expansão da odontologia como uma área da saúde humana capaz de elevar a autoestima e garantir o bem-estar de milhares de pessoas tem sido reforçada por marcas renomadas e líderes no mercado estético. E a quantidade de profissionais interessados nas novas soluções deixa clara a mudança de perfil dos cirurgiões dentistas.

Foi em janeiro de 2019, após uma Resolução do Conselho Federal de Odontologia (CFO), que a categoria profissional recebeu o respaldo necessário para atuar com a harmonização orofacial. Diante da legislação recente, ainda há quem prefira optar por um dermatologista para a realização de procedimentos estéticos. No entanto, cada vez mais os consultórios odontológicos estão sendo procurados por aqueles que buscam um equilíbrio no rosto.

Os procedimentos liberados para realização pelos cirurgiões dentistas são aplicação de toxina botulínica, procedimentos com preenchedores faciais, aplicação de agregados leucoplaquetários autólogos (como PRP, I-PRF, Alb-PRF/plasmagel), intradermoterapia, uso de bioestimuladores de colágeno; procedimentos de lipoplastia facial (química, física ou mecânica); procedimento cirúrgico de bichectomia e procedimento cirúrgico de lip lifting.

Com o novo cenário e o aumento dos investimentos no setor, também foram abertas portas para a ampliação de outro negócio: a chamada logística da beleza. Exemplo disso é a Temp Log, que hoje é responsável por 40% de toda movimentação de toxina botulínica, ácido hialurônico e hidroxiapatita de cálcio no País.

Hoje, a Temp Log realiza mais de 100 mil entregas, que incluem cargas frias e produtos especiais, que somam 24 toneladas ao ano. Desse total, 25% é enviado ao comprador em até 4 horas, enquanto 45% chega ao destino final em um dia útil. O prazo limite, para todo o Brasil, é de até três dias úteis.

Não à toa, a Temp Log é constantemente procurada pelas marcas do setor de beleza, que buscam agilidade e manutenção da qualidade no transporte dos produtos. Com vasta experiência no mercado, a operadora logística oferece os serviços de distribuição das substâncias e transporte de equipamentos utilizados durante a realização dos procedimentos. A armazenagem e o fracionamento também fazem parte do escopo de trabalho da Temp Log.

Além disso, a empresa é detentora das certificações necessárias para cumprir as exigências sanitárias dos órgãos reguladores quando se trata de produtos, que demandam uma operação logística especial, cuja prioridade é a manutenção da temperatura, por se tratarem de produtos termolábeis. Outras peculiaridades envolvendo a distribuição de mercadorias destinadas à realização de procedimentos, como a harmonização orofacial por dentistas, também estão no radar da Temp Log.

"Quem recebe essa mercadoria, às vezes, não é uma pessoa jurídica. Os cirurgiões dentistas recebem na própria residência, então muda ali o perfil de distribuição e isso acaba exigindo uma logística mais próxima, que tenha muita informação de cada trecho, oferecendo essa previsibilidade de entrega e também avisando sobre qualquer inconveniência que tenha no trajeto", explicou o diretor comercial da Temp Log, Ricardo Canteras.

A empresa entende que, como operadores logísticos, são responsáveis pela integridade do produto. Então é parte da sua responsabilidade garantir a manutenção da temperatura em todos os elos da cadeia, bem como monitorar cada etapa e informar ao cliente. Não adianta ter um serviço de entrega bom se não tiver informação do que foi entregue, para quem foi entregue, imagem do comprovante, detalhamento sobre o controle de temperatura em tempo real, entre outros dados que são importantes para que o cliente tenha segurança de que o medicamento se encontra em perfeito estado. 

 

Investimento em tecnologia é fundamental para rastrear entregas


Um dos focos da Temp Log, pelo menos, nos últimos 15 anos, é o investimento em tecnologia para dar informações de rastreabilidade de ponta a ponta e, também, para o consumidor final. A estratégia garante a segurança e a confiabilidade dos clientes, sobretudo, quando o contratante não tem muita familiaridade com o processo logístico. Entre as ferramentas desenvolvidas pela Temp Log estão um aplicativo móvel próprio utilizado para rastrear todos os trechos de cada entrega.
O aplicativo é conectado com o banco de dados do TMS (sistema de gerenciamento de transporte), disponibilizando em tempo real as informações para a Torre de Monitoramento tanto dos clientes, quanto dos colaboradores e gestores. Aliás, a Torre de Controle desenvolvida pela Temp Log é considerada um divisor de águas quando se trata de melhorar o desempenho das entregas e, consequentemente, a satisfação do cliente.

A tecnologia é uma central de integração que reúne as principais informações sobre cada operação de transporte de uma empresa. Em paralelo, são necessárias ainda outras medidas para o sucesso total das atividades. Outros investimentos feitos pela Temp Log foram a instalação de sistemas de automação no processo de fracionamento e expedição dos produtos, e ajustes nos fluxos, visando aumentar a eficiência das atividades internas.


Como se proteger das doenças respiratórias do outono

Clima ameno e seco provoca aumento na procura por atendimento médico; professora do Centro Paula Souza orienta sobre prevenção


O outono começou com a expectativa de temperaturas mais amenas, mas também com a preocupação pelo aumento da incidência de doenças respiratórias. Nesta época do ano, a procura por atendimento médico, por problemas de natureza alérgica ou infecciosa, é maior e atinge de crianças a idosos.

A professora do curso técnico de Enfermagem da Escola Técnica Estadual (Etec) Parque da Juventude, Eliseth Moreira, explica que as infecções respiratórias têm esse aumento sazonal porque as temperaturas mais baixas e o clima mais seco acabam favorecendo a persistência de gotículas no ar por mais tempo. “No outono, temos maior incidência de resfriados, gripes, crises de asma, bronquite, sinusite e pneumonia.”

Segundo Eliseth, as pessoas mais velhas sofrem mais devido ao envelhecimento dos tecidos do corpo, que vão perdendo elasticidade. Esse processo também atinge os pulmões, o que favorece as doenças respiratórias.

A prevenção para pessoas acima de 60 anos é feita a partir da adoção de hábitos saudáveis. Alguns deles são:

Para evitar a inalação de ácaros, é importante que os cobertores e casacos de inverno, que ficam por muito tempo guardados, sejam lavados e expostos ao sol antes do uso;

Hidratar-se adequadamente e manter boa alimentação;

Monitorar e manter sob controle doenças de base como diabetes, hipertensão arterial, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), asma e bronquite;

Manter uma rotina de exercícios, executados com a respiração adequada;

Realizar exercícios respiratórios leves, como alongamentos e fortalecimento muscular. Ao envelhecer, os tecidos perdem colágeno, os músculos e cartilagens da caixa torácica têm sua mobilidade diminuída, reduzindo a capacidade inspiratória e expiratória;

Manter os ambientes ventilados, pois quando fechados e com pouca circulação de ar, são mais propícios à proliferação de doenças e alergias respiratórias.


Prevenção

Uma das principais formas de contágio das doenças respiratórias é pelas mãos, já que, muitas vezes, tocamos em algo contaminado e levamos as mãos à boca, nariz ou olhos. “Por isso, é imprescindível higienizar as mãos constantemente, principalmente quando frequentar espaços públicos, como escolas, parques e transportes”, indica a professora.

Para as crianças, estimular a ingestão de água constantemente evita a queda da imunidade e dificulta o surgimento de infecções e doenças respiratórias. A hidratação é indispensável para prevenir doenças e garantir maior resistência.

Ao desenvolver algum sintoma gripal, os pacientes sem fatores de risco devem fazer hidratação oral e repouso domiciliar, sempre com orientação médica. “É importante também que a população saiba a importância de não se expor para não prejudicar outras pessoas que tenham doenças crônicas ou que estejam fazendo tratamento oncológico”, orienta Eliseth.

 

Centro Paula Souza

 

Diagnóstico e tratamento do Transtorno Bipolar podem evitar incapacitação e suicídio de portadores

Estimativas apontam que até 15 milhões de pessoas tem a doença no Brasil, mas a busca por diagnóstico e tratamento é baixa

 

O Transtorno afetivo bipolar (TAB), doença mental crônica, é uma das mais incapacitantes e com altas taxas de suicídio, acomete cerca de 4% da população mundial ou 140 milhões de pessoas de acordo com estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a estimativa é de que até 15 milhões de pessoas sejam afetadas pelo transtorno bipolar, caracterizado por alterações marcantes do humor, da energia e dos níveis de atividade, o que pode impactar a habilidade do indivíduo em lidar com as tarefas do dia a dia. 

Os episódios podem ter características tanto de mania quanto de depressão simultaneamente, o que é chamado de episódio misto. O transtorno bipolar pode causar muito sofrimento para os indivíduos e suas famílias, chegando a incapacitar o portador. 

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontaram que o transtorno bipolar foi a sexta maior causa de incapacitação no mundo na década de 1990. Como exemplo, um portador com os sintomas da doença aos 20 anos, pode perder 9 anos de vida e 14 anos de produtividade profissional, se não receber tratamento adequado.

A taxa de mortalidade dos portadores de bipolaridade também é elevada, e o suicídio é a causa mais frequente de morte, principalmente entre os jovens. Estimativa da Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB) mostra que até 50% dos pacientes tentem o suicídio ao menos uma vez em suas vidas e 15% destas tentativas se efetivam.

O transtorno bipolar não tem cura, mas pode ser controlado e o tratamento inclui o uso de medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, tais como o fim do consumo de substâncias psicoativas, como cafeína, anfetaminas, álcool e drogas ilícitas. 

“O diagnóstico é complexo e por isso é importante as pessoas terem mais informação e buscarem ajuda especializada de profissionais de saúde, como médicos e psicólogos. Essa procura é muito baixa e, devido a isso, muitas pessoas e suas famílias sofrem tanto com a condição. A manifestação de um episódio é particular. Com o tratamento adequado e individualizado, o transtorno bipolar reduz a incapacitação e a possibilidade de morte dos pacientes”, explica Camila Ribeiro, psicóloga da rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. Ela afirma ainda que casos de crises agudas também podem demandar internação.

 

Van Gogh e o Transtorno Bipolar

No dia do aniversário do pintor holandês Vincent Van Gogh, 30 de março, diagnosticado postumamente, como provável portador do transtorno, celebra-se o Dia Mundial do Transtorno Bipolar. A data tem o objetivo de levar informação à população, eliminar o estigma social e sensibilizar para a doença, estimulando a prevenção, diagnóstico e tratamento adequado.

 

O que é o Transtorno Bipolar?

É uma doença mental crônica que se caracteriza pela alternância entre episódios de euforia e depressão, variações intensas de humor. A causa exata da doença é desconhecida, mas vários fatores têm sido identificados, sendo a genética um dos mais importantes. Para prevenir crises, é importante manter hábitos saudáveis que proporcionem satisfação, como praticar yoga, esporte, e atividades como jardinagem ou marcenaria. O tratamento do transtorno bipolar envolve o uso de medicamentos e terapia.

 

Sintomas

Os sintomas do transtorno bipolar incluem períodos de intensidade não usuais, mudanças nos padrões de sono e níveis de atividade e comportamentos incomuns. Durante os episódios de mania, a pessoa pode apresentar estado de euforia exuberante, valorização da autoestima e autoconfiança, pouca necessidade de sono, agitação psicomotora e descontrole ao coordenar. Em episódios de depressão, a pessoa pode apresentar tristeza sem motivo aparente, perda de interesse em prazeres, memória fraca, perda de energia e pensamentos suicidas.

 

Diagnóstico

O histórico do indivíduo é decisivo para o diagnóstico conclusivo, já que alterações de humor anteriores, episódios atuais ou passados de depressão, histórico familiar de perturbação do humor ou suicídio. Exame de sangue pode ser requisitado para verificar se outra condição é a causa dos sintomas. 

Uma avaliação psicológica cuidadosa também é realizada para identificar a severidade dos episódios, tempo de duração e frequência. É importante notar que o transtorno bipolar pode aparecer em crianças e é geralmente diagnosticado no fim da adolescência ou início da vida adulta.

 

Tipos

De acordo com o DSM.IV (manual diagnóstico e estatístico da Associação Psiquiátrica Americana) e o CID-10 (documento de Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde da OMS), o transtorno bipolar pode ser classificado da seguinte forma:

Transtorno bipolar: Tipo I

O indivíduo apresenta períodos de mania, que duram, pelo menos, sete dias, acompanhado de sintomas depressivos, que se estendem por duas semanas ou mais. Tanto na mania quanto na depressão, os sintomas são intensos e provocam grandes mudanças comportamentais e de conduta, podendo interferir em diversas áreas da vida.

Transtorno bipolar: Tipo II

Há alternância entre os episódios de depressão e de hipomania.

Transtorno ciclotímico

É o quadro mais leve do transtorno bipolar, marcado por oscilações crônicas do humor, que podem ocorrer até no mesmo dia. O paciente alterna sintomas de hipomania e de depressão leve o que, muitas vezes, pode ser interpretado como o próprio temperamento do indivíduo.

Transtorno bipolar não especificado

Pode surgir como consequência de outras doenças ou induzido pelo uso de substâncias.

 

 Rede de Hospitais São Camilo


Dia do Autismo, como a otorrinolaringologia pode ajudar crianças com TEA

No 16o. ano em que a Organização das Nações Unidas celebra o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo, a otorrinolaringologista Dra. Roberta Pilla demonstra a importância de sua especialidade na detecção e tratamento do transtorno e dá 15 sinais cruciais para prestar atenção nas crianças 

 

Ouvir e compreender os sons, responder à voz dos pais, formular as primeiras palavras e frases, reagir a tons de voz diferentes… todos esses processos nos lembram o desenvolvimento normal de um bebê em seus primeiros meses de vida. E, de fato, mostram isso. Qualquer comportamento atípico nessa área liga o alerta para a possibilidade de distúrbios auditivos e linguagem. O que poucos sabem é que anormalidades na fala e audição também podem levantar a hipótese de um transtorno de espectro autista (TEA), ou autismo. Por isso, a presença de um otorrinolaringologista é vital num diagnóstico precoce do transtorno, a fim de detectar e, eventualmente, tratar a questão, minimizando as dificuldades da vida da criança e de sua família. 

Dra. Roberta Pilla, médica otorrinolaringologista membro da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial), conta que sua especialidade pode ser considerada a primeira em importância para investigar possibilidades de autismo, principalmente quando há questões relacionadas à habilidade auditiva e de desenvolvimento de linguagem. "Numa consulta de avaliação otorrinolaringológica em si, podemos investigar a criança em relação a questões de desenvolvimento e questões sociais. Distúrbios de sono que também podem estar relacionados ao autismo também podem ser inicialmente investigados pelo otorrinolaringologista. Conforme alguns sinais e sintomas de alerta, ele inicia a triagem precoce deste distúrbio", detalha. 

As questões ligadas ao sono, ao sistema respiratório, a alterações auditivas e distúrbios da linguagem são muito frequentes nesse grupo de pacientes, segundo a especialista, que salienta o quanto essas comorbidades podem interferir negativamente no quadro clínico comportamental e social das crianças autistas. "O otorrino, por conta disso, acaba colaborando com pais e cuidadores no afastamento de desordens que possam agravar o quadro de autismo, da mesma forma que ajuda no diagnóstico e investigação desse transtorno", acrescenta. 

Uma vez que o sistema de comunicação humano carrega tantas complexidades e órgãos inter-relacionados, o otorrino figura como um importante aliado na realização de diagnósticos diferenciais e na elaboração de programas terapêuticos. "Na perda auditiva, por exemplo, do diagnóstico à conduta terapêutica, o otorrino é fundamental na elaboração do tratamento clínico ou até cirúrgico", diz Dra. Roberta, ao reforçar que as perdas auditivas estão relacionadas diretamente a um maior risco de atrasos no desenvolvimento nas habilidades de comunicação receptiva e expressiva. 

 

Diagnóstico precoce, sempre uma vantagem para a criança 

Entre as principais ponderações de Dra. Roberta, o diagnóstico no tempo certo pode ser o maior aliado para o tratamento e bem-estar da criança, já que recupera a possibilidade do desenvolvimento das habilidades do autista, evitando perdas nos processos de aprendizagem e de interação social. 

Muitas vezes, segundo Dra. Roberta, a criança pode aprender a sentar, engatinhar e andar de acordo com os marcos de desenvolvimento, mas apresentar dificuldade na comunicação não verbal, como o contato visual, na linguagem e na interação social. Em casa, segundo ela, os pais devem observar se a criança está com comportamentos diferentes de outras da sua faixa etária. 

"A partir do momento que se nota um comportamento não habitual, é muito importante procurar um profissional para uma avaliação mais completa e para definição de possíveis diagnósticos", recomenda a especialista. 

Para auxiliar nesse aspecto, a seguir, Dra. Roberta Pilla reúne 15 principais sinais de alerta para os cuidadores observarem na criança, na intenção de um diagnóstico precoce dos transtornos do espectro autista (TEAs): 

  1. Dificuldade em manter contato visual;
  2. Não responde ao sorriso ou outras expressões faciais dos pais;
  3. Não olha para objetos para os quais os pais estão olhando ou apontando;
  4. Não fala nenhuma palavra aos 15 meses ou frases aos 24 meses;
  5. Repete exatamente o que os outros dizem sem entender o significado;
  6. Pode não responder quando chamado pelo nome, mas responde a outros sons (como a buzina de um carro ou o miado de um gato);
  7. Pode perder a linguagem ou outros marcos sociais entre os 15 e 24 meses de idade;
  8. Balança as mãos, balança o corpo ou roda em círculos; anda na ponta dos pés por um longo tempo ou agita as mãos (chamado de “comportamento estereotipado” ou estereotipia);
  9. Prazer em atividades incomuns, em interesses obsessivos, fazendo-as repetidamente durante o dia;
  10. Brinca com partes de brinquedos em vez do brinquedo inteiro (por exemplo, girando as rodas de um caminhão de brinquedo);
  11. Pode ser muito sensível ou nada sensível a cheiros, sons, luzes, texturas e toque;
  12. Não brinca de brincadeiras simbólicas, como faz de conta, casinha, boneca;
  13. Tem dificuldade para entender gestos, linguagem corporal ou tom de voz;
  14. Confunde o uso dos pronomes, por exemplo, diz “eu” quando queria dizer “você”;
  15. Tem dificuldade para elaborar frases, usa somente uma palavra por vez.


Dra. Roberta Pilla - Otorrinolaringologia Geral Adulto e Infantil. Laringologia e Voz. Distúrbios da Deglutição; Via Aérea Pediátrica. Médica Graduada pela PUCRS- Porto Alegre/ Rio Grande do Sul (2003). Pesquisa Laboratorial em Cirurgia Cardíaca na Universidade da Pensilvania -- Philadelphia/USA (2004). Título de Especialista em Otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (2009). Mestrado em Cirurgia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS- Porto Alegre/RS) (2012-2016). Membro da Diretoria da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (ABORLCCF) (2016).

Mitos e verdades sobre a obesidade e doenças cardíacas

Cardiologista da Mayo Clinic esclarece as principais dúvidas sobre causas, diagnóstico, tratamento e prevenção

 

Segundo dados do Ministério da Saúde, a obesidade atinge mais de 6,7 milhões de pessoas no Brasil e as  consequências da enfermidade para a saúde do coração podem ser alarmantes: a obesidade causa certos fatores de risco,  como diabetes, hipertensão ou alterações no colesterol,  que eventualmente conduzem a doenças cardiovasculares graves.  O  Dr. Francisco Lopez Jimenez diretor de Cardiologia Preventiva da Mayo Clinic , esclareceu algumas dúvidas sobre o assunto.  Confira alguns mitos e verdades sobre a relação entre a obesidade e o aparecimento de doenças cardiovasculares:

 

  1. É mais difícil diagnosticar doenças cardiovasculares em pessoas obesas 

VERDADE.  Um paciente com obesidade para receber adequadamente o diagnóstico de doença cardiovascular enfrenta mais dificuldade que pacientes não obesos.  A obesidade faz com que praticamente todos os exames que temos em cardiologia sejam afetados, ou seja, a capacidade dos exames para diagnosticar doenças cardiovasculares quando o paciente tem obesidade já não é tão exata, tanto que a presença de obesidade faz com que as provas diagnósticas saiam falsamente negativas.  

O  paciente pode ter problema cardíaco, mas porque tem obesidade o resultado pode sair como dentro da normalidade e  isso acontece, pois há um panículo adiposo, entre a superfície da pele e o coração, se ele é  muito grosso, como acontece em muitos casos de paciente obesos, ele  pode impedir a leitura correta dos dados de um eletrocardiograma, de um ecocardiograma, de uma ressonância magnética ou de uma tomografia, então muitos diagnósticos cardiovasculares escapam. 

Além disso, pessoas com obesidade vão ter mais probabilidade de ter sintomas que normalmente chamam a atenção também para a possibilidade enfermidades cardíacas, por exemplo, falta de ar, palpitações, sensação de desmaio, e também sentir dor nas pernas ao caminhar, sintomas que podem ser também sinais de outras doenças cardíacas. Então, o clínico tem que saber, com certa experiência,  em que momento esses sintomas já estão além do que seria normal para um paciente obeso.

 

  1. É possível não ter sobrepeso e sofrer as consequências da obesidade

VERDADE. Sim, é possível pessoas sem sobrepeso terem um alto índice de gordura corporal e isso gerar consequências à saúde cardíaca. Isso  acontece quando o índice de massa corporal é normal (IMC), mas a pessoa tem percentagem alta de gordura acumulada e a única maneira de saber isso é medindo a gordura corporal.

     Se uma mulher tem mais de 35% de gordura corporal, ou homem  tem mais de 25% de gordura, mesmo que o índice de massa corporal seja normal, essa pessoa está em perigo, de todos os problemas que a obesidade causa. Essa combinação pode oferecer riscos à saúde cardíaca,  pois significa a presença de muita gordura abdominal e muito pouco músculo. 

 

    3 . Pessoas obesas com problemas cardíacos não podem fazer cirurgia bariátrica  

MITO. É preciso analisar caso a caso, mas em geral, a maioria dos pacientes não tem uma contraindicação absoluta somente por ter uma enfermidade cardíaca.  No entanto, essa enfermidade tem que estar bem controlada, sem estar na fase ativa. Por exemplo, se o paciente tem insuficiência cardíaca, mas  esta condição está  bem controlada, o paciente pode realizar a cirurgia.   Se o paciente acabou de estar no hospital porque teve um quadro de exacerbação da insuficiência, a cirurgia é contraindicada até que isso esteja bem controlado.  

Muitas vezes pacientes com enfermidades coronarianas estão tomando anticoagulantes ou medicamentos que fazem o sangue ficar muito fino . Então, normalmente, espera-se que não precisem desses medicamentos para que se faça a cirurgia.  Pacientes com problemas valvulares, se é um problema muito avançado, há certas cirurgias que estão contra indicadas. Mas no geral, se o paciente pode fazer outra cirurgia abdominal, é muito provável que ele também possa ter cirurgia bariátrica.


Posts mais acessados