O
tabagismo é responsável por oito milhões de mortes em todo o planeta e a causa
evitável número um de câncer
Em um mês em que se
comemoram datas importantes para a saúde, o combate ao tabagismo ganha destaque
especial. Além de marcar, no Brasil, o período de referência à prevenção ao
câncer de pulmão - tumor maligno que lidera o ranking das doenças oncológicas
que mais matam todos os anos - Agosto Branco alerta a população em geral sobre
os riscos do consumo de cigarros e outras modalidades de tabagismo por meio do
Dia Nacional de Combate ao Fumo (29/08). E neste ano, a data se mostra ainda
mais relevante: embora o país venha se destacando nos últimos anos, com redução
pela metade do número de tabagistas, a pandemia apresentou novos desafios que
podem levar a um retrocesso preocupante nesses índices.
Segundo pesquisa da
Fundação Oswaldo Cruz, 34% dos fumantes brasileiros declararam ter aumentado o
número de cigarros fumados em 2020. O estudo detectou também que o aumento foi
maior entre pessoas de menor escolaridade (45,1%) e entre mulheres (38,1%).
Este crescimento, ainda de acordo com o levantamento, está associado à
deterioração da saúde mental dos tabagistas, com piora de quadros de depressão,
ansiedade e insônia, principalmente pelos medos e incertezas em relação à crise
causada pela Covid-19. No Brasil, 10% dos brasileiros adultos eram fumantes em
2020, segundo estudo da Vigitel, o equivalente a cerca de 20 milhões de
pessoas. Fumar causa e/ou agrava dezenas de doenças e reduz a qualidade e a
expectativa de vida em 10 anos. Com mais de 7 mil substâncias tóxicas, diversas
doenças são causadas por essa dependência, entre elas o câncer de pulmão.
Outros tumores, como de garganta, boca e esôfago também estão diretamente
relacionados ao fumo.
"O tabaco
continua sendo a principal causa evitável de mortes e câncer do mundo, além de
ser responsável também pela piora em casos de doenças crônicas, como do
coração, diabetes, entre outros. Quem fuma tem risco aumentado de morte em 3
vezes. Deixar de fumar não só melhora a capacidade cardiovascular, a qualidade
de vida e da saúde, mas aumenta a autoestima e ajuda na saúde mental",
afirma Ana Gelatti, oncologista do Grupo Oncoclínicas.
A médica lembra que
são mais de 8 milhões de mortes no mundo causadas pelo tabaco e 156 mil no
Brasil por ano - uma média de 428 vidas perdidas por dia no país em
consequência da dependência em cigarros. Estimativas indicam ainda que 50 mil
óbitos ocasionados pelo fumo por aqui são por câncer. "Em qualquer uma de
suas formas, o tabaco causa a maior parte de todos os cânceres de pulmão: em
cerca de 85% dos casos diagnosticados, a doença está associada ao consumo de
cigarros. Adicionalmente, fumar leva ao aumento nas chances de desenvolver
outros tipos de tumores, incluindo bexiga, pâncreas, fígado, colo de útero,
esôfago, rim e ureter, laringe (cordas vocais), cavidade oral (boca), faringe,
estômago, colorretal, traqueia e brônquios. O hábito nocivo à saúde também está
intimamente relacionado a doenças cardíacas, doença pulmonar obstrutiva
crônica, pneumonia e AVC (acidente vascular cerebral) ", frisa a Ana
Gelatti.
Além disso, pesquisas
apontam que os tabagistas têm maiores chances de desenvolver formas graves da
Covid-19 e recuperação pior da doença. Mas parar de fumar não é fácil, ainda
mais em um momento de isolamento social e incertezas em relação ao futuro.
"Há uma dependência psicológica e física da nicotina. O cigarro, muitas
vezes, serve de apoio e como um mecanismo de adaptação para lidar com sentimentos
de solidão e frustração, além de causar abstinência. Parar de fumar não é fácil
mesmo e todo apoio é necessário", explica o pneumologista Luiz Pereira, do
Grupo Oncoclínicas.
Pensando nesse
público, o Grupo Oncoclínicas lança neste mês a campanha "Desafio 21
Dias Sem Cigarro", voltada ao incentivo para que tabagistas abandonem
diferentes formas de fumo. A cada dia, é sugerida uma nova meta a ser cumprida
por meio do estímulo a atividades práticas que procuram diminuir a sensação de
ansiedade e a própria fissura física que vem com o consumo de cigarro.
"Parar de fumar não é um ato isolado na vida, a sensação de perda é muito
grande, e o fumante deve encarar a cessação como uma oportunidade de fazer um
balanço e modificar seus hábitos e estilo de vida", completa Luiz Pereira.
O que acontece com seu
corpo ao parar de fumar
É importante destacar,
segundo Ana Gelatti, não só os malefícios do cigarro, mas principalmente os
benefícios de se parar de fumar. "O tabagista precisa de uma rede de apoio
profissional mas também pessoal. É importante que as pessoas, por exemplo, não
julguem o familiar ou amigo que não consegue, por exemplo, abandonar o hábito,
pois não é fácil mesmo", explica.
Após 20 minutos, a
pressão sanguínea e as batidas cardíacas voltam ao normal. Após 8 horas, a
quantidade de monóxido de carbono no sangue diminui quase pela metade,
normalizando a oxigenação das células. Um dia depois, o monóxido de carbono é
eliminado do corpo e os pulmões também começam a eliminar o muco e os resíduos
da fumaça.
Dois dias depois, não
há mais nicotina no organismo. Com isso, o gosto e o olfato começam a melhorar.
A transpiração deixa de cheirar a tabaco. De 2 a 12 semanas depois, a
circulação venosa (responsável pelo retorno do sangue dos tecidos para o
coração) melhora e de três a nove meses depois, os problemas respiratórios e as
tossem acalmam, a voz se torna mais clara e a capacidade respiratória aumenta
em 10%.
21 dicas para vencer
os cinco minutos de fissura e superar o hábito de fumar
• Ao acordar se comprometa
a não fumar
• Anote os três
maiores motivos para deixar de fumar
• Anote os cigarros
mais difíceis de cessar e elabore uma mudança comportamental para superá-los
• Anote três hábitos
ou gatilhos que aumentam o seu risco de fumar
• Faça uma pequena
caminhada
• Beba água nos
momentos de fissura
• Inicie ou aumente as
atividades físicas
• Converse com um
amigo
• Leia um texto curto
• Acesse um vídeo
relaxante
• Masque uma goma ou
chupe uma bala com pouco açúcar
• Inspire lenta e
profundamente pelo nariz e expire lentamente pela boca
• Repita mentalmente
por várias vezes - eu não me permito fumar!
• Modifique ou evite
uma rotina que aumentava o risco de fumar
• Evite uma situação
(gatilho) que aumenta o risco de fumar
• Evite um hábito que
aumenta o risco de fumar
• Anote os benefícios
alcançados após alguns dias sem fumar
• Limpe seu carro para
retirar o odor do tabaco
• Evite locais com
fumantes
• Comprometa-se a
abrir mão de algo que gosta muito caso volte a fumar
• Procure auxílio médico
para apoio no processo de cessar o tabagismo.
Para saber mais sobre
o Desafio 21 Dias Sem Cigarro, acesse o https://www.grupooncoclinicas.com/movimentopelavida
e siga as páginas oficiais nas redes sociais Instagram e Facebook para conferir as dicas diárias no combate ao fumo e
melhora da qualidade de vida.
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