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segunda-feira, 22 de junho de 2020

Coronavírus nas comunidades: a realidade dura de muitos brasileiros



A doença invadiu fronteiras de diversos países sem seleção de poder econômico e político, raça ou idiomas. No nosso país, o coronavírus escancara uma das inúmeras falhas estruturais, por exemplo: os que não têm água encanada para lavar as mãos correm mais riscos. Além disso, a quarentena pode ser ainda mais desesperadora para autônomos que precisam trabalhar fora de casa, como pedreiros, carregadores de material, catadores e faxineiras. Eles fazem parte de um dos grupos mais afetados pelo impacto e efeitos diretos e indiretos do Covid-19.

Nas comunidades é gritante a dificuldade de prevenção e de tratamento. A impossibilidade de manter o distanciamento social e a ausência de salários fixos ou benefícios para sobreviver à quarentena, são alguns dos fatores que fazem parte desta realidade.  O coronavírus apresenta novos riscos e intensifica os que já existem,  deixando mais aparente as diferenças  sociais. 

Grande parte da população da Rocinha ainda precisa circular para trabalhar, o que aumenta a contaminação. É muito difícil fazer um exame de covid na rede pública e a maioria não tem condições de usar a rede particular. Apesar da dificuldade, as ações de comunicação e parcerias com projetos da Rocinha surtem efeito e são um alento para muitos moradores. Empresas, que têm mais recursos financeiros, prestam apoio no fornecimento de cestas básicas e material de limpeza. O momento exige união e solidariedade, características que estão sempre presentes no dia a dia do local. Uma parceria com o projeto do ateliê da Maya Lele, por exemplo, gerou uma doação de 877 máscaras de tecidos e as costureiras foram remuneradas pelo serviço realizado.

Com o agravamento da doença no país, as comunidades acabaram sendo ainda mais afetadas. Além dos problemas financeiros enfrentados, outra problemática é a saúde mental. As pessoas que estão empregadas têm receio de perder o emprego, outras se preocupam com os impactos da doença em suas rendas. Existe as tensões relacionadas com o medo de passar fome, que causam ainda mais sofrimento psíquico nestes grupos sociais.

Uma outra questão importante que a pandemia e a quarentena traz como desafio, é a forma como as pessoas da comunidade lidam com o dinheiro, fazem compras e pagamentos. Para evitar o contato direto e manusear as cédulas de dinheiro, parte da população da Rocinha tem adotado o uso de carteiras digitais, como o banQi (conta digital gratuita). Esse tipo de tecnologia ajuda a manter uma distância segura inclusive das maquininhas de pagamento, evitando uma maior contaminação e disseminação do vírus

Por isso, o pagamento digital tem sido uma forma de facilitar a vida das pessoas na comunidade. Ele leva segundos para ser realizado e pode prevenir contatos desnecessários durante a pandemia.

Percebemos que essa pandemia destaca a necessidade de se ter acesso a diferentes formas de pagamento, opção que agora é acessível na comunidade. Ainda assim, mesmo com o retorno à normalidade, é importante continuar seguindo as principais recomendações da Organização Mundial da Saúde de lavar regularmente as mãos, seja para mexer em dinheiro físico ou em terminais de pagamento.

Agora, mais do que nunca, é extremamente necessário se adaptar às novas medidas e cobrar as autoridades pelos direitos básicos dessa população desamparada, principalmente em momentos de vulnerabilidade como estamos vivendo nessa pandemia. De qualquer forma, acredito que unidos e com força de vontade vamos conseguir vencer mais esse desafio. 


De vazamento de WhatsApp a canais falsos no YouTube, os recentes ataques cibernéticos


Alvos são tanto o usuário comum como sistemas de grandes empresas e executivos de corporações multinacionais. Confira como se proteger!


Em seu trabalho de acompanhamento de ameaças digitais em tempos de pandemia, a Apura S/A - empresa brasileira especializa em segurança cibernética - tem identificado os mais variados e inusitados tipos de golpes e ataques na internet. Relatórios diários, inclusive, estão sendo publicados em um site específico – o covidcyber.apura.com.br.

Ademais, para reforçar o alerta, e reiterar orientações, a destaca também alguns casos recentes. Três deles envolvem ferramentas de internet bastante utilizadas pela população brasileira – mais ainda durante o período de isolamento social decorrente da quarentena.

Um desses casos se refere à exposição dos números privados de WhatsApp em pesquisas na internet, por meio do buscador Google. A falha que proporciona essa divulgação não autorizada pelos usuários foi identificada principalmente com números do Brasil, Estados Unidos, Índia e Reino Unido.

O CEO da Apura, Sandro Süffert, lembra que a publicização de números de WhatsApp pode facilitar a atuação de atores de cibercrimes. Süffert ressalta que o monitoramento cotidiano da Apura detecta com frequência tentativas de golpes mediante o envio de mensagens a internautas por esse aplicativo de mensagens. Durante o processo de pagamento do auxílio emergencial pela Caixa, por exemplo, foram identificados vários links falsos que circularam pelo WhatsApp.

O distanciamento social fez aumentar o uso de chamadas de vídeo, e em um dos aplicativos mais utilizados – o Zoom – também foram encontradas vulnerabilidades. “Há uma falha pela qual atores inserem arquivos maliciosos, principalmente quando do compartilhamento [pelos usuários na conversa] de arquivos em GIFs [imagens com animações]. O arquivo malicioso é enviado ‘disfarçado’ de GIF”, explica Sandro Süffert.


PELO YOUTUBE

No YouTube, outra plataforma popular e de grande audiência nestes tempos de confinamento, igualmente se verificaram ameaças. Três canais do YouTube - 'Juice TV', 'Right Human' e 'MaximSakulevich' – foram ‘sequestrados’ por atores de ataques cibernéticos. Com o sequestro, os atores mudaram o nome do canal para 'SpaceX Live' ou 'SpaceX.

Nesse canal falso, forjam-se gravações ao vivo do empreendedor Elon Musk, em que se pede o envio de valores em bitcoins (dinheiro eletrônico), com a promessa de que o dobro será retornado. Notícias dão conta de que, em dois dias, os cibergolpistas conseguiram arrecadar US$ 150 mil.

NO COMPUTADOR

Além de arquivos maliciosos ou sequestros online, o menu de golpes inclui ataques que agem nos sistemas operacionais dos computadores dos usuários.

Um recente é o do “Tycoon” - um ransomware, ou seja, um tipo de software nocivo, que restringe o acesso ao sistema operacional infectado e só libera mediante o pagamento de um resgate em criptomoedas. O “Tycoon” é voltado tanto para Windows como para Linux, e está baseado em Java (algo que não é comum). Segundo Sandro Süffert, averiguou-se que as infecções são direcionadas a vítimas criteriosamente selecionadas, o que denota a sofisticação do ataque.

Sinal desse aprimoramento está no acréscimo de casos de vulnerabilidades encontradas em software de código aberto (software livre), historicamente – pela possibilidade de o usuário modificar os códigos fontes – mais protegidos. Fontes apontam que as vulnerabilidades comuns e as vulnerabilidades de exposição mais que dobraram, subiram 130% em 2019 em relação ao ano anterior.

No Windows 10, foi descoberta uma vulnerabilidade nas versões 1903 e 1909 que viabiliza o ataque de um tipo de malware (software malicioso que causa danos ao sistema operacional) com potencial de se propagar pela rede, à medida que o sistema é atualizado, e que ataca a memória do kernel (núcleo central do sistema). Com a vulnerabilidade, o invasor lê a memória não inicializada do kernel, e faz modificações na função de compactação.


ATAQUES A EMPRESAS

Não é só o computador do usuário caseiro que está sujeito a cibercrimes. Ao contrário. Sistemas de grandes corporações também são alvos.

A Avon, do grupo Natura, marca das mais reconhecidas no segmento de cosméticos, recentemente teve as operações impactadas por ataques, interrompendo serviços. Neste mês, veio à tona ainda notícia de que a Catho teve 195 clientes com dados comprometidos por invasores cibernéticos. Felizmente, nenhum dado mais sensível foi acessado.

Ataques de malware no começo de junho atingiram empresas fornecedoras de energia nos Estados Unidos, que levaram ao roubo de informações. Executivos de diversas multinacionais, como IBM, Deutsche Bahn, Basf, Bayer, Daimler, DHL, Lufthansa, Otto e Volkswagen, foram alvo de mensagens de phishing - “isca”; geralmente, link malicioso – com origem na Rússia. As mensagens simulavam se tratar de login de serviços da Microsoft.

A Honda iniciou investigação sobre possível ataque de ransomware a suas redes tanto no Japão como na Europa. A companhia confirmou à imprensa que sua infraestrutura de TI enfrentou problemas, embora não tenha exposto a causa exata. O ransomware seria do tipo “snake’, o qual rouba dados e implanta no sistema rotina de criptografia.


GANGUES

Os ataques são orquestrados por verdadeiras gangues cibernéticas, as quais inclusive são batizadas com nomes fantasias. A gangue de Ransomware REvil, por exemplo, recentemente roubou e pôs em leilão dados de uma série de empresas, com preço inicial de US$ 50 mil. Uma outra gangue de ransomware – a DopplePaymer – atacou um prestador de serviço da Nasa.

Há ainda outras gangues de ransomware que ganham duplamente. Primeiro, fornecendo chave para que a empresa possa fazer a "decriptação" dos arquivos invadidos; depois, pela destruição definitiva dos dados capturados.

Parcerias entre gangues também não são incomuns. A LockBit, por exemplo, se uniu à Maze Ransomware como “parceria” no vazamento de dados e compartilhamento de inteligência para a condução de extorsões.

A atuação de um grupo de hackers – denominado Dark Basin – está entre os golpes cibernéticos mais recentes. Trata-se de um grupo que atuou em todos os continentes do planeta, atingindo milhares de pessoas e centenas de instituições. Organizações sem fins lucrativos norte-americanas estiveram entre os principais alvos.


PREVENÇÃO

Sandro Süffert tem defendido investimentos e políticas de segurança cibernética, de modo a tornar países, empresas e cidadãos menos vulneráveis a golpes na internet. Ademais, faz recomendações de prevenção ao usuário comum, para evitar cair nas armadilhas.

Algumas dicas da Apura Cyber Intelligence (que tem escritórios em São Paulo e Brasília) para se proteger:

• Desconfiar de mensagens com promessas de ganhos; ou em tom alarmista

• Checar, em fontes confiáveis, se o que está sendo oferecido, prometido corresponde à realidade

• Não clicar em links desconhecidos, ou sobre os quais não se tenha certeza de que não se tratam de iscas ou armadilhas

• Conferir se a descrição de endereços de empresas ou logomarcas, nos conteúdos das mensagens (como de bancos, lojas) correspondem ao nome e logos corretos da instituição. Atentar aos detalhes; as diferenças costumam ser sutis.

• Nunca fornecer dados pessoais sem que tenha certeza e segurança de que o interlocutor se trata de fonte segura.





APURA


Orientação sobre contratos com academias



Com o fechamento das academias diante da pandemia da Covid-19, muitos consumidores ficaram sem saber como ficaria a questão sobre o contrato. Se permaneciam pagando, se a academia iria isentar o período ou até mesmo jogar as prestações/mensalidades para o final do contrato. Além disto, muitas academias optaram por oferecer aulas onlines no lugar das aulas presenciais.

Em alguns setores da economia a solução para a impossibilidade de prestação de serviços veio por intervenção normativa, a constar no setor de transporte aéreo (MP 925/2020) e turismo e cultura (MP 948/2020). Porém, até o momento não há nenhum ato regulatório que preveja solução para possíveis controvérsia entre empresa/consumidor no que se refere as academias, por este motivo, as situações devem ser analisadas caso a caso, conforme o que estabelece o Código de Defesa do Consumidor e Código Civil.

Mas como ficam os contratos entre consumidor e prestador de serviço firmados antes da pandemia? E os contratos estabelecidos durante a pandemia? Como as academias podem negociar com os alunos para evitar prejuízo? Como os alunos podem proceder diante das situações?

Sobre estas dúvidas por conta de toda esta situação atípica que estamos vivendo devido ao coronavírus, a advogada Caroline Cavet, pode responder como proceder caso haja situações que envolvam o consumidor e as academias.





Caroline Cavet  - Atuando há mais de 10 anos como advogada, é fundadora do escritório Caroline Cavet Advocacia que atua nos direitos civil, médico, empresarial e novas tecnologias. É presidente da Comissão de Juizados Especiais da OAB/PR, coordenadora da Comissão de Inovação e Gestão e membro nas Comissões do Pacto Global e da Saúde, ambos da OAB/PR. Desenvolve pesquisas e escreve sobre responsabilidade civil, direito médico e novas tecnologias. É vice-presidente da Pontos com Amor, uma associação que promove o desenvolvimento social e sustentabilidade. Atua também como vogal na Junta Comercial do Paraná e como conselheira no Conselho de Consumidores da Copel. Uma advogada que faz do seu trabalho uma iniciativa transformadora.


Informação sobre auxílio emergencial: atendimento é prestado pela Defensoria Pública da União, e não Defensoria do Estado – saiba como acessar



A Defensoria Pública do Estado de São Paulo esclarece que não realiza atendimentos relacionados ao auxílio emergencial do Governo Federal. Tal atribuição pertence à Defensoria Pública da União (DPU), competente para atuar em demandas relativas à esfera federal.

Por isso, a Defensoria paulista solicita à imprensa que, ao informar sobre tal atendimento, oriente a população a procurar a Defensoria Pública da União, até mesmo para evitar eventuais deslocamentos desnecessários às Unidades da Defensoria Pública do Estado.

Em São Paulo, em razão da pandemia, a Defensoria Pública da União presta seu atendimento de maneira remota, à distância. Informações sobre esse atendimento podem ser acessadas neste link: https://www.dpu.def.br/endereco-sao-paulo

Às vésperas do prazo final para declaração, Capital Research revela impactos do Imposto de Renda nos investimentos e mostra como contorná-los


Casa de análises lançou relatório para advertir quem faz muitas trocas na carteira de olho na rentabilidade de momento


Aproveitando a proximidade do final do prazo estendido para a entrega das declarações do Imposto de Renda, em 30 de junho, a Capital Research, primeira casa de análises 100% gratuita do Brasil, publicou um relatório sobre o impacto dos tributos no retorno dos seus investimentos.

O material destaca que os investidores tendem a olhar só para o rendimento bruto de suas aplicações no dia a dia e podem acabar se surpreendendo com os descontos no momento da declaração do Imposto de Renda. Por isso, o analista-chefe, Samuel Torres, responsável pelo relatório, dá algumas dicas de como minimizar esse impacto. “Uma das coisas que deixa a conta do IR mais cara, por exemplo, é manter os investimentos na carteira por pouco tempo. Isso geralmente está ligado ao excesso de movimentações dos ativos (compras e vendas) em busca de uma rentabilidade maior, que pode acabar se perdendo com os efeitos tributários”, indica Torres.

O especialista comenta que para alocar em algum investimento, normalmente é necessário resgatar/vender outros – afinal, “o indivíduo comum não tem dinheiro infinito para investir” –, o que, na maioria dos casos, implica em uma alíquota maior de Imposto de Renda. Por conta disso, o relatório da Capital Research adverte para casos em que corretoras e assessores recomendam a troca de toda ou grande parte de uma carteira de investimento em um período curto, já que isso impacta nos rendimentos e no pagamento de impostos, que geralmente ficam fora da conta da rentabilidade apresentada.

O material esclarece que, no caso do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que incide sobre Títulos do Tesouro (Tesouro Direto), CDB, debêntures e fundos de investimento também é necessário ficar atento à alíquota ao longo do tempo, mas minimizá-lo é um pouco mais fácil. “Segundo a  tabela do IOF, a alíquota do imposto é muito alta no começo (96%) e acaba corroendo quase todos os ganhos, porém, a partir do 30º dia, a alíquota vai a zero, de modo que, para escapar desse imposto, basta manter os investimentos sobre os quais incide IOF por pelo menos 30 dias”, explica Torres.

Já no caso do Imposto de Renda, além da alíquota regressiva ter um prazo bem maior e nunca chegar a zero, um fator que deve ser levado em consideração é o chamado “diferimento”, que, em outras palavras, significa deixar o pagamento do imposto para o final do período de investimento em vez de pagá-lo ano a ano.

“Esse fator é muito relevante na conta da sua rentabilidade, mas é algo muito pouco comentado ou levado em consideração nas recomendações de investimento que vemos por aí”, aponta Torres, que ressalta “e esse benefício se torna cada vez maior quanto maiores são o retorno e o prazo do investimento. Uma pessoa que investir R$ 10 mil e obtiver uma rentabilidade de 10% ao ano, com diferimento, terá R$ 999.322,00 após 50 anos, enquanto a que optou pelo modelo sem diferimento e pagou impostos todos os anos terá R$ 590.863,00 ao final do mesmo período.”


Declaração do IR

Para a declaração do Imposto de Renda deste ano, os especialistas da casa lembram que é necessário informar os saldos e rendimentos de aplicações financeiras próprios e de dependentes e que os saldos de cada tipo de investimento devem ser postos em locais específicos. “As aplicações financeiras devem ser informadas na ficha de Bens e Direitos, sob o código apropriado. Ações em carteira, cotas de fundos, títulos de renda fixa e contas poupança, por exemplo, são considerados bens, por isso é importante saber onde declará-los”, afirma Torres. Para ajudar o investidor nessa missão, a Capital Research também disponibilizou um tutorial que ensina como declarar cada tipo de investimento, passo a passo.

Como a transformação digital pode reduzir a burocracia?



A transformação digital ainda é vista por muitos como um investimento caro e trabalhoso. Mas o objetivo é justamente o oposto. A adoção de estratégias digitais no setor público, por exemplo, pode levar a uma economia de até 97% dos custos de atendimento em serviços governamentais, segundo a PNAD/IBGE. Além disso, incluir mais de 60 milhões de brasileiros na economia digital pode aumentar o PIB anual em 5,7%.

Portanto, antes de apontar que transformação digital custa caro, é preciso analisar a relação entre suas vantagens e desvantagens, além de especificar o investimento necessário para cada processo. Depois de colocar todas essas questões na balança, é muito provável que a necessidade de digitalização fique ainda mais evidente, passando sempre pela racionalização e foco na eficiência e eficácia, com redução de tempo e custos envolvidos, tanto para a empresa ou órgão público quanto para o cliente ou contribuinte.

Empresas e entidades públicas precisam entender que a digitalização de processos gera uma redução do prazo de execução e economia. Os casos em que isso não acontece estão quase sempre relacionados à metodologia aplicada, à plataforma de tecnologia utilizada e se os problemas foram devidamente avaliados, para que tenha sido possível desenhar a melhor estratégia para solucioná-los. Ou seja, só não funciona na prática se tiver tido um erro de projeto.

Um bom case de sucesso foi o ganho de eficiência com a digitalização do imposto de renda no Brasil. Antigamente, a Receita Federal tinha que imprimir os formulários de declaração em duas versões distintas: uma de rascunho e outra final. Depois, esses materiais eram despachados por correio aos milhões de contribuintes. Todos os cálculos eram feitos manualmente pelo declarante e entregues à RF pessoalmente. Tudo isso implicava em um custo significativo aos cofres públicos, sem falar no tempo e logística envolvidos nessa distribuição. Imagine o volume enorme de declarações contendo erros básicos de cálculo ou mesmo de preenchimento! Analisar e solicitar a correção de todas essas inconsistências exigia que a Receita possuísse um enorme CAC (Centro de Atendimento do Contribuinte). Com a digitalização, todos esses problemas foram resolvidos e, hoje, temos um sistema eficaz na apuração da declaração, recolhimento dos impostos devidos e no atendimento ao contribuinte.

Outro case que chama atenção e vale como aprendizado para nós vem de um país escandinavo, que em meados de 1990 era dominado pela extinta União Soviética. A Estônia construiu uma sociedade digital que é referência em administração pública. No país, apenas três serviços exigem a presença física do contribuinte: casamento, divórcio e transferência de imóvel. Dos mais de 1,3 milhões de estonianos, 98,2% possuem RG digital que garante acesso a mais de 500 serviços do governo. Além da redução da burocracia, a digitalização possibilitou ao país poupar 2% do PIB.

Imagine se o Brasil conseguisse atingir esse mesmo nível de maturidade digital? Isso só é possível com políticas de Estado, não apenas políticas de governo que mudam a cada quatro anos. A transformação digital exige planejamento e constância, além de muito estudo de investimentos. Quando isso for um ideal da população brasileira e de seus governantes, assim como ocorreu na Estônia dos anos 1990, poderemos vislumbrar um país menos burocrático e mais digital.





Fernando Rizzatti - sócio-diretor na Neotix Transformação Digital. Tecnologia aplicada ao mundo dos negócios é a essência de sua trajetória profissional, de mais de 25 anos, sempre aliada à inovação que agrega valor. Da indústria de transformação, passando pelo segmento financeiro e de economia mista, tem habilidades para entender necessidades e encontrar soluções. Acredita em equipe e união de talentos. Adora música e a inspiração para compor.  Dirige a Neotix como quem compõe uma sinfonia. Cada nota é fundamental.


O novo normal na educação: o que era diferencial se tornou um pré-requisito essencial


O isolamento social necessário por causa da pandemia do novo coronavírus obrigou escolas no Brasil e no mundo a se adaptarem. Professores e alunos se viram diante da necessidade de incluir o uso das tecnologias educacionais no seu cotidiano e utilização em aulas à distância. Videoconferências, aplicativos, plataformas, aulas ao vivo, chats e inteligência artificial. O uso dessas ferramentas abriu espaço para uma nova realidade até então pouco explorada em escala mundial se considerarmos as inúmeras possibilidades. 

Mas o novo coronavírus não só estabeleceu as regras e tendências na educação, como escancarou os gargalos que limitam as estratégias e planejamento para solucionar o problema. O desafio vai de uma ponta à outra: desde a formação de professores técnica e pedagogicamente aptos para esse novo mundo até a disponibilidade de recursos disponíveis aos estudantes. Na rede pública, antes da pandemia, a tecnologia era vista como nice to have (seria ótimo ter). No chamado “novo normal”, ela se torna essencial para viabilizar a continuidade do ensino-aprendizagem de crianças, adolescentes e adultos mundo afora.

No Brasil, especificamente, as plataformas e novas tecnologias sempre estiveram distante da realidade dos alunos das instituições das redes públicas de ensino. Com isso, e considerando que estamos falando milhões de estudantes a nível nacional, é possível destacar o grande potencial do país para explorar os recursos tecnológicos existentes no mercado.

Agora, o país foi colocado à prova e testa, a todo momento, os limites que podem ser superados. Isso contribui para treiná-lo e prepará-lo para as demandas que surgirão daqui para frente. Nós ainda vamos questionar, ajustar e analisar os projetos que serão propostos se quisermos realmente ajudar a população e não sermos pegos de surpresa, como dessa vez, se outros desafios aparecerem pela frente. As chamadas edtechs, startups de educação, precisam acompanhar mais do que nunca esse movimento e oferecerem soluções práticas que auxiliem o cotidiano. A realidade imposta pela Covid-19 expôs fragilidades do sistema educacional brasileiro e mundial, mas abre espaço para uma nova realidade a ser explorada.




George Balbino - vice-presidente da Mangahigh no Brasil. A plataforma educacional britânica é pioneira na criação de conteúdos didáticos de matemática e raciocínio lógico por meio de games para crianças e adolescentes. Alinhando pedagogia e o aprendizado personalizado com o lúdico, a instituição oferece conteúdos alinhados aos currículos nacionais de países da América do Norte, América do Sul, Ásia, Europa e Oceania. 


É o fim do emprego: a era do trabalho já começou



Freelas, jobs, bicos, empregos temporários. Tudo isso não é apenas consequência de um período de recessão econômica, mas uma realidade para a qual todos devemos estar preparados. Sucessivas mudanças de comportamento e cultura culminaram no fim da era do emprego e início da era do trabalho, com cargos flexíveis e igualmente instáveis. Mas, afinal, o que isso significa?

O economista britânico Guy Standing, Ph.D pela Universidade de Cambrigde estuda há anos as mudanças no mercado de trabalho provocadas pela globalização e pela revolução tecnológica. Em 2011, ele publicou um livro falando sobre o “precariado”, combinação entre as palavras “proletariado” e “precário”. Segundo ele, esse grupo de pessoas passa a vida sobrevivendo entre trabalhos temporários que agregam pouco valor, sensação de pertencimento e realização pessoal. Extremamente frustradas, essas pessoas se tornam vulneráveis a líderes que consigam despertar esse tão almejado sentimento de união e podem até se deixar seduzir por correntes políticas extremistas.

Não é difícil perceber que isso já vem acontecendo há anos. Jovens recém-formados se frustram ao se deparar com um mercado de trabalho pouco acolhedor, que os recebe como mais um de uma linha de produção. E é aí que mora o problema. Enquanto a geração anterior foi condicionada a entrar em uma empresa e ir, pouco a pouco, conquistando seu espaço, hoje as vagas estão cada vez mais escassas e o mundo se tornou ainda mais volátil – ou líquido, como classificou o sociólogo polonês Zygmund Bauman.

Sendo assim, como encontrar propósito em empregos que podem durar alguns anos, no máximo? Como desempenhar sua função com valor e sentimento de dever cumprido? De fato, não é nada fácil para quem foi ensinado que bastava estudar e você estaria feito pelo resto da vida. A 4ª Revolução Industrial chegou atropelando todos os planos e dando uma nova cara ao emprego tradicional, mais especializado e menos operacional.

O relatório “Futuro do Trabalho”, publicado em 2016 pelo Fórum Econômico Mundial, estimava a perda de mais de 5 milhões de empregos até cinco anos – isso sem prever a pandemia que nos atingiria nos anos seguintes. Mas, mesmo uma notícia tão grave pode ser positiva para outros: áreas como computação, matemática, arquitetura e engenharia devem ter um ganho de 2 milhões de empregos.

Se é o fim da era do emprego, seremos nós os próprios criadores de trabalhos e funções – literalmente, pela maior facilidade de se abrir um negócio hoje, e metaforicamente, ao aderirmos a novas modalidades de exercer uma profissão. O marketing pessoal deve se tornar cada vez mais importante: é preciso ser visto para ser lembrado. Oferecer serviços com retorno sobre investimento previamente calculado. Ter aquela formação profissional invejável não é mais suficiente se você não se mostrar um profissional com uma boa rede de conexões, resiliência, proatividade, espírito de equipe e um cidadão ativo na sociedade. As empresas estão de olho em alguém com diferencial. Um trabalho comunitário pode fazer mais diferença no currículo do que, necessariamente, uma pós-graduação. Se os critérios de seleção mudaram, você também precisa mudar.

A pandemia acelerou tendências e mais do que nunca é preciso correr atrás do tempo perdido. Procure aprimorar suas características positivas, acadêmicas ou não, e elaborar aquilo que pode te enfraquecer profissionalmente. Entre as poucas certezas para os próximos anos está a que permanecer na zona de conforto não leva a nada. O trabalho com propósito parte do princípio de encontrar aquilo em que você se sente realizado e ir atrás de oportunidades para que isso se concretize. Bem-vindo, a era do trabalho já começou!




Marcos Yabuno Guglielmi - coach empresarial certificado da ActionCOACH, empresa número 1 do mundo em coaching empresarial.


70% dos comércios reabertos já se adequaram as obrigações acessórias sanitárias do Plano SP, diz levantamento



 Próximo de completar 14 dias da reabertura, 50% dos lojistas preveem retomada de 8 horas de funcionamento antes de 30 de junho

Quase duas semanas após reabertura dos comércios em SP, anunciado pelo Governo do estado,  6 em cada 10 lojistas repararam que 70% dos comércios já se adequaram as obrigações acessórias sanitárias do Plano SP, de acordo com pesquisa realizada pela FCDLESP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo).

Outros 40% dos empresários observaram que 30% dos comércios ainda estão em processo de adaptação. “Entre as medidas adotadas estão o distanciamento social, higienização e sanitização dos ambientes, orientação para funcionários e clientes, além da medição de temperatura dos clientes”, explica Maurício Stainoff, presidente da FCDLESP.

Outro dado que a pesquisa traz é que o período de quatro horas de funcionamento é pouco, que o ideal são as oito horas para ter uma boa distribuição dos clientes e vendas durante o dia. Diante desse cenário, cinco em cada 10 lojistas preveem a retomada do horário de funcionamento de 8 horas antes de 30 de junho, 30% dos comerciantes a partir de 1 de julho e 20% restantes dos empresários consideram a normalidade após 15 de julho.

80% dos comerciantes relatam um cenário pouco otimista sobre as vendas, pois não obtiveram resultados além do esperado em quase 14 dias da reabertura. Porém, 20% dos lojistas começaram a notar uma certa estabilidade após a retomada das atividades.

Além disso, os empresários relatam que metade dos clientes, considerando o volume antes da pandemia da COVID-19, estão circulando nas ruas, mas poucos entram nas lojas para fazer compras.

Apesar das regiões de Barretos, Presidente Prudente e Ribeirão Preto, Marília a Registro estarem na fase mais restrita (vermelha), dados da pesquisa apontam que até o final de junho, os lojistas têm perspectivas positivas para o cenário econômico do varejo, sendo que 7 em cada 10 comerciantes preveem o crescimento nas vendas para estabilizar o percentual negativo dos últimos tempos, 20% presumem um aumento de 5% nas vendas, e outros 10% supõem upgrades nas vendas de 7%.

A pesquisa foi realizada com a participação das principais CDLs do Estado de São Paulo.


Venda mais com atitude assertiva



É comum encontrar um profissional de vendas proativo, com a agenda carregada de contatos, raramente chega atrasado na empresa ou no cliente, atende os requisitos de formação técnica, conhece de produto, conhece bem o território e a região onde atua. Tem um discurso, onde: “Fulano de Tal é meu cliente e Beltrano compra comigo! ” Diz ter muitos clientes, mas, no final do mês seu resultado é fraco, sofre para bater as metas e geralmente está insatisfeito com o que ganha. Como dizemos: “rema, rema, mas não sai do lugar”. Mesmo assim, não podemos dizer que falta atitude.

 A medida que repetimos nossas práticas vamos adquirindo experiência, confiança e auto suficiência, em vendas, não é diferente. Esse cenário poderá nos conduzir a perfeição e melhores ganhos. Mas também poderá nos remeter a uma sensação de falsa segurança, nesse momento repetimos as mesmas atitudes e o resultado não muda, com o tempo os ganhos (salário e comissão) são os mesmos. Muitas das vezes, queremos resultados diferentes fazendo a mesma coisa. Alicerçados a falsa segurança daquilo que “um dia deu certo” e com medo de fazer diferente, não mudamos a atitude.

Feita a provocação, vamos unir os dois pontos: resultado fraco e a mesma atitude. Perguntamos então: É possível medir a atitude? Parece ser difícil responder essa pergunta porque vemos atitude muitas vezes como algo intangível, difícil de mensurar. Avaliar atitude é algo complicado. Então podemos perguntar diferente: É possível saber se uma atitude é positiva ou negativa?

Sim, é possível. Alguns autores trabalham o conceito de Atitudes Positivas, para o nosso segmento prefiro empregar o termo atitude assertiva, podendo ser sinônimos. No contexto prático do agronegócio, Atitude assertiva significa o quanto o profissional é capaz de entregar resultados positivos.

Vendedor que faz uma boa quantidade de visitas ou abordagens, usando boas técnicas de prospecção, mas no final do período não tira o pedido, como eu costumo dizer: “não traz pra casa”, está sendo pouco Assertivo ou eficaz.

Para saber o quanto sua Atitude é Assertiva, vou ajudá-lo a medir, a encontrar um número que sirva como indicador do seu desempenho, o que eu chamo de grau de assertividade.

Através do seu histórico mensal de prospecções, de cotações por e-mails, de ligações telefônicas e do relatório de visitas, para cada 100 diferentes abordagens, identifique em quantos clientes você vendeu. Esse número deve ser identificado como percentual (%). Fácil, esse será o seu grau de assertividade. Exemplo: 150 abordagens (e-mails, prospecções, ligações...) vendi para 30, então o grau de assertividade é 20 %.
  • DICA A: Em vendas de balcão (loja agropecuária) o índice previsível de grau de asserto é de 80 %.
  • DICA B: Em vendas de campo ou representação comercial o índice previsível de grau asserto é de 30 %.
Agora você deve estar se perguntando: Para que serve isso? Simples. Ajudar você a bater suas metas, o que de fato, constitui uma Atitude Assertiva.

Para entregar resultados positivos, separei os passos que ajudarão você nessa tarefa.
  1. Escreva a sua meta.
  2. Identifique o ticket médio de compra dos seus clientes.
  3. Faça uma divisão entre a sua meta e o ticket médio.
  4. Você encontrará o número de clientes necessário para fechar a sua meta.
  5. Com o conhecimento do seu grau de assertividade. Divida o número de clientes necessários para fechar a meta (ítem 4) pelo percentual de grau de asserto.
  • DICA C: Em vendas de balcão (loja agropecuária), o ticket médio geralmente está entre R$ 500,00 e R$ 5.000,00.
  • DICA E: Em vendas de campo ou representação comercial o ticket médio geralmente está entre R$ 5.000,00 e R$ 50.000,00.
   6°. Concluindo: O resultado dessa divisão é o número de clientes que você precisa abordar para chegar à sua META.

Grau de assertividade e ticket médio parecem soar estranhos, mas acredite: são conceitos mensuráveis que definem o quanto o profissional está no caminho correto para atingir seus objetivos.

Conhecer o grau de assertividade, não deixará você imune à desafios, pelo contrário, neste momento o desafio é superar “sua marca”, ser mais eficaz.

Você poderá escolher NÃO mudar de Atitude, ignorar o grau de assertividade e manter baixo o ticket médio. Com certeza absoluta, vai ter maiores dificuldades, você terá que lutar mais, desperdiçando mais energia e fazendo mais força, para quem sabe, atingir os mesmos resultados. Pode escolher.

Grande abraço e boas vendas campeão!!




Marcelo Cerutti – Veterinário e Pós graduado em Gestão Empresarial com ênfase em Marketing e Recursos Humanos. Diretor da CERUTTI – Consultoria e Treinamentos


Lei Seca completa 12 anos em meio a intenso debate sobre flexibilização do Código de Trânsito Brasileiro



Um dos marcos legais de enfrentamento e controle dos acidentes de trânsito no Brasil, a chamada Lei Seca, completa 12 anos no momento em que a Câmara dos Deputados volta a revisar as regras estabelecidas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Reconhecida como uma das legislações mais rigorosas em vigor no mundo, a Lei 11.705/2008 foi responsável por poupar mais de 40 mil vidas entre 2008 e 2016, segundo estudo da Escola Nacional de Seguros.

Para o diretor científico da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Flávio Adura, trata-se de um tema que segue atual, como “uma bandeira que não podemos deixar enfraquecer”. Segundo o médico, o consumo de álcool por motoristas ainda é alto e há muito a ser feito para uma aplicação ainda mais firme da legislação.

Dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, registram redução de 14% do número de mortes por acidentes de trânsito associados ao consumo de álcool no país: em 2008, quando a lei foi implantada, foram registrados 38.273 óbitos; em 2017, o registro havia caído para 32.615 casos. “Os números mostram a força e a importância dessa legislação. Também evidenciam uma mudança na conduta do motorista, uma nova mentalidade que ainda estamos construindo no Brasil”, avalia Adura.

A entidade participou ativamente e contribui decisivamente para a aprovação da Lei Seca pelo Congresso Nacional. Representando os médicos de tráfego, a Abramet identificou a alcoolemia como principal vetor da morbimortalidade no trânsito, colocando esse tema no centro da discussão. Em 2008, a entidade elaborou a diretriz “Alcoolemia e direção veicular segura” e produziu a nota técnica que resultou na aprovação da Lei.

“Os efeitos da bebida alcoólica na condução de veículos são inúmeros, causando um impacto significativo e crescente na morbimortalidade por acidentes de trânsito. Qualquer quantidade de ingestão alcoólica pode prejudicar a direção veicular e a segurança de trânsito. O álcool afeta negativamente essa segurança em três aspectos: sobrevivência, performance e comportamento”, completa José Montal, também diretor da Abramet.

Segundo relato do próprio autor da Lei Seca e atual presidente da Frente Parlamentar do Trânsito Seguro, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), “a Abramet teve participação fundamental para que pudéssemos aprovar essa Lei”. Em mensagem de vídeo, o parlamentar aproveitou a data para agradecer aos membros da Abramet e para reafirmar seu apoio à entidade na construção de um trânsito mais seguro, com menos mortes e acidentes. “Vamos juntos, pois temos muito trabalho pela frente”, enfatizou.

Os estudos e dados científicos apresentados pela Abramet à época comprovaram, por exemplo, os efeitos nocivos da combinação da ingestão de álcool com a direção e referendaram a necessidade de uma legislação sobre o tema. Também é da Abramet o estudo que levou à publicação da Resolução nº 432 que orienta os procedimentos adotados pelas autoridades de trânsito na fiscalização do consumo do álcool para aplicação da Lei 12.760/12.

– A Lei Seca é considerada um dos mais importantes instrumentos brasileiros para reduzir a violência nas ruas e estradas do País, ao estabelecer penas severas para os motoristas  flagrados alcoolizados, modificando o limite aceito de alcoolemia do condutor de veículo automotor, de RIGOROSIDADE0,6 gramas de álcool por litro de sangue (estabelecido pelo Código de Trânsito em vigor), para zero.

A lei prevê que o motorista que exceder este novo limite fica sujeito ao pagamento de multa, perda do direito de dirigir pelo prazo de um ano e apreensão do veículo. Além disso, se a taxa de alcoolemia for superior a 0,6 gramas de álcool por litro de sangue, estará sujeito detenção, de seis meses a três anos.


APERFEIÇOAMENTOS – Desde que foi editada, a Lei 11.705/2008 sofreu alterações, aprofundando regras que já eram duras para a realidade nacional. A primeira delas foi em 2012, quando a Lei nº 12.760 estabeleceu pena de detenção, multa e suspensão ou cassação da habilitação aos motoristas que conduzam o com “capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa”.

Em 2016, a Lei nº 13.281 também passou a considerar infração gravíssima, com valor pecuniário multiplicado por dez, a recusa do condutor a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa. No ano seguinte, com o advento da Lei nº 13.546/2017, foi incorporado ao CTB a previsão de pena de reclusão de cinco a oito anos para o condutor que praticar crime culposo na direção de um veículo automotor sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência.


Consequências jurídicas para empresas e instituições públicas pelos funcionários diagnosticados com Burnout


Agora que já sabemos o que é o Burnout é uma doença ocupacional que decorre por exaustão profissional e que uma das causas é decorrente do assédio moral, vejamos quais as consequências para o empregador.
O trabalhador diagnosticado com Burnout ficará afastado de suas atividades laborais por auxílio doença acidentário (código B-91), junto ao INSS. Isso significa que o contrato de trabalho dele será suspenso até que retorne de alta médica.
Isso porque, o artigo , parágrafo único da CLT, estabelece que, apesar do afastamento do empregado de suas atividades laborativas a partir do 16º (décimo sexto) dia – com percepção do auxílio previdenciário – haverá contagem do tempo de serviço, assim como o empregador continuará obrigado a depositar o FGTS do empregado durante todo o período de afastamento, nos termos do § 5º do artigo 15, da Lei 8.036/90, em alguns casos decorrentes de Convenção Coletiva, pode haver até mesmo complementação do salário, já que somente poderia receber até o limite do teto da previdência social. 
Após a alta médica do INSS, o empregado passará pelo médico do trabalho da empresa que também atestará ou não a sua alta. Caso esteja tudo certo, o empregado estará apto a retornar ao trabalho, nas mesmas condições que trabalhava ou ainda, poderá ser reabilitado à outra função caso assim seja decidido pela perícia médica do INSS.
Suponhamos que houve a constatação de que o causador da doença ou àquele que desencadeou a doença foi o chefe imediato do empregado, ou seja, que fora seu assediador e o empregado o assediado, passado meses ou anos naquele estresse e sofrimento o empregado é afastado e retorna ao mesmo posto e com seu mesmo chefe, por certo, a empresa não tomou as devidas cautelas para afastamento do “assediador” e não haverá meios do empregado retornar a este ambiente laboral. O que fazer então?
A empresa utilizando esta experiência, já deveria ou demitir o causador do dano ou ainda, antes disso realizar treinamentos dos seus gestores e equipe para que todos fiquem alinhados com os princípios, éticos, legais e morais da empresa, para que isso não mais ocorra.
Ainda assim, entendemos ser um trauma para o empregado ter que relembrar todo seu passado e retornar para esta situação, logo, o ideal é afastá-lo deste ambiente e realoca-lo em outro setor.
Mas, podem me perguntar agora, por que esse empregado então não foi demitido ao retornar ao trabalho? Porque pelo art. 118 da Lei 8.213/91 após a alta do INSS, por auxílio doença acidentário o empregado goza de estabilidade de 12 meses no emprego, não podendo assim, ser demitido sem justa causa, apenas por justa causa ou pedido de demissão.
Pois bem, e se não for possível o retorno ao trabalho, por estas questões acima expostas? Caso o empregado peça sua demissão também perderá o direito à estabilidade, ou se for demitido por justa causa. Porém, se a empresa não tiver mais como realocá-lo, não restará outra alternativa senão demiti-lo, sem justa causa e indenizar o valor de sua estabilidade.
Além disso, dependendo das sequelas e tratamento ofertado pela empresa na ajuda deste funcionário, o mesmo poderá ainda, sem prejuízo da sua estabilidade pleitear na justiça indenização por danos morais por todo mal sofrido.
E quanto mensurar o valor desse dano? Muito embora seja um valor subjetivo, arbitrado pelo juízo e a seu critério, com a chamada reforma trabalhista Lei n. 13.467/17, no seu art. 223-G da CLT trouxe parâmetros para mensurar o dano, o que foi fortemente rebatido pelos juristas e doutrinadores, porém, há quem entenda justamente o contrário que acabou com o subjetivismo e arbitrariedade e agora os valores são pautados por lei.
Mas enfim, sem adentrarmos ao mérito desta questão sobre os valores, importante alertar o empregador que para se prevenir de problemas deste tipo o ideal é implementar um programa de compliance trabalhista efetivo, com programas de integridade, ética, treinamento, informando os princípios da empresa e onde querem chegar.
Como já dito, um canal de denúncia, regulamento interno, código de ética e conduta são primordiais para evitar que a empresa cometa erros e gere processos trabalhistas milionários.
O funcionário deve ser tratado com dignidade, afinal é um dos princípios basilares do direito social, insculpidos inclusive na Constituição Federal, no art. 7º.
Ao dar o tratamento digno a pessoa, que esta se sinta parte da empresa, valorizado, trabalhará com melhor produtividade, atingido seus objetivos e as metas almejadas pela empresa muito mais rápido.
Portanto, a conclusão que chegamos aqui seria de que, as empresas não tenham medo de investir em programas efetivos de integridade, que agregará maior valor às empresas, os funcionários trabalharão mais satisfeitos onde todos sairão ganhando!
Lembre-se sempre: “Melhor prevenir do que indenizar”.


Dra. Flavia Eadi de Castro - head de direito do trabalho da RGL Advogados. Advogada Trabalhista Empresarial. Especialista em Compliance Trabalhista. Assessorando diversas empresas nacionais e multinacionais de pequeno, médio e grande porte. Head em Direito do Trabalho do escritório RGL Advogados. Idealizadora do perfil do instagram: @falatrabalhista

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