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sexta-feira, 19 de junho de 2020

Bancos elevam em até 44% juros de crédito para pessoa jurídica em meio à pandemia


Pesquisa da Capital Empreendedor mostra alta em taxas praticadas por grandes bancos desde o decreto da pandemia da Covid-19 pela OMS, apesar de redução de 29% do juro básico em reuniões do Copom


Apesar das campanhas publicitárias anunciarem total apoio para as empresas enfrentarem os efeitos da crise pandêmica da Covid-19, os maiores bancos do Brasil não promoveram cortes generalizados dos encargos. Tampouco a redução na taxa básica de juros da economia (Selic) determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em duas reuniões consecutivas – realizadas nos dias 18 de março e 6 de maio – incentivaram os bancos a baixar os juros na ponta. Nesse período, a Selic passou de 4,25% para 3% ao ano, uma queda de 29%. Em alguns casos, a taxa de juros chegou a subir 44% em uma das linhas de financiamento mais acessadas pelas empresas nos últimos meses em um dos maiores bancos do País. A constatação é de uma pesquisa conduzida pela Capital Empreendedor, um dos maiores marketplaces de crédito do Brasil, que conecta micro, pequenas e médias empresas (as “MPMEs”) a financiamentos de instituições em todo o território nacional.

A pesquisa tomou como base o período entre 10 de março, véspera da declaração da Organização Mundial da Saúde da pandemia do novo coronavírus, e 20 de maio, data do levantamento mais recente divulgado periodicamente pelo Banco Central. A pesquisa considerou os juros mensais das seis principais linhas de crédito para empresas (antecipação de recebíveis de cartão de crédito; capital de giro com prazo de até 365 dias; capital de giro com prazo superior a 365 dias; cheque especial; conta garantida e desconto de duplicatas) disponíveis nos cinco maiores bancos (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander), responsáveis por mais de 80% do total de crédito no pais.

O BB foi o campeão no aumento dos juros no período analisado — a instituição elevou as taxas em três das seis linhas da amostra. A pesquisa da Capital Empreendedor aponta que o BB praticou o maior percentual de aumento no juro mensal da linha antecipação de recebíveis de cartão de crédito, de 0,54% para 0,78%, o que representa avanço de 44% no período (detalhes no arquivo anexo). Essa linha de crédito representa 5% do estoque de empréstimos e financiamentos para pessoas jurídicas no País, segundo o Banco Central, e é particularmente importante para pequenos negócios.

O Banco do Brasil também aumentou os juros para capital de giro com prazo de até um ano na modalidade prefixada (variação de +4%) e para a conta garantida prefixada (alta de 7%). “As altas, no entanto, não colocam o Banco do Brasil no topo da lista dos bancos mais ‘caros’ para as empresas. Em alguns casos, o próprio BB tem as taxas mais competitivas, como nas modalidades de capital de giro até um ano e por mais de 365 dias”, observa Juliano Graff, sócio-fundador da Capital Empreendedor e coordenador da pesquisa.

O Santander, por sua vez, foi a instituição que reduziu a taxa de juros no maior número de modalidades. “Isso não quer dizer, porém, que seja o banco com as melhores taxas do mercado. Antes da pandemia, o Santander liderava a lista dos bancos mais caros em quatro das seis linhas pesquisadas. Durante a crise, o banco espanhol acompanhou a redução das taxas dos principais concorrentes, mantendo-se bastante competitivo nas taxas das linhas conta garantida e desconto de duplicatas”, compara.

Segundo Graff, a comparação de taxas e condições dos empréstimos, sobretudo num momento de crise aguda, pode ajudar as empresas a entender a dinâmica dos encargos para escolher as melhores opções. “Ao mesmo tempo que as campanhas publicitárias vendem facilidades, os bancos podem se beneficiar da assimetria de informações para aumentar suas taxas. As empresas precisam ficar atentas”, diz ele. A plataforma da Capital Empreendedor conta com ferramentas e cruzamentos de dados das ofertas de crédito disponíveis no mercado para apoiar os usuários a comparar taxas, garantias e condições para a liberação de financiamentos.


Cheque especial

O levantamento da Capital Empreendedor também revela que o cheque especial é a modalidade de crédito mais resistente à queda dos juros, apesar de apresentar significativa diferença de magnitude em relação às taxas cobradas na maior parte das linhas. No período pesquisado, entre 10 de março e 20 de maio, a média de redução do cheque especial nos cinco maiores bancos variou apenas 2%, de 12,93% para 12,73% ao mês. Nas demais linhas de crédito, no dia 20 de maio, a taxa mínima ficou em 0,51% no juro cobrado pelo Bradesco para a antecipação do cartão, enquanto a máxima alcançou 2,82%, também no Bradesco, para a linha conta garantida.

“Muitas empresas, sobretudo de pequeno porte, ainda recorrem ao cheque especial por falta de conhecimento das opções disponíveis no mercado. Diferentemente de outras linhas, no cheque especial, o dinheiro é liberado sem a contrapartida de garantias, o que costuma elevar os juros à estratosfera”, avalia Graff.

De acordo com os dados mais recentes do Banco Central, a linha com maior volume de empréstimos para empresas no País é a de capital de giro para prazo superior a 365 dias, equivalente a R$ 262,6 bilhões ou 27% do estoque. O levantamento da Capital Empreendedor constatou redução média de 15% nos juros dessa linha, no período abarcado pela pesquisa. Quatro bancos reduziram os encargos — Santander (-29%), Itaú Unibanco (-15%), Caixa (-15%) e Banco do Brasil (-14%) — enquanto o Bradesco elevou a taxa em 5%. Queda mais expressiva, de 43% na média, foi verificada na linha de capital de giro de até 365 dias. “O fato de ter prazo mais curto acaba reduzindo os riscos para os bancos, o que pode explicar a maior intensidade do corte”, explica o coordenador do levantamento. “Em momentos de crise grave como a atual, ter conhecimento é essencial na hora de decidir tomar o empréstimo para garantir a sobrevivência dos negócios a longo prazo”, completa.





Capital Empreendedor


Direito Digital


Conhecer sobre o Direito Digital é essencial diante de uma sociedade que está toda conectada via online

É sabido que em poucas décadas as inovações tecnológicas evoluíram e estão cada vez mais rápidas, assim, muitas medidas foram criadas para que ilegalidades não ocorram no meio online.

Alguns sistemas de realidade virtual, realidade aumentada, e inteligências artificiais ficaram famosos no mercado Brasileiro. A partir de 2018, a experiência de consumidores, antes raras, se tornaram cada vez mais populares, seja através de produtos wearables (tecnologias vestíveis), pelos videogames, brinquedos, ou equipamentos domésticos de IoT.

A era digital promete melhorias nos âmbitos profissional e pessoal, entretanto está também expõe seus usuários a grandes perigos, visto que dados como nome, endereço, e idade são compartilhados neste meio. Bruno Faigle, Advogado Senior, apresenta, “É intrínseco que todas essas mudanças e adaptações para o mundo digital são alvo de discussões na legislação atual, por isso é muito importante que o Direito Digital seja conhecido por todos”.

A educação é o caminho a ser seguido para que essas inseguranças sejam mitigadas e a internet possa ser usada com segurança, evitando o vazamento de dados, cybercrimes e outros.

Em vigor desde 2014 a Lei n° 12.965\2014, popularmente chamada de Marco Civil da Internet, estabelece os direitos e deveres para o uso da Internet em território nacional, é ela que garante maior segurança a todos que navegam pelas redes diariamente.

Mas só ela não é suficiente, em vista que a internet é um mundo inesgotável de informações, e todos os dias são criados novos sites, aplicativos e mídias. “Por isso, iniciativas do Legislativo, que de fato, contribuam para as políticas de segurança nesse setor, devem ser incentivadas, e suas repercussões debatidas”, comenta o Advogado.

Além disso, por causa da grande troca de informações, disponibilização de conteúdo sensível e prestação de serviços que ocorrem neste meio, a imposição de limites para usuários e provedores deve ser, indiscutivelmente, respeitada, sob pena de aplicação de sanções previstas na legislação civil e criminal atualmente em vigor.

A LGPD -Lei Geral de Proteção de Dados- também vem para proteger os usuários, bem como ajudar as empresas no compliance digital. É essa lei que cuida do armazenamento, compartilhamento, e exposição dos dados pessoais de todos, aqueles que são usados na hora de aceitar os termos de um aplicativo ou site, criar uma conta em bancos digitais ou fazer transferências.

Bruno finaliza, “Para quem trabalha com Direito Digital, é uma missão tratar de todos os dados, tanto pessoais como empresariais. Se faz necessário que não só estes profissionais, mas todos saibam como o Direito Digital funciona, evitando assim possíveis dúvidas e ilegalidades”.





Bruno Faigle - Advogado Senior
Lima & Vilani Advogados Associados

Surpresa da taxa de juros e a nova era dos mercados internacionais



A busca por alternativas à poupança e o medo dos investidores em relação à política econômica do país, estão crescendo cada dia mais. Fomos pegos de surpresa com mais uma “agressividade” do corte de juros, e lógico, o mercado financeiro reagiu. Fechamos o dia com dólar acima de R$ 5,30, subindo 2,17%.
Para mim não foi surpresa, mas para muitos cada notícia dessa impacta. Precisamos lembrar que o mercado de investimentos brasileiros é muito jovem em relação a outros países. Foi muito triste ler uma notícia de outubro de 2019 onde o título era: “Número de investidores na Bolsa ultrapassa o de presidiários no país.” Isso mesmo que você leu. Até então tínhamos pouco mais de 800 mil presidiários contra pouco mais de 1 milhão de investidores da B3.

Poderíamos terminar este artigo por aqui. Mas, acho que vale a pena desenvolver um pouco mais.

O que se esperar do índice de confiança em relação à investimentos e economia em um país que até menos de nove meses atrás, tinha mais presidiários do que seus próprios cidadãos confiantes em investir em seu próprio país? Muitas oportunidades surgiram desde então. Somamos agora inúmeros influencers financeiros e os brasileiros estão cada vez mais familiarizados com todos os tipos de investimento, correndo atrás de uma renda passiva ou mesmo como uma forma de guardar e fazer seu suado dinheiro render. Impressionante o trabalho árduo que esses grandes influencers de finanças fizeram, precisamos parabenizá-los. Mas agora o jogo virou, e o investidor que já está mais adaptado a nova realidade de renda passiva, quer mais!

Um amigo querido do mercado escreveu o seguinte - cinco motivos pelos quais seria difícil o real se valorizar frente ao dólar:
  • Brasil tem e terá dificuldades para crescer nesse cenário de Coronavírus, logo a atração de capital para investimentos fica prejudicada;
  • A situação fiscal se deteriorou com a crise e isso afugenta investidores com receio de solvência no longo prazo;
  • discussões e divergências políticas constantes;
  • movimento global de busca por qualidade e proteção no dólar;
  • por último, mas não menos importante, os juros mais baixos.
Por esse e inúmeros outros motivos o Real foi uma das moedas de pior performance durante a crise, dentro dos países emergentes. Não sabemos até onde tudo isso vai chegar, mas já vimos uma certa movimentação.

Em uma análise realizada no início da crise já mostrava que os fundos de investimento com mais de 20% de ativos alocados no exterior tinham sofrido um menor impacto e aqueles com 40%, foram os que melhor performaram.

Com isso veio a crescente demanda de fundos de investimentos com cotas no exterior, desde o investidor do varejo até o mais qualificado (que cá entre nós já tinha esse produto disponível). Mesmo que a moda pegue, entenda, que a maior parte da performance foi por conta da desvalorização do real, aqueles fundos sem hedge. E se você apostar nessa querendo os mesmos ganhos, acho que está indo pelo caminho errado.

Dólar é proteção contra as oscilações, e viés político brasileiro que atrapalha a eficiência da nossa economia e investimentos. Somos instáveis, não importa se for direita ou esquerda. A crise política do Brasil existe antes mesmo dos influencers surgirem na internet.

Estude, entenda, e SIM, é importante proteger seu patrimônio. Assim como alguém protege a família. Warren Buffet já disse: Never Bet Against America; Nothing Can Stop This Nation!

Repense! Diversifique! 




Fonte: Bruna Allemann, Exame e blog Bugg.com.br 


Fraudes contra seguradoras de veículos aumentam 117% aponta estudo da Ituran Brasil


Perda de valor de mercado do veículo, queda na renda das pessoas e diminuição da necessidade do uso durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) são os principais fatores para o crime. Burlar ou enganar o sistema pode dar até seis anos de prisão


O número das fraudes contra seguros de veículos aumentou em 117% em maio de 2020 comparado com o mesmo período de 2019.  Os dados são de levantamento exclusivo da Ituran Brasil, maior empresa de rastreamento veicular do mundo.

 Levando-se em conta apenas os casos de roubo e furto de veículos, os dados mostram que, no intervalo entre os dias 1 e 24 maio do ano passado, a cada 100 queixas, 6 eram fraudes. Neste mesmo período de 2020, a cada 100 denúncias, 13 são fraudulentas.

 Os dados são obtidos por meio de tecnologia única, utilizada pela Ituran Brasil, que considera o cruzamento das informações relatadas pelas vítimas, com os dados dos rastreadores instalados nos veículos e interpretados por algoritmos de inteligência artificial. A base com o número de veículos e o total de casos registrados de roubos e furtos é considerada estratégica pela empresa e, portanto, sigilosa.

 De acordo com Rodrigo Boutti, gerente de operações da Ituran Brasil são diversos os fatores que levam as pessoas a tentarem fraudar. “A combinação da diferença entre o valor da Fipe, versus o valor de mercado, queda na renda das famílias e falta de necessidade do carro para se deslocar são os principais fatores para o aumento nos casos”, analisa. “Como muitos não precisam mais se locomover para trabalhar, o carro vira apenas ‘um custo’ e, por isto, visto como algo que precisa ser eliminado”, esclarece.

 “Devido à crise, por conta do isolamento devido a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o mercado de veículos está parado, principalmente o de carros usados, o que leva a uma queda no preço”, explica. “Ou seja, as pessoas que compraram seus veículos antes da pandemia, estão vendo os seus bens perderem valor, principalmente se houver avarias”, diz Boutti. “Pequenos amassados ou riscos – que não são baratos para arrumar – desvalorizam ainda mais os carros usados e isto torna ainda mais tratativa ‘tentação’ de burlar o sistema”, continua.

 Para o gerente de operações da Ituran Brasil, a queda na renda das famílias, provocada pelo desemprego de um dos membros ou da redução de salários também influencia no aumento das tentativas de fraude. “Na Tabela Fipe – referência para o pagamento das indenizações – o valor está muito mais atrativo do que o valor atual de mercado do carro. Então, em vez de venderem por um preço mais baixo, muitos tentam enganar as seguradoras para receber mais”, pondera Boutti.

Quem tenta burlar o sistema das seguradoras está cometendo crime e, portanto, sujeito às penalidades impostas pela lei:


Art. 171 - Estelionato

Estelionato é capitulado segundo o código penal brasileiro como crime contra o patrimônio, sendo definido como "obter, para si ou para outro, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento.

Pena - Pena Reclusão, de um a cinco anos, e multa (caput)


Cap. V - Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
Destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;


Art. 340 - Comunicação falsa de crime ou de contravenção
Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Pesquisa mostra o consumo brasileiro dividido por setores econômicos


Em baixa, consumo nacional sofre efeitos da pandemia e deve se igualar a índices de oito anos atrás - IPC Maps estima retração de 5,39%, a maior desde 1995


Com a pandemia do novo coronavírus, o consumo das famílias brasileiras ficará comprometido ao longo de 2020, se igualando aos patamares de 2010 e 2012, descartando a inflação e levando em conta apenas os acréscimos ano a ano. A projeção é uma movimentação de cerca de R$ 4,4 trilhões na economia — um crescimento negativo de 5,39% em relação a 2019 —, a uma taxa também negativa do PIB de 5,89%. A previsão é do estudo IPC Maps 2020, especializado há mais de 25 anos no cálculo de índices de potencial de consumo nacional, com base em dados oficiais.

Segundo Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing Editora e responsável pela pesquisa, esse crescimento negativo após a pandemia cria um efeito déjà-vu, já que a economia “retomará os índices dos últimos anos em que houve um progresso vigoroso”. O especialista ressalta que no início de março, antes desse cenário de pandemia e isolamento social, “a previsão do PIB para 2020, conforme o Boletim Focus do Banco Central, era de +2,17%, o que resultaria numa projeção do consumo brasileiro da ordem de R$ 4,9 trilhões, superando os R$ 4,7 trilhões obtidos no ano passado.”

O levantamento aponta que, a exemplo de 2019, as capitais seguirão perdendo espaço no consumo, respondendo por 28,29% desse mercado. Enquanto isso, o interior avançará com 54,8%, bem como as regiões metropolitanas, cujo desempenho equivalerá a 16,9% neste ano.

Esta edição do IPC Maps destaca, ainda, a redução na quantidade de domicílios das classes A e B1, o que elevará o número de residências nos demais estratos sociais. Para Pazzini, “essa migração das primeiras classes impactará positivamente o consumo da classe B2, com uma vantagem de 6,8% sobre os valores de 2019”, explica. As outras classes, por sua vez, terão queda nominal do potencial de consumo de 2,94% em relação a 2019.


Perfil básico – O Brasil possui mais de 211,7 milhões de cidadãos, sendo 179,5 milhões só na área urbana, que respondem pelo consumo per capita de R$ 23.091,50, contra os R$ 9.916,75 gastos individualmente pela população rural.
Base consumidora – Como já citado, neste ano a classe B2 lidera o cenário de consumo, representando mais de R$ 1 bilhão dos gastos. Junto à B1, estão presentes em 20,9% dos domicílios, sendo responsáveis por 41,1% (R$ 1,7 trilhão) de tudo que será desembolsado pelas famílias brasileiras. Se para a classe média a migração da classe alta para os demais estratos é positiva, para quase metade dos domicílios (48,7%), caracterizados como classe C, o total de recursos gastos cai para R$ 1,475 trilhão (35,6% ante 37,5% em 2019). Já a classe D/E, que ocupa 28,3% das residências, consome cerca de R$ 437,9 bilhões (10,6%). Mais enxuto, em apenas 2,1% das famílias, o grupo A reduz seus gastos para R$ 528,6 bilhões (12,8% contra 13,68% do ano passado).

O mesmo acontece na área rural que, embora no ano passado tivera uma evolução significativa, neste ano perde de R$ 335,9 para R$ 319,6 bilhões.


Cenário Regional – O destaque vai para a Região Centro-Oeste que, ampliou em 7,9% sua participação no consumo, respondendo por 8,86% dos gastos nacionais. Encabeçando a lista, embora com pequenas contrações, aparece o Sudeste com 48,42%, seguido pelo Nordeste, com 18,53%. A Região Sul, que em 2019 tinha reduzido sua fatia, volta a subir para 17,97% e, por último, aparece a Norte, representando 6,23%.


Mercados potenciais – O desempenho dos 50 maiores municípios brasileiros equivale a 38,7%, ou R$ 1,759 trilhão, de tudo o que é consumido no território nacional. No ranking dos municípios, os principais mercados permanecem sendo, em ordem decrescente, São Paulo e Rio de Janeiro, seguido por Brasília, que recuperou a 3ª posição, deixando Belo Horizonte atrás. Já, Curitiba sobe para o 5º lugar, ultrapassando Salvador. Na sequência, Fortaleza, Porto Alegre, Manaus e Goiânia — esta em 10º —, ocupam os mesmos lugares de 2019.

Cidades metropolitanas ou interioranas como, Campinas (11º), Guarulhos (13º), Ribeirão Preto (18º), São Bernardo do Campo (19º) e São José dos Campos (21º), no Estado paulista; São Gonçalo (16º) e Duque de Caxias (24º), no Rio de Janeiro; bem como as capitais Belém (14º), Campo Grande (15º) e São Luís (17º) também se sobressaem nessa seleção.


Perfil empresarial – Houve declínio de 13% no número de empresas instaladas no Brasil, totalizando hoje 20.399.727 unidades. Deste montante, mais da metade (10,6 milhões) tem atividades relacionadas a Serviços; seguida pelos setores Comércio, com 5,7 milhões; Indústrias, 3,3 milhões e, por último, Agribusiness, com 703 mil estabelecimentos.


Geografia da Economia – Como de costume, a Região Sudeste concentra 51,98% das empresas nacionais, seguida novamente pelo Sul, com 18,15%. Em caminho inverso, as demais regiões reduziram suas atividades: O Nordeste conta com 16,96% dos estabelecimentos, Centro-Oeste com 8,27%, e o Norte com apenas 4,65% das unidades existentes no País.

Partindo para a análise quantitativa das empresas para cada mil habitantes, o levantamento aponta uma retenção geral. As Regiões Sul e Sudeste seguem liderando com folga, respectivamente, 122,63 e 119,12 empresas por mil habitantes; o Centro-Oeste aparece com 102,17 e, ainda muito aquém da média, vêm as regiões Nordeste, com 60,30, e Norte, que tem apenas 50,77 empresas/mil habitantes.


Hábitos de consumo – A pesquisa IPC Maps detalha, ainda, onde os consumidores gastam sua renda. Dessa forma, os itens básicos aparecem com grande vantagem sobre os demais, conforme a seguir: 25,6% dos desembolsos destinam-se à habitação (incluindo aluguéis, impostos, luz, água e gás); 18,1% outras despesas (serviços em geral, reformas, seguros etc); 14,1% vão para alimentação (no domicílio e fora); 13,1% a transportes e veículo próprio; 6,6% são medicamentos e saúde; 3,7% materiais de construção; 3,4% educação; 3,4% vestuário e calçados; 3,3% recreação, cultura e viagens; 3,3% em higiene pessoal; 1,5% eletroeletrônicos; 1,5% móveis e artigos do lar; 1,1% bebidas; 0,5% para artigos de limpeza; 0,4% fumo; e finalmente, 0,2% referem-se a joias, bijuterias e armarinhos.


Faixas etárias Em crescimento, a população de idosos supera a margem de 30 milhões em 2020. Na faixa etária economicamente ativa, de 18 a 59 anos, esse índice passa de 128 milhões, o que representa 60,5% do total de brasileiros, sendo mulheres em sua maioria. Já, os jovens e adolescentes, entre 10 e 17 anos, vem perdendo presença e somam 24,1 milhões, sendo superados por crianças de até 9 anos, que seguem a média de 29,4 milhões.




IPC Marketing Editora

Inclusão do professor aposentado no novo Fundeb é questão de economia para municípios e de justiça social para educadores


Criado em 2006 para vigorar até 2020, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) é um mecanismo que utiliza recursos da União, de Estados, Distrito Federal e Municípios para financiar a educação básica no País, incluindo a remuneração dos professores. Principal meio de distribuição de recursos para as escolas públicas, o Fundeb tem vigência até dezembro deste ano.

A PEC 15/15 prevê a inserção permanente do Fundeb na Constituição Federal. O texto está em tramitação na Câmara dos Deputados. A relatora, deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), já apresentou a sua versão final do texto que deve ser votada na Comissão Especial PEC 015/15 – FUNDEB nas próximas semanas. Logo em seguida, o texto segue para votação no Plenário.

A proposta principal do texto é fundamental: tornar o Fundeb permanente na Constituição, bem como um maior aporte de recursos por parte da União. Porém, o relatório a ser votado comete um grande equívoco ao impedir o uso de recursos do Fundeb para pagamento de professores aposentados.

Sem a inclusão do professor aposentado no novo Fundeb, em um futuro próximo marcado pela queda na arrecadação e pelo déficit nos orçamentos estaduais e municipais, Prefeitos e Governadores terão de retirar recursos de outros setores da administração pública para arcar com os pagamentos dos aposentados, e os professores – necessitados de uma aposentadoria digna neste momento crucial – terão os salários ainda mais achatados.

Por isto, professores aposentados de todo o Estado de São Paulo estão participando de uma grande mobilização virtual em torno do novo Fundeb. Idealizado pela Associação de Professores Aposentados do Magistério Público do Estado de São Paulo (Apampesp), em parceria com o Centro do Professorado Paulista (CPP), um abaixo-assinado que pede a inclusão do professor aposentado no novo Fundeb já ultrapassou a marca de 56 mil assinaturas. A iniciativa conta com o apoio de diversas Entidades e tem ultrapassado as fronteiras do Estado.

O abaixo-assinado se soma a uma série de atividades realizadas pelos professores aposentados desde o início das discussões da PEC 15/15, em uma Comissão Especial na Câmara dos Deputados, em Brasília. A Apampesp tem dialogado ativamente com parlamentares da Comissão Especial pela inclusão do professor aposentado no Fundeb. Professores aposentados de todo o Estado estão enviando e-mails e se manifestando nas redes sociais dos deputados da Comissão Especial apelando pela inclusão do aposentado. Por iniciativa da Apampesp, foram coletadas mais de 120 moções de apoio nas Câmaras Municipais de todo o Estado de São Paulo.

Por se tratar de um projeto de âmbito federativo, se aprovada, a inclusão do professor aposentado no novo Fundeb deverá contemplar profissionais da educação básica de todos os Estados e do Distrito Federal. O abaixo-assinado - www.apampesp.org.br/abaixo-assinado - pode ser assinado por professores de todos os Estados, bem como por toda a sociedade civil, familiares e todos os que defendem a Educação pública e acreditam no reconhecimento dos profissionais que dedicaram décadas de suas vidas nas salas de aula.



Walneide Romano - professora de história e geografia e Presidente da Apampesp - Associação de Professores Aposentados do Magisterio Publico do Estado de São Paulo.



Foco no mercado: como o outplacement é benéfico para empresas e profissionais?


Entenda como o serviço cria um ambiente de trabalho saudável

Você já passou por uma demissão traumatizante? Talvez tenha vindo em péssima hora, ou quem fez o desligamento fez a situação parecer horrível. Esse tipo de coisa acontece e pode dificultar muito a busca por um novo emprego. É para isso que serve o Outplacement, serviço de recolocação no mercado.

“Quando um profissional é desligado da empresa, é preciso que o RH tenha um grande cuidado para se preparar e auxiliar o demitido, a fim de não prejudicar sua carreira no futuro”, afirma Madalena Feliciano, gestora de carreira e CEO da Outliers Careers e IPCoaching.

É comum que as próprias empresas contratam o serviço de Outplacement para dar o auxílio necessário ao profissional desligado, independente de qual caminho desejará seguir: tentar outra vaga no ramo, montar seu próprio negócio ou então iniciar uma nova carreira.

Entre as principais atividades do Outplacement, estão: orientação sobre o processo de demissão, otimizar a política de recursos humanos na empresa, aprimorar as relações trabalhistas, analisar o perfil do ex-funcionário e elaborar um plano de carreira para este, acompanhando todo o processo de recolocação no mercado.

“O serviço de Outplacement beneficia tanto a empresa quanto o profissional específico que será desligado, lidando com tudo que envolve o processo, criando um ambiente saudável”, conta Madalena.

Cada vez mais práticas saudáveis que beneficiam o mercado são criadas, direcionando profissionais para o local de trabalho mais adequado e fortalecendo a competitividade qualitativa.




Madalena Feliciano - Gestora de Carreira e Hipnoterapeuta
Professor Aprígio Gonzaga 78, São Judas, São Paulo - SP.



A importância das mídias digitas para os corretores de seguros



O isolamento social, indicado no momento para evitar o avanço do coronavírus, reforçou o uso das ferramentas digitais em diferentes setores. E não foi diferente no setor de seguros, que já utiliza amplamente esses meios.
As ferramentas digitais existem para facilitar e ser um modo de contato para o corretor de seguros, que pode utilizá-las de forma estratégica em três estágios: atração, engajamento e conversão. Essa lógica integra naturalmente o processo de venda, pois a atração é a prospecção dentro da rede de relacionamento. O que o corretor pode fazer, no momento, é intensificar essa prospecção por meios digitais com anúncios em redes sociais, campanhas para a própria base de clientes, e-mail marketing e lista de transmissão de aplicativos de mensagem.
Oferecer informação e soluções ao cliente é fundamental, incluindo carências e coberturas, de acordo com a realidade do país e do cliente. Atualmente, por exemplo, houve aumento considerável do número de pessoas que trabalham em home office. As entregas via delivery também ganharam força. E há coberturas em diferentes tipos de seguros para essas modalidades. Essas mudanças podem ser exploradas, por exemplo, em um blog para que o corretor tenha engajamento na internet, ou usar os diferentes canais digitais para estreitar o relacionamento com os clientes.
Na Porto Seguro, por exemplo, há ainda a ferramenta PromoDigital, que auxilia corretores a terem mais agilidade e autonomia na criação e personalização de materiais para campanhas de marketing. Eles podem incluir logotipos em qualquer formato e personalizar gratuitamente peças digitais e acompanhar a performance das campanhas de marketing em tempo real e sem custo adicional.
Para o cliente, o meio digital propicia um atendimento prático, mas também possibilita um conteúdo mais abrangente, muito além de apenas receber uma cotação de preços. O corretor torna-se consultor para amenizar impactos tanto na vida pessoal quanto profissional. Com as orientações em mãos, o cliente pode pesquisar sobre cada produto oferecido e refletir o que melhor atende suas necessidades. E isso sem sair de casa.



Walmando Fernandes-  formou-se pela Universidade do Vale do Paraíba e tem MBA em Gestão Empresarial pela FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado). Está no mercado de seguros há 22 anos. Ingressou na Porto Seguro no ano de 1998, inicialmente na área de atendimento. Atuou em diversas áreas internas até tornar-se gerente do escritório de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, onde permaneceu por 9 anos. Assumiu a gerência da Sucursal Sorocaba em 2007 e chegou a Campinas no ano de 2010 onde, desde então, lidera a operação local da seguradora, uma das maiores do País. walmando.fernandes@portoseguro.com.br


Turismo brasileiro tem prejuízo de R$ 6,76 bilhões em abril


 O segmento de transporte aéreo registrou a maior baixa do mês, -79,2%, segundo levantamento da FecomercioSP baseado nos números do IBGE



O turismo brasileiro sofreu queda de 55,4% no faturamento de abril em relação ao mesmo período do ano passado, maior retração da série histórica desde 2011. Além disso, foi o menor faturamento já registrado, de R$ 5,43 bilhões, com um prejuízo de R$ 6,76 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com levantamento do Conselho de Turismo da FecomercioSP baseado em números divulgados pelo IBGE.

Das seis atividades pesquisadas, cinco registraram baixa em seu faturamento real no comparativo anual, com destaque para transporte aéreo (-79,2%) e serviços de alojamento e alimentação (-65,6%).

 

Levando-se em consideração que, no fim de março, muitas viagens foram canceladas ou remarcadas em decorrência do início da quarentena, ao somar os meses de março e abril, o prejuízo chega a R$ 9,5 bilhões, queda de 38,9% no bimestre. No acumulado do ano, a retração até o mês de abril foi de 18,3%.

De acordo com Conselho de Turismo da FecomercioSP, não há expectativa de retomada do segmento em curto prazo: somente no último trimestre do ano que pode haver um respiro. Contudo, ao lidar com o vírus ainda em circulação e as rendas retraídas pela crise econômica, os consumidores estarão resistentes às viagens e se concentrarão nos gastos em serviços essenciais. O setor aéreo, por exemplo, já sinalizou que a expectativa para 2021 é de metade da demanda que havia antes da pandemia.

A Federação recomenda que empresas que atuem nessa área e estejam registradas no Cadastur utilizem os recursos que foram disponibilizados ao Fundo Geral do Turismo (Fungetur), ligado ao Ministério do Turismo, por meio da Medida Provisória 963. Os prazos de carência para amortização são de 12 a 48 meses, com taxa de juros de 5% a.a. mais a taxa do INPC.



Como a inteligência financeira pode ajudar na administração das finanças


Especialista explica a importância de mudar a mentalidade para melhorar a situação financeira, principalmente em tempos de crise


A paralisação de várias atividades produtivas por causa do coronavírus tem impactado não apenas na economia das cidades e do país, mas também o bolso das pessoas. Com a renda familiar prejudicada e um cenário de incertezas ainda persistente, o desenvolvimento da inteligência financeira é essencial para ajudar na administração das finanças e na organização do orçamento familiar.

Para Sérgio Pessoa, coach de finanças da Febracis-Belo Horizonte, o momento atual exige adaptação. “É preciso buscar fontes alternativas de renda, ajustar despesas, renegociar dívidas e o mais importante: fazer um planeamento para o longo prazo. Um levantamento detalhado das receitas e os gastos dos próximos meses permitirá, por exemplo, uma definição do fluxo de caixa e a distinção entre as despesas essenciais e as supérfluas, resultando em um respiro financeiro” explica.

Segundo ele, o planejamento é um dos pilares da inteligência financeira. “Este conceito refere-se à capacidade de obter bons resultados na administração do orçamento pessoal e familiar, a partir de seus pensamentos, sentimentos e comportamentos. Mais do que construir uma planilha para registrar receitas e os gastos, é sobre a criação do hábito de reavaliar e adaptar essas informações, buscando aprendizados que gerarão resultados cada vez melhores”, afirma.

No entanto, muitas pessoas ainda não sabem ou não compreendem a importância da aquisição da inteligência financeira, e direcionam todos os seus esforços às situações momentâneas. Sérgio explica que essa dificuldade está relacionada à mentalidade. “Nós crescemos ouvindo frases de efeito, tais como ‘dinheiro não dá em árvore’. E essas informações se tornam crenças, ou seja, aprendizados emocionais que nos acompanham por toda a vida, ainda que de modo inconsciente”, diz. Essas crenças muitas vezes resultam em comportamentos negativos, tais como: falta de disciplina e motivação, impulsividade e pessimismo.

Sobre o caminho para adquirir a inteligência financeira, Sérgio argumenta que o primeiro passo é buscar referências positivas. “É preciso fazer uma imersão no assunto, um bom ponto de partida é consumir conteúdos que abordam a temática. Nesse sentido, indico ‘Criação de riqueza’, de Paulo Vieira. Também é importante rodear-se de pessoas que compartilham do mesmo objetivo, para que sejam parceiros nessa caminhada.”

O especialista acrescenta que uma administração eficiente das finanças não depende de sorte ou habilidades naturais. “É uma habilidade proveniente de conhecimento, da utilização de ferramentas e de técnicas, as quais podem ser facilmente aprendidas e exercitadas. É um esforço que pode ser comparado ao da musculação, mas em vez de definir os músculos, o objetivo é o desenvolvimento de comportamentos positivos. Por isso é um conceito que está intimamente relacionado à inteligência emocional, ou seja, a capacidade de equilibrar ações e emoções”, conclui.




"NÓS, QUE LUTAMOS PELA DEMOCRACIA!..." II

        A palavra democracia é prostituída no cotidiano de certos grupos políticos e de todos os regimes totalitários. Ressalvadas algumas pessoas de esquerda que conheci e respeitei ao longo dos muitos anos que com elas debati em centenas de programas de rádio e TV, a palavra deve causar dor de garganta à maioria de seus companheiros. Cá entre nós, qual a credibilidade de um grupo de antifas ou black blocs ao entrar na avenida portando faixas "pela Democracia"? Se olhasse apenas a faixa sem ver a estampa daqueles que a portavam, dir-se-ia que o grupo iria protestar contra o STF. Qual a credibilidade dos ministros do STF para falarem em democracia enquanto desprezam a opinião pública e o resultado da eleição?

Nessa encrenca política, típica de republiqueta bananeira em que o país está enfiado, volta e meia a frase que dá título a este artigo é pronunciada, com poses de estadista, por membros de alguns partidos de esquerda. Que é isso, companheiro? Prá cima de mim?

Os que pegaram em armas e foram para a clandestinidade eram menos hipócritas que a atual geração de revolucionários de terno e gravata. Estes últimos povoam o aparelho de Estado, lutam por privilégios e pelo seu direito a correção dos vencimentos enquanto uma combinação sinistra de vírus com burrice já tomou o emprego de milhões de brasileiros que atuam no setor privado.

        Como entender que alguém ou que alguma organização política se apresente como lutadora pela democracia e use unhas e dentes da retórica para  defender Hugo Chávez e seu sucessor Nicolás Maduro, os irmãos Castro (da empresa cubana Castro & Castro, Cia. Ltda) e a ternura "sedenta de sangue" de Che Guevara? Que credibilidade tinha a democracia entre as nações submetidas a torniquetes políticos e econômicos pela extinta URSS, rebatizadas sem consulta como Repúblicas Democráticas, ou Repúblicas Populares, quando não proclamando uma junção dos dois adjetivos?

        Repito: os que pegaram em armas e foram para a clandestinidade eram menos hipócritas. Não prostituíram a palavra. Não a usaram para enganar bobos. Sempre que penso sobre a apropriação do vocábulo, que ganhou aberrante efeito demonstração na arruaça da Avenida Paulista, me vem à mente um episódio no qual terroristas e guerrilheiros tiveram a oportunidade de proclamar ao Brasil quem eram e o que pretendiam. E o fizeram, para a História, de viva voz e próprio punho. Era o mês de setembro de 1969. Duas organizações guerrilheiras, a ALN e o MR-8 haviam sequestrado o embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick, e imposto condições para libertá-lo: soltura de 15 presos políticos e leitura em cadeia nacional de rádio e TV de um manifesto que haviam redigido. Naqueles dias, estava em plena vigência o AI-5 e o Brasil era governado por uma junta militar, em virtude do derrame cerebral que acometera o presidente Costa e Silva. Embarcar os presos para o México e para Cuba era fácil, mas autorizar a publicação nos principais jornais e a leitura em cadeia nacional de uma catilinária dos sequestradores era constrangedora rendição. Contudo, a execução do embaixador pelos sequestradores seria um mal maior. E a junta militar se rendeu.

        O país parou para ouvir o texto redigido por Franklin Martins, um dos sequestradores. Oportunidade preciosa, dourada, única, para guerrilheiros e terroristas dizerem por que lutavam, afirmarem seus mais elevados compromissos e cobrá-los do governo, não é mesmo? O documento (leia a íntegra em "Charles Burke Elbrick" na Wikipedia) foi uma xingação que falava do que os revoltosos entendiam: ideologia, violência, "justiçamentos", sequestros, assaltos. Não há menção à palavra democracia. Nenhuma das dezenas de organizações guerrilheiras ou terroristas atuantes naqueles anos usou a palavra democracia para sua identificação.

        Os que pegaram em armas e foram para a clandestinidade queriam levar o Brasil para o inferno comunista, mas eram menos hipócritas.





Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.



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