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terça-feira, 30 de maio de 2017

Terçol ou Calázio: afinal, qual a diferença entre essas lesões que atingem as pálpebras?



O sistema ocular é formado por diversas estruturas e cada uma delas tem o seu papel na nossa visão. As pálpebras são muito importantes e participam de diversas funções oculares. Nelas estão localizadas as glândulas de Meibômio, responsáveis por secretar substâncias lipídicas (gordurosas) contidas no filme lacrimal (lágrima). Esta secreção nutre e protege a superfície do olho, mantendo-o constantemente úmido, especialmente a córnea. Muitas patologias podem atingir as pálpebras e suas estruturas, entre elas o calázio, popularmente chamado de terçol.

De acordo com Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista, especialista em cirurgia de pálpebras e Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, o calázio é a lesão inflamatória mais frequente que afeta as pálpebras. “Trata-se de uma reação granulomatosa, ou seja, que leva à formação de massa ou de nódulo de tecido cronicamente inflamado. O calázio se desenvolve a partir da retenção de substância lipídica (gordurosa) secretada pelas glândulas de Meibômio, que leva à inflamação e à obstrução das glândulas sebáceas das pálpebras”, explica a médica.


Causas
 
“São várias as causas de um calázio, sendo as mais comuns a falta de higiene, dermatite seborreica, acne rosácea, blefarite crônica, alta concentração de gorduras no sangue, leishmaniose, tuberculose, imunodeficiência, carcinoma, estresse, tracoma, traumas e cirurgias na região das pálpebras ou ainda, como resultado de um hordéolo, externo ou interno”, comenta Dra. Tatiana.   

 
Calázio x Hordéolo
 
Muitas pessoas confundem o calázio com outro problema que atinge as pálpebras: o hordéolo, popularmente chamado de “terçol”. Entretanto, são condições diferentes. Dra. Tatiana explica que o calázio é formado a partir da obstrução da glândula de Meibômio, sendo considerada uma inflamação estéril, ou seja, sem sinal de infecção. “Além disso, o calázio é caracterizado por uma massa de tecido granulomatoso que apresenta inflamação crônica. Já o hordéolo, que pode ser interno ou externo, é causado primariamente por algum agente infeccioso, com necrose do tecido e formação de pus”.

Em geral, o calázio tende a ser maior, menos dolorido e com uma apresentação menos aguda. Entretanto, uma condição pode levar a outra. A inflamação aguda de um hordéolo pode, eventualmente, levar à formação de um calázio e um calázio pode também se tornar infectado, segundo a oftalmologista. 


Sinais e sintomas
 
Em geral, o calázio pode provocar vermelhidão, calor no local, inchaço e sensibilidade. Com a piora da inflamação, pode se formar um nódulo.


Como tratar?
 
Ao apresentar os sintomas, o ideal é procurar um oftalmologista. A maioria dos pacientes responde bem ao tratamento e o calázio tende a desaparecer em questão de dias ou de semanas.

Entretanto, em alguns casos, quando a lesão se torna crônica e o tratamento clínico não resolve, é preciso realizar uma drenagem cirúrgica.

“É muito importante que o tratamento seja feito, pois o calázio pode levar ao desenvolvimento de outras condições, como desconfiguração das pálpebras, problemas de visão, hipo ou hiperpigmentação das pálpebras, irritação nos olhos, celulite pré-septal (infecção da pálpebra e na porção anterior do septo orbitário), e, por último, pode causar queda da acuidade visual devido à pressão exercida na córnea causando astigmatismo mecânico”, conclui a médica.




No Dia Mundial da Esclerose, entenda a doença que afeta cerca de 35 mil brasileiros




Entenda a doença que afeta cerca de 35 mil brasileiros
 A sociedade precisa conhecer melhor a Esclerose Múltipla. A informação é aliada do diagnóstico precoce, além de ajudar a combater o preconceito

 
Cerca de 35 mil¹ pessoas têm Esclerose Múltipla no Brasil, mas, mesmo com números tão impressionantes, os pacientes, geralmente mulheres e que estão na faixa etária mais ativa da vida - de 20 a 40 anos -, enfrentam um cenário inóspito e hostil ao serem diagnosticados e perceberem a necessidade de enfrentar preconceito gerados pela falta de informação, que leva ao diagnóstico tardio.

A Esclerose Múltipla é uma doença neurológica crônica, imunomediada, que não apresenta cura. As células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando a perda de mielina, uma substância cuja função é fazer com que o impulso nervoso percorra os neurônios de forma rápida. Este processo, chamado de desmielinização, ocorre por meio dos surtos nas formas recorrentes. Além disso, ocorre, em maior ou menor quantidade, uma perda dos axônios, ou seja, da fibra nervosa propriamente dita.

A doença pode se manifestar de duas formas: remitente recorrente e a progressiva primária. Sendo que a remitente recorrente é a predominante, ocorrendo em torno de 80% a 85% dos casos. Caracteriza-se por exacerbações seguidas, que em 50% dos pacientes pode evoluir, após 10 anos, para a forma de esclerose múltipla secundariamente progressiva².

“A perda da mielina causada pela agressão do sistema imune, determina um processo inflamatório e por consequência, leva o paciente à perda de determinadas funções cerebrais ou medulares. As inflamações deixam cicatrizes que podem ser vistas pela ressonância magnética e não apenas levam ao diagnóstico como também auxiliam no acompanhamento de atividade e progressão da doença. Sabe-se atualmente que, quanto mais precoce o diagnóstico, maior as chances da personalização do tratamento, evitando, assim, a consequências mais danosas ao sistema nervoso”, conta Dr. Jefferson Becker, presidente do Comitê Brasileiro de Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla e Doenças Neuroimunológicas (BCTRIMS).

A demora no diagnóstico é causada pela desinformação acerca da doença, já que os sintomas podem ser confundidos com diversas outras enfermidades. Dentre os mais comuns estão fadiga imprevisível ou desproporcional à atividade realizada, alterações fonoaudiológicas como fala lenta, palavras arrastadas, voz trêmula e dificuldade para engolir, visão dupla ou embaçada, problemas de equilíbrio e coordenação, sensação de queimação ou formigamento em uma parte do corpo, perda de memória, transtornos emocionais e problemas sexuais como perda de libido e sensibilidade. Os enganos mais frequentes no momento do diagnóstico se dão por subvalorizar ou supervalorizar os sintomas, levando a falsos positivo e negativo. Por isso, é necessário procurar um médico neurologista, que é o profissional mais adequado para investigar e tratar pacientes com essa doença.

Segundo o especialista, apesar de não ter cura, a Esclerose Múltipla pode ser controlada através de tratamentos medicamentosos que buscam reduzir a atividade inflamatória e os surtos ao longo tempo, contribuindo para a redução do acúmulo de incapacidade durante a vida do paciente. “O destaque dentre eles vai para a linha imunossupressora, que reduz a atividade da doença por meio do combate seletivo ao sistema imunológico deficiente”, conclui Jefferson.

Com o tratamento adequado, o paciente com Esclerose Múltipla pode ter uma vida completa, como é o caso da Márcia Bonilha que tinha 41 anos quando sofreu o primeiro surto: perda de visão. “Quando descobri, percebi que teria de aprender a viver com esclerose para poder criar minhas filhas. Então, decidi que iria vencer e que a doença não ia me parar”, conta. Depois do diagnóstico, se formou, pós-graduou, escreveu três livros e publicou-os, cuida de sua hortinha, fala alemão, inglês e italiano. Se permite rir, se desafiar e aprender. “Hoje, aos 59 anos, minha filosofia é que uma pessoa com esclerose múltipla pode fazer o que quiser”, conclui.







Referências:
1.  Estimativa Associação Brasileira de Esclerose Múltipla – ABEM; http://abem.org.br/esclerose/o-que-e-esclerose-multipla/#diagnostico

2. Recomendações Esclerose Múltipla Academia Brasileira de Neurologia – 2012
http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/14491/2240628_109700.pdf




Psicóloga alerta sobre os perigos da depressão em jovens



Mudanças comportamentais em adolescentes devem ser acompanhadas de perto


Recentemente, foi lançada no Brasil uma série americana baseada no livro Thirteen Reasons Why (Os treze porquês), a qual aborda o tema suicídio na adolescência. O sucesso de audiência foi tanto que provocou bastante discussão sobre o assunto na web e fora dela. Casos de suicídio entre jovens são recorrente nos noticiários e os números vêm crescendo ao longo dos anos. É comum lermos sobre adolescentes que tiraram a própria vida por causa de jogos de vídeo game, desentendimentos amorosos e bullying na escola. De acordo com a psicóloga do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Yara Satie dos Santos, essa faixa etária é marcada por oscilações de humor, rebeldia e, até mesmo, mudanças de atitude. “Porém, alterações significativas que comecem a acarretar prejuízos na rotina devem ser valorizadas e analisadas por especialistas”, alerta. 

                Os fatores mais presentes em suicídios na infância ou adolescência são presença de doença mental, depressão, dependências químicas e questões sociais e culturais. Conforme a especialista, normalmente o ato de tirar a própria vida vem precedido de três etapas: ideação suicida (quando existem pensamentos e planos para que o objetivo seja alcançado); a tentativa (uso de medicações, venenos, pular de locais inapropriados, envolvimento em brincadeiras de alto risco, entre outros); e o suicídio consumado. Normalmente, entre a ideação e o suicídio, há um período em que é possível buscar ajuda especializada”. Por isso, é necessário os pais observarem de perto o comportamento de seus filhos e, aos primeiros sinais de atitudes sugestivas de um quadro depressivo, procurarem auxílio. Devem ficar atentos à irritabilidade, explosão de raiva, desinteresse, alteração de sono e apetite, dificuldade de concentração, falta de memória, entre outros”, aconselha Yara.

               O início da depressão pode se manifestar de modo camuflado. “É comum familiares atribuírem as mudanças comportamentais apenas à fase de transformações em que o jovem está passando e não enxergar consequências futuras, como o suicídio”, comenta a psicóloga. Ela enfatiza que depressão na adolescência necessita do cuidado de um profissional especializado. “Se necessário, medicações de suporte podem ser indicadas e controladas por um psiquiatra e o suporte emocional fica a cargo do psicólogo”. Além do acompanhamento especializado, o apoio das pessoas próximas, principalmente dos pais, é indispensável ao tratamento do jovem deprimido, sem críticas, julgamentos, cobranças ou comparações. “A presença afetiva e acolhedora propicia benefícios duradouros”, finaliza.





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