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sexta-feira, 27 de julho de 2018

Vitória dos médicos e de todos os cidadãos​

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, suspendeu a resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que regulava as modalidades de planos de saúde com franquias e coparticipação, permitindo que as operadoras cobrassem, por exemplo, até 40% do valor de cada procedimento realizado do paciente.

A decisão da ministra vai ao encontro do clamor da Associação Paulista de Medicina e das entidades de Defesa do Consumidor, publicamente contrárias à resolução da ANS e às modalidades estabelecidas. O entendimento é o de que a franquia e a coparticipação oferecem benefícios apenas às operadoras de planos de saúde, prejudicando a população.

Carmen Lúcia atendeu liminarmente o pedido do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, que entrara com ação no Supremo em 13 de julho. O mérito da ação ainda será julgado. Segundo a petição dos advogados, a resolução da ANS institui severa restrição a um direito constitucionalmente assegurado (à Saúde) por ato reservado à lei em sentido estrito, não a simples regulamento expedido por agência reguladora.  

O estabelecimento destas modalidades de planos de saúde poderia levar o cidadão a um cenário em que teria que pagar o dobro do que já arca normalmente. Isso porque a normativa suspensa estabelece que as cobranças de franquia e coparticipação sejam do mesmo valor da anuidade. Ou seja, se alguém hoje paga R$ 12.000 ao ano (mensalidade de R$ 1.000), poderia se ver obrigado a desembolsar R$ 24.000 em um ano – somando as mensalidades com os valores de coparticipação.

Para os planos coletivos empresariais, ampla maioria no mercado atualmente, o cenário seria ainda pior. O texto permite que seja estabelecido em convenção coletiva que o limite do excedente seja até 50% maior do que o dobro da anuidade. Ou seja, para o usuário que arca com uma mensalidade de R$ 1.000, a coparticipação e a franquia poderia levar a um gasto anual de R$ 30.000 – os R$ 12.000 das mensalidades mais R$ 18.000 em procedimentos e eventos em saúde.

A franquia e a coparticipação, se implementadas, penalizariam os pacientes, agravando os problemas de acesso e inviabilizando tratamentos. O usuário sem aporte financeiro simplesmente não realizaria exames solicitados ou consultas com especialistas, evitando gastos, mas agravando as suas condições clínicas.

A APM, juntamente da Fundação Procon-SP, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e da Proteste, tentou de várias formas estabelecer um diálogo com a ANS, com intuito de evitar que fossem consolidadas as novas modalidades de planos. Foram tentativas vãs.

Médicos e órgãos de defesa do consumidor compreendem, inclusive, que a proposta agora estancada no STF traria consigo grande potencial de endividamento da população, considerando que ninguém se planeja para ficar doente e que muitos seriam obrigados a recorrer a empréstimos para arcar com despesas médicas inadiáveis ou inevitáveis.





Florisval Meinão
Diretor administrativo da Associação Paulista de Medicina



Hemograma


Exame detalhado de sangue permite identificar se a saúde está em dia

Ao ir em uma consulta, é comum o médico solicitar um hemograma - exame de rotina detalhado de sangue, necessário para todos em algum momento da vida, que permite ao médico saber como está, de fato, a saúde do paciente.

Segundo a bioquímica, responsável pelo Setor de Hematologia do Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), Márcia Tortelli, a realização do hemograma é extremamente importante, pois pode auxiliar no diagnóstico de diversas doenças - como anemias, doenças autoimunes, leucemias, alergias, processos inflamatórios, infecções bacterianas e virais, entre outros problemas. Resultados acima ou abaixo do normal podem relevar se algum processo não está funcionando como deveria no organismo.

Outra funcionalidade do hemograma é verificar se o organismo está reagindo bem ao tratamento medicamentoso ou, também, em casos pré e pós-operatórios. "O exame fornece informações valiosas sobre o paciente, muitas vezes tomadas como ponto de partida para a maioria das investigações médicas", revela a bioquímica.

O hemograma consiste na medição de três grupos de células sanguíneas. "Glóbulos vermelhos, conhecidos como hemácias, responsáveis pelo transporte de oxigênio pelo organismo; glóbulos brancos, conhecidos comoleucócitos, responsáveis pelo sistema de defesa do organismo; e as plaquetas, responsáveis pela coagulação do sangue", explica a bioquímica. Para manter a saúde do sangue, hábitos saudáveis de vida são indispensáveis. "Uma alimentação saudável, evitando excessos de sal, açúcares, gorduras e bebidas alcoólicas, e a prática de atividade física regular são essenciais", orienta.


Preparo para o Exame

Para a realização do exame não é necessário nenhuma recomendação especial. "A coleta pode ser realizada após dieta leve e o jejum não é necessário. Caso contrário, sugere-se jejum de 2 a 4 horas. Além disso, indica-se evitar esforço físico por 30 minutos antes da coleta. O mesmo vale para após o exame", comenta Márcia.

Segundo a bioquímica, após a retirada de uma amostra do sangue é necessário armazená-lo em um tubo com anticoagulante chamado EDTA. "Esse tem a função de manter as células viáveis e o sangue liquefeito como se estivesse no organismo até a análise, que pode ocorrer em até 8 horas", comenta.


Você sabia?

A cor vermelha do sangue vem das células chamadas de hemácias ou glóbulos vermelhos. Dentro delas existe uma proteína chamada hemoglobina, que tem átomos de ferro na sua estrutura. É essa proteína, a hemoglobina, ligada aos átomos de ferro, que dá a coloração vermelha do sangue.



Existem cistos bons e ruins?


 Benignos ou malignos, essas são as diferenças mais importantes entre eles. Mas, como é possível saber a diferença?


Cientificamente, a principal diferença é que o fibroadenoma é maciço e o cisto é oco, e nesta parte pode ter líquido, ar, sangue, pus e outros fluidos, dando a sensação de ser mole ao toque. Mas, a ansiedade pelo diagnóstico não consegue equilibrar o que é científico ou não e logo que se detecta um nódulo na mama, o pensamento tende a ser de que é algo muito ruim. 

Chamados de nódulos benignos, os fibroadenomas são boa parte dos casos frequentes de consultório, explica o ginecologista e mastologista, Dr. Rogério Fenile. “É muito mais comum em adolescentes e mulheres até os 30 anos. Em geral tendem a ser pequenos e indolores”, explica o médico. 

Esse tipo de nódulo, assim como os demais, pode ser sentido no autoexame como uma bolinha que se movimenta com facilidade na pele ao ser pressionada. “Mesmo não apresentando riscos graves à saúde, é necessário acompanhamento para tratamento e prevenção”, alerta o mastologista. 

Além do fibroadenoma, existem os cistos mamários benignos, em que a mulher pode ou não apresentar dor. É muito comum em mulheres entre 35 e 50 anos, em função das variações hormonais ao longo da vida . Podem ser simples, quando não oferecem risco, ou complexos, que podem ser o ponto de partida para uma doença mais grave.

Vale lembrar que os cistos podem se formar dentro de qualquer tecido do corpo, dependendo da região terá uma substância diferente dentro. As duas formas de diferenciação são os que possuem células dentro e outro que não possui. “Se não houver a presença de células e não causar desconforto no paciente, não precisa ser retirado, mas deve ser acompanhado”, afirma. 

De acordo com o ginecologista, caso o nódulo seja complexo, a remoção é indicada para evitar a chance de que se transforme em algo maligno. Dr. Rogério também alerta para que independente da idade da paciente e da textura do nódulo ao toque, o indicado é sempre ir a um mastologista para que seja feita a avaliação correta e sejam solicitados os exames necessários. “O autoexame ainda é um grande aliado do diagnóstico precoce para os casos de câncer de mama. Mas somente o médico é que saberá a diferença entre os nódulos e se necessita de mais investigação”, conclui.




Dr. Rogério Fenile - Mestre e Doutor em Ciências Médicas pela Disciplina de Mastologia do Departamento de Ginecologia da UNIFESP e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. É especialista em cirurgia de reconstrução mamária, com mais de 20 anos de experiência médica. Para saber mais sobre o seu trabalho, acesse www.drrogeriofenile.com.br ou @drrogeriofenile nas redes sociais.


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