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| Cérebro em morte encefálica |
A morte encefálica é a perda completa e
irreversível das funções do cérebro e do tronco encefálico. Isso significa que
o paciente não tem reflexos neurológicos, não respira por conta própria e não
apresenta qualquer atividade cerebral, mesmo que aparelhos mantenham o coração
batendo e o corpo aquecido. O coma, por outro lado, é um estado grave, mas
potencialmente reversível. Essa diferença é fundamental e precisa ser
compreendida por todos.
No Brasil, o diagnóstico de morte encefálica é
feito seguindo critérios rígidos estabelecidos pelo Conselho Federal de
Medicina e pela legislação federal. São necessárias avaliações clínicas
realizadas por dois médicos especialistas independentes, teste de apneia e
exame complementar, como eletroencefalograma ou Doppler transcraniano, sempre
com protocolos claros que asseguram precisão e transparência.
“Sabemos que esse é um dos momentos mais difíceis
para qualquer família. Ver um corpo ainda aquecido, com batimentos cardíacos,
traz a sensação de que existe chance de recuperação. Mas a ciência mostra o contrário.
A morte encefálica é irreversível. Quando compreendida de forma clara, pode
transformar a dor em um gesto de amor e solidariedade, permitindo que a vida
continue por meio da doação de órgãos”, explica o Dr. Denildo Veríssimo.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2021 o Brasil
registrou mais de 5.800 notificações de morte encefálica. Dessas, apenas 1.451
resultaram em doadores efetivos. A taxa de recusa familiar, que ultrapassa 40%,
ainda é um dos maiores obstáculos. Isso significa que ampliar a informação é
tão importante quanto garantir o suporte médico.
Por que ainda existe confusão
com o coma
A confusão entre coma e morte encefálica é comum,
especialmente entre familiares que veem o paciente com sinais vitais mantidos
artificialmente. O fato de o corpo estar aquecido e de os aparelhos indicarem
batimentos cardíacos e respiração, mesmo que induzidos, contribui para a falsa
impressão de que o paciente está vivo e pode melhorar. Parte dessa percepção se
dá porque, cultural e biologicamente, o batimento do coração é associado à
vida, é um dos sinais mais visíveis e emocionais de que alguém ainda está ali.
Soma-se a isso o apego, a esperança e o desejo de recuperação, que são
absolutamente humanos.
No entanto, essa sensação é ilusória: o
funcionamento cardíaco só persiste graças ao suporte contínuo de aparelhos. Sem
eles, o corpo não manteria sozinho nenhuma função vital. A ausência total de
atividade cerebral, comprovada por exames e protocolos médicos rigorosos, é o
que determina a morte encefálica. Portanto, embora os sinais vitais artificiais
transmitam a ideia de vida, a realidade neurológica e legal é de morte completa
e irreversível. "Sabemos
que esse é um dos momentos mais difíceis para qualquer família. Ver um corpo
ainda aquecido, com o coração batendo, traz a sensação de que existe alguma
chance. Mas é justamente nesse instante tão doloroso que a medicina precisa
entrar com clareza e empatia. A morte encefálica é irreversível, e quando bem
compreendida, pode transformar essa dor imensa em um gesto de amor ao próximo.
É quando a vida, mesmo na ausência, pode continuar por meio da doação de
órgãos”, explica o neurocirurgião Dr. Denildo Veríssimo.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 20%
da população brasileira compreende corretamente o que é a morte encefálica.
Essa desinformação pode gerar angústia, resistência à doação de órgãos e
dificuldade de aceitação por parte da família. Em muitos casos, a recusa
familiar é o maior obstáculo para a efetivação da doação, mesmo após o
diagnóstico técnico e legal de morte.
Morte encefálica e a doação de
órgãos
A morte encefálica é a única situação em que a
doação de múltiplos órgãos, como coração, fígado, rins, pâncreas e pulmões, é
viável. Isso porque os órgãos continuam irrigados e oxigenados por um curto
período, graças ao suporte da ventilação mecânica e dos cuidados intensivos.
Compreender que a morte encefálica é, de fato, morte e não uma etapa do coma, é
fundamental para a tomada de decisão consciente e solidária.
A importância da informação
clara e técnica
O diagnóstico de morte encefálica é feito com base
em protocolos científicos, éticos e legais. Todos os profissionais envolvidos
são treinados e agem com responsabilidade e empatia. Não há espaço para erro ou
precipitação. A confiança nesse processo deve ser reforçada com informação de
qualidade, para que famílias estejam preparadas para lidar com essa realidade
de forma serena e consciente.
Mais do que um dado técnico, a morte encefálica é
um momento delicado que exige acolhimento, escuta e informação. E, quando
compreendida com clareza, pode se transformar em uma oportunidade de
continuidade de vida para outras pessoas.
No Setembro Verde, reforçamos que a compreensão sobre a morte encefálica salva vidas. A doação de órgãos é uma oportunidade de transformar a perda em esperança, garantindo a continuidade da vida de muitos pacientes que aguardam por um transplante.
Dr. Denildo Veríssimo - neurocirurgião, especialista em doenças do crânio, coluna e técnicas minimamente invasivas - Com uma carreira que combina excelência técnica, paixão pela ciência e um compromisso inegociável com o cuidado humanizado, o Dr. Denildo Veríssimo representa uma nova geração de médicos que enxergam além do bisturi. Sua atuação é guiada pelo conhecimento, mas também pela empatia, pelo desejo de aliviar a dor — física e emocional — e pela certeza de que cada paciente carrega uma história única. Em sua rotina entre centros cirúrgicos, consultórios e salas de aula, ele equilibra precisão técnica com escuta ativa, conectando ciência e propósito em cada decisão clínica. Para ele, Medicina não é apenas diagnóstico ou procedimento — é presença, responsabilidade e respeito. Em um cenário cada vez mais tecnológico e acelerado, Dr. Denildo reforça, com exemplo diário, que o toque humano continua sendo o maior diferencial da medicina. E que a verdadeira transformação acontece quando o saber se alinha com a sensibilidade.
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