Com direção de Clara Carvalho e texto de Daniela Schitini, espetáculo inédito estreia dia 11 de outubro na SP Escola de Teatro
Uma
protagonista em coma se conecta com suas ancestrais e as histórias de
perseverança, força e vulnerabilidade que carregam no inédito Antes de Mim
no Fundo, com idealização de Laís Marques e Daniela Schitini
que compõem o elenco junto de Mariana Muniz. A direção é de Clara
Carvalho e a dramaturgia de Daniela Schitini.
O
espetáculo estreia na SP Escola de Teatro no dia 11 de outubro de 2025 para
temporada até 16 de novembro. Na sequência, vai para o Teatro Cacilda Becker,
onde fica de 20 a 30 de novembro.
A
partir de uma atmosfera onírica, entre o sonho, o delírio e a realidade, o
espetáculo explora as relações entre presente, passado e futuro das mulheres de
uma mesma família, provocando uma reflexão sobre o feminino, a relação com o
masculino, a ancestralidade e memória. A ideia é discutir os papéis sociais
desempenhados pelas mulheres na sociedade ao longo do tempo, constantemente
confrontadas por padrões sociais opressivos.
Laís
Marques, atriz e idealizadora do espetáculo,
reflete: “A ideia de reconciliação pressupõe que o passado esteja disposto a
ser perdoado, ou o presente, disposto a esquecer. Mas a arte não propõe apenas
conciliação. Muitas vezes ela desorganiza. A ancestralidade feminina é um campo
de ausência e excesso — do que foi sufocado e do que grita. O teatro, por ser
efêmero e encarnado, nos obriga a estar diante disso sem a desculpa do depois.
É um lugar onde o que foi silenciado pode finalmente falar, ainda que ninguém
entenda. Ou queira ouvir”.
Para
montar a equipe, Laís convidou Daniela Schitini para a dramaturgia e a premiada
Clara Carvalho para a direção. “Queria uma equipe criativa que tivesse coragem
de permanecer diante da incerteza, da repetição, do atrito. A equipe se formou
nesse campo de tensão. E foi ali que as coisas começaram a emergir”.
*
A peça
é uma das obras do livro “Trilogia das Águas”, que reúne textos de Schitini
sobre diferentes temas do universo feminino. Na trama, uma mulher que passou
por um afogamento misterioso e está em coma tem a possibilidade de se encontrar
com sua irmã, mãe, avó, bisavó e tataravó, que revelam para ela uma série de
segredos familiares, oferecendo à protagonista uma nova perspectiva sobre os
traumas e padrões que moldaram sua vida. Cada figura feminina traz à tona suas
próprias experiências, revelando a luta contra a opressão e os desafios
enfrentados ao longo do tempo.
A
autora e atriz Daniela Schitini conta que queria brincar com esse lugar
indefinido entre a vida e a morte para discutir esse tema tão importante.
“Queria visitar esse lugar indefinido de fronteira, onde existe a possibilidade
de acessar o inconsciente, as memórias reais e também as inventadas e sonhadas,
os desejos e feridas mais escondidas e um alicerce desconhecido para nós. Essa
força que está presente na ancestralidade e surge na iminência da morte, quando
é preciso estar mais viva do que nunca, possibilita para a protagonista se
conectar com mulheres que a conduziram até aquele momento e que são o suporte,
o arcabouço de sua capacidade de amar e de renascer”, comenta.
O
trabalho propõe um mergulho profundo nas questões de identidade, herança e a
importância da sororidade, convidando espectadoras e espectadores a refletirem
sobre suas próprias histórias e a força coletiva que emerge da vivência
feminina. É uma celebração das conquistas e lutas das mulheres, oferecendo um
espaço de cura e autodescoberta. A narrativa é sensível e delicada, destacando
a importância da memória e da ancestralidade na formação da identidade
individual e coletiva.
Ainda
segundo a autora, o texto fala de “um processo de cura, de epifania, de deixar
de ser uma pessoa apenas imersa e afogada no próprio sofrimento e autoimagem e
dar espaço para voltar a ser muitas, para ser habitada pelas mulheres que nos
fizeram nascer, para ter contato com a força e a fragilidade presente no fio do
amor e da dor que nos conecta ao antes e ao depois”, acrescenta.
Para a
diretora Clara Carvalho, a encenação trabalha em cima desses dois planos
da narrativa, o da realidade (do hospital onde a protagonista se recupera) e o
do sonho (do delírio que ela vivencia enquanto está nessa elaboração de voltar
ou não à vida).
“O
espetáculo é construído em cima de uma atmosfera muito fluida, porque a gente
fala muito desse suicídio, dessa vivência feminina dentro da água com todas as
reverberações que isso tem na literatura, no drama, no teatro, na poesia. A
busca é criar uma linguagem que trate do texto poético da Daniela, concatenando
isso com uma linguagem corporal um pouco estilizada e muito sofisticada do
ponto de vista do gestual, da movimentação. Queremos trazer sensorialmente essa
flutuação, que é uma palavra boa para tratar dessa atmosfera de lembranças, de
fluxos internos, de fluxos de pensamento”, revela.
A
diretora ainda acrescenta que gostaria que as pessoas saíssem do teatro com uma
reflexão sobre o papel da mulher dentro da própria família. “A peça fala muito
dessa situação de submissão que as antepassadas trazem muito, e ao mesmo tempo
de libertação, porque tem uma essência feminina que está sempre livre. Como a
sabedoria feminina foi se concretizando através do tempo? . É um rasgão através
do tempo, desses perfis femininos com suas espertezas, poesias, libertações,
insights, toda essa delicadeza e ao mesmo tempo essa força feminina. É sobre
isso que eu acho que o espetáculo fala, e esse eco que seria legal as pessoas
saírem do teatro com ele”, diz.
Outra
característica marcante do espetáculo é a escolha de uma só atriz – Mariana
Muniz, para encarnar todas as ancestrais que visitam a protagonista em suas
visões. Isso serve para representar como as personagens são diferenciadas, mas
suas identidades se entrelaçam, evocando uma sensação de espelhamento reminiscente
dos filmes de Ingmar Bergman, como “Persona” e “Gritos e Sussurros”. Essa
brincadeira de luz e sombra cria uma atmosfera caleidoscópica, permitindo que
as personagens reflitam umas nas outras.
Ficha Técnica
DIREÇÃO: Clara Carvalho
DRAMATURGIA: Daniela Schitini
ELENCO: Daniela Schitini, Laís Marques e Mariana Muniz
DESENHO DE LUZ: Wagner Pinto
TRILHA SONORA: Ricardo Severo
CENOGRAFIA: Evas Carretero
FIGURINO: Marichilene Artisevskis
ASSISTENTE DE DIREÇÃO: Suzana Muniz
PRODUTORA DE LUZ: Carina Tavares
ASSISTENTE e OPERADOR DE LUZ: Gabriel Greghi
OPERADOR DE SOM: Pedro Paro
ASSESSORIA DE IMPRENSA: Pombo Correio (Helô Cintra e Douglas
Picchetti)
DESIGNER GRÁFICO: Laerte Késsimos
FOTÓGRAFO: Bob Sousa
SOCIAL MEDIA: Douglas Zanon
VISAGISMO: Amanda Tedesco
CABELO: Bob Toscano
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Victor Gaette
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO: Guilherme Conrado
IDEALIZAÇÃO: Laís Marques e Daniela Schitini
PRODUÇÃO: Cacildinha Produções
Apoio: Adaap, SP Escola de Teatro – Centro de Formação das
Artes do Palco, Restaurante Planetas e Apfel.
Projeto contemplado pelo Governo Federal, Governo do Estado
de São Paulo, Política Nacional Aldir Blanc, Secretaria da Cultura, Economia
e Indústria Criativas e o Fomento CULTSP. #ProAC2024 #cacildinhaproducoes
Sinopse
A
partir de uma atmosfera onírica, entre o sonho, o delírio e a realidade, o
espetáculo explora as relações entre presente, passado e futuro das mulheres de
uma mesma família, provocando uma reflexão sobre o feminino, a ancestralidade e
a memória. A ideia é discutir os papéis sociais desempenhados pelas mulheres na
sociedade ao longo do tempo, constantemente confrontadas por padrões sociais
opressivos.
Serviço
Antes de mim no fundo, de Daniela
Schitini
Classificação Indicativa: 12 anos
Duração: 70 minutos
Estreia:
SP Escola de Teatro - Praça Roosevelt, 210, Consolação, São Paulo
Temporada: 11 de outubro a 16 de novembro de 2025
Sábados e domingos, às 16h
Duas sessões extras dias 5 e 12 de novembro, às 20h30
Ingressos: Grátis
Distribuição somente pela internet na Sympla SP Escola de
Teatro – www.sympla.com.br/produtor/spescoladeteatro
Capacidade: 60 lugares
Acessibilidade: Teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade
reduzida
Teatro Cacilda Becker - R. Tito, 295 - Lapa, São Paulo
Temporada: 20 a 30 de novembro de 2025
De quarta a sábado, às 21h, e aos domingos, às 19h
Sessão extra dia 20 de novembro, às 18h
Ingressos: Gratuitos
Distribuição na bilheteria do Teatro e pela internet na
Sympla Cacildinha Produções – https://www.sympla.com.br/produtor/cacildinhaproducoes
Capacidade: 150 lugares
Acessibilidade:
Teatro acessível a cadeirantes e
pessoas com mobilidade reduzida

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