Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul destaca importância do diagnóstico precoce e dos avanços no tratamento
O Dia Mundial do Coração, celebrado em 29 de
setembro, é um momento de conscientização sobre a saúde cardiovascular em todas
as idades — inclusive na infância. A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do
Sul (SPRS) chama a atenção para a cardiopatia congênita, uma das condições mais
frequentes entre as doenças cardíacas em crianças. Presente desde o nascimento,
ela envolve defeitos estruturais no coração, como comunicações interatriais e
interventriculares, e pode comprometer de forma significativa a qualidade de
vida se não diagnosticada a tempo.
A pediatra neonatologista e associada da SPRS, Dra.
Rita de Cassia Silveira, destaca que a detecção precoce tem sido decisiva para
salvar vidas.
“Muitos casos podem ser identificados ainda na
gestação através do ecocardiograma fetal, realizado entre 20 e 24 semanas. O
ultrassom morfológico também pode levantar suspeitas, e por isso a consulta
pré-natal com pediatra e neonatologista é fundamental para organizar os
cuidados ao nascimento. Além disso, o teste do coraçãozinho, feito ainda na
maternidade, ajuda a detectar cardiopatias críticas antes da alta hospitalar”,
afirma.
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 29
mil crianças nascem por ano no Brasil com algum tipo de cardiopatia congênita.
A cada mil nascidos vivos, de oito a dez apresentam a condição. Para a Dra.
Rita, os avanços recentes têm ampliado as possibilidades de tratamento.
“Hoje contamos com ecocardiogramas fetais de alta
resolução, ressonância cardíaca pediátrica e tratamentos menos invasivos, como
procedimentos por cateter percutâneo. Além disso, a cirurgia cardíaca neonatal
se tornou cada vez mais segura, permitindo correções precoces e oferecendo
maior qualidade de vida às crianças”, completa.
A SPRS reforça que a data é um convite à reflexão
sobre a prevenção, a importância do acompanhamento médico e o acesso à
informação. Quanto antes a cardiopatia congênita é diagnosticada, melhores são
as chances de intervenção eficaz e de desenvolvimento saudável.
Marcelo Matusiak

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