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O mais recente encontro do
Conselho do Agronegócio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) reuniu um
renomado time de especialistas, que deu o recado: o agronegócio brasileiro tem
que ir sem medo para a Conferência do Clima. O setor tem muito a mostrar em
termos de boas práticas agrícolas, proteção ambiental, oportunidades de
sequestro de carbono e eficiência energética baseada em fontes limpas.
Antes, sempre vale lembrar que
nosso Código Florestal é uma das leis ambientais mais rígidas do planeta,
prevendo, por exemplo, dispositivos de proteção como áreas de preservação
permanente e Reserva Legal. Desenvolvemos um modelo único de agricultura
tropical sustentável, que não encontra similaridade e tem muito a entregar para
mitigação das mudanças do clima.
Plantio direto, fixação biológica
de nitrogênio, integração-lavoura-pecuária-floresta (ILPF), amplo uso de
bioinsumos são alguns exemplos de técnicas conservacionistas e sustentáveis. O
Brasil está na vanguarda mundial de sustentabilidade. Em 2024, nossa matriz
energética já era de 50% de fontes renováveis. Para efeito de comparação, no
âmbito da OCDE - grupo das nações mais ricas -, o percentual é de 13% e o
global fica em 14%.
Além do etanol, biodiesel e
avanços relacionados ao uso cada vez mais acentuado de biogás/biometano, o potencial
do Brasil para os mercados de combustíveis sustentáveis de aviação e marítimo,
bem como para diesel e hidrogênio verdes, são outros trunfos que o país pode
apresentar na COP. No Brasil não existe competição de terra entre produção de
alimentos e de biocombustíveis - realidade que é diferente na Europa.
Por aqui, a agricultura
dedicada à produção de alimentos anda de mãos dadas com a agricultura
energética. Na COP, o agro tem que liderar a agenda, mostrando o que faz de
bom, com dados e boa comunicação, para não dar margem a informações distorcidas
sobre o setor. O desmatamento ilegal não é modus operandi do setor, e a minoria
que, infelizmente, ainda o pratica já sofre o repúdio do mercado e precisa
acertar as contas com a lei.
Além disso, a conferência pode
ser oportunidade para se debater uma harmonização global dos critérios que
definem o que é e o que não é sustentabilidade. As metodologias de análise
neste sentido também precisam respeitar e reconhecer as especificidades do
Brasil. O agro brasileiro não pode ser coadjuvante do debate. Pelo contrário, o
setor tem envergadura para se posicionar como líder em soluções sustentáveis.
Cesario Ramalho - Produtor rural, coordenador do Conselho do Agro da ACSP e
ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira
Fonte: https://www.dcomercio.com.br/publicacao/s/agro-e-parte-da-solucao-das-mudancas-climaticas
**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva
responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do Diário
do Comércio

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