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No Brasil há 30 milhões de animais abandonados. Para Martha Rodrigues, CEO da Guapeco, a acessibilidade a serviços veterinários pode reduzir o índice de abandono
O mês de abril foi escolhido pela Sociedade Americana para a Prevenção da
Crueldade a Animais (SPCA) como o mês dedicado às campanhas e ações de
prevenção à crueldade contra animais. Representada pela cor laranja, a campanha
visa conscientizar e sensibilizar as pessoas sobre a causa animal. Durante o
Abril Laranja, Martha Rodrigues, CEO da Guapeco, plataforma pioneira em planos
de saúde pet como benefício corporativo no Brasil, chama atenção para uma
questão estrutural: o custo e a dificuldade de acesso a serviços veterinários
são fatores que contribuem para o abandono de animais no país.
No Brasil, o cenário de abandono de cães e gatos é
um dos pontos críticos a serem enfrentados. O Índice de Abandono Animal,
encomendado pela MarsPetCare, apurou que o país conta com mais de 30 milhões de
indivíduos abandonados. A falta de acessibilidade a serviços de saúde contribui
para piorar esse quadro. Uma pesquisa da Quaest revelou que cerca de 50% dos
tutores de pets já deixaram de levar seus animais ao veterinário por conta dos
custos. Martha explica que esses custos impactam diretamente no volume de
abandonos.
Martha viveu de perto a realidade de resgatar e
cuidar de um animal abandonado. Sua gatinha, Amabile, hoje com três anos, foi
deixada sozinha no local de trabalho de sua mãe quando tinha apenas quinze dias
de vida, pesando apenas 215 gramas e com os olhos gravemente comprometidos. O histórico
da gatinha sugere que ela foi a única sobrevivente de uma ninhada ou a que
nasceu mais debilitada, o que pode ter levado ao abandono. Ao levá-la ao
veterinário, Martha recebeu a notícia de que a gatinha dificilmente
sobreviveria e, caso resistisse, perderia os dois olhos e nunca enxergaria.
“Ali começou nossa batalha pela vida da Amabile.
Consultamos um veterinário especialista e um oftalmologista, iniciando um
protocolo intensivo de cuidados. Ela precisava ser alimentada na mamadeira a
cada três horas, não conseguia manter a temperatura corporal e precisava de
auxílio até para fazer suas necessidades. Os primeiros quinze dias após o
resgate exigiram atenção constante. Contra todas as previsões, conseguimos
reverter o quadro. Amabile manteve os dois olhos por dois anos e meio, mas no
ano passado precisou remover um deles. Apesar de nunca ter enxergado, ela se
desenvolveu muito bem. Hoje, pesa quase cinco quilos, é extremamente
inteligente e tem uma vida boa”, conta a tutora e executiva da Guapeco.
O acesso a cuidados básicos, como vacinas,
consultas preventivas e castração, além de reduzir o risco de abandono e
prevenir doenças, também impacta a saúde financeira dos tutores. Martha explica
que isso acontece porque tratar doenças que poderiam ser prevenidas com
vacinas, como a cinomose, por exemplo, é extremamente caro e inviável para a
grande maioria das famílias brasileiras.
“Por outro lado, os custos de manter os pets
vacinados e com consultas em dia são muito menores e podem ser administrados
com mais facilidade, ainda mais se a família contar com o apoio de veterinários
de custo popular ou com planos de saúde pet”, destaca.
Com abrangência nacional, a Guapeco possibilita aos
tutores de que seu animal possa ser atendido tanto na rede referenciada ou no
seu médico-veterinário de confiança. A HRtech reembolsa valores em serviços
como consultas, vacinas, exames, procedimentos cirúrgicos e até mesmo diárias
de internação a depender do plano contratado. A plataforma se diferencia ao
oferecer o benefício de saúde para, além de cães e gatos, que representam 70%
dos pets dos brasileiros, as animais não convencionais. O benefício não possui
limite de idade, contribuindo para a proteção e cuidados dos animais mais
idosos e que requerem uma assistência maior.
Como contribuir com a causa animal
Para quem deseja ajudar, Martha destaca que há diversas formas de contribuir. Oferecer lar temporário a animais resgatados, evitar a compra de pets e priorizar a adoção são atitudes fundamentais para combater o abandono. A executiva destaca que muitas pessoas procuram imediatamente uma ONG ou um protetor independente para resolver a situação, mas essas redes de apoio estão sempre sobrecarregadas e endividadas, sem conseguir atender à alta demanda.
"Vale lembrar que antes de adotar um pet, é preciso avaliar se a família está preparada para essa responsabilidade. Cuidar de um animal exige dedicação e planejamento para toda a vida dele", reforça Martha.
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