Especialista do CEUB revela que o treino oferece alto gasto energético e pouco impacto sobre as articulações. Confira dicas para iniciar a prática
Pode
parecer brincadeira de criança, mas não é! A corrida de costas vem ganhando
espaço no universo do treinamento físico. A prática pode ser um complemento ao
treinamento tradicional ou uma modalidade específica, ainda pouco explorada,
mas com potencial promissor. Leandra Batista, Doutora em Neurofisiologia e
professora de Educação Física do Centro Universitário de Brasília (CEUB),
descreve os ganhos no desempenho motor, condicionamento físico e no alto
rendimento, acrescentando que o exercício é indicado para atletas, corredores e
pessoas em reabilitação, desde que com a devida orientação.
A
corrida de costas tem se mostrado adaptável a diferentes contextos, seja para
quem busca ampliar o repertório de treinos, explorar novas formas de fortalecer
o corpo ou melhorar o desempenho esportivo. “Estudos mostram que oito semanas
de treino específico de corrida de costas podem trazer ganhos iguais ou
superiores em velocidade, agilidade e potência, se comparada à corrida
tradicional. Vale muito a pena conhecer e experimentar”, reforça.
De
acordo com a docente do CEUB, a corrida, incorporada aos treinos convencionais,
pode melhorar a coordenação, o equilíbrio e a força muscular, sendo
especialmente útil para atletas que praticam esportes com mudanças rápidas de
direção, como corrida tradicional, futebol e modalidades de alta intensidade.
Em treinos estruturados, ela vai além do complemento. Outro benefício da
prática é o alto gasto energético, sobretudo por exigir maior esforço
neuromuscular, o que significa maior queima calórica e potencial de
fortalecimento das conexões sinápticas.
“A
corrida de costas desafia os padrões motores habituais, exigindo maior
coordenação, equilíbrio e tempo de reação, o que promove uma adaptação
neurológica diferenciada e potencializa a eficiência do controle motor”,
destaca.
Os
efeitos positivos também passam pela preservação articular. Por exercer menos
força de reação do solo, o exercício reduz o impacto sobre os joelhos e outras
articulações, despontando como uma alternativa interessante para quem está em
fase de reabilitação ou busca prevenir lesões. “Ela ativa grupos musculares
diferentes, como os isquiotibiais e as panturrilhas, que nem sempre são
priorizados nos treinos convencionais. E ainda recruta o core e a região
lombar, favorecendo a estabilidade postural”, explica a especialista.
Um treino fora do comum e cheio de possibilidades
Para quem deseja começar, a docente do CEUB frisa que os cuidados incluem evitar locais com obstáculos, dar preferência a pistas planas e iniciar de forma progressiva: primeiro caminhando de costas, depois alternando com a corrida tradicional, até se adaptar ao movimento. “A orientação é começar devagar, com consciência corporal e em ambientes seguros. A prática exige atenção ao entorno e, de preferência, deve ser acompanhada por um profissional”, aconselha Leandra.
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