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sábado, 5 de abril de 2025

Posso correr de costas? Entenda os benefícios da prática esportiva Moonwalk

Especialista do CEUB revela que o treino oferece alto gasto energético e pouco impacto sobre as articulações. Confira dicas para iniciar a prática


Pode parecer brincadeira de criança, mas não é! A corrida de costas vem ganhando espaço no universo do treinamento físico. A prática pode ser um complemento ao treinamento tradicional ou uma modalidade específica, ainda pouco explorada, mas com potencial promissor. Leandra Batista, Doutora em Neurofisiologia e professora de Educação Física do Centro Universitário de Brasília (CEUB), descreve os ganhos no desempenho motor, condicionamento físico e no alto rendimento, acrescentando que o exercício é indicado para atletas, corredores e pessoas em reabilitação, desde que com a devida orientação. 

A corrida de costas tem se mostrado adaptável a diferentes contextos, seja para quem busca ampliar o repertório de treinos, explorar novas formas de fortalecer o corpo ou melhorar o desempenho esportivo. “Estudos mostram que oito semanas de treino específico de corrida de costas podem trazer ganhos iguais ou superiores em velocidade, agilidade e potência, se comparada à corrida tradicional. Vale muito a pena conhecer e experimentar”, reforça. 

De acordo com a docente do CEUB, a corrida, incorporada aos treinos convencionais, pode melhorar a coordenação, o equilíbrio e a força muscular, sendo especialmente útil para atletas que praticam esportes com mudanças rápidas de direção, como corrida tradicional, futebol e modalidades de alta intensidade. Em treinos estruturados, ela vai além do complemento. Outro benefício da prática é o alto gasto energético, sobretudo por exigir maior esforço neuromuscular, o que significa maior queima calórica e potencial de fortalecimento das conexões sinápticas. 

“A corrida de costas desafia os padrões motores habituais, exigindo maior coordenação, equilíbrio e tempo de reação, o que promove uma adaptação neurológica diferenciada e potencializa a eficiência do controle motor”, destaca. 

Os efeitos positivos também passam pela preservação articular. Por exercer menos força de reação do solo, o exercício reduz o impacto sobre os joelhos e outras articulações, despontando como uma alternativa interessante para quem está em fase de reabilitação ou busca prevenir lesões. “Ela ativa grupos musculares diferentes, como os isquiotibiais e as panturrilhas, que nem sempre são priorizados nos treinos convencionais. E ainda recruta o core e a região lombar, favorecendo a estabilidade postural”, explica a especialista.
 

Um treino fora do comum e cheio de possibilidades

Para quem deseja começar, a docente do CEUB frisa que os cuidados incluem evitar locais com obstáculos, dar preferência a pistas planas e iniciar de forma progressiva: primeiro caminhando de costas, depois alternando com a corrida tradicional, até se adaptar ao movimento. “A orientação é começar devagar, com consciência corporal e em ambientes seguros. A prática exige atenção ao entorno e, de preferência, deve ser acompanhada por um profissional”, aconselha Leandra.


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