Consumer Pulse da TransUnion revela o comportamento financeiro dos brasileiros no último trimestre de 2024 e traça perspectivas para os primeiros meses de 2025
O Estudo Consumer Pulse, realizado trimestralmente pela TransUnion, empresa global de informações e insights que atua como DataTech, revela que 62% dos brasileiros estão preocupados com a inflação dos produtos de consumo rotineiro, como mantimentos e gás. A pesquisa ainda aponta o aumento da taxa de juros e o desemprego como sendo as principais preocupações de mais da metade dos entrevistados neste início de 2025.
O estudo mostra que o orçamento familiar apresentou cortes. Cerca de metade dos consumidores afirmou ter reduzido gastos com alimentação fora de casa (65%), viagens (54%), e roupas e acessórios (50%). Apesar disso, 74% das pessoas entrevistadas se mostraram otimistas em relação às finanças de suas famílias para os próximos 12 meses. Isso é evidenciado pela redução de 34% para 30% no número de consumidores que não conseguirão pagar nenhuma de suas contas e empréstimos atuais, comparando o 4° semestre de 2023 com o mesmo período de 2024. Entre aqueles que não conseguem quitar suas contas e empréstimos, 23% planejavam pagar um valor parcial, 16% usar o saldo disponível do cartão de crédito e 27% pretendiam refinanciar ou renegociar os pagamentos e taxas atuais.
“As despesas de começo de ano, como IPVA, IPTU e matrícula escolar, afetam significativamente o orçamento das famílias, que já está pressionado pelo aumento dos preços de alimentos e bebidas. Uma solução para encaixar essas despesas no fluxo mensal é optar por parcelamento e até linhas de crédito disponíveis” explica Helena Leite, Especialista de Bancos e Fintechs na TransUnion Brasil.
No último trimestre de 2024, 58% dos entrevistados responderam que o acesso a produtos de crédito é muito importante para atingir suas metas financeiras. Para 2025, 38% dos entrevistados planejam solicitar um novo crédito ou refinanciar algum já existente, sendo os mais procurados o empréstimo pessoal, um novo cartão de crédito, e o aumento de limite nos cartões existentes.
“Apesar
da busca por crédito pelas pessoas, nem sempre elas têm esse acesso, pois ainda
existe uma demanda de crédito maior que a oferta no Brasil. As instituições de
crédito tomam decisões baseadas nas informações disponíveis, que podem não ser
suficientes para uma análise de crédito mais assertiva, limitando, assim, as
aprovações de acordo com o seu apetite de risco” analisa Leite. “É importante
ressaltar que o uso dos dados positivos e alternativos na análise de risco
permite avaliar o comportamento do consumidor de forma mais justa e
personalizada, beneficiando não só consumidores, mas também viabilizando uma
operação sólida e rentável às instituições de crédito”, analisa a especialista.
Crédito para GenZ e Millennials
A demanda por crédito em 2025 estará concentrada nas gerações mais novas: 46% dos GenZ e 43% dos Millennials planejam solicitar novo crédito ou refinanciar o crédito existente, comparado com 36% da Geração X e 20% dos Baby Boomers.
Apesar
do interesse em contratar o produto financeiro, quase metade das pessoas
consumidoras relatou que consideraram solicitar novo ou refinanciar o crédito
existente, mas desistiram diante do alto custo (43%). Também foram motivos para
não efetivarem a solicitação a visão de que o refinanciamento não faria
diferença suficiente nos pagamentos (23%) e até mesmo por decidirem que não
precisavam do crédito (21%).
O consumidor na era digital
Nesta edição do Consumer Pulse, a qualidade da conexão e o custo do serviço de internet foram apontados por 20% das pessoas entrevistadas como um obstáculo para ampliar o uso das tecnologias de novas maneiras. Além disso, para 37%, preocupações sobre roubo de identidade e fraudes de cibersegurança também foram empecilhos.
Ainda sobre o comportamento dos respondentes diante das tecnologias digitais, três quartos das pessoas entrevistadas demonstraram preocupação com o compartilhamento de informações pessoais, principalmente porque consideram isso invasão de privacidade. Além disso, elas deixariam de preencher uma solicitação on-line de um produto financeiro se o formulário pedisse dados como número de telefone (24%), renda (20%) e endereço (14%).
“A
construção de confiança entre empresas e consumidores passa pela execução de
uma estratégia de prevenção a fraudes que ofereça processos de autenticação
claros e seguros nas diferentes etapas da jornada do cliente, priorizando a
simplificação e uma experiência fluida aos consumidores”, destaca Helena Leite.
Proteção de identidade
Quase um terço das pessoas que participaram da pesquisa afirmaram terem sido alvo de fraudes nos últimos três meses. Os esquemas de fraude mais relatados foram o golpe do Pix (30%), smishing (29%), ou seja, mensagens de texto fraudulentas com o objetivo de enganar as pessoas para que revelem informações; e vishing (27%), que são chamadas telefônicas fraudulentas com o objetivo de ludibriar consumidores para que revelem informações.
Quando
perguntado que tipo de ameaça cibernética mais as preocupam, as pessoas
entrevistadas disseram que os vazamentos de dados (42%), a fraude de cartão de
crédito/pagamento (35%) e o roubo de identidade (34%) são os métodos de ataque
que mais temem. Além disso, para 62% a principal preocupação nos casos de roubo
de identidade é o uso da identidade pelo fraudador para cometer crimes.
Metodologia de pesquisa
A
pesquisa Consumer Pulse da TransUnion foi realizada com 1.000 adultos entre 25
de setembro a 6 de outubro de 2024, em parceria com o provedor de pesquisa
terceirizado Dynata. Pessoas adultas de 18 anos ou mais que residem no Brasil
foram entrevistadas por meio de um método de pesquisa painel on-line em
uma combinação de computador, celular e tablet. As perguntas da pesquisa foram
administradas em inglês e português. Para aumentar a representatividade nos
dados demográficos dos residentes, a pesquisa incluiu cotas para equilibrar as
respostas às dimensões estatísticas do censo de idade, gênero, renda familiar e
região. As gerações são descritas nesta pesquisa da seguinte maneira: Geração
Z, entre 18 e 26 anos; Millennials, entre 27 e 42 anos; Geração X, entre 43 e
58 anos; Baby Boomers, acima de 59 anos. Os resultados desta pesquisa não são
ponderados e são estatisticamente significativos em um nível de confiança de
95% dentro de ± 3,1 pontos percentuais com base em uma margem de erro
calculada.
TransUnion
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