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quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Lacuna na formação médica limita impacto da liberação do cultivo de cannabis

Médico do grupo Conaes, Dr. João Paulo Cristofolo, diz que a falta de capacitação dos médicos pode gerar riscos para os pacientes 

 

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) autorizou, no em novembro deste ano, o cultivo de uma variedade da planta Cannabis sativa com baixo teor de substância psicoativa, desde que exclusivamente para fins medicinais. A decisão é um marco legal importante, porém, ao mesmo tempo, coloca em evidência uma questão que ainda precisa ser enfrentada: a formação de médicos prescritores de Cannabis medicinal. Para o médico João Paulo Cristofolo, fundador do Grupo CONAES Brasil, é preciso preparar os médicos para a prescrição do CDB. “Atualmente o Brasil possui mais de 575 mil médicos ativos, e apesar de não haver dados oficiais, estima-se que apenas 2% sejam prescritores de Cannabis medicinal e a demanda vem crescendo substancialmente.” 

São cerca de 430 mil brasileiros que realizam tratamentos com medicamentos feitos pela planta, segundo a Associação Médica Brasileira. “Para que o cultivo autorizado pelo STJ tenha um impacto real e eficaz, é fundamental que a formação de médicos seja ajustada para incluir o conhecimento sobre o uso terapêutico. Adicionar na grade curricular da faculdade de medicina aulas sobre a prescrição dos componentes da planta, formas de administração e dosagem, tudo isso é essencial para garantir que eles estejam aptos a incorporar essa opção em seus tratamentos", ressalta Cristolofo. 

Hoje, diante da lacuna no ensino nas faculdades de medicina, muitos médicos têm buscado cursos e instituições especializadas que oferecem formação complementar sobre o uso terapêutico da cannabis. Esses programas de educação continuada são essenciais para que os profissionais da saúde adquiram o conhecimento necessário para especificar com segurança e eficácia os tratamentos à base de cannabis. No entanto, é fundamental que esses cursos sejam certificados e reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC), garantindo que os médicos tenham acesso a uma formação de qualidade, alinhada com as diretrizes e boas práticas clínicas. “Sem uma regulamentação adequada e uma formação sólida, os médicos podem acabar se deparando com conteúdos inadequados ou desatualizados, o que comprometeria a segurança dos pacientes e a eficácia do tratamento”, finaliza o médico
 



Grupo CONAES Brasil - Educação Médica (@conaesbrasil):
Saiba mais em: Link


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