Médico do grupo Conaes, Dr. João Paulo Cristofolo, diz que a falta de capacitação dos médicos pode gerar riscos para os pacientes
O
Supremo Tribunal de Justiça (STJ) autorizou, no em novembro deste ano, o
cultivo de uma variedade da planta Cannabis sativa com baixo teor de
substância psicoativa, desde que exclusivamente para fins medicinais. A decisão
é um marco legal importante, porém, ao mesmo tempo, coloca em evidência uma
questão que ainda precisa ser enfrentada: a formação de médicos prescritores de
Cannabis medicinal. Para o médico João Paulo Cristofolo, fundador do Grupo
CONAES Brasil, é preciso preparar os médicos para a prescrição do CDB.
“Atualmente o Brasil possui mais de 575 mil médicos ativos, e apesar de não
haver dados oficiais, estima-se que apenas 2% sejam prescritores de Cannabis
medicinal e a demanda vem crescendo substancialmente.”
São cerca de 430 mil brasileiros que realizam tratamentos com
medicamentos feitos pela planta, segundo a Associação Médica Brasileira. “Para
que o cultivo autorizado pelo STJ tenha um impacto real e eficaz, é fundamental
que a formação de médicos seja ajustada para incluir o conhecimento sobre o uso
terapêutico. Adicionar na grade curricular da faculdade de medicina aulas sobre
a prescrição dos componentes da planta, formas de administração e dosagem, tudo
isso é essencial para garantir que eles estejam aptos a incorporar essa opção
em seus tratamentos", ressalta Cristolofo.
Hoje, diante da lacuna no ensino nas faculdades de medicina,
muitos médicos têm buscado cursos e instituições especializadas que oferecem
formação complementar sobre o uso terapêutico da cannabis. Esses programas de educação
continuada são essenciais para que os profissionais da saúde adquiram o
conhecimento necessário para especificar com segurança e eficácia os
tratamentos à base de cannabis. No entanto, é fundamental que esses cursos
sejam certificados e reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC), garantindo
que os médicos tenham acesso a uma formação de qualidade, alinhada com as
diretrizes e boas práticas clínicas. “Sem uma regulamentação adequada e uma
formação sólida, os médicos podem acabar se deparando com conteúdos inadequados
ou desatualizados, o que comprometeria a segurança dos pacientes e a eficácia
do tratamento”, finaliza o médico
Grupo CONAES Brasil - Educação Médica (@conaesbrasil):
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